TEMA: Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra
as potestades do mal
COMENTARISTA: Pr. Esequias Soares
- L I Ç
à O 9 -
3 de março de 2019
Conhecendo
a Armadura de Deus
TEXTO ÁUREO
“Portanto,
tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo
feito tudo, ficar firmes” (Ef 6.13).
VERDADE PRÁTICA
A
metáfora do sistema militar, usada por Paulo, mostra que estamos em guerra no
mundo espiritual. Estejamos, pois, cingidos com a armadura espiritual!
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 6.13-20.
13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais
resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.
14 Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a
verdade, e vestida a couraça da justiça,
15 e calçados os pés na preparação do evangelho da paz;
16 tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis
apagar todos os dardos inflamados do maligno.
17 Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito,
que é a palavra de Deus,
18 orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito
e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos
19 e por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a
palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho,
20 pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar
dele livremente, como me convém falar.
INTRODUÇÃO
“A presente lição é a continuação da
anterior. Lá vimos que existe uma batalha espiritual e invisível entre os
crentes em Jesus e o reino das trevas. Aqui, vamos estudar como o apóstolo
Paulo usou os instrumentos bélicos do sistema da época como metáfora. Essa
ilustração é um recurso didático importante porque facilita a compreensão dos
cristãos para o bom combate.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 9, 3 Mar, 2019]
- Na última lição foi exposto que Paulo em Efésios 6.12
indica claramente que o conflito com Satanás é espiritual e, portanto, nenhum
arma física pode ser usada efetivamente contra ele e seus demônios. Não temos
uma lista de táticas específicas que ele vai usar. No entanto, a passagem é bem
clara ao dizer que quando seguimos todas as instruções fielmente, vamos poder
resistir ao poder do mal e ter vitória, qualquer que seja a sua ofensa. No
versículo 13 está o motivo pelo qual devemos nos revestir de toda a armadura de Deus: “...para que
possais resistir no dia mau.” A pergunta é: como resistir, opor-se, fazer
face ao diabo? Em Efésios 6.14-17, Paulo passa a dizer que o crente deve
resistir ao diabo revestindo-se da armadura de Deus. – Dito isto, convido-o a pensar
maduramente a fé cristã!
I – A GUERRA
“Segundo o Dicionário
Teológico Beacon, guerra é “o recurso das nações para tratar de resolver
diferenças pela força das armas. As guerras sempre são produtos da
pecaminosidade humana, seja por instigação imediata ou causa indireta”. Mas a
legitimidade da guerra pode depender de sua motivação.”
- As guerras são o resultado do egoísmo, avareza e poder do
homem, resultando na miséria daqueles que estão envolvidos direta e
indiretamente. Muitas atrocidades são cometidas na guerra, mesmo quando a causa
é "justa". Na Bíblia, Deus nos aconselha a ter paz com todos os
homens (Rm 12.18). Devemos promover a paz, mas também precisamos estar
conscientes que sempre haverá conflitos; Jesus alertou que no fim dos tempos
haveriam muitas guerras e rumores de guerras (Mt 24.6-7).
“1. Ao longo dos séculos. Desde a batalha dos israelitas contra Ai,
por volta de 1400 a.C. (Js 8.21-26), até Massada, em 73 d.C., a Bíblia registra
cerca de 20 batalhas principais. Pessoas de todas as civilizações antigas —
egípcia, assíria, babilônica, grega e romana — estavam acostumadas com a
presença dos soldados no meio do povo. E a palavra profética anuncia guerras
até o fim dos tempos (Dn 9.26).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 9, 3 Mar, 2019]
- A guerra nunca é uma boa coisa,
mas às vezes é necessária. Em um mundo cheio de pessoas pecadoras (Rm 3.10-18),
a guerra é inevitável. Às vezes a única forma de evitar que pecadores causem
dano ainda maior a pessoas inocentes é através da guerra. Deus mesmo fez uso
deste artifício humano para dar cabo ao Seu magnífico plano redentor. Uma
passada rápida pelas páginas do Antigo Testamento, vemos o SENHOR ordenando aos
israelitas: “Vinga os filhos de Israel
dos midianitas” (Nm 31.2). Moisés declara em Deuteronômio 20.16-17: “Porém, das cidades destas nações que o
SENHOR, teu Deus, te dá em herança, não deixarás com vida tudo o que tem
fôlego. Antes, como te ordenou o SENHOR, teu Deus, destruí-las-ás totalmente...”
