Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD -
Jovens e Adultos
Tema: Filipenses - A Humildade de CRISTO como exemplo para a Igreja.
Tema: Filipenses - A Humildade de CRISTO como exemplo para a Igreja.
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB;
Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB;
Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.
Lição 9 – Confrontando os inimigos da Cruz de Cristo
1º de setembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Porque muitos há, dos quais muitas
vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de
Cristo” (Fp 3.18). – “Esses inimigos eram, segundo a
melhor interpretação, crentes professos que estavam corrompendo o evangelho com
suas vidas imorais e falsos ensinos. Uma das razões da grandeza de Paulo era
que ele possuía convicções firmes, cujo coração ficava muito intranquilo quando
o evangelho era distorcido ou quando as pessoas a quem ele ministrava corriam
perigo de deixar a fé (ver 3.2; Gl 1.9).”
VERDADE PRÁTICA
A cruz de Cristo é o ponto central da
fé cristã: sem ela não pode haver cristianismo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 3.17-21.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
• Conscientizar-se a respeito da necessidade de se manter firme em
Cristo;
• Saber quais são os inimigos da cruz de Cristo, e
• Aprender a respeito do futuro glorioso daqueles que amam a
cruz de Cristo.
PALAVRA-CHAVE
Inimigos: Na lição são os
judaizantes e aqueles que não tinham comunhão com a cruz de Cristo
COMENTÁRIO
introdução
Das
advertências de Paulo à igreja em Filipos, a exortação para que permanecessem
firmes na fé e mantivessem a alegria que a nova vida em Cristo proporciona, é
uma das mais importantes. O apóstolo assim os estimula, por estar ciente dos
falsos cristãos que haviam se infiltrado no seio da igreja. Tais eram, de fato,
inimigos da cruz de Cristo. [Entramos
com a lição anterior no terceiro capítulo da missiva aos Filipenses e vimos que
Paulo faz uma severa advertência contra os judaizantes, denominados pelo
apóstolo de “inimigos da cruz de Cristo”. Nos versos 1-4,
Paulo adverte seus leitores contra um erro do lado judaico, que insistiam no
legalismo, buscando outra vez subjulgar sob a Lei mosaica. Nos versos 17-21,
adverte-os contra o perigo da frouxidão moral: “Sede também meus imitadores,
irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós” (veja também
1Co 11.1; Rm 16.17). Os “inimigos da cruz de Cristo” apregoavam o
legalismo, a lei e os códigos de conduta, porém não conheciam a cruz
ensanguentada. Todavia, Paulo chama a atenção não somente a respeito dos
judaizantes, mas também quanto os irmãos que não viviam de acordo com o modelo
de serviço e sacrifício de Cristo. Paulo pede aos filipenses que lutem contra
estes inimigos a fim de que não venham sucumbir na fé. Esta advertência de
Paulo deve ser levada a sério pela igreja na atualidade, pois atualmente também
muitos são os inimigos dessa cruz ensanguentada! Os servos de Cristo Jesus
devem ter consciência de que, no meio da igreja local, infiltram-se os “inimigos
da cruz de Cristo”.] Tenhamos todos uma
excelente e abençoada aula!
I.
EXORTAÇÃO À FIRMEZA EM CRISTO (3.17)
1. Imitando o exemplo de
Paulo (v.17a).
