Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2013 - CPAD -
Jovens e Adultos
Título: Elias e Eliseu — Um ministério de
poder para toda a Igreja.
Comentarista: José Gonçalves.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr.
Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da
Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB;
Lição 13 – A Morte de Eliseu
31 de março de 2013
TEXTO ÁUREO
"E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que
viram um bando e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o
homem e tocando os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus
pés" (2 Rs 13.21).
VERDADE PRÁTICA
O último milagre relacionado à vida de Eliseu
demonstra o poder e o exemplo de um homem que ama e teme a Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Reis 13.14-21.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
·
Conscientizar-se sobre a brevidade da vida e a eternidade de Deus.
·
Compreender a natureza da profecia final de Eliseu.
·
Explicar
o propósito do último milagre de Eliseu.
Palavra Chave
Morte:
Término das atividades vitais do ser humano sobre a terra.
COMENTÁRIO
A morte de Eliseu
“E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram um bando e
lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem e tocando os
ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre seus pés” (2 Rs 13.21).
introdução
Na lição de hoje, acompanharemos os
últimos momentos da vida deste gigante da fé que foi o profeta Eliseu.
Aprenderemos com sua velhice, enfermidade e morte algumas lições sobre a
brevidade da vida terrena e as vicissitudes por que todos os mortais estão
destinados a passar: nascer, crescer e morrer, independente da posição
espiritual que ocupa. Veremos também qual propósito de Deus em realizar o
último milagre por meio do profeta Eliseu quando este já estava morto e qual o
inestimável legado deixado pelo profeta de Abel-meolá.
I. A DOENÇA TERMINAL DE ELISEU
A vida é o dever que trouxemos para
fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas. Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal! Quando se vê, já terminou o ano! Quando se vê, já se
passaram cinquenta anos (...). Mário Quintana.
1.
A velhice de Eliseu, sua doença e sofrimento.
Cerca de cinquenta anos haviam se
passado desde que o jovem Eliseu fora escolhido para suceder Elias. Meio século
de ministério frutífero havia impactado nada menos que quatro nações: Israel,
Judá, Moabe e Síria, ministério diferenciado por manifestações extraordinárias
do poder Deus. “Mas o tempo”, frase que costumamos ouvir das pessoas no
dia-a-dia, “passa rápido” e Eliseu já tinha cerca de oitenta anos. A velhice
havia chegado para o profeta, e com a velhice os problemas e saúde, o
sofrimento e a iminência da morte.
Com a velhice a doença e o sofrimento. A
Bíblia afirma que Eliseu encontrava-se doente de sua doença de que morreu,
passando por sofrimento tamanho que comoveu o coração de Joás, rei de Israel.
“E Joás, rei de Israel desceu a ele, e chorou sobre o seu rosto, e disse: “Meu
pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!” O grande profeta de Israel
experimentou plenamente as agonias próprias do envelhecimento e morte, fato
comum a todos os mortais.
1.1 A experiência de Eliseu nos mostra
que, por mais nobres e grandes que os homens sejam, eles não se livram de sua
condição de mortais. Homem de reputação irrepreensível, Eliseu gozava de
comunhão singular com Deus evidenciada nos milagres que realizou, sempre em
favor de pessoas extremamente necessitadas. De fato, Eliseu foi um homem
singular na história de Israel. Pessoas assim são amadas, reverenciadas e idealizadas
como se fossem sobre-humanas, e soa inconsequente que elas passem pelo mesmo
processo natural da vida por que passam o comum dos homens. Mas, via de regra,
a velhice e a doença chegam para todos, e com a doença a morte.
Lembro-me de um colega que precisava
apresentar um trabalho acadêmico diante de grandes vultos do saber de uma
renomada universidade de São Paulo. Na hora da apresentação, o seu temor e
nervosismo se faziam perceber nos tremores de suas mãos. Um amigo dele se
aproximou e cochichou no seu ouvido: “Não esqueça que seus avaliadores são da
mesma espécie que você. Eles e nós temos muita coisa em comum, acredite”. Pois é isso mesmo. Por maior que seja o
homem, por incríveis que sejam as suas realizações, ainda são meros mortais
fadados à lei inexorável do processo natural da vida: nascemos, crescemos e
morremos. A grande diferença está no como vivemos e não no como morremos. Como
bem lembra o pastor José Gonçalves, “às vezes idealizamos de tal forma os
homens de Deus que acabamos nos esquecendo de que eles também são humanos.
