Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do
justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa
LIÇÃO 9
A angústia das
dívidas
26 de agosto de 2012
TEXTO ÁUREO
“Bem-aventurado aquele
que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! Pois comerás do trabalho das tuas
mãos, feliz serás, e te irá bem” (Sl 128.1,2). – As bênçãos descritas em todo o Salmo 128 estão baseadas num elemento
de adoração muitas vezes ignorado: o temor do Senhor (v.1).
VERDADE PRÁTICA
Para
ter uma vida financeira equilibrada e bem-sucedida, o crente deve administrar
seus recursos com sabedoria, prudência e comedimento.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
1 Timóteo 6.7-12.
7 - Porque nada
trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.
8 - Tendo,
porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.
9 - Mas os que
querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências
loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
10 - Porque o
amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram
da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
11 - Mas tu, ó
homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a
paciência, a mansidão.
12 - Milita a
boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado,
tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
- Compreender quem é o dono do nosso dinheiro.
- Discutir a respeito dos efeitos maléficos do consumismo e das dívidas.
- Saber que é possível livrar-se das dívidas com sabedoria e planejamento.
Palavra Chave
Dívida:
(latim debita, neutro plural de debitum, -i, dívida) s. f. 1. Coisa que se
deve. 2. Dinheiro devido. 3. [Figurado] Dever (que se cumpre ou por
cumprir). 4. Ofensa (de que se espera tirar desforra). 5. Pecado. dívida
ativa: a que nos é devida. dívida consolidada: a pública que vence
juros sem prazo para reembolso do capital. dívida flutuante: a pública
que tem vencimento determinado. dívida passiva: a que devemos. dívida
pública: a do Estado.[a] Nesta lição: Quantia que
se tem de pagar.
COMENTÁRIO
introdução
Vivemos
numa sociedade extremamente consumista e não tem sido fácil lidar com o
dinheiro, principalmente quando ele vem em doses homeopáticas e as despesas são
enormes. Há uma grande pressão da sociedade consumista com um apelo visual que
se dinamiza diariamente para atrair a atenção dos compradores, gerando em nós
necessidades e até mesmo uma compulsão por coisas supérfluas e não essenciais. Uma
verdade estampada em nossa leitura bíblica em classe é a de que um desejo
inquieto de consumir sujeita as pessoas a um grande perigo espiritual. “Mas
tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o
amor, a paciência, a mansidão”(v.11). No grego, o termo praotes
significa uma disposição que é equilibrada, tranquila, balanceada em espírito, despretensiosa,
que tem as paixões sob controle. O termo é melhor traduzido como “serenidade”,
não como uma indicação de fraqueza, mas de poder e força sob controle. Não há
termo melhor para descrever o homem ou a mulher crente, que sabe como
administrar suas finanças para não incorrer na “bancarrota” das dívidas. Não é
que o crente não possa contrair dívidas, aliás, não encontramos nenhuma
diretiva condenando o ato de contrair dívidas, como se fosse um pecado. Na lei
dada através de Moisés, que “é santa; e o mandamento, santo, justo e bom”
(Rm 7.12), os empréstimos são normalmente regulados, o que não aconteceria se
fossem pecado (Êx 22.25, Dt 24.6, 10-13), mas que o faça quando necessário e
sob os auspícios da mansidão. O crente precisa ter alguns
princípios elementares que devem reger a sua vida e hoje, temos a graça de
compartilhar como utilizar nosso salário com sabedoria, a fim de honrarmos
nossos compromissos, e glorificar ao Senhor em todas as áreas de nossa vida.
Tenham todos uma abençoada e excelente aula!
I.
QUEM É O DONO DO NOSSO DINHEIRO
1. Dê a Deus o que lhe
pertence. É preciso ser responsável com o nosso salário. Como
pessoas nascidas de novo para uma nova vida em Cristo, temos muitos deveres
para com as nossas pátrias: a terrena e a celestial. Não é lícito para o crente
sonegar o que lhes é devido. As Escrituras afirmam que reter mais do que é
justo é pura perda! Somente sendo fiéis as janelas do céu se abrirão sobre nós,
pois a bênção de Deus enriquece e com ela não traz desgosto. Na ânsia de
consumirmos, acabamos por embutir em nosso orçamento aquilo que seria
absolutamente dispensável e desnecessário. O crente deve possuir um estilo de
vida simples. Muitas vezes gastamos muito em nossos próprios deleites, enquanto
investimos tão pouco nas causas nobres do Reino de Deus.
