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6 de março de 2019

(ADULTOS) Lição 10: Poder do Alto Contra as Hostes da Maldade


REVISTA ADULTOS 1° TRIMESTRE 2019
TEMA: Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal
COMENTARISTA: Pr. Esequias Soares

- L I Ç Ã O  10 -
10 de março de 2019

Poder do Alto Contra as Hostes da Maldade

TEXTO ÁUREO
“Eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).

VERDADE PRÁTICA
As obras das trevas são demolidas pelo poder de Deus no trabalho de pregação do Evangelho de Cristo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 8.5-13,18-21.
5 E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo.
6 E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia,
7 pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados.
8 E havia grande alegria naquela cidade.
9 E estava ali um certo homem chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica e tinha iludido a gente de Samaria, dizendo que era uma grande personagem;
10 ao qual todos atendiam, desde o mais pequeno até ao maior, dizendo: Esta é a grande virtude de Deus.
11 E atendiam-no a ele, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas.
12 Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres.
13 E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito.
18 E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro,
19 dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo.
20 Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.
21 Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus.

INTRODUÇÃO
O relato do trabalho evangelístico de Filipe em Samaria nos chama a atenção. Primeiro, por causa da animosidade que havia entre judeus e samaritanos; depois, porque Jesus havia dito antes: não “entreis em cidade de samaritanos” (Mt 10.5). Mas a região foi palco de um grande avivamento com a chegada do Evangelho. Isso aconteceu no poder do Espírito Santo, que trouxe muita alegria, gozo e libertação na cidade, mas o Evangelho também veio para desfazer as obras das trevas. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 10, 10 Mar, 2019]
- O ministério de Filipe é descrito muito brevemente. Primeiro, ele se centraliza na proclamação de Jesus como o Cristo (v. 5). Ficamos imaginando se esta pregação se fazia em termos do profeta parecido com Moisés, visto que era nesses termos que os samaritanos concebiam seu próprio Messias. Este Felipe da narrativa não era o apóstolo, mas um dos sete diáconos (At 6.5). Ele é posteriormente chamado o "evangelista" (At 21.8). A cidade de Samaria não significa uma cidade cujo nome era Samaria, pois não existia tal cidade naquela época. Samaria era uma região (Mt 2.22). A antiga cidade de Samaria, a capital daquela região, havia sido destruída por Hircano, tão completamente que não deixou vestígios dela; e ele "tomou", diz Josefo, “as próprias marcas de que alguma vez existiu tal cidade”; ( Antiq. , livro 13, capítulo 10, seção 3). Herodes, o Grande, construiu depois uma cidade neste local e chamou-lhe Sebaste" isto é, Augusta, " em honra do imperador Augusto (Josefo, Antiq. , livro 15, capítulo 8, seção 5). Talvez esta cidade seja a principal cidade de Samaria; ou possivelmente "Sychar", outra cidade onde o evangelho havia sido antes pregado pelo próprio Salvador, e nesse campo, Filipe entra com a anunciação das Boas Novas. A narrativa de João 4 sugere o motivo que provavelmente determinou a escolha de Filipe: a semente já havia sido semeada, e os campos já estavam brancos para a colheita (Jo 4.35). Alguns daquela cidade já aceitaram Jesus como Cristo. É certo que os samaritanos estavam melhor preparados para receber o evangelho do que a maioria das nações gentias, pois adoravam o verdadeiro Deus e reconheciam a autoridade do Pentateuco. De fato, em alguns aspectos eles estavam mais bem preparados do que o corpo da nação judaica; como não encontramos, eles tinham ou as noções do reinado temporal do Messias como os judeus, ou tinham recebido os princípios saduceus, que eram ambos preconceitos muito fortes contra a religião cristã. – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I – CONTEXTO HISTÓRICO DE SAMARIA

