Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações
para a santificação da Igreja de Cristo.
Comentarista: Esequias Soares.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa.
Lição 13
Malaquias — A sacralidade da
família
30 de dezembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Portanto, deixará o
varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn
2.24). – No
casamento, as prioridades de um homem mudam. As obrigações para com sua esposa
tomam a precedência. Esta é uma linguagem de compromisso da aliança. Não há
momento em que os seres humanos sejam mais semelhantes ao Deus mantenedor da
aliança do que quando estes entram em aliança uns com os outros. O casamento
retrata o relacionamento de Deus com o seu povo (Os 2.14-23; Ef 5.22-32) [a]
VERDADE PRÁTICA
É da vontade expressa de Deus que levemos a
sério o nosso relacionamento com Ele, com a família e com a sociedade.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Malaquias 1.1; 2.10-16
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Explicar o contexto social, a
estrutura e a mensagem do livro de Malaquias;
·
Reconhecer quais são as implicações de
um péssimo relacionamento familiar; e
- Conscientizar-se que é
vontade de Deus vivermos um bom relacionamento na família e na sociedade.
Palavra Chave
Família: (latim
família, -ae, os escravos e servidores que vivem sob o mesmo teto, as pessoas
de uma casa)
s.
f.
1.
Conjunto de todos os parentes de uma pessoa, e, principalmente, dos que moram
com ela.
2.
Conjunto formado pelos pais e pelos filhos.
3.
Conjunto formado por duas pessoas ligadas pelo casamento e pelos seus eventuais
descendentes.
4.
Conjunto de pessoas que têm um ancestral comum.
5.
Conjunto de pessoas que vivem na mesma casa.
6.
[Figurado] Raça, estirpe.
7.
[Gramática] Conjunto de vocábulos que têm a mesma raiz ou o mesmo radical.
8.
[História natural] Grupo de animais, de vegetais, de minerais que têm
caracteres comuns.[b]
9.
[Química] Grupo de elementos químicos com propriedades semelhantes.
de
família: familiar; íntimo; sem cerimônia.
família
miúda: filhos pequenos.
[Religião]
sagrada família: representação de Jesus com a Virgem Maria e S. José.
COMENTÁRIO
introdução
Finalmente irmãos, com a graça do Senhor, chegamos
à última lição do quarto trimestre de 2012. Pela misericórdia do Senhor estivemos
juntos durante estas 54 semanas, estudando A
verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; cujo Comentarista foi o
Pr José Gonçalves, depois As Sete Cartas
do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja, cujo Comentarista foi
o Pr Claudionor de Andrade; no terceiro trimestre nós estudamos com o Pr
Eliezer de Lira e Silva, o tema Vencendo
as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de
todas; e por fim, Os Doze Profetas
Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo,
comentadas pelo ilustre Pr Ezequias Soares. Especialmente neste último
trimestre, tivemos a oportunidade de sermos confrontados com as mensagens dos
profetas menores. Temas relevantes para o tempo que estamos vivendo. Hoje,
veremos que a mensagem de Malaquias, um livro profético que faz descrições que
mostram a necessidade de reformas antes da vinda do Messias. Por ser um livro
curto e de acordo com a catalogação, Malaquias é o último dos profetas menores,
tendo sido escrito por volta do ano 430 a.C., sendo que o seu nome não é citado
em mais nenhum livro da Bíblia. O profeta Malaquias foi contemporâneo de Esdras
e Neemias, no período após o exílio do povo judeu na Babilônia em que os muros
de Jerusalém tinham sido já reconstruídos em 445 a.C., sendo necessário
conduzir os israelitas da apatia religiosa aos princípios da lei mosaica. Os
temas tratados na obra seriam o amor de Deus, o pecado dos sacerdotes, o pecado
do povo e a vinda do Senhor. Nas últimas linhas deste livro do Antigo
Testamento bíblico, vemos uma exortação de Deus às famílias: "converter o coração dos pais aos filhos e
dos filhos aos seus pais". No término do livro de Malaquias convida-se
ao arrependimento da família como alicerce da sociedade. Outro tema tratado no
livro de Malaquias refere-se às ofertas e aos dízimos, nos versos de 7 a 12 do
capítulo 3, passagem esta que é muito utilizada com o objetivo de se justificar
com amparo bíblico a contribuição da décima parte das rendas dos fiéis de uma
organização religiosa. Embora o dízimo tenha sido reconhecido desde a época de
Moisés, nos dias de Malaquias os sacerdotes do templo recolhiam as ofertas e
não repassavam para os levitas, para que eles pudessem utilizá-las para cuidar
dos próprios levitas, dos órfãos, das viúvas e viajantes. E isso fez com que o
profeta Malaquias iniciasse uma advertência a todos sobre o roubo do dízimo:
"Com maldição sois amaldiçoados,
porque a mim me roubais, vós, a nação toda." (Ml 3.9). A tarefa dos
pregadores não é outra senão a de transmitir a justa vontade de Deus aos
homens. Através de Malaquias, Deus estava exigindo de Israel sinceridade e
santidade, por ser a nação que Ele separou entre todas para que as bênçãos
prometidas fossem derramadas sobre o seu povo. Tenham todos uma proveitosa e
abençoada aula!
