Lição
10
6
de Setembro de 2015
O
Líder Diante da Chegada da Morte
TEXTO ÁUREO
"Combati o bom combate, acabei a
carreira, guardei a fé." (2 Tm 4.7)
VERDADE PRÁTICA
A morte do crente não
é o fim, mas a passagem para a glória eterna, na presença de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
- At 9.15,16
Paulo, um vaso
escolhido por Deus para pregar aos gentios
Terça
- Jd 3
Batalhando pela fé que
uma vez nos foi dada
Quarta
- Cl 1.29
Combatendo com
eficácia o bom combate
Quinta
- Fp 3.13,14
Esquecendo as coisas
que já passaram
Sexta
- Ap 3.11
Guardando o que Deus
concede para que ninguém tome
Sábado
- Êx 33.14
A presença de Deus
traz tranquilidade
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Timóteo 4.6-17
6 - Porque eu já estou
sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está
próximo.
7 - Combati o bom
combate, acabei a carreira, guardei a fé.
8 - Desde agora, a
coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele
Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.
9 - Procura vir ter
comigo depressa.
10 - Porque Demas me
desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica; Crescente, para a
Galácia, Tito, para a Dalmácia.
11 - Só Lucas está
comigo. Toma Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil para o
ministério.
12 - Também enviei
Tíquico a Éfeso.
13 - Quando vieres,
traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros,
principalmente os pergaminhos.
14 - Alexandre, o
latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras.
15 - Tu, guarda-te
também dele, porque resistiu muito às nossas palavras.
16 - Ninguém me
assistiu na minha primeira defesa; antes, todos me desampararam. Que isto lhes
não seja imputado.
17 - Mas o Senhor
assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e
todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão.
OBJETIVO GERAL
Desenvolver uma
consciência bíblica a respeito da chegada da morte.
HINOS SUGERIDOS: 141, 500, 614 da Harpa
Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Mostrar que, para o
crente, a chegada da morte não traz desespero.
Explicar o sentimento
de abandono do apóstolo Paulo.
Conscientizar o aluno
da certeza da presença de Cristo nas aflições.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Segundo as Escrituras,
a morte se manifesta numa consciência de vitória na hora de uma aparente
derrota: "Alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de
Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e
alegreis" (1 Pe 4.13). Para o crente, a morte não é o fim, mas o início de
uma vida nova, onde a certeza de que "o aguilhão" da morte já foi
retirado e que agora é um passaporte oficial para a vida eterna com Jesus
Cristo (1 Co 15.55). Claro que a experiência da separação traz dor, angústia e
tristeza a qualquer ser humano. O luto chega de forma inesperada na vida de
qualquer pessoa que sofre a perda de um ente querido. Mas devemos viver as
promessas do Mestre na área da perda humana, conforme Ele nos ensinou:
"Quem crê em mim, ainda que morra, viverá" (Jo 11.25). Um dia nosso
corpo será completamente arrebatado do poder da morte (Rm 8.11; 1 Ts 4.16,17).
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Paulo tem consciência
de que seu ministério está chegando ao fim. A segunda Epístola a Timóteo, na
verdade é uma forma, comovente, de dizer adeus ao seu "amado filho" e
à Igreja do Senhor. Paulo exorta Timóteo a respeito da responsabilidade que é
estar na liderança de uma igreja e faz uma revisão do caminho que havia
percorrido em sua jornada com o Salvador: "Combati o bom combate" (2
Tm 4.7). Paulo não estava pesaroso com a partida, pois suas dores e
sofrimentos, com certeza, foram esquecidos, diante da certeza de que fez um bom
trabalho e que cumpriu a missão para qual fora designado pelo Senhor.
A morte é inevitável.