“Os samaritanos eram os israelitas que se mesclaram com o povos estrangeiros durante o período da dispersão das Dez Tribos do Norte em 722 a.C. Com o passar do tempo, essa mescla veio a ser também religiosa. Na era apostólica, o clima entre judeus e samaritanos era tenso. O evangelho de João resume o relacionamento entre judeus e samaritanos nas seguintes palavras: “Judeus não se comunicam com os samaritanos” (Jo 4.9).”
- “Os samaritanos ocupavam o país que anteriormente pertencia à tribo de Efraim e à meia-tribo de Manassés. A capital do país era Samaria, anteriormente uma cidade grande e esplêndida. Quando as dez tribos foram levadas em cativeiro para a Assíria, o rei de Assíria enviou pessoas de Cuta, Ava, Hamate e Sefarvaim para habitar Samaria (2 Reis 17:24; Esdras 4:2-11). Esses estrangeiros casaram-se com a população israelita que ainda estava dentro e em torno de Samaria. Estes "samaritanos" de primeira adoravam os ídolos de suas próprias nações, mas por terem tido que lidar com leões, pensaram que era porque não tinham honrado o Deus daquele território. Um sacerdote judeu foi, portanto, enviado de Assíria para instruí-los na religião judaica. Eles foram instruídos com base nos livros de Moisés, mas ainda mantiveram muitos dos seus costumes idólatras. Os samaritanos adotaram uma religião que era uma mistura do Judaísmo e idolatria (2 Reis 17:26-28). Porque os habitantes israelitas de Samaria casaram-se com estrangeiros e adotaram a sua religião idólatra, os samaritanos eram geralmente considerados "mestiços" e universalmente desprezados pelos judeus.” (GOTQUESTIONS.ORG)

1. A fundação de Samaria. A cidade foi fundada pelo pai do rei Acabe, o qual reinava sobre dez tribos do norte, que se apartaram de Jerusalém no século 10 a.C. (1Rs 12.19,20). O nome do rei era Onri, que comprou um monte de um cidadão chamado Semer, onde fundou uma cidade a qual deu o nome de Samaria, em homenagem ao dono anterior, e fez dela a capital do seu reino (1Rs 16.24). Mesmo antes da dispersão dos israelitas do reino do Norte, já havia um clima de tensão entre Samaria e Jerusalém, Israel e Judá, os dois reinos que se dividiram após a morte de Salomão.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 10, 10 Mar, 2019]
- “Samaria significa “guardar ou prestar atenção”, mas de acordo com o livro de 1Reis 16,24, deriva Shemer antigo proprietário do local, que teria vendido ao Rei de Israel Omri. Em outra definição colhida da Bíblia On line, livro 1Reis 16,23-24 afirmao nome Samaria deriva de “Semer”, nome do homem de quem Onri comprou por dois talentos de prata o monte no qual construiu a cidade. E ainda: No grego, Samáreia. No hebraico, o nome significa “vigia”. Era a capital do reino do norte, Israel, após a divisão em Israel e Judá. É também conhecida como Sebastia, Sebastiya, Sebastiyeh, Sebastos, Sebustiyeh, Shamir, Shomeron, Shomron, "casa de Khomry" Samaria, capital do Reino do Norte, Israel. Samaria hoje é chamada de Cisjordânia. A região central da antiga Palestina e sua capital, agora chamada é de Sabasṭiyah. [...]Se reportarmos as Antigas Escrituras, Israel era constituída por doze tribos que vivenciavam certo “clima” de hostilidade entre elas. Estas mesmas tribos foram unidas no reinado de Saul, por volta de 1000 a.C. Depois de Saul vieram Davi e Salomão, que segundo algumas literaturas acessadas Salomão morreu em 930 a.C. aproximadamente, e a partir daí estas tribos romperam suas relações, surgiu portando o cisma, onde a população da região norte instituíram o Reino de Israel ou reino de Samaria (tribos: Efraim, Dã, Manassés, Isaacar, Zabulon, Neftali, Aser, Gad e Ruben), pois esta cidade à época, por volta do século IX a.C. foi escolhida para ser a sede da capital israelita. Ao sul o reino inimigo Judá (tribos: Benjamim, Judá e Simeão). A antiga Samaria foi destruída, aniquilada por inúmeras vezes, ainda sob o Império Romano. Herodes, o grande praticamente “decorou” Samaria com obras luxuosas, dando-lhe o titulo de Augusta em homenagem ao imperador romano de nome Augusto. Na época tornou-se uma das quatro regiões da Palestina.”. (ABIBLIA.ORG).