I. O LIVRO DE MALAQUIAS
1. Contexto histórico. O livro não menciona
diretamente o reinado em que Malaquias exerceu seu ministério. Também não
informa o nome do seu pai, nem o seu local de nascimento. Isso é observável também
nos livros de Obadias e Habacuque. Não obstante, há evidências internas que
permitem identificar o contexto político, religioso e social do livro em
apreço. Ninguém sabe ao certo quem foi Malaquias. Seu nome significa “meu
mensageiro” ou “mensageiro do Senhor”. É interessante notar que a palavra
“mensageiro” ocorre três vezes no livro (ver 2.7 e 3.1). No entanto, esta
dificuldade em identificar quem era Malaquias nos lembra de uma das primeiras
regras do serviço de Cristo. Pregadores e comunicadores cristãos não são
destinados a atrair a atenção para si, mas para o seu Salvador e seu evangelho.
Não é o homem que importa, mas a sua mensagem (2Co 4.5).[7] Ao permanecer
anônimo, as pessoas não pensam sobre o profeta, mas sobre o que Deus tem a
dizer. Malaquias 1.1 identifica o autor do Livro de Malaquias como sendo o
profeta Malaquias, escrito entre 440 e 400 aC. Embora não tenhamos mais
informações no restante do Antigo Testamento a respeito do profeta, sua
personalidade fica bem patente neste livro. Era um judeu da época pós-exílica,
contemporâneo de Neemias, Esdras, Ageu e Zacarias. Talvez tenha sido um profeta
sacerdotal. Suas firmes convicções a favor da fidelidade ao concerto
(2.4,5,8,10), e contra a adoração hipócrita e mecânica (1.7-2.9), a idolatria
(2.10-12), o divórcio (2.13-16) e o roubo de dízimos e ofertas (3.8-10),
revelam um homem de rigorosa integridade e de intensa devoção a Deus. O
ambiente espiritual e a negligência contra as quais Malaquias clamava,
assemelhavam-se à situação que Neemias encontrara em Judá depois de ter voltado
da Pérsia (cerca 433 - 425 a.C.), para servir como governador em Jerusalém pela
segunda vez (Ne 13.4-30); A maioria dos eruditos afirmam ser razoável acreditar
que Malaquias haja proclamado sua mensagem entre 430—420 a.C.
a) O governador de Judá. (Heb. pehah; “sátrapa”, o
atual “paxá”) este título hebraico é dado geralmente aos governadores das
províncias. Foi dado a Neemias (Ne 5.14) e a Zorobabel (Ag 1.1). É, às vezes,
traduzido por “capitão” (1Rs 20.24; Dn 3.2, 3), outras por “maiorais das
províncias” (Et 8.9; 9.3). O título persa Tirshata, significa “Excelência” e é
usado por Zorobabel (Ed 2.63; Ne 7.65,70) e Neemias (Ne 8.9; 10.2); ele não diz
nada sobre a função de quem os usa. Pehah, possui de igual modo, vários
significados: refere-se ao sátrapa, ao governador da província, ao comissário
do governo.
