TÍTULO: Adoração,Santidade e serviço
Subtítulo: Os princípios de Deus para
sua igreja em Levíticos.
Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 9
26 de Agosto de 2018
Jesus: o Holocausto Perfeito
Texto Áureo
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Verdade Prática
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“Na qual vontade temos sido santificados
pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.” (Hb 10.10)
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Os holocaustos da Antiga Aliança eram
transitórios e imperfeitos, mas o sacrifício de Jesus Cristo é perfeito e
eterno, porque Ele morreu e ressuscitou eficazmente por toda a humanidade.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Almeida Corrigida e Revisada Fiel
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Levítico 1.1-9
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1 - E chamou o SENHOR a Moisés e falou com ele da tenda
da congregação, dizendo:
2 - Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando algum
de vós oferecer oferta ao SENHOR, oferecereis as vossas ofertas de gado, de
vacas e de ovelhas.
3 - Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá
macho sem mancha; ŕ porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria
vontade, perante o SENHOR.
4 - E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para
que seja aceito por ele, para a sua expiação.
5 - Depois, degolará o bezerro perante o SENHOR; e os
filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue e espargirão o sangue ŕ
roda sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação.
6 - Então, esfolará o holocausto e o partirá nos seus
pedaços.
7 - E os filhos de Arão, os sacerdotes, porão fogo sobre
o altar, pondo em ordem a lenha sobre o fogo.
8 - Também os filhos de Arão, os sacerdotes, porão em
ordem os pedaços, a cabeça e o redenho, sobre a lenha que está no fogo em
cima do altar.
9 - Porém a sua fressura e as suas
pernas lavar-se-ão com água; e o sacerdote tudo isto queimará sobre o altar;
holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao SENHOR.
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Comentário
INTRODUÇÃO
Apesar da glória e da simbologia do holocausto, os
profetas não demoraram a revelar a transitoriedade desse ritual levítico. Eles
sabiam que, embora a oferenda fosse eficiente como tipo de um sacrifício melhor
e definitivo, não era eficaz, em si mesma, para redimir o pecador. Por isso, o
holocausto tinha de ser oferecido, pela fé, com os olhos postos no Calvário. Conforme
veremos nesta lição, o Senhor Jesus Cristo, ao encarnar-se, tornou-se o
holocausto perfeito, para resgatar-nos de nossos pecados, tornando-nos
propícios ao Pai. Ele é o Holocausto dos holocaustos. (LB CPAD, 3º Trim
2018, Lição 9, 26 Ago 18)
Definindo alguns termos, ‘oblação’,
é uma oferta voluntária a Deus. É a tradução dos termos hebraicos Minhah, Teruma e Qorban; no Novo
Testamento aprendemos que o cristão deve ofertar o seu próprio corpo como um
“sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12:1), e a forma com que
devemos fazer isso é através do nosso culto racional. ‘Holocausto’ do grego Holos “todo” e kaustos “queimado”; Holocausto é toda oferta totalmente queimada
pelo fogo. É a primeira oferta descrita por Deus. Quando a pessoa cometia um
pecado deveria trazer um animal sem defeito para o sacerdote. O animal inocente
simbolizava a perfeição moral, lembrando-nos do sacrifício futuro – Jesus
Cristo. Este animal (boi, carneiro, bode ou pomba), serviria como substituto,
levando o pecado da pessoa que o oferecia (Lv 1.3-4), era morto e seu sangue
era derramado sobre o altar onde a carne era totalmente queimada (Êx 29.16-18) com
o propósito de expiar os pecados em geral. Em Levítico, propriamente nos
capítulos 1 ao 7, encontramos cinco oblações que descrevem totalmente as
realizações do Calvário:
1º. O holocausto – envolvia sangue (Lv 1.1-17; 6.8-13): Cristo como
Holocausto – Satisfaz a justiça. Adão desobedeceu a Deus. Jesus o glorificou.
Pela cruz veio mais glória para Deus do que a que perdeu com a queda de Adão.
Esta oferta vem em primeiro lugar.
2º. Oferta de Manjares – Sem sangue (Lv 2.1-16; 6.14-23):
Cristo e a Oferta de Manjares – Revela a perfeição. Depois de apresentar o
sangue precioso que nos deu a paz, ele alegra a Deus pelo que é em si mesmo.
