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Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!

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4 de dezembro de 2012

Lição 10: Sofonias — O juízo vindouro


Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo.
Comentarista: Esequias Soares.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa.

Lição 10
Sofonias — O juízo vindouro

9 de dezembro de 2012

TEXTO ÁUREO

Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos(Mt 24.24). Embora os falsos profetas tentem enganar os eleitos, não há real possibilidade de que sejam bem sucedidos nesse propósito. Deus protegerá os eleitos bem seguros em seu amor (Rm 8.31-39; Jo 10.28,29) [a].

VERDADE PRÁTICA

No juízo vindouro, Deus há de julgar todos os moradores da terra, de acordo com as obras de cada um.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Sofonias 1.1-10


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Explicar a estrutura e a mensagem do livro de Sofonias;
  • Compreender a linguagem predominante no livro de Sofonias; e
  • Saber que juízo de Deus é uma doutrina bíblica irrevogável.

Palavra Chave
Juízo: (latim judicium, -ii, ação de julgar, julgamento, decisão, tribunal)
s. m.
1. Faculdade de julgar intelectualmente.
2. Discernimento, tino.
3. Opinião, conceito.
4. Ato de julgar judicialmente.
5. Julgamento.
6. Tribunal; foro; jurisdição.
7. Apreciação, voto, parecer.
8. Prognóstico.
9. [Lógica] Ato de entendimento pelo qual se afirma a relação de duas ideias.
10. Juízo das armas, juízo que se fazia de uma causa pela sorte que, os interessados nela, tinham em combate singular.
juízo de Deus: prova judicial que, pelo fogo, pela água, etc., se fazia da culpabilidade de um acusado.
Vontade divina; decreto da Providência. (Mais usado no plural.)
juízo de Salomão: sentença reta e imparcial.
juízo do ano: predição que do ano se faz nas folhinhas e almanaques.
juízo final: juízo que a Igreja anuncia para o fim do mundo. = JUÍZO UNIVERSAL
juízo universal: o mesmo que juízo final. [b]

COMENTÁRIO

introdução

O Livro de Sofonias é mais um dos livros escatológicos do Velho Testamento. Nele constam mensagens do Julgamento Divino contra Judá e Jerusalém, bem como outras nações. Há também um prenúncio de restabelecimento para Jerusalém. Sofonias profetizou durante o reinado de Josias, rei de Judá (640-609 a.C). A nação achava-se envolvida com a violência e a idolatria. Havia indiferença e zombaria para com o Senhor Deus. A mensagem de Sofonias foi entregue provavelmente antes do movimento da reforma promovida por Josias. Talvez haja funcionado como a força motivadora que levou o rei a conclamar o povo a renovar a obediência a Deus e à sua Lei. O tema central da mensagem de Sofonias é o julgamento. O cumprimento imediato aconteceu quando Nabucodonosor, rei de Babilônia, capturou Judá. O cumprimento definitivo ocorrerá no Dia do Senhor, durante os anos da tribulação. Foi contemporâneo de Jeremias e da profetisa Hulda. Tenham todos uma excelente e abençoada aula!