 “2. O cativeiro. Quando o rei da Assíria, Salmaneser, sitiou Samaria em 722 a.C., levou para o cativeiro as dez tribos do norte (2Rs 17.3). Mas foi Sargom II, sucessor de Salmaneser V, que concluiu o cativeiro dos israelitas das Dez Tribos do Norte. Os assírios levaram as Dez Tribos do Norte para outras regiões e trouxeram estrangeiros para povoarem a terra de Israel. Os poucos filhos de Israel que ficaram na terra se misturaram com os estrangeiros deportados de suas terras (2Rs 17.24-31). Desse modo, seus filhos não eram totalmente judeus nem completamente gentios; eram os samaritanos. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 10, 10 Mar, 2019]
Depois de várias investidas por parte da Assíria sobre as dez tribos do norte, em 722 a.C. caiu Samaria e com ela se foi Israel. Era o fim do reino turbulento. Na verdade, o cativeiro tinha começado muitos anos antes (771 e 740 a.C.), quando porções consideráveis do povo já haviam sido levados para as regiões da Assíria e da Babilônia. Uns poucos israelitas ficaram em Samaria, recebendo logo após a visita de outros povos enviados pelos assírios com o intuito de misturar os povos. Essa tática levou ao enfraquecimento da nacionalidade judaica e foi assim que surgiu os samaritanos na Palestina, uma mistura de judeus com outros povos. Alguns tiveram a sorte de ir para a província da Média, onde se dedicaram ao comércio e a pequena industria, e até floresceram. Os demais, encontraram-se com outros povos também vencidos, e com eles ter-se-iam dado em casamento, resultando dessa mistura o desprendimento da terra e das tradições. (Leia mais: https://igrejabatistapedraviva.webnode.com.br/news/o-cativeiro.)

“3. As diferenças entre judeus e samaritanos. Os judeus recusaram a ajuda dos samaritanos na reconstrução do templo de Jerusalém quando Judá retornou do cativeiro babilônico (Ed 4.1-4). Os samaritanos rejeitaram as Escrituras do Antigo Testamento, adotaram apenas o Pentateuco e também construíram um templo rival no monte Gerizim. Com esses fatos, a ruptura samaritana se consolidou, mas eles esperavam também a vinda do Messias (Jo 4.25). Na era apostólica, Samaria era o nome da cidade e ao mesmo tempo da província romana. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 10, 10 Mar, 2019]
- O Judeus consideravam os samaritanos como cerimonialmente impuros, ou seja, que eles não podiam cultuar a Deus de forma correta segundo a Lei. Rejeitaram qualquer aproximação com eles. A rixa ficou ainda mais forte quando samaritanos resolveram construir o próprio templo de adoração no Monte Gerizim por volta do ano 400 a.C (Já que não eram aceitos no templo de Jerusalém, capital do reino sul). Esse templo foi destruído em 108 a.C. por João Hircano, que era do grupo dos judeus. Por isso, judeus e samaritanos viviam de certa forma próximos, mas separados por certo ódio histórico que havia entre eles. MacArthur observa: “Os samaritanos representavam uma ofensa tão grande que eles nem queriam por os pés na Samaria. Embora a rota mais curta atravessasse essa província, os judeus nunca usavam esse caminho. Eles tinham a própria trilha, que ia ao norte da Judéia, a leste do Jordão, entrando na Galiléia. Jesus bem poderia ter seguido por essa rota, muito usada, que unia a Judéia à Galiléia”. John F. MacArthur, O Evangelho Segundo Jesus, (Editora Fiel, São Paulo, 1991), p. 57.
 -“Nos tempos de Jesus essa separação permanecia, pois os religiosos “oficiais” de Jerusalém não aceitavam os samaritanos como judeus puros e criou-se uma tradição de que samaritanos tinham, por conta de sua história, uma impureza que os incapacitava de cultuar a Deus de forma correta. Por isso, judeus tinham receio até mesmo de pedir favores a samaritanos para não se contaminarem e ficarem cerimonialmente impuros. A questão era tão severa que nem mesmo utensílios eram compartilhados, fato que possivelmente foi o foco da surpresa da mulher samaritana quando Jesus, além de conversar com ela mesmo sendo ela mulher e samaritana (pois não era comum mestres conversarem com mulheres em público), ainda pediu a ela de beber, o que implicaria de Jesus compartilhar o jarro de água dela, o que era algo incomum para os judeus fazerem com relação a um samaritano, pois criam que ficariam impuros se fizessem isso.” (ESBOCANDOIDEIAS.COM)