3º. Oferta Pacífica – envolvia sangue (Lv 3.1-17; 7.11-34; 19.5-8; 22.21-25):
Cristo e a Oferta Pacífica – Colocando-se entre Deus e os homens, Jesus trás a
paz. Esta oferta significa reconciliação.
4º. Oferta pelo Pecado – envolvia sangue (Lv 4.1-35;
6.2430): Cristo e a Oferta pelo Pecado – Ele se ofereceu por nossos pecados e
agora pode perdoar.
5º. Oferta pela Culpa – envolvia sangue (Lv 5.14-19;
7.1-17): Cristo e a Oferta pela Culpa – O pecado é considerado uma dívida a ser
paga. É a sujeira ou impureza a ser lavada. Com sujeira não há como ir ao Santo
dos Santos. Jesus se fez pecado por nós, para nos lavar. Seu sangue “os
purifica de todo o pecado” (I Jo 1.7b). “Se alguém pecar, temos um advogado” (I
Jo 2.1b). Dito isto, convido-o a
pensarmos maduramente a fé cristã!
TÓPICO l - O HOLOCAUSTO, O SACRIFÍCIO MAIS
ANTIGO
O holocausto não foi estabelecido por Moisés, nem
surgiu durante a peregrinação de Israel, no Sinai. Praticado desde a queda de
Adão, foi observado até a destruição do segundo Templo em 70 d.C.
“A
palavra holocausto (em grego antigo: ὁλόκαυστον, ὁλον [todo] + καυστον
[queimado]) tem origens remotas em sacrifícios e rituais religiosos da
Antigüidade, em que animais (por vezes até seres humanos) eram oferecidos às
divindades, sendo completamente queimados durante a noite para que ninguem
visse. Nesse caso, holocausto quer dizer cremação dos corpos. Este tipo de
sacrifício também foi praticado por tribos judaicas, como se evidencia no Livro
do Êxodo capítulo 18, versículo 12: Então, Jetro, sogro de Moisés, trouxe
holocausto e sacrifícios para Deus; (...).” (Cafetorah)
1.
Definição de holocausto. O termo
holocausto provém do vocábulo hebraico olah, que, entre outras coisas,
significa: ascender ou ir para cima. É uma referência tanto à fumaça da oferta
queimada que subia, como a essência dessa mesma oferta que se elevava às
narinas do Senhor como cheiro agradável (Lv 1.9). O holocausto era o primeiro e
mais importante sacrifício do culto divino no Antigo Testamento (Lv 1.1-3).
Consistindo no oferecimento de aves e de animais, a oferenda implicava a queima
total da vítima, como sacrifício incondicional ao Senhor (Lv 1.9). Era a oferta
que abria as solenidades diárias, sabáticas, mensais e anuais do calendário
levítico. A cerimônia era conhecida também como oferta queimada. Simbolicamente,
Paulo considerou a atitude dos irmãos filipenses, em favor da obra missionária,
como holocausto de aroma suave (Fp 4.18). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 9, 26
Ago 18)
A palavra original é derivada de
uma raiz que significa ‘ascender’, ‘subir’, ‘elevar’, e aplicava-se à oferta
que era inteiramente consumida pelo fogo e no seu fumo subia até Deus. Pertenciam
à classe dos sacrifícios expiatórios, isto é, eram oferecidos como expiação
daqueles pecados, que os ofertantes tinham cometido – eram, também, sacrifícios
de ação de graças – e, finalmente, constituíam atos de adoração. Importante que
se diga que os holocaustos, bem como as ofertas de manjares, e as ofertas de
paz, eram sacrifícios voluntários, sendo diferentes dos sacrifícios pelos
pecados, pois estes eram obrigatórios – e tinham eles de ser apresentados de
uma maneira uniforme e sistemática. Até por isso mesmo encontramos Paulo
afirmando dos donativos dos filipenses era um ato de culto agradável a Deus
(Hb13.15-18).
2.
