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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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26 de junho de 2013

Lição 13 – Eu e minha casa serviremos ao Senhor



 Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: A Família Cristã no século XXI — Protegendo seu lar dos ataques do inimigo
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB;
Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.

Lição 13 – Eu e minha casa serviremos ao Senhor
30 de junho de 2013

TEXTO ÁUREO
“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Js 24.15). Josué não chamou as pessoas para elas mesmas escolherem, pois acreditava que havia duas opções da perspectiva de Deus. Ao fazê-lo, ele tinha a oportunidade de afirmar sua própria lealdade a Deus e estimular uma resposta semelhante do povo.

VERDADE PRÁTICA
Com a graça de Deus, a família cristã vencerá os desafios da vida.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Josué 24.14-18,22,24.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·         Conhecer o exemplo de Noé.
·         Imitar a decisão de Josué.
·         Compreender a fidelidade dos recabitas.

PALAVRA-CHAVE
Casa: Lar, Família; (latim casa, -ae, cabana, casebre) 1. Nome genérico de todas as construções destinadas a habitação. 2. Local de habitação. = DOMICÍLIO, LAR, MORADA, RESIDÊNCIA. 3. Conjunto de pessoas da família ou de pessoas que habitam a mesma morada.
COMENTÁRIO

introdução

Pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo concluímos mais este trimestre, não mais abençoado que os outros, mas, acredito, mais oportuno, dado as dificuldades que atravessamos nestes dias onde a instituição familiar tem sido tão atacada, desencorajada e destituída de sua importância para a ordem social. Tivemos a oportunidade de estudar, claro que sem esgotar o assunto, sobre temas cruciais e aprendermos que somente cresceremos em santidade através do conhecimento e aplicação da Palavra de Deus. Concluímos que não basta apenas conhecer a Palavra de Deus. Precisamos conhecer muito bem a Palavra de Deus para aplicá-la em situações da vida. Deus promete que a fidelidade à sua Palavra resultará em uma vida prospera e de sucesso. Somente a fidelidade à Palavra de Deus nos garantirá a vitória para que a nossa casa não seja alcançada pelas águas do dilúvio moral que encobre o presente século. Digamos, pois, ousadamente: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. O EXEMPLO DECISIVO E CORAJOSO DE NOÉ
1. Noé andou com Deus. Gostaria de esclarecer que a graça de Deus é sempre seu favor imerecido, e a integridade de Noé não poderia ser o motivo da aceitação de Deus (Rm 3.10-12). Deus salvou Noé, como ele nos salva, como um dom incondicional, o qual Cristo mais tarde compraria com seu próprio sangue. Ainda assim, Noé parece ser um tipo de Cristo, assim como Noé representou sua família, Cristo representa toda a família de Deus. “varão justo”, “reto em suas gerações” e que “andava com Deus” (Gn 6.9): não que Noé nunca houvesse pecado, porém a sua devoção a Deus e a sues mandamentos eram inquestionáveis. O termo “justo” pressupõe uma aliança na qual aqueles que estão unidos ao Senhor pela fé seguem seus padrões morais. Estes padrões foram revelados a Noé na sua consciência (Gn 3.8) e mediante a revelação especial (Gn 5.22).
2. Vivendo numa sociedade corrompida. Os capítulos 4 a 12 de Gênesis revelam a queda do ser humano na degradação e sua absoluta necessidade por redenção e restauração. A degeneração da raça humana avançou rapidamente depois que os filhos de Deus (segundo a melhor interpretação, a geração setista) tomaram esposas da ímpia descendência Caimita, até que veio a geração de Noé, que foi marcada por extrema violência, mais precisamente por um estado de ausência de lei e de ordem. Nesse sentido, aquele mundo não era muito diferente do nosso. Em um período de indiferença e negligência, o Senhor aparecerá repentinamente. Alguns serão levados ao seu encontro, enquanto outros não. A ideia desse acontecimento estimula a vigilância e o preparo em nós (Mt 24.37,39). Portanto, enquanto esperamos o retorno do Senhor, devemos ter fé e sermos responsáveis em nosso serviço em prol de nossas famílias, a fim de que Satanás não as destrua.
3. A salvação de Noé e sua família. No mundo antigo, apenas Noé e a sua família escaparam do cataclismo que devastou a terra (Gn 7.1). “teus filhos... filhos” (Gn 6.18) enfatiza que Deus preserva a humanidade na sua estrutura familiar básica e que Deus geralmente lida salvificamente com toda a unidade familiar, incluindo os filhos. Aqui a salvação física é assegurada no meio das águas do dilúvio, uma prefiguração do batismo cristão (1Pe 3.20,21).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
Noé andou com Deus mesmo numa sociedade corrompida. Sua decisão e coragem é um exemplo para nós.

