ANO 11 | Nr 1.370 |
2020
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no último mês!
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS – 1º Trimestre de 2020
Título: A Raça Humana: Origem, Doutrina e Redenção.
Comentário: Claudionor de Andrade
LIÇÃO 8
23 de fevereiro
de 2020
O INÍCIO DA CIVILIZAÇÃO HUMANA
TEXTO ÁUREO
“E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu e teve a Enoque; e ele
edificou uma cidade e chamou o nome da cidade pelo nome de seu filho Enoque”
(Gn 4.17).
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VERDADE PRÁTICA
Uma das missões do ser humano é povoar a Terra,
dominar os segredos da criação divina e fundar uma sociedade que venha a
glorificar o nome de Deus.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 4.1-16
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a origem da civilização
humana. E, para tanto, focaremos o capítulo quatro de Gênesis, pois é
justamente, aí, que encontramos a primeira cidade construída pelo homem. Em
seguida, veremos por que a civilização é marcada por tantos conflitos,
dissoluções e violência. Apesar de tudo, Deus jamais deixou de intervir nos
negócios humanos: além de Criador, Ele é o Senhor de todas as coisas. Concluindo
a nossa aula, mostraremos que somente o Evangelho de Cristo pode redimir a
civilização atual. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 8, 23 Fevereiro, 2020]
- Nesta lição, o enfoque recai
principalmente em Gênesis 4. Aqui fala-se principalmente sobre a história envolvendo
os irmãos Caim e Abel, e nos apresenta o quão perverso o homem se tornou após o
pecado; podemos ver claramente as conseqüências do pecado. Temos ainda, a genealogia
de Caim e o nascimento de Sete após a morte de Abel. A profecia divina acerca da inimizade entre a
descendência da serpente e o descendente da mulher começa tomar forma nesse
capítulo. Na parte final do capítulo, a descendência ímpia de Caim também é
contrastada com a descendência piedosa de Sete. Neste plano de aula, finalizo afirmando
que a salvação se da inteiramente pela graça de Deus com base na redenção
realizada por Jesus Cristo, no mérito do sangue derramado por ele, e não com
base em méritos ou obras humanas (Jo 1.12; Ef 1.4-7; 2.8-10; lPe 1.18-19). Vamos pensar maduramente a fé cristã?
I
-A ORIGEM DA CIVILIZAÇÃO HUMANA
Neste
tópico, definiremos a civilização humana, realçaremos o casamento como a base
da civilização e mostraremos o trabalho como o meio de sua subsistência. A
civilização é um projeto de Deus.
1. Definindo a civilização. Segundo o Dicionário Houaiss,
civilização é o conjunto de aspectos peculiares à vida intelectual, artística,
moral e material de uma época, de uma região, de um país ou de uma sociedade.
Foi o que Adão e seus descendentes demonstraram logo após a Queda (Gn cap. 4).
Se Adão não tivesse pecado, haveria civilização? Sim, pois nessa hipótese, o
processo civilizacional seria muito mais brilhante e proveitoso, porque o homem
cumpriria, plenamente, a vontade de Deus quanto ao desenvolvimento de nosso
planeta (Gn 1.26). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 8, 23
Fevereiro, 2020]
- O ponto culminante da criação,
um ser humano vivente, foi feito a imagem de Deus para governar a criação. O mandamento
de governar distinguiu o homem do restante da criação viva e definiu o seu
relacionamento como sendo superior ao restante da criação (Sl 8.6-8.) Note que,
ainda no Éden, Deus pronunciou uma segunda bênção (Gn 1.28) que envolvia reprodução
e domínio. Logo depois de ter criado o universo, Deus criou seu representante (domínio)
e sua representação (imagem e semelhança). O homem encheria a terra e cuidaria
do funcionamento da mesma, com uma administração produtiva da terra e seus habitantes
para produzir riquezas e cumprir os propósitos de Deus. Quanto à questão “Se Adão e Eva não pecassem, haveria
descendentes?”, a resposta é: com certeza sim, pois, em Gênesis 1.28 (E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a
terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e
sobre todo animal que rasteja pela terra) vemos que Deus deu havia dado a
sexualidade e a capacidade de procriação a nossos primeiros pais antes da
entrada do pecado.