Quando Paulo pediu aos filipenses para que o imitassem, não estava sendo
presunçoso. Precisamos compreender a atitude do apóstolo não como falta de
modéstia, ou falsa humildade, mas imbuída de uma coragem espiritual e moral de
colocar-se, em Cristo, como referência de vida e fé para aquela igreja (1Co
4.16,17; 11.1; Ef 5.1). Paulo mostrou que a verdadeira humildade acata
serenamente a responsabilidade de vivermos uma vida digna de ser imitada. Que
saibamos refletir sobre isso num tempo em que estamos carentes de referências
ministeriais. [O que deviam
imitar? Nos versos 7-13, lemos que Paulo não tinha confiança no seu eu-próprio,
que estava disposto a sacrificar todas as coisas por Cristo, que reconhecia a
sua própria imperfeição e que estava grandemente desejoso para avançar rumo ao
alvo - o Senhor. Sua advertência é necessária, porque há aqueles que tomam uma
atitude diferente, são “inimigos da cruz de Cristo”. Quando Paulo disse
aos filipenses: "Uma coisa faço" (3.13), ele reduziu a vida
cristã nesse objetivo. Por exemplo, os cristãos existem para glorificar a Deus,
mas só poderão fazê-lo à medida em que eles se parecerem com Jesus Cristo.
Quando eles evangelizarem os perdidos, eles estão imitando o Senhor, que veio
para "buscar e salvar os que estavam perdidos" (Lc 19.10).
Quando os crentes amadurecem espiritualmente eles "crescem na graça e
no conhecimento de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2Pe 3.18).
Quando eles "morrerem para o pecado e vivem para a justiça"
(1Pe 2.24) eles se tornam mais e mais parecidos com Jesus, "que não
conheceu pecado" (2Co 5.21; Hb 7.26; 1Pe 2.22, 1Jo 3.5). Paulo era um
companheiro de viagem no caminho para a inatingível perfeição espiritual, e,
portanto, um modelo para os fiéis seguirem. Ele foi modelo da virtude de
moralidade, superando a carne, foi vitorioso sobre a tentação, foi modelo de
adorador, de serviço a Deus, de paciência no sofrimento, soube lidar com as
posses (riquezas e pobreza), e soube não se corromper diante das ofertas do
mundo.].
2. O exemplo de outros
obreiros fiéis (v.17b). O texto da ARA tem uma tradução melhor dessa passagem: “observai os
que andam segundo o modelo que tendes em nós”. Paulo estava reconhecendo o
valor da influência testemunhal de outros cristãos, entre os quais Timóteo e Epafrodito,
que eram referências para as suas comunidades. O apóstolo chama a atenção dos
cristãos filipenses para observarem os fiéis e aprenderem uns com os outros
objetivando a não se desviarem da fé. [Pela terceira vez neste capítulo Paulo carinhosamente trata dos Filipenses,
como a irmãos (cf. vv.1,13). A frase juntar-se em seguir o meu exemplo
literalmente lê no texto grego "ser imitadores e meus companheiros."
Paulo exortou os Filipenses a imitar a maneira como ele viveu. Ele não estava
se colocando em um pedestal de perfeição espiritual. Em vez disso, ele estava
encorajando os filipenses a segui-lo, um pecador imperfeito, como ele perseguiu
o objetivo de Cristo. As falhas de Paulo estão registradas no Novo Testamento,
bem como seus triunfos. Indignado com o tratamento abusivo nas mãos do sumo
sacerdote, ele gritou: "Então Paulo lhe disse: Deus te ferirá a ti,
parede branqueada; tu estás aí sentado para julgar-me segundo a lei, e contra a
lei mandas que eu seja ferido?"(At 23.3) - uma explosão que ele logo a
seguir pediu desculpas (At 23.5). Por causa de sua luta com orgulho, o Senhor
deu a Paulo um espinho na carne (2 Co 12.7). Três décadas depois de sua
conversão, ele ainda pensava de si mesmo como o principal dos pecadores (1Tm 1.15).
Se esforçando por ser exemplo, Paulo ordenou aos filipenses para que também
observassem aqueles que andassem de acordo com o padrão que eles viam nele e em
seus seguidores. O termo grego Skopeo (observar) é a forma
verbal do substantivo traduzido como "meta" no versículo 14, e
poderia ser traduzida como "fixar o olhar em." Paulo está com
vigor, dizendo: "Concentre-se naqueles cuja caminhada (conduta diária)
é de acordo com o padrão correto que vocês viram em mim e em meus companheiros".