Um dia líderes e liderados terão que enfrentá-la, porém, o que faz a diferença
é a maneira como a encaramos. [Comentário: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer
é ganho” (Fp 1.21). – O verdadeiro crente, vivendo no centro da vontade de
Deus, não precisa ter medo da morte. Ele sabe que Deus tem um propósito para o
seu viver, e que a morte, quando ela vier, é simplesmente o fim da sua missão
terrestre, e o início de uma vida mais gloriosa com Cristo. Paulo quando
escreve esse texto (Fp 1.21), não anseia pela morte, mas por uma presença mais
próxima de Cristo que a morte trará. Para o crente, a morte não é o fim da
vida, mas o início de uma plena, sublime e eterna comunhão com Deus. Na
continuidade do texto de Fp 1, Paulo utiliza uma expressão em referência à
morte – o termo partir – que também é usada para tirar pequenas estacas de
barracas ou âncora de um barco; com isso, Paulo nos ensina que a morte
significa apenas levantar acampamento e continuar, ou içar as velas para outro
porto. Não estamos acostumados a ouvir ensinos acerca da morte, muito menos
sobre como enfrentar uma situação de perca de algum ente querido; não se
arrisca a falar de um tema tão triste e acabamos deixando esse assunto de lado
e, o que é pior, substituindo-o por coisas triviais e terrenas como se jamais
fôssemos enfrentar este momento. Todo homem, quer salvo ou não, está sujeito à
morte, contudo, o crente encara a morte de modo diferente do não salvo, pois
para nós, ela não é o fim da vida, mas um novo começo, como nos inspira Paulo,
é um levantar acampamento e partir para uma vida mais plena, é ser liberto de
todas as aflições deste mundo para ser revestido da vida e glória celestiais
(2Co 5.1-5).]. Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?
PONTO
CENTRAL
Embora a morte traga
abatimento para os crentes, os discípulos de Jesus não se desesperam diante
dela, pois tem uma certeza em Cristo: de que para sempre estaremos com o
Senhor.
I. A CONSCIÊNCIA DA MORTE NÃO TRAZ DESESPERO AO CRENTE FIEL
1.
Seriedade diante da morte. Enquanto Timóteo ainda era um jovem
obreiro, Paulo já estava idoso (Fm 1,9), e tinha consciência de que estava no
fim de sua longa, sacrificada e honrosa missão (v. 6). Paulo assegura que seu
sangue seria derramado como uma oferta de libação. Esta era uma oferta de
caráter voluntário, "de cheiro suave ao Senhor" (Lv 2.2). Segundo a
Bíblia de Aplicação Pessoal, "libação era uma oferta líquida e consistia
em derramar vinho sobre o altar como um sacrifício a Deus". Não era uma
oferta pelos pecados, mas uma oferta de gratidão ao Senhor. [Comentário: Temos
convicção de que a morte não é o fim de tudo. O homem não morre como a besta do
campo e o crente morre como alguém sem esperança. Pela graça ele crê que Deus
lhe deu a vida eterna, e que a morte é o meio pelo qual ele passa para uma
experiência mais gloriosa dessa vida: "Tragada foi a morte na vitória"
(1Co 15.54). Embora seu corpo retorne ao pó, o mesmo não permanecerá nessa
corrupção. Ele será levantado dentre os mortos. O corruptível se vestirá de
incorrupção, e o mortal de imortalidade. "Porque o mesmo Senhor descerá do
céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que
morreram em Cristo ressuscitarão primeiro" (1Ts 4.16). Paulo pode
enfrentar este momento porque tinha consciencia dessa verdade, por isso, ele
entende seu mart~irio como uma libação - oferta
de líquidos, em geral de vinho ou de azeite, derramados em sacrifício de
dedicação a Deus – parte, junto com a oferta de manjares, das ofertas regulares
apresentadas todos os dias (Êx 29.38-41). No Novo Testamento, simboliza
aquele que derrama a vida pela causa de Cristo (Fp 2.17).]