II. JOSUÉ — UMA DECISÃO EXEMPLAR
1. A firme tomada de posição. Já perto do fim de sua vida, Josué liderou o povo de Israel em uma reafirmação da aliança, mais ou menos aquilo que Moisés fizera pouco antes de sua morte (Dt 32.46). Josué fala com a autoridade de Moisés (Dt 5.27) e de um profeta (Dt 18.15-19). No texto do capítulo 24, há uma certa ironia em oferecer uma espécie de escolha, depois que o Senhor fora rejeitado. Na verdade, a escolha foi entre os deuses que Abraão deixara para trás (v 2,3) e os deuses dos amorreus que tinham sido expulsos da Terra Prometida. Quase todo o relato de Josué é preenchido com a conquista e a divisão da terra pelos israelitas. Nesse sentido, isso é o assunto de que o livro trata. No entanto, encontramos um subtexto importante que precede essa atividade e continua ao longo dela. O povo fez isso porque prometeu temer e obedecer a Deus. Pergunto-me se você notou isso ao ler Josué ou se apenas seguiu as histórias extraordinárias de espiões e de queda de muros. No capítulo 1, eles prometeram obedecer a Josué, o porta-voz do Senhor (1.16-18). No capítulo 5, eles, depois de atravessar o Jordão, mas antes de ir para Jericó, começam de novo a praticar a circuncisão e a comemorar a Páscoa (5.7-10). Na época do Êxodo, quarenta anos atrás, o Senhor dera essas duas práticas ao seu povo, todavia, desde essa época tinham negligenciado essas práticas. O povo prometeu ter o Senhor como seu Deus ao reinstituir essas práticas. Em certo sentido, eles voltavam a ser o povo do Senhor após o período de quarenta anos no deserto, quando viveram em um estado de verdadeira suspensão do entusiasmo. A seguir, no capítulo 8, o povo escuta Josué reler toda a lei de Moisés (8.34,35) após a derrota de Jericó e de Ai que marcou o início da conquista da terra. Esse tempo incrível de ensino — é um símbolo poderoso de que, na verdade, eles são o povo do Senhor (DEVER, M. A Mensagem do Antigo Testamento: Uma Exposição Teológica e Homilética. 1 ed., RJ: CPAD, 2008, pp.189-90).
2. O perigo da omissão dos pais. No final do livro, no registro de seus últimos atos públicos como líder deles, Josué leva o povo a renovar sua aliança com o Senhor. No que é uma das mais incomuns declarações da Bíblia, Josué soa como se incitasse o povo a não escolher seguir ao Senhor. Claro que não é esse o caso, ele tenta garantir que entendam a seriedade da escolha que estavam para fazer. [...] Os anos (ou mesmo décadas) narrados nesse livro, mostra-nos que é exatamente isso que o povo faz. Ele mantém sua promessa de servir ao Senhor como o Deus deles. Entretanto, ao mesmo tempo em que fazem isso, eles continuam a pecar” (DEVER, M. A Mensagem do Antigo Testamento: Uma Exposição Teológica e Homilética. 1 ed., RJ: CPAD, 2008, pp.189-90).

SINOPSE DO TÓPICO (II)
O patriarca Josué não se omitiu diante da idolatria que ameaçara as tribos israelitas. Ele tomou uma firme decisão juntamente com a sua família: servir ao Senhor.