II - O EVANGELHO ENTRE OS SAMARITANOS
O relacionamento cristão com os samaritanos começou de forma salutar com o Senhor Jesus e depois continuou com Filipe. Este aqui é o mesmo que foi escolhido como um dos sete diáconos (At 6.5), mas logo se destacou na pregação do Evangelho e aparece cerca de vinte anos depois como evangelista (At 21.8).”

1. Jesus e os samaritanos. Os samaritanos, numa ocasião, recusaram-se a receber Jesus quando Ele estava a caminho de Jerusalém (Lc 9.52,53). Mas, na aldeia de Sicar, em Samaria (Jo 4.5), os samaritanos receberam Jesus e creram na sua mensagem como resultado do testemunho da mulher samaritana (Jo 4.39-42). A passagem do Bom Samaritano (Lc 10.25-28) foi uma lição para os judeus: eles não deviam imitar o levita nem o sacerdote, mas o samaritano. Jesus proibiu os discípulos de entrarem em cidades de samaritanos, porque Ele fora enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt 10.5,6), uma vez que ainda não era tempo. Mas, depois de sua ressurreição dentre os mortos, Jesus mandou pregar também em Samaria (At 1.8). Filipe agora estava cumprindo com êxito essa missão. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 10, 10 Mar, 2019]
- No texto de Lucas 9.52 e 53, os Samaritanos não quiseram receber Jesus porque eles descobriram que ele estava indo para Jerusalém, ele iria adorar no templo, e assim, com efeito, condenar o culto samaritano no Monte Gerizim. Como já exposto, ambos os povos não se davam e uma das pendengas era o lugar onde se deveria adorar, se no monte Gerizim ou em Jerusalém. Os judeus afirmavam Jerusalém era a cidade do Templo; os samaritanos defendiam o monte Gerizim, e construíram um ali. Eles provavelmente tinham ouvido falar dos milagres de Jesus e que ele afirmava ser o Messias. Talvez eles esperassem que ele decidisse esta questão e apoiasse a idéia de que estavam certos em relação à construção do templo. Se ele tivesse decidido a questão dessa maneira, eles o teriam recebido como o Messias alegremente; mas quando eles viram que ele estava indo entre os judeus - que “por irem embora”; ele decidiria a seu favor, eles resolveram não ter nada a ver com ele, e o rejeitaram.

“2. O poder de Deus entre os samaritanos. Filipe foi impulsionado pelo Espírito Santo; do contrário, não ousaria enfrentar as hostilidades dos samaritanos. Filipe “lhes pregava a Cristo” (v.5) com poder, de modo que as multidões prestavam atenção no que ele dizia, pois “ouviam e viam os sinais que ele fazia” (v.6). Era algo inédito e que atraía as multidões: “pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados” (v.7). Essa manifestação era o autêntico poder do alto contra as hostes por meio da pregação do Evangelho. Filipe revolucionou a cidade pelo poder de Deus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 10, 10 Mar, 2019]
- O ministério de Filipe foi marcado por exorcismos e curas. Neste aspecto, seu minis­tério seguiu o padrão apostólico e, na verdade, o padrão do ministério do próprio Senhor Jesus. Lucas, com mais freqüência do que os demais evangelistas, estabelece uma distinção clara entre doenças comuns e a possessão demoníaca, conforme o exemplo dado nesta passagem. Das várias curas que Lucas anota, as de coxos e paralíticos aparecem com maior freqüência neste livro, sem dúvida alguma porque constituíam sinais de que a esperança messiânica estava sendo cumprida (Is 35.3,6). Em terceiro lugar, o ministério de Filipe redundava em alegria. O Espírito de Deus despertou um companheirismo amoroso nos cristãos, que suplantou todo o ódio racial existente há séculos. A formação da Igreja em Samaria indica que não há nenhum espaço para o racismo na Igreja (1 Co 12; G1 3.26-28), pois Jesus morreu pelos pecados do mundo inteiro. Quando os apóstolos ouviram da conversão dos samaritanos, eles enviaram Pedro e João para lá. Eles lhes impuseram as mãos e os samaritanos receberam o Espírito Santo (8:14-17)