“Se Adão e Eva nunca pecassem, o
mundo de hoje não seria o mesmo que foi inicialmente – de forma alguma. Na
verdade, seria radicalmente diferente, porque seria exatamente da forma que
Deus pretendeu que fosse. É-nos difícil imaginar como teria sido a vida antes
do pecado ter entrado no mundo. Mas quando Deus criou Adão e Eva, Ele quis que
eles vivessem num mundo perfeito para sempre - um mundo sem morte ou doença ou
conflito ou mal de qualquer espécie. E era assim que o mundo era! Adão e Eva
viviam num mundo de perfeita paz e harmonia - harmonia com a natureza, harmonia
uns com os outros, e acima de tudo harmonia com Deus” Billy
Graham
2. O casamento
como base da civilização. A civilização humana teve início quando Adão recebeu
Eva como esposa (Gn 2.18-25). A partir daí, não somente a família, mas a nação,
o povo e o Estado tornaram-se possíveis (Gn caps. 5 e 10). Portanto, sem o
casamento, cujo real modelo encontramos na Bíblia Sagrada, a civilização humana
seria impossível. Aliás, até a própria Igreja de Cristo, apresentada como a
sociedade perfeita, tem, no casamento bíblico, a sua base espiritual, moral e
emocional (Ef 5.22-30). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 8, 23
Fevereiro, 2020]
- A primeira instituição humana
a ser estabelecida foi o relacionamento marital, inaugurando uma união
permanente ou indissolúvel, constituindo-se em "uma só carne", numa união
completa de partes perfazendo um todo, assim, essa união marital era completa e
integral com duas pessoas. Isso também implica a complementação sexual. Um
homem e uma mulher constituem o par que reproduz. O "uma só carne" e
principalmente visto no filho nascido dessa união, o perfeito resultado da união
dos dois. A monogamia permanente foi e continua sendo desígnio e a lei de Deus para o casamento.
“O
casamento é uma instituição social que fornece à sociedade o próprio alicerce
da civilização – a unidade familiar procriadora. Sem o
casamento natural, não haveria estabilidade para as crianças. Na verdade, o
casamento é a mais antiga e básica das três instituições fundamentais da
civilização ocidental (as outras duas são governo e a igreja). É o mais básico
dos três porque sem crianças não haveria necessidade de um governo ou de uma
igreja, e nenhum governo ou igreja poderia agir como pai ou mãe. A família é e
sempre foi a base fundamental da sociedade. Por isso os ataques a ela tem se
tornado tão frequentes, pois ao destruí-la, todo o resto também será”. (ocaminhoapologetica)
3. A subsistência
da civilização. A Bíblia Sagrada apresenta o trabalho não como um fim
em si mesmo, mas como um meio à subsistência humana (Sl 128.2; 2 Ts 3.10). Quer
o homem tivesse pecado, quer não, não poderia escapar ao trabalho, pois o
próprio Deus é apresentado por Jesus como um exemplo nessa área (Gn 2.1-3; Jo
5.17). Além disso, Deus criou Adão para governar o mundo, uma atividade que
requer atenção e esforço concentrado (Gn 1.26-28). Após a queda, o trabalho
humano tornou-se um enfado, devido à enfermidade do planeta (Gn 3.19; Jo 5.7;
Rm 8.19-22).
[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 8, 23
Fevereiro, 2020]
- O trabalho é um dom de Deus
para o Seu povo e será abençoado (Sl 104.1-35; 127.1-5; Ec 3.12-13; 5.18-20; Pv
14.23). O homem foi criado para o trabalho, não imaginamos quão gratificante
deveria ser lá no Éden, antes da Queda e da maldição de Gn 3.17-18. Deus amaldiçoou
o objeto do trabalho do homem e fê-lo relutantemente, ainda que ricamente,
obter o seu alimento por meio do trabalho árduo. O significado e a natureza
benéfica do trabalho são um tema retumbante na Bíblia. A origem do trabalho é
descrita em Gênesis, e logo na passagem de abertura, Deus é mostrado como o
trabalhador primário, ocupado com a criação do mundo (Gn 1.1-15).