III. O EXEMPLO DOS RECABITAS
1. Uma família exemplar. Primeiramente, vamos entender a origem dos recabitas: o fundador deste clã foi Jonadabe, filho de Recabe, mais de 200 anos antes de Jeremias. Vivendo em Israel, Jonadabe participou com Jeú do extermínio da casa de Acabe e dos sacerdotes de Baal, conforme 2 Reis 10.15ss – Jonadabe identificou-se com aquele que zelava pelo Senhor e por fazer cumprir as palavras proféticas contra a casa de Acabe. Assim, os recabitas constituíam uma família israelita que vivia de forma nômade, seguindo as recomendações que seu patriarca estabelecera. Jonadabe, um líder de excelência, que ainda influenciava seu povo depois de 200 anos de sua morte! O Senhor mandou fazer este teste aos recabitas, chamando-os no templo e servindo a eles vinho. O verso 3 descreve que toda a comunidade dos recabitas estava presente à convocação. Seguindo as ordens de Deus, Jeremias serviu jarras de vinho e copos numa mesa e mandou que os recabitas se servissem (v. 5). A resposta dos discípulos de Recabe está no verso 6: nossa vida é pautada pelas recomendações que aprendemos com nosso antepassado Jonadabe. Eles prezavam por cumprir o modelo de vida ensinado pelo seu líder (vs. 6 a 11). A intenção de Deus com aquele teste foi confrontar os demais judeus com o exemplo dos recabitas – v. 16 Os descendentes de Jonadabe, filho de Recabe, cumprem a ordem que o seu antepassado lhes deu, mas este povo não me obedece. Este é o nosso desafio como líderes, influenciar nossos discípulos a seguirem o modelo de vida que recebemos do nosso Senhor. As ordens de Jonadabe visavam que os Recabitas vivessem como peregrinos, forasteiros. Um peregrino é alguém que não cria raízes em lugar algum, mas que está sempre desprendido para locomover-se por caminhos novos. O Novo Testamento ensina que somos peregrinos nesta terra: Todos eles viveram pela fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido; viram-no de longe e de longe o saudaram, reconhecendo que era estrangeiros e peregrinos na terra. (Hb 11.13); Pois não temos aqui nenhuma cidade permanente, mas buscamos a que há de vir. (Hb 13.14).
2. Um exemplo de fidelidade. O voto feito por Jonadabe, filho de Recabe, dedica seus descendentes a uma vida nômade, com alojamentos sem permanência e abstinência de vinho. Essa vida foi uma dedicação voluntária não exigida pela lei mosaica (Dt 6. 10-11; 7.13). Jeremias estava no templo, quando, dirigido por Deus, usa os Recabitas de exemplo para doutrinar os rebeldes de Jerusalém e Judá. Não era próprio dos Recabitas morarem na cidade. Estavam em Jerusalém, fugindo dos exércitos Sírio e Caldeu. Eles sempre se justificavam perante o povo, pois, por muito tempo habitaram em tendas no deserto. Acredito que a cidade era muito mais tentadora para eles: Vinho a vontade, casas confortáveis, convites generosos, porém, nada disso era suficiente para fazê-los desistir do seu voto.Deviam ser chamados de tolos, fanáticos ou coisas do gênero. Deus, no entanto se agradara deles pela obediência e persistência no bem. “As palavras de Jonadabe, filho de Recabe, que ordenou a seus filhos que não bebessem vinho, foram guardadas, pois não beberem até este dia, antes obedeceram ao mandamento de seu pai, a mim, porém, que vos tenho falado, madrugando e falando, não me ouvistes... Tenho enviado profetas, dizendo convertei-vos, porém não me obedecestes” Jr. 35-14,15”. Por conta da fidelidade dos descendentes de Recabe, o Senhor decretou uma bênção para sua linhagem: Assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Vocês têm obedecido àquilo que o seu antepassado, Jonadabe, ordenou; têm cumprido todas as suas instruções e têm feito tudo o que ele ordenou. Por isso, assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Jamais faltará a Jonadabe, filho de Recabe, um descendente que me sirva. (vs. 18,19). De igual modo há bênção para o discípulo que aprende a honrar e que é fiel em guardar os ensinamentos que recebe.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Os recabitas são um exemplo de fidelidade aos princípios ensinados pelo seu ancestral, Recabe.