b) A indiferença religiosa. As principais denúncias
de Malaquias são contra a lassidão e o afrouxamento moral dos levitas (1.6); o
divórcio e o casamento com mulheres estrangeiras (2.10-16); e o descuido com os
dízimos (3.7-12). Tudo isso aponta para o período em que Neemias ausentou-se de
Jerusalém (Ne 13.4-13,23-28). O primeiro período de seu governo deu-se entre os
anos 20 e 32 do rei Artaxerxes (Ne 5.14) e equivale a 445-433 a.C. “Ofereceis
sobre meu altar pão imundo”; e, pior que isso, nem percebendo que estavam
falhando, indagam: “Em que desprezamos nós o teu nome? (1.6); Em que te havemos
profanados? (1.7). Será que nós não temos sido igualmente negligentes com o
culto, com a Escola Bíblica Dominical, e com a obra missionária? Malaquias
pregou contra muitos dos mesmos pecados que Neemias: Corrupção do sacerdócio
(Ml 1.6-2.9; Ne 13.7-9); casamento com mulheres pagãs (Ml 2.10-12; Ne
13.23-28); injustiças sociais (Ml 3.5; Ne 5.1-13); e a negligência quanto aos
dízimos (Ml 3.8-10; Ne 13.10-14). Mas o tema geral, que abre o livro, é a
indiferença do povo diante do grande amor de Deus por eles.
2. Vida pessoal de Malaquias. A expressão “pelo
ministério de Malaquias” (1.1) é tudo o que sabemos sobre sua vida pessoal. A
forma hebraica do seu nome é mal’achi, que significa “meu
mensageiro”.
3. Estrutura e mensagem. A profecia começa com a
palavra hebraica massa — “peso, sentença pesada, oráculo,
pronunciamento, profecia” (1.1; Hc 1.1; Zc 9.1; 12.1). O discurso é um sermão
contínuo com perguntas retóricas que formam uma só unidade literária. São três
os seus capítulos na Bíblia Hebraica, pois seis versículos do capítulo quatro
foram deslocados para o final do capítulo três. O assunto do livro é a denúncia
contra a formalidade religiosa: prática generalizada com os fariseus e escribas
na época do ministério terreno de Jesus (Mt 23.2-7). A tradução grega, a
Septuaginta, e a maioria dos comentaristas modernos sugerem que o livro foi
escrito por um autor anônimo. Sob a alegação de que o nome de Malaquias
significa “meu mensageiro” poderia ser, então, um título, e não um nome
próprio. Para apoiar seu ponto de vista, estes comentaristas apontam, entre
outras coisas: (1) A ausência de nome do pai de Malaquias, (2) A ausência do
lugar de nascimento de Malaquias, e (3) O fato de que Zacarias 9.1 e 12.1; e
Malaquias 1.1 (as três últimas “sentenças” nos profetas menores) compartilham o
mesmo título, destacando-as, presumivelmente, como adições anônimas à coleção
dos doze profetas menores. A mensagem de Malaquias repreendia os judeus
negligentes e indiferentes para com Deus e o serviço na Igreja, o templo. Mas
Deus também contempla os que verdadeiramente o amam e o adoram com sinceridade
(Ml 3.18; 4.1), para estes a mensagem de Malaquias era de conforto e promessas
(Ml 4.2,3). Malaquias conclama todo o povo que se acheguem a Deus, se
arrependam de seus pecados e O adorem com corações puros (Ml 2.5-7) e sinceros.
Os que assim adoram a Deus com certeza serão muito felizes, pois ELE sempre
quer o nosso bem, todas as suas ordenanças são para vivermos melhor, por isso
devemos guardar seus ensinamentos obedecendo-os.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O tema do livro de Malaquias é a denúncia contra a formalidade
religiosa, a prática da corrupção generalizada entre os fariseus e escribas e o
despertamento da nação de Judá.