“3. O batismo no Espírito Santo. Havia muita alegria na cidade com a chegada de Filipe, que batizava homens e mulheres (v.12). A notícia desses fatos chegou à Igreja de Jerusalém, que enviou os apóstolos Pedro e João, os quais trouxeram o que ainda faltava aos samaritanos convertidos: o batismo no Espírito Santo. Ao chegarem a Samaria, eles impuseram as mãos sobre os novos crentes, que “receberam o Espírito Santo” (v.13). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 10, 10 Mar, 2019]
- Já ouviu falar no termo simonia? Sua origem remonta a essa passagem de Atos 8 quando Simão, o mago, ofereceu dinheiro para ter o mesmo poder de impor as mãos e batizar com o Espírito Santo. A história da Igreja dos séculos posteriores associa Simão a heresias e o identifica como um inimigo da fé cristã. As suas ações acabaram por fornecer ao léxico da Igreja a expressão simonia, alusiva à compra e venda de cargos eclesiásticos.
Pedro e João eram os mensageiros oficiais da Igreja de Jerusalém para anunciar aos samaritanos o que tinha acontecido em Pentecostes. Os samaritanos tinham de saber acerca da salvação proveniente dos judeus. Os judeus, por outro lado, tiveram de entender a respeito da salvação que alcançara os samaritanos. Jesus disse em João 17 que o mundo saberia que Ele viera do Pai quando visse a unidade do corpo de Cristo. Sabendo do profundo ódio existente entre judeus e samaritanos, Deus manifestou-se a ambos para mostrar que eles estariam unidos como Igreja. A dependência dos samaritanos pela ação dos judeus para receber o dom do Espírito Santo era sinal da cura, ou seja, os dois povos estavam para se tornar apenas um. Quando Pedro orou depois pelos gentios, eles acreditaram imediatamente e receberam o dom do Espírito Santo sem qualquer imposição de mãos (cap. 10). Isso serviu de sinal para que todos os judeus soubessem que o mesmo dom estava sendo dado também aos gentios. O Espírito Santo era o fator unificador que traria judeus, sarnaritanos e gentios em um mesmo corpo.” (BIBLIOTECABIBLICA)

III - FILIPE EM SAMARIA E SIMÃO, O MÁGICO
Antes da chegada de Filipe à Samaria, ali estava Simão, o mágico, um entre os vários impostores que afirmavam possuir os segredos da natureza e comunicar-se com o mundo invisível, dedicando-se ao ocultismo e ao curandeirismo. Tudo isso se chama artes mágicas, superstições populares e práticas enganosas sob a égide do príncipe das trevas.”