CONCLUSÃO

Tivemos nesta última aula do trimestre, três exemplos dignos de fé firme e coragem. Oxalá tenhamos nós o mesmo desprendimento, fé, coragem e comprometimento. Quantos de nós segue fielmente o seu time de futebol, seu cantor preferido, seu grupo de amigos, e relegam a obra do Reino a segundo plano! Estamos nos dedicando zelosamente pelas empresas onde trabalhamos, pelos ideais almejados... em detrimento de um relacionamento mais firme com Deus. Deus quer que tenhamos uma vida abundante com: diversão, amigos, trabalhos, bens, família e sobretudo não esqueçamos de ter comunhão com Ele (Lc 12.20,21).
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere
Meu coração te ofereço, Senhor, pronto e sincero (Calvino)

Em prontidão por causa da Copa das Confederações,
Recife-PE
Junho de 2013.

EXERCÍCIOS
1. Cite as qualidades indispensáveis de servo de Deus na vida de Noé.
R. “Varão justo”, “reto em suas gerações” e que “andava com Deus”.
2. Qual era a marca da época de Noé?
R. Imoralidade incontrolável e uma ausência completa de temor a Deus.
3. O que a Palavra de Deus recomenda aos pais na criação dos seus filhos?
R. A Palavra de Deus recomenda aos pais que criem os seus filhos “na doutrina e admoestação do Senhor”.
4. Quem eram os recabitas?
R. Eram um povo que fazia parte de uma tribo nômade aparentada com os queneus e com Jetro, sogro de Moisés.
5. Você tem instruído a sua família na Palavra de Deus?
R. Resposta pessoal.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

OBRAS CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2013, Jovens e Adultos: A Família Cristã no século XXI — Protegendo seu lar dos ataques do inimigo; Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima; CPAD;
-. PFEIFFER, C. F.; VOS, H. F.; REA, J. (Eds.) Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009;
-. DEVER, M. A Mensagem do Antigo Testamento: Uma Exposição Teológica e Homilética. 1 ed., RJ: CPAD, 2008;
-. ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.

Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).
Francisco de Assis Barbosa

20 de junho de 2013

Lição 12 – A Família e a Igreja



 Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: A Família Cristã no século XXI — Protegendo seu lar dos ataques do inimigo
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB;
Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.

Lição 12 – A Família e a Igreja
23 de junho de 2013

TEXTO ÁUREO
“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR!” (Sl 122.1). Davi é quem fala, embora as circunstancias da escrita não nos tenham sido reveladas. Tempos depois, este salmo seria apropriado para os peregrinos que subissem a Jerusalém, por ocasião das maiores festividades de Israel (Êx 23.14-19).

VERDADE PRÁTICA
A igreja local é o melhor lugar para as famílias se reunirem e prestarem culto ao Senhor.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 16.1-5,7,10,11,13,15,24.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·         Identificar a família como elemento básico da funcionalidade da igreja local.
·         Fazer da igreja um local de acolhimento das famílias.
·         Compreender que a família deve se envolver com a igreja local.

PALAVRA-CHAVE
Relacionamento: Capacidade em maior ou menor grau de relacionar-se, conviver ou comunicar-se com seus semelhantes.
COMENTÁRIO

introdução

Se hoje a Igreja é a única instituição em que o cristão e sua família podem contar, a única instituição que a Igreja pode contar é a família. "E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo" (At 5.42); “como não me esquivei de vos anunciar coisa alguma que útil seja, ensinando-vos publicamente e de casa em casa” (At 20.20). Em Atos vemos como a Igreja nascente se utilizava das casas e das famílias para se estabelecer e desenvolver, ganhando almas para o reino de Deus. É possível existir família sem Igreja, isso precariamente e com graves prejuízos, mas Igreja sem família, não. Existem muitas famílias que ainda não conhecem a Igreja verdadeira de Jesus Cristo, porém seria impossível existir a Igreja não fossem as famílias que dela fazem parte. É preciso investir mais na família, estruturá-la nos padrões bíblicos e dar-lhe o valor devido. Uma família que segue unida à Casa do Senhor para o culto, como a família de Jesus, é uma família feliz! Se já o culto congregacional do Antigo Testamento era tão alegre, mais jubiloso ainda deve ser o culto da Igreja do Novo Testamento, visto que o Evangelho de Jesus foi plenamente revelado.