2. A certeza da missão cumprida (vv. 7,8). No texto, que indica
a consciência da proximidade da partida para a eternidade, queremos destacar
três aspectos:
a) "Combati o bom
combate". Todos os apóstolos de Jesus eram homens que combatiam "pela
fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 3). Mas nenhum teve tantas
oposições e ameaças quanto Paulo. Foi um obreiro muito perseguido, mas nunca
desistiu da luta espiritual em prol do evangelho (1 Tm 1.20; 2 Tm 3.11, 12;
4.14 ). Que você também não desista diante das dificuldades e oposições. Conforme
percbemos do txto de 1Timóteo 1,18-19, fica claro que o combate de Paulo não é
literalmente uma batalha, uma guerra, mas uma imagem que descreve a vida do
cristão, o seu comportamento sobretudo em relação ao perseverar na fé. A vida
do cristão é feita de escolhas e a liberdade que nos foi dada faz com que cada
vez tenhamos que decidir qual estrada tomar; o bom cristão deve seguir fiel ao
ensinamento divino. Esse processo é chamado por Paulo de "combate". O
êxito final vai defini-lo como "bom" ou "mau".
b) "Acabei a
carreira". O texto indica que Paulo se referia à "pista de
corrida", das competições em Atenas e em Roma. Em sua carreira ou
"corrida", ele diz que não olhava para trás, mas para as coisas que
estavam diante dele, prosseguindo "para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação
de Deus em Cristo Jesus" (Fp 3.13,14). Muitos começam a carreira da vida
cristã bem, mas desistem ou recuam ante os obstáculos e os problemas que
surgem. O pastor de uma igreja não pode se acovardar diante das dificuldades,
mas firmado em Cristo precisa prosseguir até o final. Sem determinação torna-se impossível para o atleta
completar a prova. A mesma regra pode ser aplicada em nossas vidas. Isto é, sem
perseverarmos nos é impossível transformar sonhos em realidade. ACABEI A
CARREIRA, esta é a declaração de profunda alegria de um perseverante no bem.
Ele diz que “Terminei minha missão”, “Fiz o que estava em minha alçada” (At 20.
27), “Não me embaracei com os negócios desta vida” (2Tm 2. 4), e “Imitei meu
salvador que disse: “Está consumado” (Jo 19. 30).
c) "Guardei a
fé". Isso quer dizer que Paulo foi fiel a Deus, em todas as circunstâncias
de sua vida cristã. Ele não se embaraçou "com os negócios dessa vida"
e militou legitimamente (2 Tm 2.4,5). Guardar a fé significa guardar a fidelidade
a Cristo e a seus ensinamentos. O crente precisa guardar a fé até o seu último
momento de vida. Paulo ensinou a Timóteo e à Igreja do Senhor a respeito desse
cuidado. O crente é consolado pela fé (Rm 1.12); a justiça de Deus é pela fé
(Rm 3.22); o homem é justificado pela fé (Rm 3.28; 5.1; Gl 2.16); o justo vive
pela fé (Gl 3.11); a salvação é pela fé em Jesus (Ef 2.8). Paulo sabia o que
era lutar e guardar a "fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 3). [Comentário: Esta é a
consciência de não se ter deixado corromper. Ao afirmar “Guardei a fé”, Paulo
quer dizer que “Não negociei a graça de Deus”, “Resisti às tentações” (1Co 9.
27), “Permaneci em comunhão” (1Co 4. 1-5), e “Meu depósito foi
guardado para mim por meu Senhor” (2Tm 1. 12). O Apóstolo Paulo convoca Timóteo a
combater o bom combate da fé, o que significa nesse contexto específico,
resistir ao materialismo, à avareza e as deturpações que levam a conclusão
erronea de que "piedade é fonte de lucro". Combater o bom combate,
significa também, seguir com firmeza as virtudes distintamente cristãs -
Justiça, piedade, fé, amor, constancia e mansidão (v.11). É ainda, viver
intensamente o ministério recebido do Senhor (v.14).]
