Lição 7: Eu sei em
quem tenho crido
Data: 16 de Agosto de 2015
TEXTO ÁUREO
“[...] porque eu sei
em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito
até àquele Dia” (2Tm 1.12).
VERDADE PRÁTICA
O crente, assim como o
líder, precisa ter convicção de sua chamada e de sua condição de salvo em Jesus
Cristo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
— Pv 25.13
O mensageiro fiel para
com os que o enviam
Terça
— At 24.14
Crendo em tudo quanto
está escrito na Lei e nos Profetas
Quarta
— Jo 6.69
Crendo em Jesus
Cristo, Filho de Deus
Quinta
— 1Co 4.2
Os despenseiros devem
ser achados em fidelidade
Sexta
— 1Tm 1.12
Para que o nome do
Senhor Jesus Cristo seja glorificado
Sábado
— Hb 10.22
Crendo com inteira
certeza de fé e tendo o coração purificado
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Timóteo 1.3-8; 2.1-4.
2 Timóteo 1
3 — Dou graças a Deus,
a quem, desde os meus antepassados, sirvo com uma consciência pura, porque sem
cessar faço memória de ti nas minhas orações, noite e dia;
4 — desejando muito
ver-te, lembrando-me das tuas lágrimas, para me encher de gozo;
5 — trazendo à memória
a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Loide e em
tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti.
6 — Por este motivo,
te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das
minhas mãos.
7 — Porque Deus não
nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.
8 — Portanto, não te
envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu;
antes, participa das aflições do evangelho, segundo o poder de Deus,
2 Timóteo 2
1 — Tu, pois, meu
filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.
2 — E o que de mim,
entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos
para também ensinarem os outros.
3 — Sofre, pois,
comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.
4 — Ninguém que milita
se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para
a guerra.
HINOS SUGERIDOS
62, 369 e 577 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Evidenciar que, uma
das provas de que o líder é chamado por Deus, refere-se a sua capacidade de
suportar o sofrimento por amor a Cristo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Refletir a respeito das orações e ação
de graças em favor da liderança.
II. Saber que o líder e o crente necessitam
ter convicções fortes em Deus.
III. Compreender que o sofrimento também faz
parte da vida cristã.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, a
partir desta lição estaremos estudando a respeito da Segunda Epístola de
Timóteo. É importante ressaltar que esta foi a última carta de Paulo. Esta
epístola foi escrita em uma época em que os crentes estavam enfrentando uma
forte oposição por parte do imperador Nero. Paulo estava sob a custódia do
governo romano, sendo tratado como um criminoso comum e abandonado por alguns
amigos (1.15). O apóstolo tinha consciência de que sua carreira estava chegando
ao fim, porém diante de todas as adversidades e sofrimentos, ele não perdeu a
esperança. Paulo se despede do amigo Timóteo, exortando-o a perseverar na fé
cristã como um bom soldado cristão.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Com a lição de hoje
estaremos dando início ao estudo da Segunda Epístola de Timóteo. Esta segunda
carta foi escrita enquanto Paulo se encontrava preso. A prisão é lugar que
destrói a fé e a esperança de muitos, levando-os ao desespero e à descrença. No
entanto, Paulo comprova que podia estar preso fisicamente, confinado a uma cela
romana, mas seu espírito e sua fé estavam perfeitamente livres para continuar
servindo a Deus e que “a palavra de Deus não está presa” (2Tm 2.9). Esta foi a
última vez que ele esteve na prisão, pois veio a perder nela a sua vida. Nesta
epístola, ele faz um balanço de sua trajetória. Também aproveita para se
despedir de Timóteo e dar suas últimas exortações e advertências.