II. O JUGO DESIGUAL
1. A paternidade de Deus (2.10). A ideia de que Deus é o Pai
de todos os seres humanos é biblicamente válida. Em êxodo 4.22,23, O Senhor reivindica
Israel como seu filho primogênito, seu amado, um título que, em última análise,
se cumpriu na pessoa de Jesus Cristo (Mc 1.11). Essa reivindicação por Deus é a
razão dele libertar seu povo e fazer com ele aliança selada no Sinai (“para que
me sirva” v. 23). Essa reivindicação resultou na ameaça de Deus contra o primogênito
de Faraó. “O termo Pai é um dos termos
mais comumente usados em nossas orações, e corretamente, visto que foi assim
que Jesus nos ensinou a orar. Mas, assim como o termo é comum para nós, ele era
muito incomum para o povo nos dias de Cristo. Naquela época, a maioria das pessoas
que adorava os falsos deuses, pensava neles como seres distantes, caprichosos e
imorais, que deviam ser temidos. Até mesmo o povo judeu, que deveria entender a
paternidade de Deus, tinha se removido de Seu cuidado Paternal através do
pecado e apostasia deles. Consequentemente, Ele parecia distante deles. Mesmo
alguns que reivindicavam Deus como Pai deles, foram censurados por Cristo, que
lhes chamou de filhos do diabo, pois rejeitaram o Filho (Jo 8.44). Contra este
cenário, o ensino de Cristo foi revolucionário. Ele proclamou Deus como um Pai
cuidadoso e gracioso, que deseja íntima comunhão com os Seus filhos. Esta comunhão
pode vir somente através da fé no Filho”[c].
2. A deslealdade. O termo “desleal” (Falta de lealdade; Traição;
perfídia) aparece cinco vezes nessa seção (2.10,11,14-16). Trata-se do verbo
hebraico bagad, (Strong 898: agiu dolosamente (1), agiu
traiçoeiramente (2), traído (1), trai (1), negócio (1), procedem aleivosamente
(10), tratam muito perfidamente (1), trata traiçoeiramente (1), aleivosamente
(8 ), tratam muito perfidamente (1), sem fé (2), traiçoeira (15), um traiçoeiro
ainda trata traiçoeiramente (1), negócio traiçoeiro (1), traiçoeiramente (1),
injustiça (1).) que significa “lidar enganosamente, traiçoeiramente, infiel,
ofender, transgressor, partem, Uma raiz primitiva; cobrir (com uma peça de
roupa); figurativamente, a agir secretamente;, por implicação, a pilhagem -
negócio dolosamente (à traição, infidelidade), ofender, transgredir (ou),
(partida), traiçoeiro (revendedor, - ly, homem), infiel (-ly, homem), X muito.”
[Strong’s Exhaustive Concordance][d].
Não profanar o concerto dos pais — estabelecido no Sinai (2.10) que proíbe a
união matrimonial com cônjuges estrangeiros (Dt 7.1-4) — é uma instrução ratificada
em o Novo Testamento (2 Co 6.14-16,18). O profeta retoma essa questão em seguida.
3. O casamento misto (2.11). É a união matrimonial de
um homem ou uma mulher com alguém descrente. O profeta chama isso de abominação
e profanação. Um dos temas mais preocupantes e menos entendidos da vida judaica
é aquele dos casamentos mistos. Devido à falta de informação subjetiva sobre o
assunto, este se torna muito complexo sob um ponto de vista emocional. Por um
lado, os pais sentem que quando seu filho se casa com alguém não-judeu, ele ou
ela está rompendo a cadeia milenar de continuidade judaica e não querem deixar
que isso aconteça. Por outro lado, eles se sentem pouco à vontade de se opor
abertamente ao casamento misto por causa de suas conotações racistas. Por que
desqualificar alguém como potencial parceiro de casamento apenas porque ele ou
ela não nasceu de um útero judaico? Esta parece ser uma atitude
discriminatória. O motivo para essa proibição é claramente dita no versículo a
seguir: "Porque ele afastará teu
filho de Mim e eles servirão a deuses estranhos…" ("Deuses estranhos"
também pode ser interpretado como significando aqueles ideais e
"ismos" que não se adequam aos ditames da Torá, e perante os quais a
pessoa inclina a cabeça e dedica seu coração e sua alma.)[e]
a) Abominação. O termo hebraico para “abominação” é to'ebah/to'ebah',
algo nojento (moralmente), isto é, (como substantivo) uma aversão,
especialmente idolatria ou (concretamente) um ídolo; abominável (coisa,
personalizado), abominação.[Strong H8441] e diz respeito a alguma coisa ou
prática repulsiva, detestável e ofensiva. A Bíblia aplica-o à idolatria, ao
sacrifício de crianças, às práticas homossexuais, etc. (Dt 7.25; 12.31; Lv
18.22; 20.13). A Escritura afirma existir só o Deus verdadeiro em oposição a
todos os deuses criados pela superstição dos homens. A idolatria produz um
efeito mortal no homem, degrada os ideais divinos, impressiona com as suas
formas e disfarça insidiosamente (falsamente, hipocrisia, diz-se do mal que se
inicia e progride sem que se perceba prontamente e cujos sinais só se
evidenciam quando a moléstia está bastante adiantada) sua oposição ao reino de
Deus.