Isso incluiria Timóteo e Epafrodito, a quem os filipenses conheciam, assim como
os bispos e diáconos de Filipos (1.1). A palavra nós, no entanto, é mais
provável como um plural literário, uma forma humilde de Paulo para se referir a
si mesmo.].
3. Tendo outro estilo de
vida.
Muitas vezes somos forçados a acreditar que somente os obreiros devem ter um
estilo de vida separado exclusivamente a Deus. Essa dualidade entre “clero” e
“leigos” remonta à velha prática eclesiástica estabelecida pela Igreja Romana,
na Idade Média, onde uma elite (o clero) governa a igreja e esta (os leigos) se
torna refém daquela. É urgente resgatar o ideal da Reforma Protestante, ou
seja, a “doutrina do sacerdócio de todos os crentes”, ou “Sacerdócio
Universal”, reivindicada em 1 Pedro 2.9. Todos nós, obreiros ou não, temos o
livre acesso ao trono da Graça de Deus por Cristo Jesus. Não tentemos costurar
o véu que Deus rasgou! [Como sacerdócio
real, observa-se a natureza real do adorador resgatado. Esta passagem se baseia
no chamamento de Deus ao antigo Israel (Êx 19.5-7). Pedro e João (Ap 5.1-6)
puxam esta verdade para a total aplicação e realização profética do crente no
Novo Testamento. A Igreja é o novo Israel, agora incluindo os crentes gentios
que, em outro tempo, não eram povo e que não tinham alcançado misericórdia.
Essa citação de Os 1 é uma indicação de que o apóstolo podia encarar as
profecias do Antigo Testamento sobre a nação de Israel como realizada na
Igreja, o novo Israel espiritual].
SINOPSE
DO TÓPICO (I)
Todo crente, obreiros ou não, tem livre
acesso ao trono da Graça de Deus por Cristo Jesus.
II. OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO (3.18,19)
1. Os inimigos da cruz (v.18).
Depois de identificar os inimigos da cruz de Cristo, Paulo mostra que o
ministério pastoral é regado com muitas lágrimas. A maior luta do apóstolo era
com as heresias dos falsos cristãos judeus. Paulo chama os judaizantes de
“inimigos da cruz de Cristo”. O apóstolo conclamou a igreja a resistir tais
inimigos, mesmo que com lágrimas, pois eles tinham como objetivo principal
minar a sua autoridade pastoral. O apóstolo já havia enfrentado inimigos
semelhantes em Corinto (1Co 6.12). Agora, em Filipos, havia outro grupo que
adotava a doutrina gnóstica. Este grupo de falsos crentes (3.18,19) afirmava
erroneamente que a matéria é ruim. Logo, não há nenhum problema em pecar
através da “carne”, pois toda e qualquer coisa que fizermos com o corpo, e
através dele, não afetará a nossa alma. Essa ideia herética e diabólica é
energicamente refutada pela Palavra de Deus (1Ts 5.23). [Agora Paulo chega
a uma parte muito importante da sua carta, ele exorta os cristãos filipenses
para serem firmes em Cristo na observância do Evangelho. A preocupação do
apóstolo era com os falsos mestres que se aproximavam dos crentes filipenses.
Estes mestres eram considerados por ele “inimigos
da cruz”, pessoas que trabalhavam para esvaziar o sentido da Cruz de
Cristo. O apóstolo havia-os enfrentado noutras ocasiões. De acordo com especialistas
do Novo Testamento, é difícil identificar estes inimigos da cruz na carta de
filipenses. Mas pelo teor do ensino de Paulo contra uma concepção legalista de
cristianismo e uma perspectiva libertina da graça, judaizantes e gnósticos são
as identidades mais aceitas. Em 1Ts 5.23, a oração final de Paulo é de que seus
convertidos possam ser inteiramente santificados, isto é, que todo o seu ser -
espírito, alma e corpo - possa ser apresentado à vontade de Deus. O poder para
esse acontecimento deve vir do Deus de paz. “Paz” significa prosperidade
espiritual no sentido mais amplo.].