“Deus criou o homem à Sua imagem,
com características semelhantes a Ele (Gênesis 1:26-31). O homem foi criado
para trabalhar com Ele no mundo. Deus plantou um jardim e lá colocou Adão para
cultivar e mantê-lo (Gênesis 2:8,15). Além disso, Adão e Eva tinham a
responsabilidade de subjugar e governar sobre a terra. O que este mandato
original de trabalho significa? Cultivar significa promover o crescimento e
melhorar. Manter significa preservar do fracasso ou declínio. Subjugar
significa exercer controle e disciplina. Governar significa administrar,
responsabilizar-se e tomar decisões. Este mandato aplica-se a todas as
vocações. Os líderes da Reforma do século 15 enxergavam a ocupação como um
ministério diante de Deus. Quando visto dessa forma, os trabalhos devem ser
reconhecidos como ministérios, e os locais de trabalho devem ser considerados
como campos missionários. A Queda do Homem descrita em Gênesis 3 gerou uma
mudança na natureza do trabalho. Em resposta ao pecado de Adão, Deus pronunciou
várias decisões em Gênesis 3:17-19, a mais grave das quais é a morte. No
entanto, o trabalho e os resultados do trabalho são retratados no resto dos
julgamentos. Deus amaldiçoou a terra. O trabalho tornou-se difícil. A palavra
fadiga é usada, o que implica desafio, dificuldade, cansaço e luta. O trabalho
em si ainda era bom, mas o homem deve esperar que só será realizado pelo
"suor do seu rosto." Além disso, o resultado não vai ser sempre
positivo. Embora o homem coma as plantas do campo, o campo também produzirá
espinhos e abrolhos. O trabalho duro e esforço nem sempre serão recompensados
na forma como o trabalhador espera ou deseja. Note também que o homem estaria
comendo da produção do campo, não do jardim. Um jardim é um símbolo de um
paraíso terrestre feito por Deus como um confinamento seguro. Jardins também
simbolizam a pureza e a inocência. A terra ou o campo, por outro lado,
representa um espaço desprotegido ilimitado e uma ênfase na perda de inibição e
mundanidade. Portanto, o ambiente de trabalho pode ser hostil, especialmente
para os cristãos (Gênesis 39:1-23; Êxodo 1:8-22; Neemias 4) [...] Embora o
projeto original de Deus para o trabalho tenha sido pervertido pelo pecado,
Deus um dia vai restaurar o trabalho sem os encargos que o pecado introduziu
(Isaías 65:17-25, Apocalipse 15:1-4;. 22:1-11). Até o dia em que o novos Céus e
Nova Terra forem estabelecidos, a atitude cristã para com o trabalho deve ser
semelhante à de Jesus: "Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer
a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra" (João 4:34).” (gotquestions)
II. CIVILIZAÇÃO E CONFLITO
Observemos, agora, como a inveja, o homicídio, a poligamia e a desordem
social marcaram a civilização humana desde o início.
1. Caim e Abel. Os primeiros
filhos de Adão dedicaram-se à subsistência básica da civilização humana: a
agricultura e a pecuária. Caim fez-se lavrador enquanto Abel, seu irmão,
dedicou-se ao pastoreio (Gn 4.2). Sem ambas as atividades, a civilização
torna-se inviável (Ec 5.9; 2Cr 26.10). Foi na convergência de ambas as
atividades, que Caim, o agricultor, movido por uma inveja maligna, matou Abel,
o pecuarista temente a Deus (Gn 4.8). [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 8, 23 Fevereiro, 2020]
- “Foi na convergência de ambas as
atividades, que Caim, o agricultor, movido por uma inveja maligna, matou Abel” O motivo do primeiro homicídio foi a inveja. Em
vez de arrepender-se de sua desobediência deliberada, Caim foi hostil para com
Deus, a quem não podia matar, e invejoso de seu irmão, a quem podia matar; Caim
rejeitou a sabedoria que lhe foi transmitida pelo próprio Deus, recusou-se a
fazer o bem, recusou o arrependimento e, assim, o pecado que estava a espreita
o apanhou e fez dele um homicida. (1Jo 3.10-12). A violência só será vencida
pela revolução do amor que começa no Deus Triúno e passa a ser vivenciada, por
pura graça, entre os homens!