1. O LIVRO DE SOFONIAS

1. Contexto histórico. Sofonias profetizou durante o reinado de Josias (639-609 a.C.), o último governante piedoso de Judá (1.1). Sua referência a Jerusalém como “este lugar” (1.4), bem como a descrição minuciosa de sua topografia e de seus pecados, indicam que residia na cidade. Como parente do rei Josias, tinha imediato acesso ao palácio real. Conforme era de se esperar, suas profecias focalizavam a palavra do Senhor endereçada a Judá e às nações. Os pecados dos quais Sofonias acusava Jerusalém e Judá (1.4-13; 3.1-7) indicam que ele profetizou antes do reavivamento e reformas promovidas por Josias. Período este marcado pela iniquidade dos reis que antecederam a Josias (Manassés e Amom). Foi somente no décimo segundo ano do reinado de Josias (i.e., 627 a.C.) que o rei empreendeu a purificação do povo com o banimento da idolatria e a restauração do verdadeiro culto ao Senhor. Oito anos mais tarde, ordenaria o conserto e a purificação do templo. Nesta ocasião, foi descoberta uma cópia da Lei do Senhor (cf. 2 Rs 22.1-10). A descrição que Sofonias faz das lamentáveis condições espirituais e morais de Judá deve ter sido escrita por volta de 630 a.C. É provável que a pregação de Sofonias tenha tido influência direta sobre o rei, inspirando-o em suas reformas. O ano de 630 a.C. é também indicado devido a ausência de referências, no livro de Sofonias, à Babilônia, sendo esta uma potência reconhecida no cenário internacional. Babilônia só começou a galgar uma posição de destaque com a ascendência de Nabopolassar em 625 a.C. Mesmo assim, Sofonias profetizou a destruição da grande Assíria, evento este ocorrido em 612 a.C., com a queda de Nínive. Jeremias era um contemporâneo mais jovem de Sofonias.
2. Genealogia. A linhagem de Sofonias, cujo nome significa “o Senhor esconde”, remonta à quarta geração, o que é bastante singular na literatura profética. Isso pode significar que o Ezequias mencionado na quarta geração seja o bem conhecido rei de Judá. Caso este tenha sido o rei Ezequias, Sofonias foi um profeta de sangue real. o seu ministério ocorreu no tempo do rei Josias em 640 a.C. - 609 a.C. tendo profetizado, provavelmente antes da reforma desse rei em 621 a.C.
3. Estrutura e mensagem. Na sua maior parte, o livro é uma advertência sóbria a respeito do dia do castigo divino contra o pecado. Embora percebesse um castigo vindouro em escala mundial, (1.2; 3.8), Sofonias focalizava especialmente o julgamento que viria contra Judá (1.4-18; 3.1-7). Ele faz um apelo à nação para que se arrependa e busque o Senhor em humildade antes que o decreto entre em vigor (2.1-3). O arrependimento nacional ocorreu parcialmente durante o reavivamento de Josias (627—609 a.C.). Sofonias também profetizou o juízo vindouro contra cinco nações estrangeiras: Filístia, Amom, Moabe, Etiópia e Assíria (2.4-15). Depois de dirigir sua atenção aos pecados de Jerusalém (3.1-7), o profeta prediz um tempo em que Deus reuniria, redimiria e restauraria o seu povo. Os fiéis gritariam de alegria como verdadeiros adoradores do Senhor Deus, que estaria no meio deles como um guerreiro vitorioso (3.9-20).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
O livro de Sofonias apresenta juízo divino contra as nações e Judá; o julgamento global; o castigo de Jerusalém e a restauração do remanescente fiel.