I. FAMÍLIA: O ELEMENTO BÁSICO DA IGREJA
1. Sem a família a igreja não funciona. Segundo o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado, a palavra família entrou na nossa língua, no século XVI por via culta, através do latim 'família', que significava «o conjunto dos escravos da casa; todas as pessoas ligadas a qualquer grande personalidade; casa de família». Onde nasceu a mais extraordinária família senão na gruta de Belém? Foi lá. com o nascimento do Menino, que ela se originou. Foi lá que emanou pela primeira vez no coração de Maria e de José o amor por uma terceira pessoa: o Deus feito criança. Família. Eis uma palavra que encerra um significado imenso, rico, profundo, sublime e simples, principalmente real. O templo deve ser um lugar onde o crente desfruta, com toda alegria, da íntima presença do Senhor, da comunhão do Espírito e do amor dos irmãos na fé, mas sem dúvida, é no lar, junto à família, que inicia a saúde espiritual de toda a igreja local; ela é o elemento básico da funcionalidade da igreja local e a própria extensão desta.
2. A família como extensão da igreja. A família Cristã é formada por crentes que estão dispostos a fazer de seus lares uma casa de Deus, uma Igreja local de oração, leitura e estudo da bíblia, lugar de paz, harmonia e presença de Jesus. O marido representa Cristo no lar, pois é o cabeça deste lar, assim como a Igreja como corpo de Cristo aqui na terra, tem seu líder e cabeça (Senhor), Cristo, que ama e dá sua vida pela Igreja para santificá-la e entregá-la ao pai. A esposa representa a Noiva de Cristo, a Igreja, Submissa ao seu esposo, aquela que cuida do lar para que possa receber o noivo que chegará a qualquer momento, ele deve ser recebido com honra e com alegria.

SINOPSE DO TÓPICO (I)
A família é o elemento básico para a boa funcionalidade da igreja local.