2. A cidade de Lameque. Enoque (não confundir com o piedoso ancestral de Noé) foi o nome da
primeira cidade fundada na terra. Estabelecida por Caim, logo após este haver
assassinado Abel, a cidade de Enoque foi marcada pela violência e pela
banalidade quanto à vida humana. Tanto é que Lameque, um dos netos de Caim,
matou dois homens por motivos fúteis e, em seguida, celebrou o seu duplo
homicídio com uma poesia (Gn 4.23,24). Desde então, a violência vem sendo
celebrada em poemas, crônicas, romances e filmes. Mas virá o tempo em que os
homens não mais aprenderão a se matarem (Is 2.4). [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 8, 23 Fevereiro, 2020]
- O nome desse descendente de
Caim, Enoque, significa "iniciacao". Era simbólico da nova cidade
onde Caim tentaria abrandar a sua maldição. A cidade descambou em atos
reprováveis até que Lameque, tomou para si duas esposas. Não e dada a razão por
que Lameque tomou duas esposas, tornando-se o primeiro exemplo de bigamia. Por causa
da sua violação da lei do casamento, Lameque conduziu os cananeus em rebelião
aberta contra Deus. Este assassinato ocorreu em legitima defesa. Ele disse as
suas esposas que não precisavam ter medo de serem alvos de algum mal resultante
da morte que ele havia provocado porque, se alguém tentasse retaliar, Lameque
retaliaria e mataria o agressor. Ele achava que, se Deus havia prometido
vingar-se sete vezes de alguém que matasse Caim, Deus se vingaria setenta vezes
sete de quem o atacasse.
3. A tecnologia. Paralelamente à
sua iniquidade, a civilização caimita, instalada na cidade de Enoque,
experimentou grande progresso tecnológico, econômico e artístico. Havia, ali, fabricantes
de tendas, criadores de gado, metalúrgicos e músicos (Gn 4.20-22). Do texto
bíblico, inferimos que havia mais progresso entre os filhos de Caim do que
entre os de Sete. Por esse motivo, estes, seduzidos pela civilização daqueles,
vieram a afastar-se Deus (Gn 6.1-3). A partir daí, a iniquidade alastrou-se de
tal forma na terra, que o Senhor Deus decretou o juízo de toda aquela
civilização. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 8, 23
Fevereiro, 2020]
- Jabal inventou a tenda e a
vida nômade de pastores, tão comum no Oriente Médio e em outros lugares; Jubal
inventou instrumentos de corda e sopro, e Tubalcaim inventou a metalurgia. O mundo
agora há duas linhagens formadas, exemplificadas em Caim e Abel. A cultura
humanista sem Deus produz a partir de egoísmo e orgulho centrados no homem,
enquanto que a cultura da linhagem piedosa, a partir de Sete, identifica-se
pela centralidade em Deus.
III. O DEUS QUE INTERVÉM NA CIVILIZAÇÃO
Criador e Senhor de todas as coisas, Deus tem direito
de intervir tanto na biografia de cada um de nós, quanto na vida das nações e
na própria civilização. Veremos, finalmente, que o Senhor Jesus é a única
esperança à civilização humana.
1. A intervenção
na biografia de cada homem. Deus interveio diretamente, por exemplo, nas
biografias de Adão, Caim e Enoque (Gn 3.9; 4.6; 5.24). Ele assim o faz, não
apenas para disciplinar e punir, como também para recompensar aos seus servos
(Hb 11.6). Indiretamente, o Todo-Poderoso intervém através das autoridades por
Ele constituídas (Gn 9.6; Rm 13.1-14). Deus não se limitou a criar o Universo,
nem nos abandonou após nos haver formado. Ele continua a observar atenta, justa
e amorosamente todas as coisas (Gn 11.5; Sl 50.21; Pv 15.3). E, sempre que
necessário, intervém. Se o Senhor não agisse assim, a civilização humana, como
a conhecemos, não mais existiria. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 8, 23
Fevereiro, 2020]
- A Bíblia nos mostra claramente
que Deus intervém na história e faz tudo que lhe apraz (Dt 32.39; Jó 5.8-13,18;
Sl 115.3; Ec 8.3; Dn 2.20-22). Ele intervém na vida de um homem ou de uma
coletividade. Muitos servos de Deus tiveram experiências que provam claramente
a intervenção de Deus em suas vidas, tais como: Enoque, ao ser trasladado por
Deus (Gn 5.24); quando concedeu um filho a Sara de forma milagrosa, pois além
de estéril estava avançada em idade (Gn 21); no momento em que Deus livrou
Daniel na cova dos leões (Dn 6); e tantos outros (Jz 13.3-5; I Sm 1.19; Jó
42.10; Is 6.6-8; Jr 1; Ez 1).