1. Simão, o mágico. Nesse contexto de tanta alegria e gozo entre o povo mediante a obra realizada por Filipe, surge a figura de um cidadão: “Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica e tinha iludido a gente de Samaria, dizendo que era uma grande personagem” (v.9). Ele já estava na cidade antes da chegada de Filipe e era reconhecido pela população como “a grande virtude de Deus” (v.10). Isso significa que Simão se declarava um tipo de emanação ou representação do ser divino. No entanto, não passava de um embusteiro que, durante muito tempo, iludia o povo com artes mágicas (vv.9,11). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 10, 10 Mar, 2019]
- Simão, o mago, era um praticante de feitiçaria em Samaria, que impressionava o povo com magia. Muitos samaritanos achavam que ele era divino e o chamavam de “o Grande Poder” (At 8.9-10). Esse mágico impressionava a muitos e, assim, garantiu uma ampla audiência. Quando Filipe anunciou a Jesus Cristo, os seguidores de Simão o deixaram, creram no Salvador e passaram a ser batizados. Lucas, o autor de Atos, observa: “O próprio Simão abraçou a fé; e, tendo sido batizado, acompanhava a Filipe de perto, observando extasiado os sinais e grandes milagres praticados” (At 8.13). Simão o mago também creu e foi batizado (At 8.13). Como feiticeiro, Simão pensou que podia manipular forças espirituais para fazer a sua vontade.
- “A História registra que o mesmo Simão retornou anos depois como “Simão, o Mago”, um líder de culto herético que apareceu durante o desenvolvimento da igreja primitiva e fundou uma seita pseudo-cristã rival. Os primeiros pais da igreja que escreveram em defesa do verdadeiro Evangelho depois da morte dos apóstolos, dos quais alguns foram até martirizados por isso, relataram extensivamente sobre Simão, o Mago. Irineu atribuiu a ascensão do gnosticismo herético a Simão, o qual descreveu como um propagador do falso conhecimento (o gnosticismo enfatiza a obtenção esotérica do “conhecimento secreto” de Deus. Justino Mártir condenou os ensinos de Simão. Hipólito relatou que Simão criara uma vasta filosofia gnóstica e que tentara imitar a ressurreição de Cristo, sendo sepultado vivo, com a promessa de ressuscitar três dias depois. Entretanto, as coisas finalmente acabaram mal para ele quando o “milagre” fracassou. Os pais da igreja primitiva citaram amplamente os escritos das religiões antigas e heréticas, repletos de menções a Simão, o Mago. O livro apócrifo A Grande Revelação, do século 2, supostamente escrito por Simão (embora mais provavelmente por seus discípulos); o apócrifo Atos de Pedro, do século 3; e a literatura Pseudo-Clementina. A Grande Revelação fala abertamente sobre a posição de Simão como um pretenso redentor; os outros livros mostram Simão como oponente de Pedro, lutando com ele até a morte em Roma. Contam que Pedro supostamente frustrou a tentativa de Simão de flutuar no ar, fazendo com que ele caísse por terra.” (CHAMADA)

“2. A conversão de Simão, o mágico. O texto sagrado afirma: “E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito” (v.13). É difícil saber até que ponto a conversão de Simão, o mágico, era genuína, pois o relato indica tratar-se de uma conversão meramente intelectual ou artificial. A avaliação do apóstolo Pedro foi: “o teu coração não é reto diante de Deus” (v.21). Assim, impressionado com os milagres que Filipe operava, Simão teria se convencido de ser Jesus o Messias, mas não houve transformação em sua vida. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 10, 10 Mar, 2019]
- Embora esse homem tenha recebido o batismo, ele ainda tinha um longo caminho até compreender de modo mais claro a doutrina cristã e alcançar crescimento pessoal. O versículo 13 indica que Simão creu na mensagem pregada por Filipe e pelos sinais que seguiam à pregação, mas sua conversão não foi genuína e isso se comprova pelo fato de que pensava poder comprar aquele poder de batizar com o Espírito Santo. Ele confundiu o trabalho de Deus com suas práticas mágicas do passado. O fato de outros terem pago pelos segredos da sua magia motivou Simão a pensar que esse era o melhor modo para se aproximar de Pedro. Porém, ele logo aprendeu sobre o grave erro que estava cometendo. As palavras de Pedro no versículo 21, indicam que a confissão e o batismo de Simão não eram genuínos. A história da Igreja dos séculos posteriores associa Simão a heresias e o identifica como um inimigo da fé cristã.

“3. A repreensão do apóstolo Pedro. Simão, o mágico, foi desmascarado na tentativa de subornar o apóstolo Pedro, pensando ser possível comprar o poder do Espírito Santo. Essa atitude não condiz com a postura de um novo convertido que ainda não compreende a natureza da fé crista (1Tm 3.6). Parece que Simão imaginou ter descoberto uma nova fórmula mágica, como os exorcistas de Éfeso (At 19.13) e, dessa forma, achou que podia comprar essa “fórmula” para ampliar o seu curriculum e acrescentar ao seu cardápio um novo serviço para o povo. Ele não agiu com sinceridade, por isso o apóstolo Pedro o amaldiçoou (vv.20-23). Foi do nome de Simão que veio o termo “simonia”, que consiste no ato deliberado de comprar ou vender as coisas espirituais. Os discípulos de Simão ainda estão por aí negociando e vendendo as coisas espirituais. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 10, 10 Mar, 2019]
- “E Simão, vendo que pela imposição das mãos [...] era dado o Espírito Santo. O texto não revela exatamente o que Simão viu. O dom de línguas, até então, era um sinal concedido à nação de Israel (1 Co 14.20-22), assim como é provável que o mesmo sinal estivesse presente a cada passo do início da expansão do evangelho — em Jerusalém, Samaria e na casa de Cornélio (cap. 10). Por outro lado, a palavra ver aqui pode significar simplesmente que Simão percebeu o que estava acontecendo.” (BIBLIOTECABIBLICA)
- Quando Simão tentou comprar este dom do apóstolo Pedro, recebeu uma das mais severas repreensões encontradas no Novo Testamento (v. 20-23). A descrição bíblica termina com Simão implorando a Pedro para rogar ao Senhor em seu nome, esperando escapar das conseqüências da condenação que Pedro lançou sobre ele (v. 24).