II. A IGREJA ACOLHENDO AS FAMÍLIAS
1. A natureza humana da igreja. A Igreja possui uma natureza visível, a Igreja militante, e outra invisível, a Igreja triunfante. A expressão grega ekklêsia (igreja) como reunião de pessoas, povo ou assembleia em nome do Senhor Jesus representa a expressão humana da Igreja nesse sentido, o lar é onde se principia essa igreja.  A palavra "Lar" vem do Latim "Lare" que significa Lareira, local de fogo e calor, assim o lar é local da presença de Deus que irradia amor, paz e segurança. A consciência de que cada lar pode ser uma Igreja pode trazer imensos benefícios tanto à Igreja como à sociedade, pois assim a família estará sendo fortificada em Deus pela oração e estudo da Palavra de Deus e ao mesmo tempo estará evangelizando seus vizinhos.
2. A dimensão relacional da igreja. Onde há pessoas, há relacionamentos. A Santíssima Trindade nos mostra um Deus relacional. As trinas pessoas relacionam-se comunitária, intensa e espontaneamente (Mc 1.9-13; Jo 5.17,19-28). Assim, a igreja expressa à dimensão relacional da Santíssima trindade entre os seus membros. É ali, que a família cristã está habilitada a relacionar-se como Igreja de Cristo, tanto com o Pai (Mc 12.30) como com o próximo (Mc 12.31). Assim, a igreja está pronta para acolher as famílias e suas idiossincrasias. Na Igreja Primitiva era nas casas que todo o trabalho da Igreja era programado e era nas casas que se reuniam para cear e para se edificarem uns aos outros. (Rm 16.5 = Igreja na casa de Priscila e Áquila). A Igreja nasceu em um Lar, podemos considerar o cenáculo onde os discípulos se reuniam como um lar, pois ali estava reunida a Família de Jesus, formada pelos seus discípulos e pela sua mãe, com seus irmãos (At 1.14); No Novo Testamento, família é quase sinônimo de Igreja. Era a partir das famílias que a Igreja ia sendo formada, foi assim na casa de Lídia (At 16.15), na casa do Centurião Cornélio (At 10.24), na casa do soldado carcereiro de Filipos (At 16.30-34), na casa de Maria, mãe de João (onde oravam por Pedro - At 12.12), etc... Era nas casas que se reuniam e era nas casas que oravam e buscavam o poder de Deus para continuarem firmes a obra de Deus.
3. O relacionamento familiar na igreja. Sendo luz do mundo e sal da terra, assim a Família estará brilhando em meio às trevas e sendo exemplo de santidade e de temor a Deus. O mundo vê em nós o amor de Deus e sente-se desejoso de partilhar também deste amor, é através da união, felicidade, alegria e do amor entre a família que demonstramos ser de Cristo, para que as pessoas desejem fazer parte de nossa Igreja. A família que se congrega juntos, sempre estará sendo lavada das impurezas adquiridas no dia a dia do mundo e permanecendo firme aos pés do Senhor Jesus. É com o sustento dado pela família, que contribui unida, que a Igreja consegue finanças para o evangelismo, para a missão mundial e para o sustento dos pastores e líderes da Igreja. Mas nesse relacionamento não é permitido a “invasão” do núcleo familiar; deve-se preservar a intimidade da família.
4. A família do obreiro. Não é preciso dizer muito acerca da grande responsabilidade que pesa sobre os ombros do pastor e sua família. A recomendação bíblica é que o pastor deve ser exemplo em tudo e isso é exaustivamente cobrado pelos membros e não há espaço para “deslizes”. Estamos cônscios de que nossos pastores devem ser alvo de nossas orações, por eles, pelo ministério e por suas famílias. Não raro, há obreiros que são atacados indiretamente por Satanás, que atingindo a família deles, os atinge também. É triste ver um filho de pastor fora dos caminhos do Senhor, mas é ainda mais triste ver que na congregação há pessoas que murmuram e acusam o ministro por essa situação. Ao invés de orarem por seu pastor e pela família que ele tem, falam mal do obreiro, mas quando um dos seus precisa de oração, é ao pastor que recorrem pedindo oração e até visitas! Aprendamos a interceder por nossos ministros e por suas famílias, pois é alvo dos ataques do Inimigo. Demonstremos amor por nossos líderes apresentando seu lar ao Senhor, para que toda a família possa estar diante de Cristo, pois um dia nós mesmos podemos precisar dessas orações.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
A igreja local é uma instituição composta de distintos seres humanos. Aqui está a dimensão humana da Igreja.