SÍNTESE DO TÓPICO I
A vida do apóstolo
Paulo é um exemplo de seriedade cristã diante da morte e uma certeza da missão
cumprida.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, em muitas
das suas cartas, o apóstolo Paulo afirmava que estava morto para o mundo e vivo
no serviço de Cristo (Fp 1.21-23; 2 Co 5.2). Entretanto, o tom presente nesta
segunda carta a Timóteo parece mais grave e mais sério. Neste trecho da
epístola, há algumas formas literárias que ajuda-nos a descrever a gravidade
desse tom na epístola, bem como em outras semelhantes: 1) o reconhecimento de
que a morte está próxima; 2) advertências sobre a vinda dos falsos doutores; 3)
a designação de sucessores para continuar a tradição apostólica; 4) a correta
interpretação de pontos controversos. Assim, é possível perceber a típica forma
de Paulo se comunicar neste momento de sofrimento: "oferecido por libação
sobre o sacrifício e serviço da vossa fé" (Fp 2.17); "Combati o bom
combate e terminei a carreira" (2 Tm 4.7). Então, a sua última realização
foi: "guardei a fé". O apóstolo sabia que restava pouco tempo de
vida.
Sugerimos que você
repasse essa explicação aos alunos, logo depois de expor o primeiro tópico da
lição.
CONHEÇA MAIS
*Coroa da justiça
"A coroa, como
símbolo de um prêmio, deriva das culturas gregas e judaicas. Como uma
recompensa, a coroa simboliza a honra que Deus quer abençoar seus servos fiéis.
A Bíblia menciona três tipos de coroas; a coroa da vida (1 Co 9.25; 2 Tm 2.5);
a coroa da justiça; a coroa de glória (1 Pe 5.4). Além disso, Paulo também
conclama os tessalonicenses a que se convertam em coroas (1 Ts 2.19). Cada uma
dessas coroas será conferida após a volta de Cristo".
Leia mais em Guia do
Leitor da Bíblia, CPAD, p. 844.
II. O SENTIMENTO DE ABANDONO
1.
O clamor de Paulo na solidão. No início da Segunda Carta, Paulo já
havia demonstrado que sentia muito a falta de Timóteo: "[...] desejando
muito ver-te [...]" (1.4). No final da epístola, vemos a súplica de Paulo
ao seu filho na fé: "Procura vir ter comigo depressa" (4.9). Ele
também revela o porquê de sua pressa em rever seu filho na fé. Vejamos:
a) Demas o desamparou.
"Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para
Tessalônica" (2Tm 4. 10). Demas era um dos cooperadores de Paulo (Cl 4.14;
Fm 24). Porém, será que ele havia se desviado? Não sabemos ao certo. O texto
bíblico mostra que ele abandonou Paulo quando este precisava muito de sua
ajuda. O versículo também afirma que no momento, Demas amava mais o
"presente século" do que o amigo e irmão em Cristo. Os momentos de
adversidade revelam aqueles que são realmente amigos e que nos amam. [Comentário: O apóstolo
Paulo,nesse contexto,pedia para que Timóteo estivesse com ele. O homem de Deus
estava só. Um dos seus principais colaboradores,Demas,o havia abandonado. Demas
é citado por Paulo em Cl 4.14 e Fm 24. Pelo texto de Filemon (v. 24) vemos que
Demas começou muito bem, é citado como “colaborador”. Não se sabe a princípio o
porquê, mas talvez o desinteresse, a frieza, a indiferença de Demas foram
crescendo até ele chegar a esta situação, ao limite perigosíssimo da apostasia.