II. O JUÍZO VINDOURO

1. Toda a face da terra será consumida (v.2). Sofonias começa, anunciando o juízo divino que virá sobre o mundo todo. Pois a raça humana, de maneira genérica, recusar-se-á a buscar o Senhor. DEUS mesmo determinou um dia em que destruirá todos os ímpios, bem como o próprio mundo. Será um tempo de aflição, angústia, perturbação e ruína (v. 15). O objetivo de Sofonias foi advertir Judá e Jerusalém quanto ao juízo divino iminente e ameaçador. O juízo divino é aqui chamado de “o grande dia do Senhor” (1.14). A aplicação imediata da palavra profética era que a apóstata Judá receberia a justa retribuição por sua iniquidade, o mesmo acontecendo com as nações pagãs em derredor, alistadas nominalmente pelo profeta. O alcance imediato da profecia aplica-se à igreja e ao mundo na conclusão da história. Sofonias escreveu, também, para encorajar os fiéis com a mensagem de que Deus um dia haveria de restaurar o seu povo. Judá, então, cantaria louvores ao Deus justo que habita no meio do seu povo.
2. A linguagem de Sofonias. Hipérbole ou auxese é a figura de linguagem que ocorre quando há exagero intencional numa ideia expressa, de modo a acentuar de forma dramática aquilo que se quer dizer, transmitindo uma imagem ampliada do real.
3. Descrição detalhada. Comentaristas concordam que o tempo de julgamento que Sofonias descreve era de invasões Assírio-babilônicas, quando Deus varreu a terra com uma "vassoura destruidora," limpando o mundo da iniquidade e do pecado. O profeta Isaías, que escreveu antes de Sofonias, deu aviso idêntico da ira iminente de Deus sobre o mundo. As nações e cidades que Isaías mencionou pelo nome incluem Moabe (Is. 15, 16), Síria e Damasco (Is. 17), Etiópia (Is. 18), Egito (Is. 19, 20), Seir e Dumah (Is. 21), Arábia (Is. 21), Judá e Jerusalém (Is. 22), e Tiro (Is. 23). Em uma linguagem similar a Sofonias, Isaías descreve o tempo do julgamento como esvaziamento a terra: Eis que YHWH vai assolar a terra e devastá-la, porá em confusão a sua superfície e dispersará os seus habitantes. (Is 24.1).

SINOPSE DO TÓPICO (II)
6A proclamação do juízo vindouro é o anúncio da tragédia global descrita em Sofonias 3.6-8.

III. OBJETIVO DO LIVRO

1. Sincretismo dos sacerdotes. Os quemarins: hebraico chemarim: ministrantes dos ídolos, estão em vista os “sacerdotes vestidos de negro” que serviam a diferentes deuses.
2. Sincretismo do povo. Sabeísmo era a religião dos antigos sabeus, do Reino de Sabá, no atual Iêmen. Pouco se sabe hoje sobre sua organização, e embora admitisse uma multiplicidade de deuses menores, parecia estar centralizada em torno de uma divindade solar suprema denominada Almaqah (ou Ilmuqah), conforme indicado pelo Alcorão. A religião sabéia era preponderantemente, como outras de natureza semita, um culto à natureza. Isto é corroborado pelo Alcorão, que na sura 27,24 afirma que os sabeus veneravam o sol. São dados escassos detalhes do culto, exceto que envolvia dádivas e sacrifícios, bem como uma "auto-apresentação", um rito de significado duvidoso mas que, obviamente, podia ser realizado mais de uma vez. Pureza ritual e abstinência também parecem ter sido parte do sabeísmo, assim como a peregrinação religiosa a um ou vários santuários, preservada no nome do mês árabe, Dhu'l-Hijja (o décimo segundo mês)[c]. A idolatria confunde a adoração ao Deus vivo e verdadeiro com adoração aos ídolos. Deus não aceita tal adoração e quando isso ocorre, mostra o seu desagrado (v.4) anunciando, no caso, uma notável vingança sobre Judá, que se sentia tão segura por ter escapado do cativeiro que subjugou as dez tribos e também os habitantes de Jerusalém, onde estava localizado o centro do mal.
3. O modismo do povo e a violência dos príncipes. Todos os habitantes de Jerusalém envolvidos na idolatria estavam sob o juízo divino, principalmente aqueles que trabalhavam para o rei, e dele esperavam o reconhecimento para aumentar o seu prestígio e melhorar os seus rendimentos. Com essas finalidades, lançavam-se com toda fúria sobre suas vítimas, saltavam de regozijo sobre o umbral das portas por eles forçadas (v.11): “Uivai, vós, moradores de Mactés...” Mactés era uma parte da cidade também chamada de vale, onde estavam localizados armazéns e lojas de negócios que atraíam a cobiça dos conquistadores. Deus é justo ao aplicar o seu juízo e não usa de parcialidade ao derramar a sua ira.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
O objetivo do livro de Sofonias é anunciar o juízo de Deus sobre as nações e as mazelas sociais e religiosas praticadas pela humanidade.