CONCLUSÃO
A história de Simão, o mágico, nos mostra que seu comportamento foi reprovado por Deus. Há uma diferença abissal entre o poder que vem do alto, o poder sobrenatural do Espírito Santo, e os pseudomilagres operados por charlatões e embusteiros, agentes a serviço do reino das trevas. Isso nos serve de lição para estarmos alertas quanto aos líderes enganosos. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 10, 10 Mar, 2019]
- Apesar de sua aparente conversão, Simão era na verdade, um herege que nutria motivos corruptos, mantidos ocultos até seu contato dramático com Pedro (v. 18-24). De fato, alguns importantes sinais no texto bíblico nos ajudam a concluir que a profissão de fé de Simão não foi sincera. Sua “conversão” aconteceu somente depois que ele perdeu sua audiência para Filipe (v.11-12). A Bíblia conta que Pedro e João impuseram as mãos para que os cristãos samaritanos recebessem o Espírito Santo (v.17). Mas Simão, cujo nome foi referido nos versículos 10-13, não é citado entre os que receberam o Espírito Santo. Suas ações evidenciam os frutos podres de um coração irregenerado - Pedro o acusou de “maldade” e de estar em “fel de amargura e laço de iniqüidade” (v.22-23). Além do que, depois de repreendido pelo apóstolo a arrepender-se e a orar por perdão, ele não o fez, e em vez disso, pediu a Pedro: “Rogai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes sobrevenha a mim” (At 8.24). A fala de Simão não revela arrependimento sincero, simplesmente um desejo de evitar o julgamento.
A lição de Simão, o Mago, ainda é clara: falsos profetas e ensinadores são um grande perigo quando aparentam seguir práticas familiares e tradições cristãs, enquanto alimentam idéias que são contrárias às Escrituras. Somos avisados: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1 Jo 4.1). O Senhor nos adverte a que nos apeguemos à verdade: “A graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1.17). Vamos discernir a verdade, praticá-la e nos firmar em Jesus, o Único que veio para nos salvar. (Craig L. Parshall — Israel My Glory — Chamada.com.br)

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Março de 2019

PARA REFLETIR
A respeito de “Poder do alto contra as hostes da maldade”, responda:
• Quais os dois últimos fatos que consolidaram a ruptura dos samaritanos?
Os samaritanos rejeitaram as Escrituras do Antigo Testamento, adotaram apenas o Pentateuco e também construíram um templo rival no monte Gerizim.
• Qual a atitude dos samaritanos da cidade de Sicar, de Samaria, em relação a Jesus?
Na aldeia de Sicar, em Samaria (Jo 4.5), os samaritanos receberam Jesus e creram na sua mensagem como resultado do testemunho da mulher samaritana (Jo 4.39-42).
• Como Filipe revolucionou a cidade de Samaria?
Filipe revolucionou a cidade pelo poder de Deus.
• Como Simão, o mágico, foi desmascarado?
Simão, o mágico, foi desmascarado na tentativa de subornar o apóstolo Pedro, pensando ser possível comprar o poder do Espírito Santo.
• O que significa o termo “simonia” e de onde vem?
Simonia consiste no ato deliberado de comprar ou vender as coisas espirituais. O termo deriva do nome de Simão. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 10, 10 Mar, 2019]