A história de Demas é a história de todos os que não sabem ou não podem
perseverar até o fim que é a condição para se obter a coroa da vida!]
b) Só o médico amado
ficou com Paulo. Tíquico foi mandado para Éfeso (4.12) e só Lucas ficou junto
de Paulo (4.11). Lucas, "o médico amado" (Cl 4.14), escritor do livro
de Atos dos Apóstolos e cooperador do apóstolo (Fm 24), fez-se presente, dando
toda assistência a Paulo. Sem dúvida alguma, fora providência de Deus. Em idade
avançada (Fm 9), Paulo precisava de cuidados médicos, físicos e emocionais. E ali
estava o doutor Lucas, seu amigo, que não o desamparou. [Comentário: A Bíblia conta
maravilhosas histórias de amizade, e aquim o Novo Testamento nos apresenta uma
destas histórias, Lucas e Paulo, Por intermédio de Paulo, sabemos que Lucas era
médico (Cl 4.14). Parece que o primeiro encontro entre os dois ocorreu em
Trôade (At 16.6-10), onde juntos partiram para a Macedônia. A primeira cidade
Macedônia em que eles pregaram o Evangelho foi Filipos. Há historiadores
cristãos que concordam que Lucas pastoreou aquela igreja por seis anos (51-57
d.C.). É na última prisão de Paulo que a amizade foi realmente provada. “Só
Lucas está comigo”, disse Paulo para seu discípulo Timóteo. Neste período,
Paulo está esperando sua execução, que aconteceu, provavelmente, no ano de 68
d.C., por decapitação, por ordem de Nero. Todos os demais companheiros de Paulo
o tinham deixado. Lucas, um médico, homem que provou ser culto pela qualidade
das obras que escreveu, abriu mão de vários anos de sua vida para acompanhar o
apóstolo enquanto estava preso. Num desses períodos, na primeira prisão em Roma
(At 28.16), Lucas redige sua obra: o evangelho de Lucas e Atos. Lembrando que estes
dois livros também mostram a dedicação de Lucas a outro amigo, a saber, Teófilo
(Lc 1.3; At 1.1). A dedicação às pessoas é fruto do amor que transforma vidas.
Nós temos uma fé que não pode ser vivida para nós mesmos, mas nossa fé deve se
abrir para os outros. Nosso alvo é servir o nosso próximo (Tg 2.14-26). Deus
nos escolheu para sermos um povo de boas obras (Ef 2.10; Tt 2.14).]
2.
A serenidade dos últimos dias. "Quando vieres, traze a capa que
deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os
pergaminhos" (v. 13). A prisão de Paulo se deu tão de repente que ele não
teve tempo para reunir suas coisas. Agora, aproximava-se o inverno (v. 21), e
Paulo sentia a necessidade da capa que deixou na casa de Carpo e também dos
livros. Sabemos quão rigoroso é o inverno europeu. O texto também nos mostra
que até o fim de sua vida, Paulo se preocupou em ler e estudar. Tem você
dedicado tempo ao estudo da Palavra de Deus?
O seu julgamento,
perante a justiça de Roma, poderia demorar alguns dias ou meses. De qualquer
forma, é um eloquente testemunho de que o homem de Deus, quando está seguro com
o Senhor, não teme a morte ou qualquer
outra adversidade. [Comentário: No mesmo
contexto, alguns versículos antes em II Timóteo 4:6-8, Paulo afirma que
encerrou sua carreira, e que está prestes a morrer. Mesmo assim, no versículo
13 ele ainda pede que sejam trazidos seus livros. Aprendemos então que Paulo
continua tendo interesse em ler, escrever e aprender, mesmo estando prestes a
morrer. Uma vez que a Bíblia não afirma expressamente, não podemos afirmar nada
com certeza sobre isso. Podemos, entretanto, examinar as Escrituras e ter a
melhor compreensão possível e tirar todo aprendizado possível sobre o assunto. Se
examinarmos o livro de Atos, perceberemos informações importantes, que
possivelmente demonstram como foi que Paulo acabou deixando essas coisas todas
em Trôade, na casa de Carpo (Atos 16:8-12).]
3.
Preocupações finais com o discípulo. Paulo alerta Timóteo
a respeito de "Alexandre, o latoeiro", que foi inimigo do apóstolo
(vv. 14,15). "Tu, guarda-te dele." Segundo a Bíblia de Aplicação
Pessoal, Alexandre pode ter sido uma testemunha contra Paulo em seu julgamento.