[Comentário: Com esta lição
entramos na segunda carta a Timóteo. Esta é a última epístola escrita pelo
apóstolo Paulo. É o registro de sua última vontade, o seu testamento à igreja. Charles
R Erdman((1866-1960) Americano, Pastor Presbiteriano, professor de
teologia no Seminário Teológico de Princeton.) diz que essa é a mais
pessoal das cartas pastorais(Erdman, Charles. Las Epístolas Pastorales a
Timoteo y a Tito. Grand Rapids: Tells, 1976, p. 90.) Como as últimas
palavras que alguém profere são, em geral, as coisas mais urgentes e
importantes que pronuncia, o conteúdo dessa carta está regado de emoção e
também vazado por um forte senso de urgência. É um apelo para Timóteo manter-se
firme diante da perseguição, preservando intacto o evangelho à vista da ameaça
dos falsos mestres e proclamando a salvação com senso de urgência, a despeito
das nuvens escuras da perseguição]. Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?
PONTO CENTRAL
O líder precisa ter segurança de sua
salvação em Jesus Cristo.
I. ORAÇÕES E AÇÃO DE GRAÇAS (1.3-5)
1.
“Ao amado filho” (v.2). Paulo dá início a Segunda Carta a
Timóteo chamando o jovem pastor de “amado filho”. A palavra no original é
agapatos e significa “muito amado”. Paulo sabia que logo morreria, talvez por
isso, tenha demonstrado, de uma forma tão intensa, sua afeição e amor por
Timóteo. Isso nos mostra que o líder precisa ter afeição, amor e saber
demonstrá-los por aqueles que estão ao seu lado, cooperando na obra do Senhor.
Paulo sabia das
necessidades e lutas que Timóteo enfrentava como líder, por isso, orava
constantemente em favor de seu amigo (v.3). Será que atualmente oramos em favor
daqueles que fazem a obra de Deus? Precisamos orar sempre por todos os que
estão empenhados na obra do Senhor. [Comentário: Timóteo, o
“amado filho” de Paulo (1.2; cf. 1Tm 1.2,18). Somos apresentados a Timóteo pela
primeira vez em Atos 16.1-3, onde ficamos sabendo que sua mãe era judia e seu
pai grego. Desta epístola também descobrimos que sua mãe e sua avó eram crentes
em Cristo, que criaram Timóteo nas Escrituras (1.5; 3.14-15). Bem falado pelos
irmãos em Listra e Icônio, Paulo queria que Timóteo viajasse com ele e por isso
o circuncidou para se acomodar aos judeus que procuraria evangelizar. Nesta
segunda prisão, Paulo foi lançado numa masmorra escura, úmida, fria e
insalubre, da qual as pessoas saíam leprosas ou para o martírio (4.13). O que
estava por trás de sua primeira prisão era a intermitente oposição dos judeus,
mas o que motivou sua segunda prisão foi o próprio Império Romano, com todo o
seu aparelhamento para matar. Tudo indica que ele não esperava ser solto (cf. 4.6-7)
e pouco tempo após escrever esta epístola ele foi morto por Nero. Como Nero foi
morto em 68 d.C., Paulo teria morrido pouco tempo antes. Por isso, esta carta
pode receber a data de aproximadamente 66-67 d.C.].
2.