Objetivos do holocausto. Dois eram os
principais objetivos do holocausto: tornar o homem propício a Deus, e
aprofundar a comunhão de Israel com o Senhor (Lv. 1.9). O holocausto não era
oferecido apenas pela culpa do pecado; era ofertado também como ação de graças
a Deus por uma vitória alcançada (Lv 1.4; cf. 1 Sm 6.14). O sacrifício
representava, ainda, uma oração dramática que o adorador, através do sacerdote,
endereçava ao Senhor (Sl 116.17). Todavia, o ritual, para ter validade, tinha
de ser oferecido com fé e confiança na intervenção divina. (LB CPAD, 3º Trim
2018, Lição 9, 26 Ago 18)
No Templo de Jerusalém, os holocaustos eram oferecidos duas vezes ao dia
(de manhã e à tarde). Algo interessante é que as pessoas podiam oferecer um
holocausto como sacrifício privado, por intermédio dos sacerdotes. Eram
utilizados bezerros, carneiros ou aves sem defeito. A escolha do animal era
feita de acordo com a situação econômica do ofertante. Os israelitas entendiam
que o animal ou ave que estavam sendo queimadas eram um presente a Deus, e
assim subia a Deus como fumaça desde o altar (Lv 1.9), daí vem seu nome, Olah, aquilo que sobe.
3.
A tipologia do holocausto. Os profetas
sabiam que os sacrifícios do Antigo Testamento eram transitórios, e que uma
aliança superior e definitiva já havia sido providenciada por Deus
(Jr.31.31-33). Davi, por exemplo, estava ciente de que o holocausto apontava
para um sacrifício melhor (Sl 40.6; Hb 10.8). Mais adiante, voltaremos ao
assunto. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 9, 26 Ago 18)
A Bíblia ressalta que, no
antigo tabernáculo, “quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com
sangue”, enfatizando que “sem derramamento de sangue não há remissão” (cf. Lv
17.11). Aqui, vemos a importância do sangue para a expiação do pecado, no Velho
Testamento. Isso quer dizer que, quando um animal era oferecido em sacrifício
pelo pecado, Deus aceitava a oferta por atribuir a ela o valor provisório do
resgate do pecador Ofertante. O sangue era símbolo da outorga da vida, que era
dada em expiação. Tal sacrifício apontava para o sangue de Cristo, que seria
derramado em nosso lugar. As pessoas que ofertavam o holocausto impunham as
mãos sobre o animal indicando que o sacrifício era um substituto para eles
mesmos (Lv 1.4). O sangue do sacrifício era aspergido sobre o altar. A oferta e
seu ritual realizados de maneira apropriada faziam expiação para os ofertantes,
e eles se tornavam aceitáveis diante de Deus. O autor de Hebreus afirma que “era bem necessário que as figuras das coisas
que estão no céu assim se purificassem” (9.23), ou seja, deviam
purificar-se com sangue. Cada animal morto, substituto do pecador, apontava
para o “Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo” (Jo 1.29).
TÓPICO II - O HOLOCAUSTO NA HISTÓRIA DE
ISRAEL
A oferenda de holocaustos pode ser encontrada nos
três principais períodos da história de Israel no Antigo Testamento:
patriarcal, mosaico e nacional.
“O sistema
sacrificial era uma “sombra” da obra que Cristo realizaria na cruz, e, por
isso, era inferior e incapaz de remover o pecado do adorador: Pois é impossível
que o sangue de touros e bodes tire pecados (Hb 10:4). A repetição dos
sacrifícios diários e o Dia da Expiação, ano após ano, revelavam a deficiência
do sistema como um todo. [10] Os sacrifícios de animais eram um meio temporário
de lidar com o pecado; não aperfeiçoavam o adorador, mas apenas o purificavam
cerimonial e temporariamente. Podiam cobrir os pecados e adiar o julgamento,
mas não traziam redenção definitiva. Aliás, essa nunca foi a intenção de Deus;
esses sacrifícios eram temporários e apontavam para o futuro, para a vinda do
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” (PC Amaral)
1.