2. Disciplina e
orçamento financeiro. O crente deve envidar todos os esforços para não
gastar mais do que ganha. Precisa ser criterioso no seu orçamento. Não podemos
começar um projeto sem antes calcular o seu custo (Lc 14.28-30). Não podemos
viver num padrão acima das nossas possibilidades. O mundo moderno tenta nos
levar a comprar o que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para
impressionar as pessoas que não conhecemos. "O dinheiro atende a tudo"
(Ec 10.19). O “X” da questão é, quem manda em minha vida, eu ou o dinheiro? Há
uma máxima que diz: "O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo patrão".
Salomão registrou: "O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros,
alívio receberá" (Pv 11.25) e Jesus disse: "Onde estiver o seu
tesouro, aí também estará o seu coração" (Mt 6.21). Precisamos
resolver quem vai mandar, pois sempre investimos naquilo que valorizamos. Somos
senhores ou servos do dinheiro? Não importa a soma que se ganhe, mas como se
administra esse ganho! Diante de tudo isso, a melhor forma de utilizarmos nosso
dinheiro é fazê-lo nosso servo, pois assim, não correremos o risco de permitir que
ele tire nossa tranquilidade, liberdade e testemunho.
3. Cuidado com a cobiça.
A palavra-chave para o crente é moderação. Quanto mais ganhos materiais, mais
as pessoas se encontrarão cercadas por coisas que as esvaziam. O homem não pode
levar nada consigo quando for levado desta vida, de maneira que, todo o seu
incansável trabalho é inútil (Ec 5.11). Deus dá ao homem suas bênçãos de forma
material e este tem a obrigação de gozar estas dádivas e estar satisfeito com elas
em moderação, gratidão e prazer (Ec 5.18-20), sem nunca esquecer que nosso
contentamento deve estar em Deus e não nas coisas materiais. O dinheiro e as
coisas que ele pode nos dar não nos satisfazem (Pv 27.20). Tendo o que comer e
vestir, diz Paulo, com isto devemos estar contentes.
“E lhes proferiu ainda
uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância. E
arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os
meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros,
reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus
bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos;
descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te
pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que
entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (Lucas
12:16-21). Assim falou Jesus à multidão reunida que tinha acabado de ouvi-lo
reprovar um homem que não tinha visto nele mais do que um árbitro para uma
contenda por dinheiro familiar. “Cuidado com a cobiça,” ele disse; e então
contou a parábola acima para explicar o motivo. A Parábola do Rico Tolo é um
espelho para a alma. O agricultor desta parábola não era algum homem pobre que
conseguiu riqueza subitamente. Ele já era rico quando uma grande colheita fez
os seus já grandes celeiros parecerem pequenos. Não há indicação de que nenhuma
das riquezas do agricultor tivesse sido mal ganha. Por tudo o que sabemos, ele
ganhou cada pedaço dela com trabalho duro e gerenciamento prudente. Esta
história não é sobre fraude. É sobre tolice. O agricultor, que tinha sido tão
hábil gerindo sua propriedade, tornou-se um simplório ao gerir a vida. Ele
cometeu algumas tolices muito óbvias. Primeiro de tudo, ele cometeu o engano de
pensar que era o proprietário de sua riqueza. “Minhas colheitas”, “meus bens”,
“meus celeiros” e até “minha alma”, ele disse. Que arrogância! Que ingratidão!
Como se ele, e somente ele, tivesse conseguido tudo isso. Não há nenhuma
palavra pronunciada de agradecimento ao grande Deus que nos dá “do céu chuva
e estações frutíferas, enchendo os vossos corações de fartura e de alegria” (Atos
14:17), para não falar de “vida, respiração e tudo o mais” (Atos 17:25).