Além disso, 1 Samuel 15.18 diz: “Enviou-te
o SENHOR a este caminho e disse: Vai, e destrói totalmente estes pecadores, os
amalequitas, e peleja contra eles, até exterminá-los.” Destas passagens,
então, compreendemos que o SENHOR não é contra toda a guerra (Ml 3.6, Tg 1.17).
(Veja mais sobre O
que a Bíblia diz sobre a guerra?, aqui)
“2. Os antigos. Os antigos encaravam a guerra como algo sagrado; esse era o
contexto da época. Era usual oferecer sacrifícios antes da partida das tropas
militares para a batalha a fim de invocar, das divindades, proteção e vitória
(Jr 51.27). Essa prática era também generalizada em Israel (1Sm 13.10-12; Sf
1.7). Deus permitia e, às vezes, até ordenava a guerra no período do Antigo
Testamento (1Sm 23.2-4).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 9, 3 Mar, 2019]
Na antiguidade, as guerras eram encaradas
como embates entre os deuses dos povos mitigantes. Deus chamou o povo à guerra
várias vezes, lutando com eles, por causa da degradação moral do povo inimigo
(Dt 1.30). Há muitas histórias bélicas, sobretudo durante a conquista da Terra
Prometida, onde a violência é protagonista e surpreendentemente justificada
como vontade de Deus. Ela aparece até mesmo em orações, como O Salmo 136, que é
muito bonito e canta a história de Deus no meio do seu povo. Esse salmo nos diz
que Deus “feriu reis famosos; matou reis
poderosos; Seon reis dos amorreus e Og rei de Basã... porque eterno é seu amor!”
(Sl 136,17-20).
“3. Sentido metafórico. O tema sobre a guerra
não aparece no Novo Testamento. A guerra é, em si mesma, incompatível com o
espírito cristão. Jesus nos ensinou: “Bem-aventurados os pacificadores, porque
eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). A guerra aparece nas Escrituras
no sentido figurado para ilustrar a luta contra a morte (Ec 8.8), da mesma
forma que ilustra a maldade dos ímpios (Sl 55.21). Na presente lição, o enfoque
é metafórico, representando a nossa luta espiritual contra os inimigos da nossa
salvação (2Co 10.3; 1Tm 1.18).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 9, 3 Mar, 2019]
- Por causa da maldade humana, a guerra
é um problema real de nosso mundo. Por esse motivo, nas Escrituras, as guerras
listadas foram bem reais e sangrentas, e muitas vezes, ordenadas por Deus. As
Escrituras se referem a Deus como “Senhor
dos Exércitos” e narra muitas batalhas. No Novo Testamento, Jesus encontrou
com soldados romanos que estavam cumprindo ordens e não os censurou por matar,
disse apenas que deveriam se contentar com seu salário e não se corromper (Lc 3.14).
Em Mateus 8.5-10 e Atos 10 lemos sobre a fé de soldados que não foram
recriminados por Jesus por terem matado ninguém2.
“Metáfora
é uma figura de linguagem que produz sentidos figurados por meio de comparações
implícitas. Ela pode dar um duplo sentido à frase. Com a ausência de uma
conjunção comparativa. Também é um recurso expressivo” (Wikipédia). Em se tratando de
metáforas, As Escrituras se valem delas e de uma forma tão rica de sentido, e
que, quando analisadas com cuidado, lançam luz especial sobre nossa compreensão
de assuntos espirituais.
II - A METÁFORA BÍBLICA
““Guerra”, “batalha”, “luta”, “combate”, “peleja” são termos
do dia a dia para indicarmos, muitas vezes, um debate ou discussão e, também,
para nos referirmos às dificuldades da vida. Mas a metáfora aqui se aplica na
defesa e no combate espiritual, na pregação e no ensino da Palavra.”