III. A FAMÍLIA NA IGREJA LOCAL
1. A comunhão da família. No Salmo 133.1 Davi utiliza duas símiles para descrever a alegria dos irmãos em união, literalmente “sentados juntos”: o perfume aromático da unção e o orvalho fresco da montanha. Para que esta comunhão seja perfeita é preciso que, antes de tudo, esta comunhão seja espiritual (Jo 17.23). A unidade espiritual se manifesta visivelmente na vida da igreja e testemunha sobre a missão divina de Cristo. A comunhão alcançará sua consumação no céu (Jo 17.24-26).
2. Envolvendo-se com o Corpo de Cristo. No Salmo 27.4 assim como no Salmo 26, o salmista busca a presença de Deus. É a coisa mais preciosa na sua vida, e ele ora por isso com um só propósito. O próprio Deus conclama todos nós para esse mesmo propósito: Buscai o meu rosto (v. 8). Aqueles que assim fazem, e procuram habitar na santa presença de Deus, têm a firme garantia de que, não importa que provações venham a ter, o Senhor nunca os abandonará (vv. 9,10). Não há motivo para desespero; a bondade de Deus lhes está reservada (vv. 13,14). O dia da volta de Cristo para buscar os seus fiéis está se aproximando. Até chegar esse dia, enfrentaremos muitas provações espirituais e muitas falsificações na doutrina. Devemos congregar-nos regularmente para nos encorajarmos mutuamente e nos firmarmos em Cristo e na fé apostólica do novo concerto. Sem nos acomodarmos com os acomodados, temos o dever cristão de nos envolvermos com todo o trabalho desenvolvido na Igreja local. Quando a família sente-se alegre em ir à igreja para adorar a Deus é uma grande bênção (Sl 122.1). É importante, ainda, nos conscientizarmos que o culto é para o Senhor, Ele é o centro, a Causa e o Objetivo do nosso culto. Vamos à Casa do Senhor para adorar, não vamos buscar uma bênção!
3. Toda a família na casa de Deus. É importante entendermos que a igreja local é o ideário de Deus para a família cristã adorar Seu Nome e proclamar o Evangelho. É preciso entendermos que todas as reuniões da igreja local são importantes, pois elas são feitas para adorar ao Senhor e o Senhor se faz presente, não só está presente, mas passeia em seu meio! (Ap 1.13). Antes de qualquer coisa, a igreja é o agrupamento de pessoas em congregações locais e unidas pelo Espírito Santo, que diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com Deus e com Jesus Cristo (13.2; 16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6). Mediante o poderoso testemunho da igreja, os pecadores são salvos, nascidos de novo, batizados nas águas e acrescentados à igreja; participam da Ceia do Senhor e esperam a volta de Cristo (2.41,42; 4.33; 5.14; 11.24; 1 Co 11.26). Estes são motivos mais que suficientes para levarmos todos os membros de nossa família aos trabalhos do templo. Incentive seu cônjuge a participar dos diversos grupos da igreja local, seus filhos a fazerem parte da Mocidade, do grupo infantil, da escola dominical, do culto de doutrina, etc... vale a pena! Com certeza, vale muito a pena. Esta rotina glorificará a Deus, e edificará você e a sua família. É imperioso ainda, que oremos em favor daqueles que sofrem com membros de sua família que ainda não fazem parte do Corpo de Cristo ou que estejam distanciados. A alegria de uma família reconciliada com Deus é contagiante.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Toda a família deve se envolver com as atividades da igreja. Ali, é o espaço religioso onde adoramos a Deus e proclamamos o Evangelho de Jesus.

CONCLUSÃO

Veja que a família é importantíssima para a saúde espiritual da Igreja Local, então, invista tempo, dedicação e recurso nesta instituição tão atacada. Na ordem de preferências, a família ocupa o primeiríssimo lugar, inclusive em detrimento dos trabalhos na igreja local. Uma família saudável espiritualmente, uma igreja local forte e cumpridora da Grande Comissão. A Igreja local é formada por famílias. A família tem importante participação na igreja. Pelo que se entende do Livro de Atos, a igreja cresceu muito nos lares, pois, por causa da perseguição, as reuniões começaram a ser feitas em residências familiares. Nessas igrejas nos lares, o Espírito Santo operou maravilhas, o Evangelho foi proclamado, a igreja alcançou os confins da terra. Entenda que, antes de sua família ser mais uma na Igreja local, ela própria é uma igreja local e que Deus quer ser glorificado por ela.
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere
Meu coração te ofereço, Senhor, pronto e sincero (Calvino)

Em prontidão por causa da Copa das Confederações,
Recife-PE
Junho de 2013.

EXERCÍCIOS
1. De acordo com a lição, que importância não se pode ignorar em relação a família?
R. A funcionalidade da igreja local junto a família.
2. Além de ser o elemento básico da funcionalidade da igreja, o que é a família?
R. É a extensão da igreja local.
3. Descreva a natureza humana da igreja.
R. A igreja é uma instituição composta de seres humanos dotados de sentimentos, desejos e volição.
4. Que bênção o salmo davídico pronuncia?
R. Irmãos e irmãs vivendo em paz é como a preciosidade do óleo que ungiu o sumo sacerdote Arão.
5. Você e a sua família se envolvem com a sua igreja local?
R. Resposta pessoal.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

OBRAS CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2013, Jovens e Adultos: A Família Cristã no século XXI — Protegendo seu lar dos ataques do inimigo; Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima; CPAD;
-. LIMA, E. R. Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo. 1 ed., RJ: CPAD, 2002.
-. SOUZA, E. Â. ...e fez Deus a família: O padrão divino para um lar feliz. 1 ed., RJ: CPAD, 1999.
-. HUGHES, B.; Kent. Disciplinas da Família Cristã. 1 ed., RJ: CPAD, 2006.  

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Francisco de Assis Barbosa