2. “O deus deles é o ventre” (3.19). O
termo “ventre” aqui é figurado e representa os “apetites” carnais e sensuais.
Os inimigos da cruz viviam para satisfazer os prazeres da carne — glutonaria,
bebedice, imoralidade sexual, etc. — satisfazendo todos os desejos lascivos,
pois acreditavam que tais atitudes “meramente carnais” não afetariam a alma nem
o espírito. Porém, o ensino de Paulo aos gálatas derruba por terra esse
equivocado pensamento (Gl 5.16,17). [Os versículos 18 e 19 poderiam
descrever quaisquer adversários (1Co 1.23), inclusive os judaizantes (vs. 2-6;
Gl 2.15-21). Paulo pode ter em mente, de forma especial, os que concebem a
Cristo como espírito puro e que zombam da ideia dele trazer salvação por meio
da encarnação e de um “corpo de sua carne”
que pudesse morrer (Cl 1.22). Tais pessoas consideravam-se vivendo em um plano
espiritual elevado, o que lhes permite entregarem-se livremente aos prazeres
sensuais, seja comida (o “deus deles é o
ventre”) ou sexo (“a glória deles
está na sua infâmia” - confira 1Co 6.9,10) - práticas sensuais
desenfreadas. Apetite traduz o grego koilia, que refere-se anatomicamente
ao abdomem, particularmente ao estômago. Aqui ele é usado metaforicamente para
se referir a todos, sem restrições quanto ao sexo, cor, raça ou crença (confira
1Co 6.13). Eles viviam o aqui e o agora, e jamais pensavam na eternidade. Os
falsos mestres foram condenados porque não adoraram a Deus, mas por terem se
inclinado aos seus impulsos sexuais. Poderia ser uma referência aos judaizantes
que davam maior ênfase em manter as leis dietéticas judaicas. Os falsos
mestres, tendo em vista que eram gentios, buscavam desenfreadamente os prazeres
sensuais. Judas descreve tais pessoas como "homens ímpios, que transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e
negam ao único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (Jd 4).].
3. “A glória deles” (3.19).
Paulo sabia que aqueles falsos crentes não tinham qualquer escrúpulo nem
vergonha. Entregavam-se às degradações morais sem o menor pudor e, mesmo assim,
queriam estar na igreja como se nada tivessem feito de errado. O apóstolo os
trata como inimigos da cruz de Cristo, porque as atitudes deles invalidavam a
obra expiatória do Senhor. A declaração paulina é enfática acerca daqueles que
negam a eficácia da cruz de Cristo: a perdição eterna. O castigo dos ímpios
será inevitável e eterno (Ap 21.8; Mt 25.46). Um dia, eles ressuscitarão para
se apresentarem diante do Grande Trono Branco, no Juízo Final, e serão julgados
e lançados na Geena (o lago de fogo), que é o estado final dos ímpios e dos
demônios (Ap 20.11-15). [Um princípio recorrente nas Escrituras é que as coisas deste mundo são
incompatíveis com o reino de Deus 1Co 15.50; Gl 5.21). “e cuja glória é para confusão deles” (Fp 3.19) - A glória deles não
está nas regiões celestiais em Cristo (Ef 1.3) e nem na cruz ensanguentada (Gl
6.14) tampouco de Cristo e de Deus Pai (1Co 1.30,31). Antes, gloriam-se em si
mesmos, em sua sabedoria ou em alguma realização que consideram ser de
extremado valor, mas que na opinião paulina “é para confusão deles”. O Novo Testamento constantemente alerta
para o perigo representado por falsos mestres. No Sermão da Montanha, Jesus
advertiu: "Guardai-vos dos falsos
profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores"
(Mt 7.15). No Sermão do Monte Ele acrescentou: "Vede que ninguém engane vocês. Porque muitos virão em meu nome,
dizendo: 'Eu sou o Cristo', e enganarão a muitos" (Mt 24.4-5).].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Paulo conclamou a igreja a resistir os
inimigos da cruz de Cristo, mesmo que com lágrimas. Estes inimigos tinham como
objetivo principal minar a fé dos irmãos.