O crente fiel sempre vai encontrar pessoas difíceis em sua caminhada, por isso,
precisa estar preparados para lidar com toda a sorte de gente, boas e más. [Comentário: Em algumas
outras versões da Bíblia este mesmo Alexandre é chamado de ferreiro!
Possivelmente este Alexandre fazia utensílios domésticos de metais,
ferramentas, escudos, facas, espadas, lanças, etc. Alexandre, o latoeiro, foi
pior que Demas! Apesar de também ter saído da Obra, ele passou a perseguir o
Apóstolo Paulo, chegando a ponto de interferir na sua sentença em Roma,
causando-lhe muitos males (2Tm 4.14). Mesmo assim, Paulo orou por ele e
entregou o caso nas Mãos de Deus, pedindo justiça. Segundo alguns estudiosos da
Bíblia, há muitas chances deste Alexandre ter sido o mesmo que foi citado na
Primeira Carta de Paulo a Timóteo no “Conservando a fé, e a boa consciência, a
qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé. 20 - E entre esses foram
Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não
blasfemar” (1Tm 1.19).]
SÍNTESE DO TÓPICO II
No final do seu
ministério, estando preso, o apóstolo Paulo sentiu-se sozinho, abandonado pelos
seus pares.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
"Bem sabes isto:
que os que estão na Ásia todos se apartaram de mim; entre os quais foram Fígelo
e Hermógenes. O Senhor conceda misericórdia à casa de Onesíforo, porque muitas
vezes me recreou e não se envergonhou das minhas cadeias; antes, vindo ele a
Roma, com muito cuidado me procurou e me achou. O Senhor lhe conceda que,
naquele Dia, ache misericórdia diante do Senhor. E, quanto me ajudou em Éfeso,
melhor o sabes tu" (2 Tm 1.15-18). Este texto, mostra com clareza, que o
apóstolo Paulo já havia se queixado da solidão. Esta é uma informação
importante que você, prezado professor, deve repassar à classe. O texto de
Paulo expresso no capítulo 4 de 2 Timóteo é de caráter bem pessoal,
demonstrando o sentimento, a pessoalidade e a dor do apóstolo em ser abandonado
por quem deveria apoiá-lo em seu árduo ministério. Enfatize que 2 Timóteo 4
narra os últimos momentos da vida do apóstolo. Podemos afirmar que temos o
privilégio de conhecer os últimos momentos da vida de um grande homem de Deus,
apóstolo Paulo.
III. A CERTEZA DA PRESENÇA DE CRISTO
1.
Sozinho perante o tribunal dos homens (v. 16). Nem Lucas, o
"médico amado" se encontrava na cidade, quando Paulo compareceu a
audiência. Mas ele não era murmurador, nem guardou mágoa dos amigos ausentes.
Pelo contrário, demonstrou que os perdoara, pedindo a Deus "que isto lhes
não seja imputado". A atitude de Paulo nos faz recordar a postura de Jesus
na cruz, quando Ele exclamou: "[...] Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o
que fazem" (Lc 23.34). Podem os amigos e companheiros nos abandonar nos
momentos difíceis, mas Deus é fiel e jamais nos deixa sozinho. [Comentário: Embora os
homens tenham abandonado Paulo em sua primeira audiência no tribunal, o Senhor
não o fez. Paulo pode usar aquela ocasião para pregar o evangelho. Como cidadão
romano, Paulo não poderia ser jogado aos leões no teatro público. Diz a
tradição que, como resultado de haver apelado para César, após dois julgamentos
no ano 68 d.C., Paulo foi executado. Relata-se que Nero saiu de viagem enquanto
Paulo estava em Roma; entrementes, uma de suas concumbinas foi ganha para o
Senhor por intermédio do apóstolo. Quando Nero voltou para casa, ela havia se
juntado a um grupo cristão, abandonando o imperador. Nero ficou tão furioso que
descarregou sua ira sobre Paulo, que foi levado para a Via Óstia onde o
executaram.]
2.