A sensibilidade de Paulo. Paulo diz para Timóteo, que estava
cumprindo sua missão em Éfeso, que desejava muito vê-lo de perto, pessoalmente
(v.4). A saudade era grande! Paulo se lembrava das lágrimas de Timóteo quando
da despedida deles. As lágrimas nos mostram quão profundo era o relacionamento
entre eles. Hoje em dia, infelizmente, os relacionamentos parecem cada vez mais
superficiais. [Comentário: Esta afinidade
familiar é resultado de um longo relacionamento de serviço juntos no trabalho
do Senhor, no qual Timóteo serviu a Paulo como um filho serviria ao seu pai (Fp
2.19-24). Tais serviços incluiriam não só viajar com Paulo, mas também
permanecer em novas congregações quando Paulo tinha que sair de repente (At 17.13-14),
voltar para encorajar tais congregações (1Ts 3.1-3) e servir como emissário
pessoal de Paulo (1Co 16.10-11; Fp 2.19-24). Ele teve a honra de juntar de a Paulo
na saudação de várias epístolas escritas pelo mesmo (2Co 1.1; Fp 1.1; Cl 1.1; 1Ts
1.1; 2Ts 1.1), e de tais epístolas descobrimos que Timóteo esteve com Paulo
enquanto estava preso em Roma. Um serviço tão fiel também resultou em ser
deixado em Éfeso como representante pessoal de Paulo (1Tm 1.3). Pode ser que
ele ainda estava naquela região quando esta epístola foi escrita. Esta epístola
contem as palavras inspiradoras de Paulo de encorajamento e instruções a Timóteo,
seu “amado filho”. Desejando vê-lo (1.4), Paulo escreve esta epístola para que Timóteo
fosse rapidamente à Roma, e levasse junto Marcos, uma capa que ele deixou em Trôade
e alguns livros e pergaminhos (4.9-13). No entanto, ele usa a ocasião para
escrever a respeito daquelas coisas que mais o preocupava a respeito do
trabalho de Timóteo.].
3.
A fé de Timóteo (v.5). Timóteo era um jovem obreiro de caráter
exemplar. Seu discipulado começou no lar, com o exemplo de sua avó, Loide, e de
sua mãe, Eunice, ambas judias, mas convertidas ao evangelho. Seu pai era grego.
Não se sabe se ele se converteu ao evangelho. Mas sua formação foi motivo de
referência para Paulo. Na Segunda Carta, o apóstolo diz: “[...] trazendo à
memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Loide
e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (v.5). A
educação familiar de Timóteo serve de exemplo para as famílias cristãs atuais.
[Comentário: Timóteo era
natural de Listra, cidade da província da Galácia do Sul. Era filho de uma
crente judia e de um pai grego (At 16.1). Sua mãe, Eunice, e sua avó, Loide, o instruíram
nas Sagradas Escrituras desde a infância (1.5; 3.15). Timóteo bebeu o leite da
piedade desde o alvorecer da vida. Conheceu Paulo na primeira viagem
missionária do apóstolo e tornou-se seu companheiro de jornada a partir da
viagem missionária seguinte. Embora Timóteo tenha sido criado sob a influência
espiritual de sua mãe e avó, Paulo foi o instrumento de Deus para levá-lo a
Cristo, uma vez que o apóstolo o chama de verdadeiro filho na fé e amado filho
(1Tm1.2) e filho amado e fiel no Senhor (1Co 4.17).].
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Paulo ora e agradece a Deus pela vida de
Timóteo, seu filho na fé.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Desejando muito
ver-te (1.4). Paulo agora está encarcerado em Roma, aguardando a morte,
abandonado por muito dos seus amigos e desejando ver Timóteo mais uma vez. Roga
a este seu fiel cooperador que permaneça fiel à verdade do evangelho e que se
apresse a ir até ele, nos seus últimos dias aqui na terra (2Tm 4.21).
Despertes o dom de
Deus (1.6). O ‘dom’ (gr. charisma) concedido a Timóteo é comparado a uma
fogueira (cf. 1Ts 5.19) que ele precisa manter acesa. O ‘dom’ era,
provavelmente, o poder específico do Espírito Santo sobre ele para realizar o
seu ministério. Note aqui que os dons e o poder que o Espírito Santo nos
concede não permanecem automaticamente fortes e vitais. Precisam ser
alimentados pela graça de Deus, mediante nossa oração, fé, obediência e
diligência” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.1877).
II. A CONVICÇÃO EM DEUS (vv.6-14)
1.