Envelhecem, adoecem e também morrem. Eliseu fora um grande homem de Deus e
ainda era nos dias de sua enfermidade, mas ainda assim era um homem”.
1.2 A experiência de Eliseu nos alerta
sobre a brevidade da vida e a eternidade de Deus.“Quanto ao homem, os seus dias
são como a erva, como a flor do campo assim floresce. Passando por ela o vento,
logo se vai, e o seu lugar não será mais conhecido.” (Salmo 103.15-16).
“Faze-me conhecer, Senhor, o meu fim, e
a medida dos meus dias qual é, para que eu sinta o quanto sou frágil” (Sl
34.9).
“Lembra-te também do teu Criador nos
dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos
quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento” (Eclesiastes 12.1).
Os homens de todas as épocas e lugares se
debateram com a angústia de pensar sobre a rapidez com que a vida passa. Por
outro lado, a coletânea de pensamentos que nos legaram sobre a própria finitude
é uma advertência contra a tentação de nos esquecermos desta realidade: A vida
passa muito rapidamente. Tiago a comparou a um simples vapor (Tg 4.14), o
profeta Isaías à erva do campo (Is 40:6), o rei Davi a comparou a um sopro (Sl
144.4), e Moisés a compara a um conto
ligeiro (Sl 90:9,10).
Mas em contraste com a brevidade da vida
humana, há uma eternidade que se desenrola por trás das cortinas da existência
terrena. A Bíblia afirma que Deus colocou a eternidade no coração do homem (Ec
3.11). Cada dia vivido aqui nos põe mais perto do fim desta dimensão e nos
projeta para mais perto da eternidade (ver 2Co 5.1; 1Jo 2.7). A maneira como
vivemos esta vida, como gastamos nossos dias e talentos, como nos relacionamos
com Deus determinará o estado de nosso futuro eterno. Eliseu foi um grande
exemplo de alguém que em sua curta existência viveu para servir a Deus a ao
próximo.
II. A PROFECIA FINAL DE ELISEU
1. A ação de Deus na profecia. É muito
comum vermos nos cultos pentecostais de hoje uma onda de otimismo que leva
ministros a profetizarem toda sorte de bênçãos e vitórias sobre os fiéis da
igreja, principalmente sobre aqueles que mais contribuem financeiramente com os
projetos da igreja. Muitos usam como referencial o relato bíblico em que Elias
profetizou que não choveria em Israel “segundo a minha palavra”, disse o
profeta. Já ouvi muitos pregadores, num arroubo de emoções, dizerem no púlpito
que, se Elias profetizou segundo a sua própria palavra, e Deus cumpriu o que
disse o profeta, ele também tinha autoridade para determinar a bênção sobre o
seu ouvinte, crente de que Deus assinaria embaixo. Todavia, do que podemos
aprender da Bíblia sagrada, nenhum ministro tem autoridade para determinar o
que quer que seja na vida de alguém se não houver recebido determinação do
próprio Deus. O caso de Elias não foge a esta regra. Como informa o pastor José Gonçalves, nenhuma
profecia que se ajuste ao modelo bíblico tem seu ponto de partida no querer
humano, mas na vontade soberana de Deus (2 Pe 1.20,21).
No caso do profeta Eliseu, ao profetizar
a vitória do rei Joás sobre os sírios, ele apenas expressa a vontade do coração
de Deus, não a sua própria vontade. Isso está bem evidenciado na expressão
“flecha do livramento do Senhor” (2Rs 13.17). A expressão “Assim diz o Senhor”,
amiúde usada pelos profetas veterotestamentários, inclusive pelo profeta Eliseu
(2Rs 2.21; 3.16), reflete o desígnio divino na profecia e mostra que a origem
da profecia está na vontade soberana de Deus e não no homem.
2. A participação humana na profecia
(2Rs 13.17-19). Eliseu revelou o desígnio de Deus de que Joás venceria os
sírios, mas a profecia dependia da obediência de Joás em atender a ordem do
profeta, Primeiramente a ordem para atirar com sua flecha pela janela a esmo,
sem ainda mesmo saber do que se tratava. Segundo, a intensidade com que feriria
seus inimigos dependeria do número de vezes que o rei, atendendo uma segunda
ordem de Eliseu, feriria a terra com seu arco.