Sentindo a presença de Cristo (v. 17). Paulo não tinha a
companhia dos amigos e irmãos em Cristo, mas pôde sentir, de perto, a gloriosa
presença de Deus. O Senhor se fez presente e fortaleceu a alma e o espírito do
seu servo. Mesmo estando preso, ele se sentia "livre da boca do
leão", o que pode referir-se ao sentimento de libertação espiritual em
relação a Satanás, ou de Nero, o sanguinário imperador. Ele não foi liberto da
prisão e da morte, pois suas palavras eram de despedida: "Combati o bom
combate, acabei a carreira, guardei a fé" (v. 7). [Comentário: Viver e morrer
para o crente significa aceitar a passagem pascal, onde a doação a Cristo e aos
irmãos não se realiza sem dificuldades e desilusões, sem passar pelas inúmeras
mortes cotidianas até a morte física, etapa obrigatória criada pelo ato
redentor de suprema doação de Cristo que morre por amor e ressuscita para que
nós possamos ressuscitar com Ele. Agora vivemos uma vida nova, porque aquele
que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos, dará a vida também aos nossos
corpos mortais (Rm 8.11). Livre da boca
do leão, essa era uma forma figurada de dizer que os esforços de Satanás em
causar a morte prematura de Paulo tinham sido desviados, impedidos até o
presente.]
3.
Palavras e saudações finais. "E o Senhor me livrará de toda má
obra e guardar-me-á para o seu Reino celestial [...]" (v. 18). Paulo não
estava se referindo ao livramento físico da morte. Ele já havia se despedido de
forma muito comovente nos versículos 6 a 8. Esse texto nos mostra o quanto ele
estava tranquilo, aguardando a vontade de Deus sobre sua vida e o fim do seu
ministério. E conclui, saudando seu amigo e filho na fé, dizendo: "O
Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito. A graça seja convosco. Amém!"
(v. 22). [Comentário: Paulo não
expressa imunidade à doença fisica. Pelo contrário, ele espera a morte, mas
nenhum ataque a ele poderia prejudicá-lo. Sua morte traria a libertação do
sofrimento e a entrada no céu.]
SÍNTESE DO TÓPICO III
Sozinho, Paulo se
dirigiu ao tribunal para ser julgado, mas com a plena convicção de que a
presença de Cristo estava com Ele.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A graça seja
convosco. Estas são as últimas palavras de Paulo nas Escrituras registradas
enquanto ele aguardava o martírio num cárcere romano. Do ponto de vista do
mundo, a vida do apóstolo estava para terminar num trágico fracasso.
Durante trinta anos,
largara tudo por amor a Cristo; pouca coisa ganhara com isso, a não ser
perseguição e inimizade dos seus próprios patrícios. Sua missão e sua pregação
aos gentios resultaram no estabelecimento de um bom número de igrejas, mas
muitas dessas igrejas estavam decaindo em lealdade a ele e à fé apostólica (2
Tm 1.15). E agora, no cárcere, depois de todos os seus leais amigos o deixarem,
a não ser Lucas (vv.11,16), ele aguarda a morte" (Bíblia de Estudo
Pentecostal, CPAD, 1995, p.1885).
CONCLUSÃO
Os últimos trechos da
Segunda Carta de Paulo a Timóteo nos ensinam que o servo de Deus que tem
certeza da sua salvação, mediante a obra redentora de Cristo, não teme a morte.
Paulo sabia que a morte física aniquilaria apenas o seu corpo, mas seu espírito
e sua alma (o homem interior - 2 Co 4.16) estavam guardados em Cristo Jesus.
[Comentário: “Melhor é a
boa fama do que o melhor ungüento, e o dia da morte, do que o dia do nascimento
de alguém” (Eclesiastes 7:1). O dia da morte do cristão é melhor do que o dia
do seu nascimento. Todos os dias do cristão em Cristo sobre a terra são bons,
mas estar com Cristo na glória eterna será melhor. Paulo foi abençoado em
Cristo sobre a terra, mas o apogeu da bênção para Paulo seria estar com Cristo
na glória: “Porque para mim o viver é
Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha
obra, não sei, então, o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em
aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito
melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne” (Fp 1.21-24).