“1. A armadura do soldado romano. A sociedade contemporânea do
apóstolo Paulo conhecia com abundância de detalhes toda a armadura do soldado
romano. Efésios é uma das quatro epístolas da primeira prisão de Paulo,
juntamente com Filipenses, Colossenses e Filemom (v.20; Ef 3.1; 4.1; Fp 1.13;
Cl 4.3; Fm 9,10,13,23). Assim, o apóstolo escreveu aos efésios de sua prisão
domiciliar em Roma, vigiada pela guarda pretoriana (At 28.16,30,31). Paulo
convivia com esses soldados diariamente e conhecia com detalhes a armadura
daqueles que o vigiavam.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 9, 3 Mar, 2019]
- “A guarda pretoriana
(latim: Praetoriani) era o grupo de legionários experientes encarregados da
proteção do pretório (praetorium), parte central do acampamento de uma legião
romana, onde ficavam instalados os oficiais. Com a tomada do poder por
Otaviano, transformou-se na guarda pessoal do imperador”. (Wikipédia).
- Paulo viveu numa época dominada pelo maior e mais
poderoso exército da Antiguidade. As legiões romanas estavam presentes na sua
vida desde sua cidade natal, que era província romana, até Jerusalém, para onde
foi completar seus estudos, pois ali estava sediada a mais eficiente legião
romana, a terceira. Durante suas
viagens missionárias, ele circulou entre militares pelas cidades que passava e
teve a convivência com muitos deles, nas prisões a que se submeteu e em todas
anunciou o evangelho. O soldado romano quando saia à guerra estava totalmente
equipado para enfrentar o inimigo. Tinha sobre si a armadura e as armas para se
proteger contra o inimigo, assim, Paulo usa algo bem conhecido em seus dias
para ensinar verdades espirituais. “Portanto,
usem cada peça da armadura de Deus para resistir ao inimigo sempre que ele
atacar e, quando tudo estiver acabado, vocês ainda estejam de pé.” (Ef 6.13)
“2. A armadura de Deus (v.13). Mesmo depois de tomar toda a armadura de Deus, o apóstolo
nos exorta a ficarmos firmes. Depois da vitória, o soldado romano permanecia em
pé e vitorioso. Paulo acrescenta: “tendo cingidos os vossos lombos com a
verdade” (v.14a). Isso significa usar a verdade como cinturão (Is 11.5). Essas
metáforas são apropriadas, pois usam as coisas da vida diária, conhecidas de
todos, para esclarecer verdades espirituais.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019.
Lição 9, 3 Mar, 2019]
- “Três mil anos atrás […] as mulheres (e os homens) usavam roupas bem
soltas. Para realizar trabalhos físicos precisavam segurar a roupa e prendê-la
com um cinturão. Só assim poderiam movimentar-se livremente. Esse cinturão por
cima da roupa era uma preparação necessária para o trabalho pesado e também
para esforços prolongados. O ato de cingir-se ou de prender a roupa com o
cinturão era também um fator psicológico para o trabalho. Da mesma forma que
colocar um avental, roupa de faxina, roupa de ginástica, roupa para pintar ou
roupa para cuidar do jardim, ou até mesmo arregaçar as mangas, o ato de colocar
o cinturão significava preparar-se para o trabalho. Esse ato preparatório e a
roupa apropriada incentivavam a atitude de “Vamos lá!” em relação à tarefa do
momento. O cinturão é um símbolo da força mental e física que é adquirida
quando se entra na arena do trabalho”. (GEORGE, Elizabeth. Bela aos olhos
de Deus. Campinas, SP: Editora United Press, 2002. p. 117).
- Como se pode notar, não falta nada
nessa armadura. Ela é completa. De fato, sendo uma armadura de Deus, as partes
componentes desta armadura não tem absolutamente nada por acaso. “E havendo feito tudo, ficar firmes” - A
palavra grega significa, trabalhar, produzir ou produzir; e depois trabalhar,
acabar, vencer. A idéia parece ser que eles deveriam superar ou vencer todos os
seus inimigos e, assim, permanecer firmes. Toda a linguagem aqui é tirada da
guerra; e a idéia é que todo inimigo deve ser subjugado - não importa quão
numerosos ou formidáveis eles possam ser. Segurança e triunfo só poderiam ser
procurados quando todo inimigo fosse morto.
- John Wesley comentando “tendo cingidos os vossos lombos com a verdade” (v.14a), escreve: “E os seus pés calçados com a preparação do
evangelho - Que isto esteja sempre pronto para dirigir e confirmar você em cada
passo. Esta parte da armadura, para os pés, é necessária, considerando a
jornada que temos que percorrer; que corrida correr. Nossos pés devem estar tão
calçados que nossos passos não escorreguem. Para ordenar nossa vida e nossa
conversa corretamente, somos preparados pela bênção do evangelho, a paz e o
amor de Deus reinando no coração, Colossenses 3: 14-15 . Por isso só podemos
trilhar os caminhos brutos, superar nossas dificuldades e resistir até o fim”.