No período patriarcal. O sacrifício
dos patriarcas Noé e Abraão (Gn 8.20; 22.13) foi apresentado de acordo com a
oferenda, ou seja, um holocausto, que Abel ofereceu ao Senhor. Por isso a
oferenda pode ser considerada a mais antiga da história sagrada (Gn 4.4). (LB CPAD, 3º Trim
2018, Lição 9, 26 Ago 18)
O termos patriarcal tem por objetivo dar o sentido de “pais”; Abraão, Isaque e Jacó são os pais do povo de Deus. Neste
período, os patriarcas em sua estrutura social eram nômades e seminômades – peregrinavam
pela terra que um dia o Senhor daria à sua semente. O primeiro ato de Noé ao
sair da arca foi o de adorar a Deus oferecendo sacrifício. Instituições
fundamentais da Lei – o sábado, o santuário ideal, e o sacrifício remontam à
épocas pré-diluvianas. Abraão pré-figura de maneira límpida o sacrifício
vicário (substitutivo) de Cristo. Em Gênesis 4.4 a palavra hebraica usada para
oferta é o termo comum para tributo, o presente de um inferior para um
superior; e neste caso, cada um dos irmão trouxe uma oferta apropriada à sua
vocação. Esses sacrifícios purificavam cerimonialmente o pecador, mas não lhe
satisfaziam os anseios da alma nem o aperfeiçoavam. O sangue dos animais dos
sacrifícios, feitos dia após dia, pelos sacerdotes, cobria o pecado, “mas não o
lavava, nem podia mudar o coração e a mente dos adoradores”.
2.
No período mosaico. Após a saída dos filhos de Israel
do Egito, o Senhor instruiu Moisés a sistematizar o culto divino, a fim de
evitar impurezas e práticas pagãs. Quanto ao holocausto, por exemplo, apesar de
já ser uma tradição na comunidade hebreia, teria de ser oferecido, a seguir,
segundo critérios e normas bem definidos. Seria exigido, por exemplo, um altar
apropriado para as ofertas queimadas (Êx 31.9). Como pode ser visto nas
especificações da cerimônia nos capítulos de 1 a 6 de Levítico. Portanto, tudo
seria executado de conformidade com as regras estabelecidas por Deus. Caso
contrário, os israelitas corriam o risco de se enveredar pelas idolatrias
egípcias e cananeias. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 9, 26 Ago 18)
O período mosaico é uma referência ao tempo em que Moisés liderou o
povo judeu, mais especificamente, no período de concessão da Lei de Deus - os
Dez Mandamentos e toda a estrutura legal de Israel, recebida e assimilada no
Sinai e durante a peregrinação pelo deserto.
“2.
Do Egito a Canaã. Esse senso de percepção imediata da presença de Deus é
mostrado na experiência de Moisés com um arbusto em fogo — a sarça ardente (Êx
3.1-6). Ela o preparou para a sua confrontação com Faraó, e o culto foi a base
de sua exigência de que os israelitas fossem libertos (Êx 5.1-3). A apoteótica
experiência de libertação da escravidão egípcia foi celebrada na Festa da
Páscoa (Êx 12.11; 34.25). Ela também era conhecida como Festa dos Pães Asmos, e
tornou-se o mais importante dos festivais de Israel. Embora ela possa ser
relacionada com observâncias pré-israelitas, a sua relação com o ato de Deus no
Egito tomou-a central no culto a Yahweh. Sabemos muito mais a respeito de sua
celebração da parte do Novo Testamento do que do Velho. Depois de atravessar o
Mar Vermelho, Moisés e o povo de Israel cantou ao Senhor o cântico que consta
em Êxodo 15.1-19. Era característico de Israel prestar louvor a Deus por seus
atos poderosos. Eles não apenas cantaram, mas Miriã tomou o seu pandeiro e
liderou as mulheres na dança. O período em que o povo de Deus ficou acampado
nas cercanias do Monte Sinai foi também ocasião de memoráveis experiências de
culto. O povo foi instruído a lavar as suas vestes e a evitar, a qualquer
custo, qualquer contato com a montanha, depois que Moisés o consagrou (Êx
19.10-14). E, então, eles tremeram diante da dramática demonstração da presença
de Deus antes de o Decálogo ser dado a Moisés. Depois disso, atos pactuais de
culto foram executados (Êx 24.3-8). Antes de o povo deixar as fraldas do Sinai,
o Senhor instruiu Moisés para fazer com que eles lhe construíssem “um
santuário, para que eu habite no meio deles” (Êx 25.8), conforme disse. Essa
tenda grande com o seu mobiliário são descritos em Êxodo 25 a 27. Este
consistia em altares para ofertas queimadas e para incenso, entre outras
coisas, mas o seu objeto mais reverenciado era a arca do pacto, que ficava em
um compartimento separado da tenda, chamado o santo dos santos. Essa caixa
coberta de ouro provavelmente continha o Decálogo ou alguma outra lista de
requerimentos do pacto. Em cada ponta de sua tampa de ouro sólido ficava um
querubim, com suas asas estendidas para o outro, e, entre os querubins, ficava
o propiciatório, e o lugar de habitação de Yahweh ficava acima desse
propiciatório. Sacrifícios, ofertas e observâncias dos tempos mosaicos são
descritos em Êxodo 29.38-31.17. Depois que o tabernáculo havia sido edificado,
tornou-se centro também de comunhão individual com Deus (Êx 33.7-11), bem como
o foco nacional de culto. De acordo com o livro de Números, os homens da tribo
de Levi foram escolhidos “para fazerem o serviço da tenda da revelação (8.15).