Isso nos mostra que, a despeito de a profecia ter sua origem na vontade
soberana de Deus, a participação humana no que diz respeito a obediência a
Palavra de Deus, empenho e dedicação a causa de Deus, discernimento e
perseverança é de fundamental importância. O relato bíblico mostra que Eliseu
muito se indignou com Joás porque este feriu a terra poucas vezes, demonstrando
pouquíssimo discernimento, falta de fé e perseverança. Mais uma vez recorremos
ao comentário feliz do Pastor José Gonçalves para dizer que uma fé tímida obtém
uma vitória igualmente tímida, verdade ressaltada por Jesus no Novo Testamento
(Mt 9.9).
III. O ÚLTIMO MILAGRE DE ELISEU
1. A eternidade e a fidelidade de Deus.
Deus é soberano e eterno e faz coisas que a razão humana não consegue atingir.
No texto bíblico da lição de hoje temos o caso de um milagre realizado
postumamente por Eliseu. Depois de morto o homem de Deus, e já sepultado, um
defunto foi lançado na cova do profeta e, entrando em contato com seus ossos,
ressuscitou (2Rs 13.19,20).
É claro que Deus não faz nada sem um
propósito firme relacionado às suas criaturas.
Deus não brinca de fazer milagres. Essa passagem revela dois atributos
de Deus e está relacionada à promessa feita a Joás antes de Eliseu morrer (2 Rs
13.14-21). Contra o desespero do rei em razão da morte do profeta (sempre fica
uma sensação de desamparo quando morre alguém que servia de suporte espiritual
para nós), Deus mostra com este último milagre que o encerramento da vida do
profeta não põe fim às suas ações, pois o seu poder subsiste a tudo e a todos
(Hb 1.8).
“A incondicional prioridade de Deus em
seu universo é uma verdade no Antigo e no Novo Testamento. O profeta cantou
essa verdade em linguagem de êxtase: ‘Não és tu desde a eternidade, ó Senhor
meu Deus, ó meu Santo?’ O apóstolo João a expõe com cuidadosas palavras de
denso significado: ‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas
por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.’[...] Não podemos
pensar certo sobre Deus enquanto não começamos a pensar nele como estando
sempre ali, e ali primeiro, sempre existente antes de tudo mais. Josué teve que
aprender isso. Ele fora servo de Moisés, servo de Deus, e com tanta segurança
recebera em sua boca a Palavra de Deus, que Moisés e o Deus de Moisés se
fundiram na mente dele, em fusão tal que ele mal podia separar os dois
pensamentos; por associação sempre apareciam juntos em sua mente. Agora Moisés
estava morto e, para que o jovem Josué não seja abatido pelo desespero, Deus
lhe fala para dar-lhe segurança: ‘Como fui com Moisés, assim serei contigo.’
Moisés estava morto, mas o Deus de Moisés continuava vivo. Nada mudara e nada
se perdera. De Deus nada morre quando morre um homem de Deus.” (A. W.Tozer
,2000, pp.l 1,12)
Em segundo lugar, este último milagre
evidencia a fidelidade de Deus. Ele não depende de circunstância, profeta A ou
profeta B para cumprir seus propósitos. É verdade que ele instrumentaliza
pessoas, algumas de maneira extraordinária, mas é Ele quem opera tudo em todos.
Morrendo o profeta, trocando-se o sacerdócio, mudando-se os tempos e os reinos,
suas promessas continuam de pé.
Portanto, “ao permitir que o toque nos restos mortais de Eliseu desse
vida a um morto, Deus mostrava ao rei Joás que a morte de Eliseu não iria
impedir aquilo que há algum tempo ele havia prometido a ele” - palavras do
pastor José Gonçalves.
2. A honra de Eliseu. Há homens que
deixam marcas indeléveis na história e são honrados, lembrados e amados séculos
depois de sua morte. Em se tratando de grandes homens de Deus, como Eliseu, o
próprio Deus dá testemunho deles depois de finda a sua vida aqui. É assim que o
eterno dá testemunho de Noé, Moisés, Samuel, Daniel e Jó, séculos depois da
morte destes:
“Ainda que Moisés e Samuel se pusessem
diante de mim, não estaria a minha alma com este povo” ( Jeremias 15:1)
“(...) ainda que estivessem no meio dela
estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça, livrariam apenas a
sua própria vida, diz o Senhor Deu” (. Ezequiel 14:14).
No caso do milagre póstumo realizado por
Eliseu, além do objetivo de mostrar sua fidelidade e eternidade, Deus
objetivava honrar a memória de seu servo, honrando-o mesmo depois de morto.