“3. A couraça da justiça (v.14). É uma armadura defensiva em forma de um manto de ferro
feito de couro, tiras de metal ou escamas de bronze (1Sm 17.5). Sua função é
proteger o pescoço, o peito, os ombros, o abdome e as costas. Dependendo da
época e da civilização, a couraça chegava até a coxa. O apóstolo Paulo usa a
couraça como metáfora para ilustrar a defesa espiritual como “couraça da
justiça” (v.14), um abrigo contra as feridas morais e espirituais e uma
proteção da justiça de Cristo imputada ao pecador; é a “couraça da fé” (1Ts
5.8).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 9, 3 Mar, 2019]
- “Estai, pois,
firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da
justiça” - Há aqui uma referência óbvia a duas passagens de Isaías (Is 11.5
e 59.17). A verdade e a justiça são praticamente idênticas ou, pelo menos,
inseparáveis. Portanto, eles são comparados com o cinto forte, e o peitoral
continua com ele, formando a armadura do corpo. Talvez a "verdade"
seja tomada como o cinto porque é o único vínculo da sociedade e do caráter
individual. Mas estando nos dois juntos os homens estarão "armados e
fortes em honestidade". Em 1Ts 5.8, a metáfora é diferente e talvez menos
exata. O peitoral é o "peitoral da
fé e do amor" - o que aqui é o escudo. John Wesley comenta: “Tendo seus lombos cingidos - Que possam
estar prontos para todo movimento. Com a verdade - não apenas com as verdades
do evangelho, mas com a "verdade nas partes interiores"; pois sem
isto todo o nosso conhecimento da verdade divina será apenas um cinto fraco
"no dia do mal". Então nosso Senhor é descrito, Isaías 11: 5 . E como
um homem cingido está sempre pronto para prosseguir, isso parece intimar um
coração obediente, uma vontade pronta. Nosso Senhor acrescenta aos lombos
cingidos, as luzes acesas, Lucas 12:35 ; mostrando que observar e obedecer
prontamente são os companheiros inseparáveis da fé e do amor. E tendo na
couraça da justiça - A justiça da pureza imaculada, na qual Cristo nos
apresentará sem defeito perante Deus, através do mérito do seu próprio sangue.
Com esta couraça nosso Senhor é descrito, Isaías 59:17 . No peito é a sede da
consciência, que é guardada pela justiça. Nenhuma armadura para as costas é
mencionada. Estamos sempre para enfrentar nossos inimigos”.
III - OUTRAS ARMAS USADAS COMO ILUSTRAÇÃO
“O apóstolo Paulo não foi exaustivo ao elencar os
instrumentos bélicos de sua geração. Aqui vamos apresentar os demais elementos
apresentados na sua lista.”
“1. Os calçados (v.15). O termo hebraico naal, “sandália, sapato”, e
o seu correspondente grego na Septuaginta e no Novo Testamento, hypodema,
“sandália”, vem do verbo hypodeo, “atar debaixo”, e diz respeito ao calçado
formado por uma sola de couro que se amarra ao pé com correias ou cintas. Era
uma peça do vestuário usada pela população civil (Jo 1.27; At 7.33). No caso do
soldado, porém, era necessário para segurança e prontidão na marcha (Is 5.27).
Isso, na linguagem figurada, remete a agilidade e prontidão na obra da
evangelização e na pregação do evangelho da paz.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019.
Lição 9, 3 Mar, 2019]
- Adam
Clarke comenta: “Seus pés
calçados - κνημιδες , ou grevas, já foram descritas; eles foram considerados de
importância essencial na antiga armadura; se os pés ou as pernas estiverem
gravemente feridos, um homem não poderá resistir a seu adversário, persegui-lo,
se for derrotado, ou fugir dele, se tiver o pior da luta. Para que o apóstolo
tenha obediência ao Evangelho em geral, não pode haver dúvida; mas ele parece
ter mais do que isso, uma prontidão para publicar o Evangelho: pois, quão belos
nas montanhas são os pés daquele que anuncia boas novas, que anuncia a paz; que
traz boas novas do bem, que anuncia a salvação; que diz a Sião: O teu Deus
reina! Isaías 52: 7 ; Romanos 10:15 . Os israelitas foram ordenados a comer a
páscoa com os pés calçados, para mostrar que estavam prontos para a jornada. E
nosso Senhor ordena que seus discípulos sejam calçados com sandálias, para que
eles possam estar prontos para ir e publicar o Evangelho, como os israelitas
deveriam ir para possuir a terra prometida. Todo cristão deve considerar-se em
sua jornada de uma terra estranha para seu próprio país, e não apenas ficar a
todo momento preparado para prosseguir, mas estar a todo momento em progresso
real em direção à sua casa”..