IV. “O DIA DO SENHOR”

1. Significado bíblico. A mensagem da profetisa Hulda para Jerusalém e o rei Josias, de Judá, é ratificada pelo profeta Sofonias, porém Deus que conhece os que lhe são fiéis e antecipadamente viu o rei humilhar-se e rasgar os seus vestidos e chorar diante das palavras vindas de sua parte pela profetisa, consolou o rei, prometendo que o mesmo seria recolhido ao descanso eterno em paz sem contemplar sua ira sendo derramada sobre os seus súditos (2 Cr 34:20-28). Assim, após a morte do bom rei Josias, imediatamente desencadeou-se o juízo de Deus tal qual anunciado através dos seus ungidos, a profetisa Hulda e o profeta Sofonias, chegando como se fosse uma grande tempestade que não permite que ninguém consiga livrar-se dos seus trágicos resultados. Dessa forma, o profeta descreve esse dia como dia de indignação, dia de angústia, dia de alvoroço e desolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas, dia de trombeta dando o alarme, cidades bem fortificadas invadidas e angústia sobre os homens, que irá fazê-los andar em grande desespero, ao ponto de serem levados à loucura. Como cegos andarão às apalpadelas em busca de ajuda, mas todo esforço é inútil, pois o pecado e a apostasia provocaram a ira do Senhor. Esse mesmo quadro desolador vai acontecer diante do juízo final, quando haverá “choro e ranger de dentes” (Mt 8:12; 25:30)[d].
2. O sacrifício e seus convidados. Esta profecia aplica-se, em primeiro lugar, à destruição de Judá pelos babilônios em 605 a.C. E, em segundo lugar, ao juízo divino a ser aplicado em escala mundial contra todas as nações no fim dos tempos (cf. Is 2.12; 13.6,9; Jr 46.10; Ez 13.5; 2.1; ver Jl 1.15; Am 5.18). O último dia da ira ainda está por vir (Rm 2.5), e acha-se associado à segunda vinda de CRISTO (Mt 24.29-33; ver 1 Ts 5.2).

SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A expressão o “Dia do Senhor” indica o período para o acerto de contas entre Deus e todos os moradores da terra. Esse período é chamado também de Grande Tribulação.

CONCLUSÃO

Muitos não entendem por que Deus castigará algumas pessoas eternamente se Ele é essencialmente bom. Deus como o justo juiz é a assertiva em todas as Escrituras. No Antigo Testamento Ele pronunciou juízos contra Israel e outras nações. Em o Novo Testamento o Altíssimo julgou Ananias e Safira (At 5.1-11). E no fim dessa era o Eterno, através de seu Filho, julgará todos os homens da terra, de acordo com as obras de cada um. Esses fatos demonstram um Deus que ama o bem e odeia o mal. Isso mesmo! A justiça de Deus é uma resposta retumbante contra o mal criado pelo Diabo e praticado pelos homens. O Dia do Senhor vem!
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Recife, PE
Novembro de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere.


EXERCÍCIOS
1. Qual o tema do livro de Sofonias?
R. O tema é o “Dia do Senhor”.
2. De que trata a declaração: “Inteiramente consumirei tudo sobre a face da terra” (v.2)?
R. Da tragédia global referida em 3.6-8.
3. O que é hipérbole?
R. É uma figura de linguagem que consiste em dar à sua significação uma ênfase exagerada.
4. Qual o objetivo do castigo divino?
R. É exterminar o baalismo, o sincretismo, as práticas divinatórias e as injustiças sociais.
5. O que indica a forma metafórica da palavra “sacrifício” no versículo sete?
R. O juízo.


NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;

- Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

OBRAS CONSULTADAS:
[a] -.
Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 1135
[b] -.http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=ju%C3%ADzo;
[c] -.
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Sabe%C3%ADsmo;
[d] -. http://ensinopibunamar.blogspot.com.br/2008/03/ebd-maro-maio-de-2008.html;


-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;


Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/, na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.

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Francisco de Assis Barbosa