b) Profanação. Profano é aquele que trata o sagrado como se fosse
comum (Lv 10.10; Hb 12.16). Malaquias repreende os israelitas por causa de sua
dupla transgressão da Lei de DEUS: divorciavam-se de suas esposas, e casavam-se
com mulheres pagãs. Os homens casavam-se com mulheres pagãs, prática esta
proibida pela Lei de Moisés (ver Êx 34.15,16; Dt 7.3,4; 1 Rs 11.1-6). O Novo Testamento
declara que o crente não pode casar-se com incrédulo, por ser isto jugo
desigual (1Co 7.39). O cristão que se casa com alguém que não se dedica ao
Senhor, corre o risco de se apartar de Cristo, o mesmo acontecendo com os
filhos do casal. Muitos homens eram infiéis às suas esposas, com as quais se
haviam casado quando jovens. Agora procuravam divorciar-se delas, para se
casarem com outras. O Senhor detesta tal ação, pois é movida pelo egoísmo. Ele
declara que, do marido e da mulher, fez um só (v. 15). Em consequência destes pecados
e transgressões, Deus lhes virara as costas, recusando-se a atender-lhes as orações
(vv. 13,14). Deus odeia o divórcio motivado por propósitos egoístas. Quem
pratica tal tipo de divórcio, assemelha-se "aquele que encobre a violência
com a sua veste". O divórcio, aos olhos de Deus, iguala-se à injustiça
mais brutal, à crueldade e ao assassinato (ver Mt 19.9).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O jugo desigual ou casamento misto, é a união matrimonial de um
homem ou uma mulher com alguém descrente. O profeta chama isso de abominação ou
profanação.
III. DEUS ODEIA O DIVÓRCIO
1. O relacionamento conjugal (2.11-13). O casamento é uma relação
exclusiva na qual um homem e uma mulher se entregam mutuamente um ao outro numa
aliança vitalícia e, com base nesse voto solene, eles se tornam “uma só carne”(Gn
2.24; Ml 2.14; Mt 19.4-6). A Confissão de Westminster (XXIV.2) afirma: “O matrimônio
foi ordenado para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça
humana por sucessão legítima, e da igreja por uma semente santa, e para impedir
a impureza”(licença sexual e imoralidade; Gn 1.28; 2.18; 1Co 7.2-9). O ideal de
Deus para o casamento é que o homem e a mulher se completem um ao outro (Gn
2.23) e participem da obra criativa de fazer um novo povo [f]. “Judá se casou com adoradora de deus estranho” é
uma frase que se refere ao casamento com mulheres ainda comprometidas com um
deus estranho, isto é, uma idólatra fora da aliança. Ë digno de nota salientar
que, esta proibição também vale para os crentes hoje, a proibição do casamento
com descrentes continua no Novo Testamento (1Co 7.39; 2Co 6.14). Quero deixar
evidente que não se trata aqui de discriminação qualquer, que nasce de uma
atitude pessoal e subjetiva que o judeu tem face a face com o não-judeu ou do
crente para com o descrente. Estamos falando sobre uma ordem Divina objetiva,
que é acompanhada por uma explicação. Se o seu filho desposar uma mulher
não-judia, os filhos nascidos dessa união não serão mais considerados seus
filhos. No caso de sua filha casar-se com um não-judeu, inevitavelmente seus
netos se desviarão do caminho de Judaísmo, embora ainda sejam considerados
judeus.