Desta forma, o culto israelita foi uma questão de desenvolvimento, de acordo
com a necessidade e com as ordens divinas. A entrada de Israel em Canaã e a
queda de Jericó podem ser consideradas como pompa religiosa, tanto quanto
procissões militares. Quando Israel se acampou em Gilgal, na margem oriental do
Jordão, doze pedras de memorial foram carregadas do leito do Jordão, para
lembrar, aos seus filhos, que Deus carregara o seu povo através do Jordão, como
o fizera através do Mar Vermelho, “para que todos os povos da terra conheçam
que a mão do Senhor é forte” (Js 4.24). Ê provável que Gilgal tenha sido o
lugar do primeiro ato de culto de Israel na Terra Prometida. Desta forma, esse
local tomou-se um santuário importante; muitos anos mais tarde, Saul foi
coroado ali. Ã medida que conquistou a terra, Israel também capturou os
santuários dos cananeus. Cada aldeia, por menor que fosse, tinha o seu “lugar
alto”. Outros santuários notáveis, desse período, foram Dã, Berseba, Siquém e
Siló. As práticas pagãs começaram a influenciar tanto o culto quanto a
moralidade dos israelitas, mas, depois da terceira distribuição do território
conquistado, o povo “se reuniu em Siló, e ali armou a tenda da revelação” (Js
18.1)”. (Adoração e Culto segundo Deus. Disponível em: http://botanicochurch.blogspot.com/2015/06/adoracao-e-culto-segundo-deus.html. Acesso em: 3 Jul,
2018).
3.
No período nacional. Após a conquista de Israel, os
holocaustos continuaram a ser oferecidos ao Senhor por vários motivos. Josué
celebrou uma importante vitória sobre os cananeus com ofertas queimadas e
pacíficas (Js 8.31). Gideão, ao ser comissionado pelo Senhor para libertar
Israel, adorou-o com igual oferenda (Jz 6.26). Quanto a Samuel, ofereceu ao
Senhor o mesmo sacrifício, antecipando uma grande vitória sobre os filisteus (1
Sm 13.9,10). A reforma de Ezequias também foi marcada por holocaustos (2 Cr
29.7-35). Após o retorno do exílio, os judeus, agradecidos a Deus pela
restauração de seu culto, também apresentaram-lhe ofertas queimadas (Ed 8.35). Ao
aproximar-se do Senhor com uma oferta queimada, o crente hebreu mostrava,
através desse rito, a sua disposição de entregar, não somente a vítima ao
Senhor, como também a si mesmo. O Salmo 51 revela tal voluntariedade no Rei
Davi. Todos esses holocaustos prefiguravam a vinda de Jesus Cristo, o
sacrifício vicário perfeito. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 9, 26 Ago 18)
“3.