“2. O escudo da fé (v.16). O escudo era o principal instrumento bélico de defesa na
guerra. Trata-se de uma peça fabricada a partir de vários materiais e em
formatos diversificados. Os israelitas tinham dois tipos: o primeiro, sinna,
“proteção” em hebraico, uma peça que cobria o corpo inteiro de forma oval ou
retangular, usada pela infantaria pesada (2Cr 25.5); e, o segundo, magen, usado
pelos arqueiros (2Cr 17.17). O escudo é símbolo de proteção nas Escrituras. É
usado de maneira figurada desde o Antigo Testamento para mostrar Deus como o
protetor dos seus (Gn 15.1; Dt 33.9; 2Sm 22.3); é comparado à salvação e à
verdade de Deus (2Sm 22.36; Sl 18.35; 91.4). O apóstolo Paulo usa a figura do
escudo como proteção para “apagar todos os dardos inflamados do maligno”
(v.16), tais como calúnia, malícia, concupiscência, ira, inveja e toda a sorte
de desobediência. Esse escudo nos protege das setas malignas (Sl 91.5).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 9, 3 Mar, 2019]
- “Havia diferentes tipos de escudos usados pelos soldados romanos. Havia
um pequeno e redondo usado principalmente pelos gladiadores – usado em lutas de
combate onde as pessoas ficavam próximas uma das outras. O outro tipo de escudo
era conhecido como SCUTUM (latim para escudo). Esse escudo era grande e
retangular, tinha 1,5 metros de altura e pesava entre 5-7 kg. Esse escudo era
feito de madeira dura com metais nas bordas e grossas camadas de couro na
frente. Antes de marcharem para a batalha os escudos eram molhados para que os
dardos inflamados fossem extintos. O exército romano usava uma tática na qual
os soldados com os escudos iam à frente, formando um muro, e atrás deles iam os
arqueiros. Dessa forma eles conseguiam proteger o maior número de soldados e
matar o maior número de adversários até o combate chegar no um-a-um. Os escudos
romanos foram de extrema importância: * De acordo com Políbio ‘o escutum deu
aos soldados romanos uma vantagem sobre seus inimigos cartagineses durante as
Guerras Púnicas: "Seus braços também dão aos homens tanto a defesa como a
confiança devido o tamanho do escudo." Vários relatos históricos mostram a
importância do escudo no exército romano. Não só servia para defesa como também
amedrontava os inimigos. [...]Fé é a plena certeza, a garantia da fidelidade de
Deus para com suas promessas. Essa plena certeza se torna uma convicção tão
séria e tão profunda que passa a ser o que guia os seus passos. Fé é não
duvidar da fidelidade Deus! Você tem a plena certeza de que Ele é o maior
tesouro, que nEle há o maior prazer e por isso você não mais procura alegria em
outros lugares. Fé é um escudo que cobre todo o nosso ser – assim como o escudo
cobria todo o corpo! Satanás está constantemente lançando seus dardos inflamados
contra nós, querendo fazer com que nós acreditemos que há mais prazer nas
coisas que ele oferece, nas mentiras e cobiças. Foi assim que ele atacou Jesus
– prometeu coisas grandes, mas Jesus usou o escudo da fé e se defendeu crendo
nas promessas de Deus (Mt.4:1-11)! Toda vez que nós pecamos, cremos na mentira
do maligno de que Deus não é verdadeiro.” (Gustavo Barros, A ARMADURA
DO CRISTÃO parte VI – O ESCUDO DA FÉ (v.16). Disponível em: http://solideogloriacampinas.blogspot.com/2011/08/armadura-do-cristao-parte-vi-o-escudo_21.html. Acesso em:25 Fev,
2019)
“3. O capacete da salvação e a espada do Espírito (v.17). O capacete era uma cobertura para a cabeça feita de metal e
internamente acolchoada para o conforto do usuário e a proteção eficiente da