2. O compromisso do casamento. Muitos respondem que o
casamento nada mais é que uma formalidade, uma norma social que dá "status
legal" ao casal. Porém dizer que o casamento é simplesmente uma norma
social implica que não há valor verdadeiro, intrínseco; que é arbitrário. O que
acontece no caso de alguém que não se preocupa com a autoridade humana ou com o
estigma social é que então, está tudo bem, se um casal vive junto e tem filhos
sem ser casado. Paulo usa o relacionamento entre Cristo com a sua igreja para
explicar o que é o casamento cristão, de modo que ressalta a especial
responsabilidade do marido, como o cabeça e protetor da esposa, e conclama a
esposa para aceitar seu marido nessa condição (Ef 5.21-33). Deus odeia o
divórcio (Ml 2.16); contudo, determina disposições para o divórcio, que
protegem a mulher divorciada (Dt 24.1-4). Essas disposições foram promulgadas “por
causa da dureza do vosso coração” (Mt 19.8). A compreensão mais natuaral do
ensino de Jesus (Mt 5.31,32; 19.8,9) é que o adultério – o pecado da
infidelidade conjugal – destrói a aliança do casamento e justifica o divórcio
(ainda que a reconciliação fosse preferível) e que aquele que se divorcia de
sua esposa por qualquer razão menor, torna-se culpado de adultério, quando se
casa de novo, e leva a esposa a cometer adultério, se ela também se casar de
novo[g].
3. A vontade de Deus. A expressão “uma só carne”usada
em Gn 2.24 indica a profunda solidariedade no relacionamento de casados. O
compromisso singular e total envolvido implica que Deus pretendia que o
casamento fosse monogâmico. Olhando para Malaquias 2.14-16, vemos verdades que
não podem ser ignoradas pelos casais crentes; entre elas, destaco a parte final
do verso 15: "Portanto guardai-vos
em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade."
Deus ordena que “ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade”
(2.15).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A poligamia e o divórcio são obstáculos aos propósitos divinos.
CONCLUSÃO
Malaquias repreende os israelitas por causa de sua dupla
transgressão da Lei de DEUS: divorciavam-se de suas esposas, e casavam-se com
mulheres pagãs. O crente que se casa com alguém que não se dedica ao Senhor,
corre o risco de se apartar de Cristo, o mesmo acontecendo com os filhos que
forem gerados nesse casamento misto. A fidelidade à Palavra haverá de sustentar
e capacitar àqueles que querem ser vistos pelo Senhor como dignos de viver pelo
Seu nome, vistos como felizes por fazer a vontade do Pai.
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por
meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Recife, PE
Novembro de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine,
prompte et sincere.
EXERCÍCIOS
1. Por que
entendemos que Malaquias é o nome do profeta?
R. Porque
nenhum livro dos doze profetas menores é anônimo.
2. Qual o
assunto do livro de Malaquias?
R. O
assunto do livro é a denúncia contra a formalidade religiosa: prática generalizada
com os fariseus e escribas na época do ministério terreno de Jesus (Mt 23.2-7).
3. Quais
pecados são colocados no mesmo patamar do casamento misto e do divórcio?
R. A
idolatria, ao sacrifício de crianças, às práticas homossexuais, etc.
4. Por que
todos nós devemos levar a sério o casamento?
R. Porque
o casamento é de origem divina e indissolúvel.
5. Por que
Deus aborrece o divórcio?
R. Porque
é uma desgraça para a família.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
- Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
- Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
OBRAS CONSULTADAS:
[a] -. Bíblia de Estudo Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 12
[b] -. http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=fam%C3%ADlia;
[c] -. http://www.monergismo.com/textos/meditacoes/reconhecendo_paternidade_macarthur.htm;
[d] -. http://biblesuite.com/hebrew/898.htm;
[e] -. http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/mistos/home.html;
[f] -. Bíblia de Estudo Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 1090;
[g] -. Ibdem;
[a] -. Bíblia de Estudo Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 12
[b] -. http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=fam%C3%ADlia;
[c] -. http://www.monergismo.com/textos/meditacoes/reconhecendo_paternidade_macarthur.htm;
[d] -. http://biblesuite.com/hebrew/898.htm;
[e] -. http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/mistos/home.html;
[f] -. Bíblia de Estudo Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 1090;
[g] -. Ibdem;
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.
Os textos das referências bíblicas
foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/, na versão Almeida Corrigida e Revisada
Fiel, salvo indicação específica.
Autorizo a todos que
quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente,
que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente,
a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que
finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão,
etc.).
Francisco de Assis
Barbosa