Dons espirituais (v.6). Paulo lembra a Timóteo o momento em que
ele foi ordenado ao santo ministério. Ele relata que nesta ocasião o jovem
pastor recebeu dons espirituais que o capacitariam no serviço de Deus. O que
Paulo desejava afirmar a Timóteo quando disse: “despertes o dom de Deus, que
existe em ti”? Certamente Paulo estava encorajando Timóteo a perseverar em seu
ministério. Este texto nos mostra também que a imposição de mãos sempre foi um
gesto de grande valor na vida ministerial da igreja cristã. Jesus usou as mãos
para efetuar várias curas (Lc 4.40). É uma prática solene que é seguida, e
ainda hoje utilizada em todas as igrejas evangélicas.
[Comentário: Depois que foi
solto da primeira prisão em Roma, Paulo deixou Timóteo em Éfeso (1Tm 1.3), como
líder da igreja. As responsabilidades eram imensas. Timóteo precisou enfrentar
com coragem os falsos mestres que perturbavam a igreja (1Tm 1.1-7), estabelecer
critérios claros para a manutenção da ordem no culto (1Tm 2.115), escolher e
ordenar oficiais para a igreja (1Tm 3.1-13), regular e coordenar a assistência
social às viúvas, e ainda orientar o ministério das viúvas na igreja (1Tm
5.1-16), decidir acerca da remuneração e disciplina dos presbíteros (1Tm
5.17-21), assim como outras obrigações morais (1Tm 6.1-19). Nesse tempo,
Timóteo era considerado ainda um homem jovem (2.22; 1Tm 4.12). Além disso,
Timóteo era tímido (1.7,8; 2.1,3; 3.12; 4.5; 1Co 16.10,11) e doente (1Tm 5.23),
mais propenso a “ser comandado que a comandar”.11 Paulo já estava na antessala
de seu martírio, às portas da decapitação. Era urgente passar a Timóteo o bastão
da responsabilidade para preservar a sã doutrina e conservar intacto o ensino
dos apóstolos. Com as características de Timóteo, parecia impossível que o
filho na fé desse conta de tão gigantesca missão.].
2.
“Espírito de fortaleza, e de amor, e de moderação” (v.7). Ao que parece Timóteo
estava enfrentando uma grande oposição a sua liderança. Paulo então exorta a
Timóteo para que ele tenha coragem. Um líder precisa ser corajoso. O medo
paralisa e acaba por neutralizar as nossas ações em favor da obra de Deus. O
Espírito Santo nos ajuda a superar o medo e nos encoraja a prosseguir. Por
isso, o líder precisa ser alguém cheio do Espírito Santo (Ef 5.18). Ele é o
nosso ajudador. Sem sua presença é impossível ser bem-sucedido na liderança.
Conte com a ajuda do Espírito Santo e tenha coragem para seguir em sua
caminhada, realizando a obra para a qual você foi vocacionado e chamado pelo
Senhor. [Comentário: Myer Pearlman
explica que essa epístola foi escrita para pedir a presença de Timóteo em Roma,
admoestá-lo contra os falsos mestres, animá-lo em seus deveres e fortalecê-lo contras
as perseguições vindouras.(Pearlman, Myer. Através da Bíblia. Miami: Vida,
1987, p. 297.) Na mesma linha de pensamento, Gordon Fee e Douglas Stuart
destacam que o propósito da carta é pedir a Timóteo que se junte a Paulo em
Roma quanto antes (4.9,21), levando consigo Marcos (4.11) e alguns itens
pessoais (4.13). Timóteo deve ser substituído por Tíquico, o portador da carta
(4.12). A razão para a pressa é o começo do inverno (4.21) e o fato de que a
audiência preliminar já havia ocorrido (4.16). A maior parte da carta, porém,
se ocupa com um apelo para que Timóteo se mantenha leal a Paulo e ao evangelho,
aceitando o sofrimento e a privação.].
3.