III. O FUTURO GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE
CRISTO (3.20,21)
1. “Mas a nossa cidade está nos céus”
(Fp 3.20). [Paulo mais uma vez relembra seus leitores que, embora eles possam ser
cidadãos de Roma, eles têm uma cidadania maior e realmente são apenas
estrangeiros nesta terra - assim como Filipos era uma colônia romana (At
16.12), a igreja é uma colônia do céus]. Os inimigos da cruz de Cristo eram os
crentes que viviam para as coisas terrenas. Paulo, então, lembra aos irmãos de
Filipos que “a nossa cidade está nos céus”. Quando o apóstolo escreveu tais
palavras, ele tomou como exemplo a cidade de Filipos. Segundo a Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal, “Filipos estava localizada na principal rota de
transportes da Macedônia, uma extensão da Via Ápia, que unia a parte oriental
do império à Itália”. O apóstolo faz questão de mostrar que aquilo que Cristo
tem preparado para os crentes é algo muito superior a Filipos (v.20). O
apóstolo mostra que o cidadão romano honrava a César, porém os crentes de
Filipos deveriam honrar muito mais a Jesus Cristo, o Rei da pátria celestial.
Em breve o Senhor virá sobre as nuvens do céu com poder e glória, para
arrebatar a sua igreja levando-a para a cidade celeste, a Nova Jerusalém (Mt
24.31; At 1.9-11). [A motivação para ser semelhante a Cristo é a esperança de seu retorno.
Uma vez que Cristo está no céu, aqueles que o amam devem estar preocupados com
o céu, ansiando por Cristo para voltar e levá-los para estar com Ele (1Ts
4.17). É consistente que os crentes tenham um foco celeste, porque a nossa
pátria está nos céus. Politeuma (cidadania) aparece somente aqui no Novo
Testamento, embora Paulo tenha usado o verbo relacionado em 1.27. Refere-se ao
lugar onde se tem um estatuto oficial, a comunidade onde o próprio nome está
gravado no registro dos cidadãos. Embora os crentes vivam neste mundo, eles são
cidadãos do céu. Eles são membros do reino de Cristo, que não é deste mundo (Jo
18.36). A referência de Paulo à cidadania pode ter sido especialmente
significativa aos Filipenses, uma vez que Filipos era uma colônia romana. Os
filipenses eram cidadãos romanos, embora obviamente vivendo fora de Roma, assim
como os crentes são cidadãos do céu embora vivam na terra. É do céu que
aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Para os discípulos que viram a
ascensão de Cristo ao céu e que ouviram dos anjos: "Homens da Galileia, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que
foi levado de vocês para o céu, há de vir exatamente da mesma maneira como
vocês O têm visto ir para o céu"(At 1.11). Em João 14.2-3 O próprio
Jesus prometeu: "Na casa de meu Pai
há muitas moradas, se assim não fosse, eu vos não teria dito, pois vou
preparar-vos lugar. Quando eu for e preparar um lugar para vocês, eu voltarei e
vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estiver, estejais vós também."
Por causa dessas promessas, os crentes devem estar "aguardando a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo" (1Co 1.7), e "para esperar o seu Filho do céu, a quem ele ressuscitou dentre os
mortos, que é Jesus, que nos livra da ira vindoura" (1Ts 1.10). Até
Ele voltar, os crentes "...também
gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo."
(Rm 8.23b).].