cabeça. No Antigo Testamento, a salvação é o capacete que Deus usa na batalha (Is
59.17). Parece que Paulo segue nessa linha em outro lugar: “tendo por capacete
a esperança da salvação” (1Ts 5.8). A espada literal é uma arma de ataque, mas
no sentido figurado é um símbolo de guerra, julgamento divino e autoridade ou
poder (Lv 26.25; Jr 12.12; Rm 13.4). A expressão paulina “espada do Espírito”
refere-se à Bíblia, pois as Escrituras Sagradas vieram do Espírito Santo (2Pe
1.21). Por isso, Paulo completa dizendo, “que é a Palavra de Deus”. Isso
significa que a Bíblia é a Palavra de Deus, como ela própria se declara (Mc
7.13; Hb 4.12).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 9, 3 Mar, 2019]
- O capacete romano de modelo complexo protegia a cabeça do
soldado e também o fazia parecer mais alto e imponente. A espada do Espírito e
arma de defesa e de ataque para o cristão. E a Palavra especifica que
precisamos desembainhar numa determinada situação para combater um golpe
desferido contra nós e desarmar nosso oponente, fazendo-a penetrar nele. Para
ter a Palavra precisa a mão, o cristão deve conhecer intimamente toda a Bíblia
e saber manejá-la, usá-la bem. “Em 1Ts
5.8 Paulo explica que está falando do capacete da esperança da salvação. É
interessante notar que durante as jornadas o soldado não usava o pesado
capacete. Portanto tomar o capacete significava dizer que uma batalha já ia
começar. Um soldado usava o capacete na esperança de se salvar dos ataques
hostis. A esperança da salvação é bíblica e de grande valia nos momentos
sombrios em que somos alvejados por Satanás. O mesmo Paulo diz em Rm 8.1: “PORTANTO,
agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam
segundo a carne, mas segundo o Espírito.” A certeza da salvação é uma garantia
de Deus para aqueles que “agora” estão em Cristo Jesus. Ao entrar em um ônibus
estou predestinado ao destino descrito no seu itinerário. Se no decurso da
viagem eu resolver descer e ficar, logicamente não vou chegar ao lugar
predestinado. Mas agora eu devo ter a certeza da minha salvação – pelos méritos
de Cristo na cruz. (1Pe 2.24). [...] A espada é a única a arma ofensiva do
conjunto militar citado por Paulo. Há uma diferença significativa entre falar
as minhas palavras e proferir a Palavra de Deus. O mundo veio a existir pelo
poder de sua palavra. Ela é afiada e penetrante. Pode alcançar as recâmaras
mais íntimas da alma humana – a divisão da alma e do espírito. E esta espada
como diz Paulo – é do Espírito. Apenas ele convence o ser humano do pecado, da
justiça e do juízo. (Jo 16.8) “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais
penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma
e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e
intenções do coração”. (Hb 4:12) Devemos potencializar a proclamação desta
palavra por todos os meios, e o seu fruto será gerado pelo meigo Espírito
Santo.” (Adriano Alves, Os 6 itens da armadura de Deus e o seu
significado. Disponível em: https://www.pastoradrianoalves.com.br/2018/04/os-6-itens-da-armadura-de-deus-e-o-seu.html.
Acesso em: 25 Fev, 2019)
“4. A outra lista (vv.18,19). Oração e súplica vêm permeadas entre esses elementos da
armadura de Deus e permanecem juntas a essas armas espirituais, que sem a
oração seriam inúteis. A oração deve ser em todo o tempo e com súplica no
Espírito e vigilância (Mt 26.41; Fp 4.6; 1Ts 5.17). As virtudes gêmeas,
vigilância e perseverança, aparecem na instrução para orarmos uns pelos outros.