Apóstolo dos gentios (v.11). Paulo tinha consciência de que recebeu,
da parte de Deus, a vocação e o chamado para pregar aos gentios. Tem você
também consciência da sua vocação e chamado? Paulo exorta Timóteo a manter-se
firme na fé, conservando “o modelo das sãs palavras” que o jovem discípulo
recebeu, da parte de Paulo, “na fé e na caridade que há em Cristo Jesus” (2Tm
1.13). [Comentário: Desde sua
conversão, o apóstolo Paulo se lançou numa intensa jornada de pregação. Depois
de longo preparo, três anos na Arábia (Gl 1.15-18), dez anos em Tarso (At 9.30;
At 11.25,26; Gl 2.1), o homem convertido em Damasco, rejeitado em Jerusalém e
esquecido em Tarso é agora levado para Antioquia, a terceira maior cidade do mundo.
Dali é separado pelo Espírito Santo e enviado para a obra missionária. Paulo
pregou com zelo e fervor, no poder do Espírito Santo, a tempo e fora de tempo,
são ou doente, livre ou preso. O livro de Atos registra três de suas viagens missionárias:
a primeira na província da Galácia, a segunda nas províncias da Macedônia e
Acaia e a terceira na província da Ásia Menor. As cartas pastorais fazem referência
à sua quarta viagem missionária, depois de ter sido solto da primeira prisão em
Roma. Por mais de trinta anos, Paulo pregou fielmente o evangelho, plantou
igrejas, defendeu a fé e consolidou a obra. Num breve resumo de seu passado,
ele declarou: Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé (4.7). Agora,
o idoso apóstolo está novamente preso e sofrendo dolorosa solidão. Os irmãos da
Ásia o abandonaram (1.15). Fígelo e Hermógenes não queriam mais nenhuma ligação
com ele (1.15). Demas já o havia deixado à própria sorte (4.10). Diante da
atroz perseguição romana, os crentes tinham medo de se associarem a ele. Na sua
primeira defesa, ninguém foi a seu favor (4.16). Paulo permaneceu desamparado
numa masmorra escura, úmida e insalubre, de localização desconhecida (1.17). O
imperador Nero, com toda a sua loucura e violência, estava determinado a
esmagar os cristãos com mão de ferro. Em Roma, os crentes eram crucificados,
queimados vivos; outros, de cidadania romana, eram decapitados. Ao mesmo tempo
que o fogo da perseguição se espalhava, os falsos mestres espalhavam o veneno
das heresias, causando grande perturbação às igrejas. A situação era quase
desesperadora. Paulo, o grande bandeirante do cristianismo, estava na fila do
martírio. Handley Moule chegou a dizer que “o cristianismo estremecia, à beira
da aniquilação”.(http://www.hagnos.com.br/imgextras/2Timoteo%20-%20cap%201%20em%20baixa.pdf)].
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
O pastor, assim como os crentes,
necessita ter convicção de sua salvação em Jesus Cristo.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Porque Deus não nos
deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação (1.7). A
palavra deilia significa ‘covardia’. Em contexto com outras passagens destas
duas cartas, ela indica a natureza tímida e hesitante de Timóteo. Mas Timóteo
não está limitado por sua fraqueza, da mesma forma como nem você nem eu estamos
limitados pela nossa. Deus nos deu seu próprio Espírito — um Espírito que
transmite poder, amor e autodisciplina à vida do crente” (RICHARDS, Lawrence O.
Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.475).
III. UM CONVITE AO SOFRIMENTO POR CRISTO (2.1-13)
1.