2. “Que transformará o nosso corpo
abatido” (Fp 3.21). O estado atual do nosso corpo é de
fraqueza, pois ainda estamos sujeitos às enfermidades e à morte. Mas um dia
receberemos um corpo glorificado e incorruptível. Os gnósticos ensinavam que o
mal era inerente ao corpo. Por isso, diziam que só se deve servir a Deus com o
espírito. Eles afirmavam ainda que de nada aproveita cuidar do corpo, pois este
se perderá. Erroneamente, acrescentavam que o interesse de Cristo é salvar apenas
o espírito. A Palavra de Deus refuta tal doutrina. Ainda que venhamos a
sucumbir à morte, seremos um dia transformados e teremos um corpo glorioso
semelhante ao de Cristo glorificado (Fp 3.21; 1Ts 5.23; 1Co 15.42-54). [Diante de uma
atitude de desprezo do corpo, Paulo celebra a transformação de nossos corpos
por Cristo (1Co 15.50-53). Cristo ressuscitou, ele mesmo, corporalmente da
sepultura, como “primícias” de uma grande colheita (1Co 15.23). Assim como o
Pai fez justiça à obediência de Cristo (2.6-11), também a fidelidade dos
crentes na aflição culminará na gloriosa ressurreição que lhes está preparada.
A promessa do retorno de Cristo oferece segurança, já que Jesus prometeu:
"E a vontade do Pai que me enviou é
esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no
último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele
que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último
dia" (Jo 6.39-40). Os crentes não devem esperar pela volta de Cristo
com atitudes de resignação passiva ou desinteresse entediado. Em vez disso,
eles devem estar aguardando o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Os crentes não
estão esperando por um evento, mas uma Pessoa. O termo grego Apekdechomai
(aguardamos) é freqüentemente usada para falar de esperar pela segunda vinda de
Cristo (por exemplo, Rm 8.19, 23, 25; Gl 5.5; 1Co 1.7; Hb 9.28). Apekdechomai
(aguardamos) descreve não só ansiedade, mas também paciência.].
3. Vivendo em esperança. Vivemos
tempos trabalhosos e difíceis (2Tm 3.1-9). Quantas falsas doutrinas querem
adentrar nossas igrejas. Infelizmente, não são poucos os que naufragam na fé.
Nós, contudo, à semelhança de Paulo, nutrimos uma gloriosa esperança (Rm 8.18).
Haja o que houver, aconteça o que acontecer, o nosso coração estará seguro em
Deus e em sua promessa (Ap 7.17; 21.4) [Paulo e Silas são presos, açoitados
e trancados no cárcere. Mas eles não praguejam, não se desesperam, não se
revoltam contra Deus. Eles têm paz no vale. Em vez de clamar por vingança
contra os seus inimigos, eles clamam pelo nome de Deus para adorá-Lo. Eles
fazem um culto na cadeia. Cantam e oram a despeito das circunstâncias mais
adversas. O evangelho que pregam aos outros funciona também para eles. Na
verdade, eles sabem que Deus está no controle da situação. Assim, certamente
Deus pode nos dar livramento diante de circunstâncias impostas nestes tempos
trabalhosos e difíceis. Paulo descreveu os falsos mestres como inimigos da cruz
de Cristo. O termo "cruz" não se limita ao instrumento
real de madeira para condenação à morte (1Co 1.1718, 23; 2.2; Gl 3.1; 6.14; Ef
2.16; Cl 1.20, 2.14, 1Pe 2.24), mas significa a morte expiatória de Cristo em
todos os seus aspectos. Os falsos mestres eram contra a salvação!].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
À semelhança de Paulo precisamos ter a
confiança de que o futuro daqueles que amam a cruz de Cristo será glorioso.
CONCLUSÃO
Precisamos
estar atentos, pois muitos são os inimigos da cruz de Cristo. Eles procuram
introduzir, sorrateiramente, doutrinas contrárias e perniciosas à fé cristã.