2. A intervenção
na história da civilização. No período da História Sagrada, abrangendo o Antigo e
o Novo Testamento, Deus interveio diretamente na civilização por ocasião do
Dilúvio e da Torre de Babel (Gn 6.7; 11.5). E, desde então, vem o Senhor
intervindo, na História, por intermédio de reinos e impérios, a fim de impor a
sua vontade soberana aos rebeldes e apóstatas (Jr 21.7; Is 45.1,13). Vê-se,
pois, que a intervenção divina na civilização jamais foi interrompida. De Adão
aos nossos dias, o Senhor sempre interveio na história humana. Doutra forma, a
humanidade seria inviabilizada. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º
Trimestre 2020. Lição 8, 23 Fevereiro, 2020]
- Deus também interfere na
história para atuar sobre uma coletividade, como no juízo que ele trouxe sobre
a terra por ocasião do dilúvio (Gn 6-8); na confusão das línguas (Gn 11.1-9);
na destruição das cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19.24-28); na formação e
preservação da nação de Israel (Gn 12.1-3; Êx 19.5,6); na destruição dos
cananeus, como está registrado no livro de Josué; no envio do profeta Jonas a
cidade de Nínive (Jn 1-4); na destruição do exército de Senaqueribe (II Rs
19.32-35); nas experiências dos servos de Deus em Babilônia, registradas no
livro do profeta Daniel (Dn 3).
“Uma das
teses mais pertinentes sustentadas pelos reformados é que Deus é o Senhor da
história. Pensar dessa forma significa atribuir a Deus o senhorio absoluto de
todas as áreas do universo, amplamente compreendidas. Esta visão é muito bem
expressa na frase de Abraham Kuyper: “Não há um centímetro no universo sobre o
qual Cristo não diga: é meu”. Deus não somente criou o universo, mas ele
interfere diretamente nele, modificando constantemente a nossa visão das coisas
para compreendermos os planos e as ações de Deus ao longo da História. O livro
de Josué deixa clara esta verdade. As estratégias militares e as conquistas de
guerra não servem para mostrar o poderio dos exércitos, mas para apresentar um
Deus que é capaz de cumprir seus objetivos em qualquer circunstância” (ultimato)
3. Jesus Cristo, a
única esperança para a civilização humana. Às vezes somos levados a pensar que o
Senhor Jesus veio a este mundo apenas para salvar indivíduos. Todavia, o amor
de Deus não se limita às biografias, porque Ele, amando o mundo de tal maneira,
enviou o seu Unigênito para salvar a todos, inclusive a civilização e a
História (Jo 3.16). Na Grande Comissão, somos instados a evangelizar até aos
confins da Terra, pois o Evangelho de Cristo redime tanto pessoas como povos e
civilizações (Mt 28.18-20). Chegará o dia em que toda a Terra encher-se-á do
conhecimento do Senhor (Is 11.2). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º
Trimestre 2020. Lição 8, 23 Fevereiro, 2020]
- A afirmativa do comentarista “Às vezes somos
levados a pensar que o Senhor Jesus veio a este mundo apenas para salvar indivíduos.” é estranha e carece de maiores explicações. Ensinamos que nosso Senhor
Jesus Cristo veio para realizar a obra de nossa redenção pelo derramamento de
seu sangue e morte sacrifical na cruz e que sua morte foi voluntaria, vicária,
substitutiva, propiciatória e redentora (Jo 10.15; Rm 3.24-25; 5.8; lPe 2.24),
e que, com base na eficácia da morte de nosso Senhor Jesus Cristo, o pecador
que crê é liberto do castigo, da pena, do poder e, um dia, da própria presença
do pecado e que é declarado justo, recebe vida eterna e é adotado pela família
de Deus (Rm 3.25; 5.8-9; 2Co 5.14-15; lPe 2.24; 3.18). Assim, é descabida a
afirmativa, ainda mais diante da declaração do próprio Jesus: “Porque o
Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10), o que, aliás, é o tema
principal do Evangelho de Lucas (Lc 5.31-32; 15.4-7,32).