O fortalecimento na graça (v.1). Todo cristão precisa ser forte,
principalmente no aspecto espiritual. Timóteo certamente enfrentava desafios
além de suas forças. Diante dessa realidade, estando tão distante, Paulo diz
que ele devia fortificar-se “na graça que há em Cristo Jesus”, ou seja, confiar
inteiramente em Cristo e em seu poder. Diante das lutas, tribulações e
tentações, o crente só vence se tiver a força que vem do alto. Escrevendo aos
efésios, Paulo disse: “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na
força do seu poder” (Ef 6.10). [Comentário: Paulo dirige a
Timóteo duas cartas, lhe chamando de filho na fé. Hoje também precisamos de
pais espirituais que nos ensine a fazer o que é correto. Ou melhor dizendo; que
nos dirija com uma palavra de fortalecimento nos momentos de dificuldade. As
cartas de Paulo à seu filho na fé revela uma grande preocupação com igreja em
sua época. O que não é diferente hoje em nossos dias. Hoje mais do que nunca
precisamos encorajar nosso irmãos a continuar batalhando pela fé uma vez
recebida. Já que muitas situações difíceis vivem a nos rondar. Escândalos,
apostasia, heresias etc. Você meu amado/amada que tem presenciado tantas
situações diferentes em seus dias de cristão ; nosso conselho é: “Fortifica-te
na graça que está em Cristo Jesus”( http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/fortifica-te-na-graca-que-esta-em-cristo-jesus). No capítulo 2 de Timóteo, Paulo faz uso de três
metáforas: o soldado, o atleta, e o lavrador. Aqui todas elas enfatizam que a
obra de Timóteo exigirá vigor, envolvendo tanto labuta quanto sofrimento.].
2.
Soldado de Cristo (v.3). A vida cristã é um misto de alegrias e
tristezas; de lutas e vitórias. Jesus advertiu seus discípulos sobre as
aflições da vida cristã (Jo 16.33). Para os que aceitam tomar a cruz (Mt
16.24), renunciando a si mesmos, a vida cristã é uma luta sem tréguas. Sua vida
pode ser comparada a de um soldado que está na frente da batalha. É na luta,
nos combates espirituais, “pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3), que
o servo de Deus se fortalece e acumula experiências que lhe capacitam a ser
mais que vencedor (Rm 8.37). [Comentário: A linguagem e
a mentalidade de guerra são evidentes ao longo desta carta. Além de termos
militares como “soldado”, “arregimentar” (2Tm 2.3,4) e “combate” (2Tm 4.7), a
carta inteira apresenta contrastes entre os servos fiéis que continuam sua luta
e os que abandonam a batalha e viram contra Cristo. Paulo elogia o próprio
Timóteo, sua mãe e avó (2Tm 1.5) e uma lista de outros guerreiros dedicados (2Tm
4.11-12, 19-21). Por outro lado, ele cita diversos exemplos negativos, nomes de
pessoas que abandonaram o caminho do Senhor: Figelo, Hermógenes, Himeneu e
Fileto, Demas e Alexandre (2Tm 1.15; 2.17; 4.10,14). O propósito de Paulo nesta
abordagem vai muito além do mero registro de fatos sobre o conflito entre dois
exércitos. Paulo investiu sua vida nessa guerra e escreveu para fortalecer a determinação
de Timóteo em dar continuidade à batalha: “Porque Deus não nos tem dado
espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação. Não te envergonhes,
portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu;
pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo
o poder de Deus” (2Tm 1.7-8); “Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que
está em Cristo Jesus.... Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de
Cristo Jesus” (2Tm 2.1,3); “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de
julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra,
insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a
longanimidade e doutrina” (2Tm 4.1-2).].
3.
O lavrador (v.6). O agricultor precisa trabalhar com
afinco a fim de preparar a terra para receber as sementes. Depois, precisa
regar, adubar a semente para que surjam os frutos. Muitos querem colher sem
esforço ou onde não plantaram. Esses não merecem a recompensa do Dono da
“lavoura” espiritual que é a Igreja do Senhor Jesus. É preciso labutar na
“lavoura de Deus” (1Co 3.9) até que os frutos apareçam. Há uma recompensa para
aqueles que labutam com afinco. Paulo diz para Timóteo que quem primeiro deve
gozar dos frutos da plantação é o “lavrador que trabalha” (2Tm 2.6).