Muitos são os ardis do adversário para enganar os crentes e macular a Igreja do
Senhor. Por isso, precisamos vigiar, orar e perseverar no “ensino dos
apóstolos” até a vinda de Jesus. Eis a promessa que gera a gloriosa esperança
em nosso coração. [A igreja de
Filipos enfrentava dois sérios problemas: um interno e outro externo. Primeiro,
a quebra da comunhão. A desunião dos crentes era um pecado que atacava o
coração da igreja. Segundo, a heresia doutrinária. A igreja estava sob ataque
também pelo perigo dos falsos mestres (3.2). O judaísmo e o perfeccionismo
atacavam a igreja. Paulo os chama de adversários (1.28), inimigos da cruz de
Cristo (3.17). Ralph Martin diz que os mestres discutidos em Filipenses 3.12-14
são judeus. Eles se vangloriavam da circuncisão (3.2), a que Paulo replica com
uma afirmação de que a igreja é o verdadeiro Israel (3.3). Eles se gloriavam na
“carne”, cortada na execução do rito; ele se gloria apenas em Cristo. Eles se
orgulhavam de suas vantagens, especialmente de seu conhecimento de Deus; ele só
encontra verdadeiro conhecimento de Deus em Cristo. A justiça deles era baseada
na lei (3.9); a confiança de Paulo descansa na dádiva de Deus. Os judeus
buscavam e esperavam obter justiça; Paulo fixa os seus olhos em alvos
diferentes e anseia por ganhar a Cristo. Esses falsos mestres viviam como
inimigos da cruz – em seu comportamento, deificando seus apetites, honrando valores
vergonhosos, só pensando nas coisas deste mundo (3.19). Paulo tem de lidar também
com os missionários gnósticos perfeccionistas. Eles alardeavam seu
“conhecimento” (3.8) e professavam ter alcançado uma ressurreição, já
experimentada, dentre os mortos (3.10). São “perfeitos” (3.12). Esses gnósticos
são, de fato, inimigos da cruz de Cristo (3.18), libertinos e condenados
(3.19). Cuidemos para que nossa esperança repouse apenas na cruz ensanguentada
e não confiemos na carne!].
NaquEle que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus" (Ef 2.8),
Graça
e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco
de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine,
prompte et sincere
Meu
coração te ofereço, Senhor, pronto e sincero (Calvino)
Recife-PE
Agosto
de 2013.
EXERCÍCIOS
1.
O que Paulo pretendia ao pedir que os filipenses o imitassem?
R. Paulo pretendia mostrar que a verdadeira humildade acata
serenamente a responsabilidade de vivermos uma vida digna de ser imitada.
2.
O que a dualidade entre “clero” e “leigos” remonta?
R. Remonta à velha prática eclesiástica estabelecida pela
Igreja Romana, na Idade Média, onde uma elite (o clero) governa a igreja e esta
(os leigos) se torna refém daquela.
3.
O que significa o termo “ventre” empregado por Paulo?
R. O termo “ventre” tem um sentido figurado e representa os
“apetites” carnais e sensuais.
4.
A exemplo dos cidadãos romanos que honravam a César, quem os filipenses
deveriam honrar?
R. Os crentes de Filipos deveriam honrar muito mais a Jesus
Cristo, o Rei da pátria celestial.
5.
O teu coração está seguro em Deus? Há esperança em você?
R. Resposta pessoal.
NOTAS
BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos; Comentarista: Pr. Elienai Cabral; CPAD;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino – Confissão de Fé; p. 1236;
-. Filipenses - Epístolas Paulinas - E.P. myer pearlman - http://pt.scribd.com/doc/146430796/E-P-Myer-Pearlman
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos; Comentarista: Pr. Elienai Cabral; CPAD;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino – Confissão de Fé; p. 1236;
-. Filipenses - Epístolas Paulinas - E.P. myer pearlman - http://pt.scribd.com/doc/146430796/E-P-Myer-Pearlman
-. ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1
ed., RJ: CPAD, 2008;
-. RICHARDS, L. O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
Autorizo
a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito,
tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria,
igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando
e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site,
impressão, etc.).
Francisco de Assis Barbosa