O Culto nos Primórdios da Monarquia. A contenda com os pagãos foi difícil,
tanto em termos de política quanto de religião. O livro de Juizes revela o
quanto o culto a Baal minou a fé e o comportamento israelita. Na época de
Samuel, a arca do pacto foi usada em vão, como fetiche, na tentativa de Israel
de derrotar os filisteus. Quanto a arca foi capturada, Siló perdeu o seu
significado como santuário de Deus. Culto regular em um lugar central não é
mencionado desde Josué até I Samuel. E, então, em II Samuel, começou um
reavivamento do culto a Yahweh, sob a direção de Davi. Ele levou a arca para
Jerusalém (II Sm 6.15) e colocou-a em uma tenda especial. Mais tarde, ele
comprou a eira de Omâ, como local para edificar um altar a Deus — e mais tarde
o Templo de Salomão. Alguns eruditos acham que Davi combinou várias tradições
religiosas para ajudar a fé de Israel a falar à sua época. Seja o que for que
tenha acontecido, “ele elaborou os princípios, o espírito e algumas das formas”
(Davies, p. 880) e foi o principal responsável pelo desenvolvimento da música
no culto israelita (II Sm 6.5; I Cr 24-26) — desenvolvimento este de tremendo
potencial espiritual.” (Adoração e Culto segundo Deus.
Disponível em: http://botanicochurch.blogspot.com/2015/06/adoracao-e-culto-segundo-deus.html. Acesso em: 3 Jul,
2018).
O holocausto é a oferta por
excelência, de onde todas as demais são decorrência. O holocausto significa
dedicação integral (alma e corpo) a Deus, e tipifica a pessoa e obra de Cristo,
ao se oferecer imaculado a Deus, a fim de cumprir completamente a vontade do
Pai (veja Hb 9.14;Fp 2.6-8). O Templo de Salomão, o Primeiro Templo, destruído
em 587 a. C. por Nabucodonosor II; fato narrado pelo historiador judeu Flávio
Josefo que escreveu: "o templo foi queimado 470 anos, 6 meses e 10 dias
depois de ter sido construído" [Josephus, Jew. Ant. 10.8.5]. Em sua
inauguração, muitos sacrifícios pacíficos foram oferecidos, a tal ponto que foi
necessário usar o átrio do templo porque o altar não comportava tudo. As festas
duraram duas semanas, incluindo a festa dos tabernáculos, terminadas as quais o
povo voltou feliz para casa.
TÓPICO III - JESUS CRISTO, O HOLOCAUSTO
PERFEITO
A fim de que o Filho de Deus se
tornasse o nosso holocausto perfeito, três coisas foram-lhe necessárias: a
encarnação, o sofrimento e, finalmente, a morte e ressurreição.
“Os animais
nunca representaram o desejo final de Deus. Por isso mesmo, quando os
israelitas começaram a sacrificar como mero ritual, enquanto viviam como bem
desejavam, Deus não se agradou de seus sacrifícios. Rios de sangue de animais
não podiam agradar a Deus. Ele não é ritualista. [11] Os animais tão somente
apontavam para Cristo. Assim, quando Cristo veio ao mundo, disse: Sacrifício e
oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste; de holocaustos e ofertas pelo
pecado não te agradaste (Hb 10:5-6). O que trouxe deleite a Deus, que já estava
farto de sacrifícios vazios e superficiais, foi a disposição do Messias em
fazer a sua vontade: Então eu disse: Aqui estou, no livro está escrito a meu
respeito; vim para fazer a tua vontade, ó Deus (Hb 10: 7). Deus preparou um
corpo humano para Cristo, que veio ser sacrificado pelo pecado”. (PC Amaral)
1.
A encarnação de Cristo. A encarnação
de Cristo foi o cumprimento cabal e perfeito da profecia de Davi: “Sacrifício e
oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado
não reclamaste” (Sl 40.6). O Messias reconhece, através do Salmista, que os
holocaustos são ineficazes, em si mesmos, para redimir o pecador. Eis por que
Ele, o Filho de Deus, apresentou-se como a oferta e o ofertante, para resgatar
eficazmente a humanidade (Hb 10.1-10). Nessa condição, Jesus Cristo foi provado
em todas as coisas, exceto no pecado, a fim de mostrar a eficácia de seu
maravilhoso, eterno e definitivo sacrifício (Hb 9.26). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 9, 26
Ago 18)
Em Hebreus 10, o autor começa
ensinando sobre os sacrifícios anuais e como estes simbolizavam uma recordação
anual de pecados. Essa foi a causa principal de Jesus ter vindo ao mundo. O
sacrifício de Cristo é infinitamente melhor que os da lei, que não podiam conceder
o perdão pelo pecado nem transmitir poder contra o pecado, o qual teria
continuado sobre nós e teria domínio sobre nós. O crente sabe que seu Redentor
vive e que o verá. Aqui está a fé e a paciência da Igreja, de todos os crentes
sinceros.