[Comentário: O Lavrador
diligente (2Tm 2.6). Tendo o soldado que lutar diligentemenete, o lavrador, por
sua vez, tem de trabalhar arduamente. O sucesso na lavoura só é conseguido com
muito trabalho. Isso é verdade particularmente em países em desenvolvimento,
antes de se ter as técnicas da mecanização moderna. Em tais circunstâncias, o
sucesso da exploração agrícola depende tanto do suor como da habilidade. Ao
contrário do soldado e do atleta, a vida do agricultor é totalmente desprovida
de emoção, distante de toda fascinação decorrente do perigo e do aplauso.
Contudo, a primeira parte da colheita pertence ao lavrador que trabalha. É seu
direito. A boa produção deve-se mais a seu esforço e perseverança do que a
qualquer outro fator. É por isso mesmo que o preguiçoso jamais será um bom
agricultor, como ressalta o livro de Provérbios. Com isso, Paulo queria dizer
que o obreiro que trabalha tem direito a gozar do fruto de seu trabalho. Portanto,
não há dúvida quanto ao sustento dos obreiros ser doutrina bíblica. Deus mesmo
ordenou isso. Jesus Cristo confirmou e os apóstolos proclamaram. De acordo com
o que está escrito, digno é o obreiro do seu salário.].
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A nossa fé em Jesus não nos isenta de
enfrentar perseguições e sofrimentos.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Seja bom soldado de
Jesus Cristo (2.3,40). ‘De que forma o líder cristão pode se condicionar para
esta tarefa?’. A resposta de Paulo está nestes versículos: ‘Sofre, pois, comigo
(suporta comigo, NVI), as aflições, como bom soldado de Cristo’. Aqui e nos
versículos seguintes, o apóstolo se serve de três analogias: o soldado, o
atleta e o agricultor. A analogia militar é a favorita de Paulo, não porque ele
fosse de mente militar, mas porque no império romano era comum as pessoas verem
soldados, e, ainda, porque a vida de soldado era uma analogia esplêndida para a
vida cristã. Felizmente, nós também estamos familiarizados com as exigências
impostas ao soldado. Servir nesta atividade rigorosa requerer um extensivo
condicionamento físico. Todos que passam pelo campo de treinamento de recrutas
sabem como é difícil fortalecer o corpo ao ponto em que a força seja igual às
exigências requeridas. Mas é necessário algo comparável a isso para o cristão
sobretudo para o ministro. ‘Sofre... as aflições’, diz Paulo. Aceita as
dificuldades, privações e perigos com um espírito submisso como parte da tarefa
de soldado no exército de Cristo.
Quando o indivíduo se
torna soldado, ele é separado da sociedade, com a qual esteve familiarizado por
toda a vida, e apresentado a uma comunidade nova e altamente especializada. Ele
é despido de roupas próprias com um equipamento fornecido pelo governo. Suas
idas e vindas são feitas unicamente sob ordens ou com permissão expressa. Dorme
onde lhe dizem para dormir e come o que lhe for dado. Na verdade, sua vida está
à disposição do governo” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 9. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2006, p.518).
CONCLUSÃO
Mesmo sabendo que em breve iria morrer,
Paulo não perdeu sua esperança e fé. Até em seus últimos momentos procurou
incentivar e orientar seu filho amado e companheiro de ministério, Timóteo.
Seja você também um intercessor e incentivador daqueles que estão labutando na
obra do Mestre. [Comentário: Sabemos que quando
Paulo escreveu esta carta, ele estava preso em Roma esperando a sua execução.