Quando um homem da estatura espiritual do apóstolo Paulo pede a oração da
Igreja em seu favor e pelo seu ministério (v.20), isso mostra que não existe super-homem
na igreja. Todos nós somos dependentes do Senhor Jesus e contamos com a oração
uns dos outros.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 9, 3 Mar, 2019]
- Paulo, um homem de oração (Ef. 1.15-23; 3.14-21), termina
esta grande seção de sua carta para os cristãos de Éfeso com uma exortação para
que se dediquem a oração. Sem a oração, toda a armadura seria inútil para os
filhos de Deus. As orações gerais e as petições específicas no Espírito devem
ser feitas por todos os cristãos e em todas as ocasiões, o que significa que
eles devem manter-se orando em todo tempo. Eles devem lembrar-se ainda de que,
além das orações, perseverança e paciência são essenciais. O apóstolo Paulo não
se envergonhou de pedir aos outros cristãos que orassem para que ele tivesse a
coragem e oportunidade de anunciar o evangelho. Mesmo estando na prisão, ele
queria continuar a ser uma testemunha fiel do Senhor. Paulo era um embaixador em
cadeias do evangelho de Cristo em Roma. Sua oração era para que ele pudesse
falar livremente, como convém falar um embaixador do Rei dos reis.
CONCLUSÃO
“Os crentes precisam dessa armadura de Deus
ainda hoje. Isso porque bem sabemos que os inimigos da Igreja não são agentes
humanos. Estão por trás deles os demônios, liderados pelo seu maioral, o Diabo.
Os recursos espirituais apresentados aqui são importantes e poderosos para
expelir todas as forças do mal.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 9, 3 Mar, 2019]
- A armadura de Deus tem papel fundamental na batalha
espiritual. Com ela, estamos protegidos dos mais diversos tipos de ataques do
Diabo e de seus agentes.
“O diabo é um inimigo
real que está ativo hoje em dia e continuará ativo até o sua total e permanente
derrota, quando ele será lançado no lago de fogo (Apocalipse 20:10).
Contudo, neste meio
tempo nós não estamos desprotegidos. Deus nos deu Sua armadura para que sejamos
capazes de resistir ao diabo. Conforme João nos assegura:
1 João 4:4: "Filhinhos,
sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O
QUE ESTÁ NO MUNDO."
E Romanos 8:35-36: "Quem
nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição,
ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de
ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o
matadouro.” Fome, perseguição, etc. Muitas coisas negativas! Contudo a passagem
não para aí
Romanos 8:37-39: "Mas
em todas estas coisas [isto é, fome, espada, nudez etc.], somos mais do que vencedores,
por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida,
nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o
porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá
separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor."
Deus não prometeu que
não teríamos perseguições. Todavia, mesmo na perseguição somos mais que
vencedores por Ele que nos ama. A vida que Ele tem para você não é uma vida
oprimida pelo diabo. Esta era a vida que tínhamos antes de acreditarmos. O que
Ele tem para você é uma vida mais do que abundante. 2 Coríntios diz:
2 Coríntios 2:14: "E
graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós
manifesta em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento."
Deus sempre lhe fará
triunfar, se buscar em Sua palavra. Contudo, uma vez mais devemos deixar claro
que não significa que “dias maus” não virão; sabemos por Sua palavra que tais
dias virão porque existe um inimigo. Todavia, mesmo assim, se fizer o que a
palavra diz (sede sóbrios e vigilantes, revista-se da armadura de Deus
resistindo ao diabo e obedecendo a Deus) Deus lhe conduzirá ao triunfo!” (Anastasios Kioulachoglou,
Disponível em: http://www.jba.gr/Portuguese/A-Armadura-de-Deus.htm.
Acesso em: 25 Fev, 2019)
“Achando-se as tuas
palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu
coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”.
(Jeremias 15.16),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Fevereiro de 2019
PARA REFLETIR
A respeito de “Conhecendo a armadura de Deus”, responda:
• Qual o enfoque da
guerra na presente lição?
O enfoque é
metafórico, representando a nossa luta espiritual contra os inimigos da nossa
salvação (2Co 10.3; 1Tm 1.18).
• O que significa cingir
“os lombos com a verdade”?
Significa usar a
verdade como cinturão (Is 11.5).
• O que significa o uso
dos calçados na linguagem figurada?
Na linguagem figurada
isso remete a agilidade e prontidão na obra da evangelização e na pregação do
evangelho da paz.
• De que o escudo da fé
nos protege?
Esse escudo nos
protege das setas malignas (Sl 91.5).
• A que se refere a
expressão “espada do Espírito”?
A expressão paulina
“espada do Espírito” se refere à Bíblia, pois as Escrituras Sagradas vieram do
Espírito Santo (2Pe 1.21). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019.
Lição 9, 3 Mar, 2019]