“Tendo
mostrado que o tabernáculo e as ordenanças da aliança do Sinai eram somente
emblemas e tipos do Evangelho, o apóstolo conclui que os sacrifícios que os
sumos sacerdotes ofereciam continuamente não podiam aperfeiçoar os adoradores
Enquanto ao perdão e a purificação de suas consciências, mas quando "Deus
manifestado em carne" se fez sacrifício, e o resgate foi sua morte no
madeiro maldito, então, por ser de infinito valor quem sofreu, seus sofrimentos
voluntários foram de infinito valor. O sacrifício expiatório deve ser capaz de
consentimento, e deve ser colocado pela própria vontade no lugar do pecador:
Cristo fez assim. A fonte de tudo isso que Cristo tem feito por seu povo é a
soberana vontade e graça de Deus. a justiça introduzida e o sacrifício
oferecido uma só vez por Cristo são de poder eterno, e sua salvação nunca será
eliminada. São de poder para fazer perfeitos a todos os que vão até Ele; eles
obtêm do sangue expiatório a força e os motivos para obedecer e para o consolo
interior.” Comentário
de Hebreus 10.1-39. Disponível em: https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2013/05/hebreus-101-39-comentario-de-matthew.html.
Acesso em 19 Ago, 2018)
2.
O sofrimento de Cristo. Assim como a
vítima do holocausto era, antes de ser queimada, repartida em pedaços, o Senhor
Jesus foi submetido a todos os sofrimentos, angústias e dores (Is 53). Diz o
profeta que o Ungido de Deus sabia o que era padecer. O autor da Epístola aos
Hebreus afirma, por sua vez, que o Senhor Jesus, durante o seu ministério
terreno, apresentou ao Pai, constantes clamores e lágrimas (Hb 5.7). Jesus
Cristo foi duramente provado em todas as coisas. Mas, vencendo-as, apresentou
um testemunho fiel e poderoso na Terra, nos Céus e no próprio Inferno (Fp
2.9-11). Na condição de Cordeiro de Deus, o Holocausto dos holocaustos, Ele
reunia, em si, o cumprimento de todas as ofertas, oferendas e sacrifícios do
livro de Levítico (Jo 1.29). No Apocalipse, o Leão da tribo de Judá ainda é
glorificado como o Cordeiro que foi morto em nosso lugar (Ap 5.6). (LB CPAD, 3º Trim
2018, Lição 9, 26 Ago 18)
Neste tópico é importante afirmar
que por mais horrível que tenha sido o sofrimento físico impingido a Jesus, não
foi nada comparado ao grande sofrimento espiritual pelo qual Ele passou. 2
Coríntios 5.21 diz: "Aquele que não
conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus." Jesus tinha o peso do pecado do mundo inteiro nos
Seus ombros (1Jo 2.2). Foi o pecado que fez Jesus clamar: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"
(Mt 27.46). Então, por mais brutal que o sofrimento físico de Jesus tenha sido,
não foi nada em comparação com o fato de que Ele teve que carregar os nossos
pecados - e morrer pelos nossos pecados (Rm 5.8).
“Nos dias de
sua encarnação, Cristo se submeteu, Ele mesmo, à morte: teve fome; foi um Jesus
tentado, sofredor e moribundo. Cristo deu o exemplo não somente de orar, senão
de ser fervoroso para orar. Quantas orações secas, quão pouco umedecidas com
lágrimas, oferecemos a Deus! Ele foi fortalecido para suportar o peso imenso do
sofrimento carregado sobre Ele. Não há libertação real da morte senão ao ser
levado através dela. Ele foi levantado e exaltado, e a Ele foi dado o poder de
salvar até o sumo a todos os pecadores que vão a Deus por meio dEle.” Comentário de Hebreus 5.1-11.
Disponível em: https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2013/05/hebreus-51-14-comentario-de-matthew.html.
Acesso em 19 Ago, 2018)
3.