Estas são as ultimas palavras do apóstolo. Com o decreto de sua morte, Paulo
começa a preparar um futuro líder, que vale a pena lembrar que era tímido e
introspectivo. Timóteo era jovem e podemos perceber isto: "ninguém
despreze a tua mocidade" (1 Tm 4.12);
" fuja das paixões da mocidade" (2 Tm 2. 22). Talvez Timóteo tivesse cerca de 20 anos
quando Paulo o recrutara como missionário
cooperador, Timóteo estaria agora com a idade de trinta e poucos anos. Estamos
carentes de referências bíblicas que fortaleçam o perfil de um servo de Deus,
conforme a Palavra de Deus. Comentários e denúncias contra pastores e líderes evangélicos
nos apontam a necessidade de buscarmos nas Escrituras esses fundamentos, a fim
de caracterizarmos melhor nosso ministério como pastores e líderes na casa de
Deus. Paulo, vendo que sua partida se aproxima, se despede de seu discípulo e
encoraja identificando características e ênfases que precisam estar presentes
na vida e ministério de um líder na obra de Deus. Que exemplo de mestre!]. NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Agosto de 2015
PARA REFLETIR
A respeito das Cartas
Pastorais:
Como Paulo chama
Timóteo na Segunda Carta?
“Amado filho”.
De acordo com a lição,
qual o significado da palavra “agapatos” no original?
A palavra no original
significa “muito amado”.
O que as lágrimas de
Paulo por Timóteo revelam?
Revelam uma profunda
afeição e cuidado.
Quando teve início o discipulado
de Timóteo?
Ainda na sua infância.
A educação familiar de
Timóteo deve servir de exemplo para quem?
Deve servir de exemplo
para os líderes e para os pais.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Eu sei em quem tenho
crido
Caro professor, esta
lição iniciará a abordagem da segunda Epístola de Paulo a Timóteo. Nesta
oportunidade, o apóstolo encontrava-se preso. É a última vez que ele falara da
sua prisão, pois de onde estava o apóstolo, este iria para o “matadouro”, isto
é, o martírio.
Uma das características
mais tocantes nesta carta é a comprovação da fé inabalável do apóstolo Paulo.
Numa prisão, e do ponto de vista humano, perder a esperança é explicável. Na
história da Igreja de Cristo, ao longo das perseguições do império romano,
muitos cristãos negaram oficialmente a sua fé, pelos menos apenas de lábios,
para não perderem as suas vidas e protegerem a integridade da sua família. Mas
a vida do apóstolo, ainda que “presa” em sua dimensão física, confinada pela
prisão romana, tinha liberdade plena e confiança em Deus para propagar
livremente a palavra divina.
O apóstolo dos gentios
tinha uma convicção internalizada na alma de que estava cumprindo sua missão,
mesmo preso numa prisão abjeta. Toda a sua vida se dava em torno da dimensão
proclamatória do Evangelho a todos os povos. Isso fazia Paulo compreender que
tudo o que acontecia com ele, direta ou indiretamente, levaria prosperar o
Evangelho nas regiões habitadas por povos gentílicos. Paulo cria firmemente que
Deus, segundo a sua maravilhosa graça, estava conduzindo a sua vida e a
expansão do Evangelho como um tapeceiro que, por intermédio de movimentos
ondulado, tece o tapete. Então, como o “tapeceiro da vida”, Deus “tecia” a
existência do apóstolo. Por isso, é possível vermos na epístola expressões como
“dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com uma
consciência pura, porque sem cessar faço memória de ti nas minhas orações,
noite e dia” (v.3). Diante de todas as circunstâncias que o apóstolo estava
imerso, ele dava “graças a Deus”, o servia “com uma consciência pura”, e fazia
“memória de ti [Timóteo] nas minhas orações, noite e dia”. Ou seja, o jovem
pastor de Éfeso constantemente era objeto das orações do apóstolo Paulo, mesmo
este preso.
Ao longo dos capítulos
1 e 2, o apóstolo expõe uma série de conselhos que perpassa pelo despertamento
da vocação de Timóteo (v.6), de sentir-se valorizado por testemunhar o Senhor
pela mensagem que o apóstolo pregava (v.8), da conservação do modelo das sãs
palavras aplicadas pelo apóstolo (v.13), do fortalecimento na graça que há em
Cristo Jesus (2.1), um convite a sofrer as aflições como um bom soldado de
Cristo (2.3) etc. Eis os convites de um preso do Senhor!