- Devemos ter cuidado ao afirmar
que a missão do Unigênito é salvar a todos, isso nos leva ao Universalismo (doutrina ou crença que afirma
que todos os homens estão destinados à salvação eterna, em virtude da bondade
de Deus.) ou à afirmativa de que Jesus falhou em sua missão, já que nem
todos serão salvos. João 3.16 deve ser entendido à luz de toda a seção
(versículos 16 ao 21) onde está especificado os que serão realmente salvos. A
missão do Filho está ligada de maneira inseparável ao supremo amor de Deus pelo
"mundo" perverso e pecador
da humanidade (Jo 6.32,51; 12.47; Mt 5.44-45), que está em rebelião contra Deus.
A expressão "de tal maneira”
enfatiza a intensidade ou grandeza do amor de Deus. O Pai deu o seu único e
amado Filho para morrer em favor dos homens pecadores (2Co 5.21). A vida eterna
é concedida a todo aquele que crê no nome de Jesus. É muito mais do que simples
aceitação intelectual das afirmações do evangelho, inclui confiança e comprometimento
com Cristo como Senhor e Salvador, que resulta no recebimento de uma nova
natureza, que produz mudança no coração e obediência ao Senhor.
- Os discípulos foram enviados a
fazer "discípulos de todas as nações".
O amplo escopo do comissionamento dos discípulos é consumado por meio da
autoridade ilimitada de Jesus. O tipo de evangelismo evocado nessa comissão não
termina com a conversão do não crente, mas prossegue, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.
- O texto de Isaías 11.2 se
refere às três pessoas da santíssima Trindade. Do mesmo modo que o Espírito do Senhor
veio sobre Davi quando foi ungido rei (1Rs 16.13; Sl 15.11), ele também deverá
repousar sobre o descendente de Davi, o Cristo, que governará o mundo. Os
termos ‘sabedoria e entendimento... de
conselho e de fortaleza... conhecimento... temor do Senhor’ são os dons
espirituais compartilhados com o ungido, que capacitarão o Messias a julgar com
justiça e eficiência. O texto que fala que toda a terra se encherá do
conhecimento do Senhor é Habacuque 2.14, onde o profeta afirma que ao contrário
da autoexaltação dos caldeus, cujos esforços serão vãos, Deus afirma que toda a
terra reconhecerá a sua glória quando ele estabelecer o seu reino milenar (Nm
14.21; Sl 72.19; Is 6.3; 11.9).
CONCLUSÃO
A única esperança para a civilização humana é o
Evangelho de Cristo. Por essa razão, proclamemos a Palavra de Deus a tempo e a
fora de tempo, para que não venhamos a ser destruídos. Além do mais, o Senhor
Jesus constrange-nos a salgar e a iluminar a nossa geração através de um
testemunho eficaz: somente a Igreja de Cristo tem as propriedades do sal e da
luz. Que o nome de Cristo seja exaltado. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º
Trimestre 2020. Lição 8, 23 Fevereiro, 2020]
- Diante do exposto nas Escrituras,
com o pecado de desobediência cometido por Adão em oposição à vontade revelada
e à Palavra de Deus, o homem perdeu a inocência, tornou-se réu da pena de morte
espiritual e física, colocou-se sob a ira de Deus e ficou inerentemente
corrompido, irremediavelmente perdido e incapaz de escolher ou realizar o que e
aceitável a Deus sem a graça divina. A salvação dele se dá, portanto,
exclusivamente com base na graça de Deus por meio da obra redentora de nosso
Senhor Jesus Cristo (Gn 2.16-17; 3.1-19; Jo 3.36; Rm 3.23; 6.23; ICo 2.14; Ef
2.1-3; lTm 2.13-14; lJo 1.8). “E, assim,
a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10.17), a
única maneira de alcançar alguns para o reino de Deus é através da pregação do
Evangelho (Mt 28.19-20; At 20.21). Devemos pregar o Evangelho não para que não
venhamos a ser destruídos, mas por
que sobre nós pesa essa responsabilidade! 1Co 9.16). A Igreja é a única maneira
do mundo enxergar a Cristo, e a pregação a única maneira do pecador ser salvo.
Pb Francisco Barbosa