Séculos depois de sua morte, o nome de Eliseu continuaria sendo lembrado como
um homem de Deus. Existem sempre algumas peculiaridades envolvendo a vida e a
morte de grandes homens de Deus. Como destacado pelo pastor José Gonçalves,
Elias subiu ao céu vivo, Eliseu deu vida mesmo estando morto. Os intérpretes destacam
que esse milagre de Eliseu mostra que o Senhor possui planos diferenciados para
cada um de seus filhos e que, portanto, não devemos fazer comparações nem
questionar os atos divinos (Jo 21.19-23). A Bíblia fala de homens cujas ações
continuam falando mesmo depois de suas mortes (Hb 11.4).
IV. O LEGADO DE ELISEU
1. Legado sociocultural. O legado
sociocultural de Eliseu está bem apresentado nas palavras do pastor José
Gonçalves. Já estudamos que Eliseu supervisionava a escola de profetas (2 Rs
6.1). Esse sem dúvida foi um dos seus grandes legados. Todavia Eliseu fez muito
mais. Ele teve uma participação ativa na vida social da nação. Enquanto Elias
era um profeta do deserto, Eliseu teve uma atuação mais urbana. Eliseu tinha
acesso aos reis e comandantes militares e possuía influência suficiente para
deles pedir algum favor (2 Rs 4.13). Como povo de Deus não podemos viver
isolados da vida social da nação, mas aproveitar as oportunidades para abençoar
os menos favorecidos.
2. Legado espiritual. As façanhas
realizadas por Eliseu em nome do Deus de Israel seriam contadas e recontadas no
decorrer da história, para fortalecer e enlevar a fé dos crentes. Tais façanhas enunciam o legado
espiritual de um homem que viveu para fazer a vontades de Deus. Ouvi de certo
pregador a seguinte afirmativa: “O mundo precisa ver o que Deus pode fazer com
um homem totalmente entregue em suas mãos”. Os contemporâneos de Eliseu viram
Abertura do Jordão (2 Rs 2.13,14); a purificação da nascente de água (2 Rs
2.19-22); a multiplicação do azeite da viúva (2 Rs 4.1-7); a ressurreição do
filho da sunamita (2 Rs 4.8-37); a cura da panela envenenada (2 Rs 4.38-41); A
multiplicação dos pães e das sementes (2 Rs 4.42-44); a cura de Naamã (2 Rs 5);
o machado que flutuou (2 RS 6.1-7); o caso de Dotã (2 Rs 6.11-23); escassez e
festa em Samaria (2 Rs 6.24—7.20); revelação a Hazael (2 Rs 8.7-15); profecia
ao rei Jeoás (2 Rs 13.14-19) e a ressurreição de um homem (2 Rs 13.21). É, de
fato, um grande legado espiritual.
CONCLUSÃO
Ouvi de certo pregador a seguinte
afirmativa: “O mundo precisa ver o que Deus pode fazer com um homem totalmente
entregue em suas mãos”. Os contemporâneos de Eliseu viram de perto. Nós vemos
através do relato bíblico.
BIBLIOLOGIA
GRUDEM, Wayne. O Dom de Profecia — do
Novo Testamento ao nossos dias. Editora Vida.
SORMS, C. Samuel. In: Cessaram os Dons
Espirituais? — quatro pontos de vista. Org. Wayne Grudem. Editora Vida.
TOZER, A. W. A Conquista Divina: a
necessidade de ter Cristo como Senhor na vida. Editor Mundo Cristão, São Paulo,
2000.
Lições Bíblica CPAD / Elias e Eliseu, um
ministério de poder para a igreja / 1° trimestre de 2013.
Postado por Josafá R. Lima em
http://pensarfazmuitobem.blogspot.com.br/2013/03/a-morte-de-eliseu.html
Graça e Paz a todos que estão
em Cristo!
Recife-PE
Março de 2013,
EXERCÍCIOS
1. Faça um breve
comentário sobre a velhice de Eliseu.
R.
2. Por que Eliseu se indignou contra o rei?
R.
3. De acordo com a lição, qual o propósito do
milagre operado postumamente por Eliseu?
R.
4. Cite dois dos legados
do profeta Eliseu.
R.
5. Cite pelo menos três
obras do legado de Eliseu.
R.
Autorizo
a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito,
tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria,
igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando
e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site,
impressão, etc.).
Francisco
de Assis Barbosa