O cristão olha para a morte como uma partida da imperfeição para imperfeição (2Tm
4.6). Paulo viveu uma vida espiritual progressiva. Ela não foi ausente de
dificuldade, perseguição e sofrimento. Contudo, essa vida estava em preparação
para a morte, pois ele aguardava a experiência com confiança alegre e
expectativa esperançosa. A Bíblia refere-se à morte do crente em termos
consoladores. A morte para o justo, segundo Lucas, é ser levado pelos anjos
“para o seio de Abrão” (Lc 16.22); é ir ao “paraíso”(Lc 23.43); é ir à casa do
nosso Pai, onde há “muitas moradas” (Jo 14.2); é uma partida bem-aventurada
para “estar com Cristo”(Fp 1.23), e é a ocasião de receber a “coroa da
justiça”(2Tm 4.8). Nossa corporal está garantida pela ressurreição de Cristo
(At 17.31; 1Co 15.12, 20-23). Essas porções bíblicas ensinam claramente a
sobrevivência da alma humana fora do corpo, quer do salvo, quer do ímpio, após
a morte. Jesus nos ensina acerca de uma ressurreição da vida, para o crente, e
de uma ressurreição de juízo, para o ímpio (Jo 5.28,29). O crente passa do
tempo para a eternidade. Paulo usou o substantivo grego kerdos significando
ganho, o adjetivo kreitton significando maior, melhor ou superior, e o advérbio
mallon significando mais ou muito mais em Filipenses 1.21-23. A combinação das
palavras prova que o crente falecido não se torna inferior a uma pessoa quando
ele morre: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo
presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada...E
não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos
em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.18,23).
O corpo redimido será a finalização ou perfeição do que Deus o Espírito Santo
começou na regeneração. O Espírito aplicou o que o Filho de Deus providenciou
em Sua morte. O que o Filho providenciou foi em favor do eleito que o Pai lhe
deu antes da fundação do mundo http://www.monergismo.com/textos/morte/considerar_morte_best.htm; ] NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Agosto de 2015
PARA REFLETIR
A respeito das Cartas
Pastorais:
Qual era o caráter da
oferta de libação?
De caráter voluntário.
O que era a oferta de
libação?
Segundo a Bíblia de Aplicação Pessoal,
"libação era uma oferta líquida e consistia em derramar vinho sobre o
altar como um sacrifício a Deus". Não era uma oferta pelos pecados, mas
uma oferta de gratidão ao Senhor.
O que Paulo queria
dizer com a expressão "guardei a fé"?
Que ele manteve-se fiel a Cristo e a seus
ensinamentos.
Segundo a lição, o que
significa "guardar a fé"?
Manter-se firme em Cristo e em seus
ensinamentos.
Quem era Demas?
Demas era um dos cooperadores de Paulo (Cl
4.14; Fm 24).
CONSULTE
Revista Ensinador
Cristão - CPAD, nº 63, p. 41.
Você encontrará mais
subsídios para enriquecer a lição. São
artigos que buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURA
Reflexões para um
Ministério Eficaz
O autor apresenta um
trabalho sério e experiente que é fruto do seu ministério pastoral. Ele reparte
uma visão de ministério que faz vislumbrar novas perspectivas para "quem
deseja o episcopado". Os temas aparecem de forma homilética e abrangem
assuntos de ética, doutrina, teologia e vocação.
Como Tornar-se uma
Pessoa de Influência
Tudo o que você faz em
casa, na igreja, no seu trabalho, ou socialmente tem impacto na vida de outras
pessoas e pode influenciar. Os autores contam experiências de homens e mulheres
de Deus que se tornaram influentes e fontes constantes de alegria, inspiração e
humor. São ensinos práticos e fáceis.
A Excelência do
Ministério