A morte e ressurreição de Cristo. O
auge do sofrimento de Jesus Cristo, como o nosso perfeitíssimo holocausto, foi
a sua morte no Calvário. Ele foi morto e sepultado (Mt 27.59-66). Mas, no
terceiro dia, eis que ressurge dos mortos como Rei dos reis e Senhor dos
senhores (Mt 28.1-10). Com a sua ressurreição, Jesus plenifica o sacrifício
perfeito, como ofertante e oferta (Hb 9.27,28). Ele é o Holocausto dos
holocaustos. Aleluia! (LB CPAD, 3º Trim
2018, Lição 9, 26 Ago 18)
Todos os animais inocentes, sem
mácula, que foram oferecidos como sacrifício no sistema levítico apontavam para
o grande sacrifício, feito por Jesus Cristo na cruz do Calvário. João Batista
introduziu a Cristo, dizendo “eis o Cordeiro
de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O castigo que Deus impôs
pelo pecado é ao mesmo tempo justo e de amor, por que o próprio Deus, na pessoa
de seu Filho, pagou o preço por todos aqueles que o aceitam como seu Substituto
(Rm 3.26).
“O Salmo 40:7-9
foi usado aqui tipologicamente. Davi foi citado como tendo falado do Messias e
Sua entrada no mundo em forma humana. A vontade de Deus para o Messias foi
realizar uma completa expiação do pecado. Isto exigia sacrifício e derramamento
de sangue e portanto um corpo preparado de modo que pudesse sofrer. No
sofrimento e morte a vontade de Deus foi inteiramente matizada e a segunda ou a
melhor aliança foi plenamente estabelecida. Como insultado, os crentes foram
mudados porque foram purificados e santificados mediante a oferta do corpo de
Jesus Cristo, uma vez por todas (v. 10). Por meio desta oferta, foi feita a
expiação, o que agradou perfeitamente a um Deus santo.” Interpretação de Hebreus 10.
Disponível em: https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2014/11/interpretacao-de-hebreus-10.html.
Acesso em 19 Ago, 2018)
CONCLUSÃO
Esta lição faz-nos refletir sobre o sacrifício
perfeito de Jesus Cristo. Ele morreu eficazmente por mim e por você. Por essa
razão, temos de viver uma vida de santidade e pureza. Somente assim, seremos
vistos pelo Pai Celeste como fiéis testemunhas do Evangelho. Não podemos
ignorar o sacrifício de Cristo. Se o fizermos, sobre nós recairá o justo e
esperado juízo de Deus (Hb 10.26,27). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 9, 26
Ago 18)
A vida de santidade requerida do
cristão é na verdade a demonstração e prova cabal de que ele realmente é salvo.
A Bíblia retrata o homem sem salvação como um escravo do pecado e fala sobre
libertá-lo da mesma maneira que um escravo era redimido no mundo antigo. Em
Cristo "nós temos a redenção através
de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas de sua graça"
(Ef 1.7). "Porque vocês não foram
redimidos através de coisas corruptíveis, como prata e ouro, do modo vão como
vocês viviam … mas pelo precioso sangue de Cristo, como o Cordeiro sem defeito
ou mácula" (1Pd 1.18-19).
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua
palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou
chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Agosto de 2018
PARA REFLETIR
A respeito de “Jesus, o Holocausto Perfeito”,
responda:
1) O que é o holocausto?
O termo holocausto provém do
vocábulo hebraico olah, que, entre outras coisas, significa: ascender ou ir
para cima. É uma referência tanto à fumaça da oferta queimada que subia, como a
essência dessa mesma oferta que se elevava às narinas do Senhor como cheiro
agradável (Lv 1.9).
2) Quando o holocausto começou a
ser oferecido?
Praticado desde a queda de Adão.
3) Quais os objetivos do
holocausto?
Dois eram os principais
objetivos do holocausto: tornar o homem propício a Deus, e aprofundar a
comunhão de Israel com o Senhor (Lv. 1.9).
4) Quando o holocausto foi
regulamentado em Israel?
Após a saída dos filhos de
Israel do Egito, o Senhor instruiu Moisés a sistematizar o culto divino, a fim
de evitar impurezas e práticas pagãs.
5) Quem é o nosso perfeito
holocausto?
Jesus Cristo. (LB CPAD, 3º Trim
2018, Lição 9, 26 Ago 18)