Em qualquer tempo em que pensarmos que merecemos as coisas que estamos usando,
far-nos-ia bem verificar a relação da terra ou da casa em que estamos. Somos
todos inquilinos aqui. A segunda tolice foi pensar consigo mesmo sobre que
disposição ele deveria dar a suas bênçãos inesperadas (12:17). Ele deveria ter
consultado Deus porque o mundo e toda a sua plenitude são dele (Salmo 50:12).
Mas isso nunca lhe passou pela cabeça. Nem ele pensou nos celeiros vazios das
pessoas pobres e lutadoras para quem suas sobras teriam significado livramento.
Ele só pensou em si mesmo. Sua terceira tolice está em supor que o que ele
pudesse colocar num celeiro fosse tudo o que ele precisava. Olhando sobre toda
sua abundância, ele disse consigo mesmo: “Consegui fazer!” Ele pensava que
estas coisas significavam conforto assegurado, felicidade e segurança.
Admiramo-nos sobre em que mundo ele vivia. Como agricultor, praga, seca,
inundação e roubo não lhe eram estranhos. É preciso cegueira incomum para
imaginar que haja qualquer segurança em coisas materiais (Mateus 6:19). Mas é
preciso estupidez ainda maior para imaginar que espíritos formados à imagem do
Eterno possam jamais ficar satisfeitos e realizados com a mera matéria, mesmo
que ela fosse eterna (Eclesiastes 5:10-11; 6:7). Fomos feitos para “o
Deus vivo” (Salmo 42:2; Atos 17:26-28) e a vida provém do coração, não
do banco (Provérbios 4:23). Finalmente, nosso agricultor “bem sucedido”
esqueceu-se do tempo e da morte. Ele estava pensando em muitos anos, mas Deus
disse que não seria nem mais um dia. Sua riqueza foi para um lado e ele foi
para outro. Não há bolso numa mortalha. Salomão fala freqüentemente desta
verdade em Eclesiastes. “Também aborreci todo o meu trabalho, com que
me afadiguei debaixo do sol, visto que o seu ganho eu havia de deixar a quem
viesse depois de mim. E quem pode dizer se será sábio ou estúpido?” (Eclesiastes
2:18-19). Não há tolice imperdoável maior do que planejar a vida sem considerar
a morte, e construir a vida sobre coisas que a morte certamente tirará. A
evidência de nossa mortalidade e incerteza da vida não é apenas premente, é
irresistível. Nenhuma verdade sobre nós mesmos é tão evidente como o fato de
que vamos morrer, e morrer em algum tempo imprevisível. E a única coisa que
sobreviverá à morte é uma relação segura com Deus. Deveremos, portanto,
derramar todas as nossas vidas e tesouros para ele, amontoados, comprimidos,
transbordando. Diz-se que Alexandre o Grande pediu para ser enterrado com suas
mãos colocadas de tal modo que todos poderiam ver que elas estavam vazias. É
também relatado que, quando a cripta do Imperador Carlos Magno foi aberta, ele
foi encontrado sentado em seu trono, uma figura agora só ossos, apontando para
um texto em uma Bíblia aberta: “Que aproveita ao homem, ganhar o mundo
inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8:36). É uma pergunta muito boa.” [Extraído
do artigo “Rico para com Deus”de autoria de Paul Earnhart, disponível em http://www.estudosdabiblia.net/2004116.htm].
SINOPSE DO TÓPICO
(I)
Como servos de Deus precisamos ser
fiéis na entrega dos dízimos e ofertas, fazendo uso do nosso dinheiro com
sabedoria.
II. O CONSUMISMO E AS
DÍVIDAS
1. Os males do consumo
inconsciente. “Não
estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a contentar-me
a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é
ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação,
seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo
posso naquele que me fortalece.” (Fp 4.11-13). O
texto que Paulo escreve em Fp 4.11-13 é um guia para compreendermos a vontade
de Deus para nossa vida financeira. Paulo ensina que o crente pode possuir
riquezas, contudo, não deve confiar nelas. Com a mente em Cristo, Paulo afirma
que a satisfação de suas necessidades materiais não era a medida nem o motivo
de sua alegria. Usando um termo muito empregado pelos filósofos de sua época que
a usavam para descrever uma pessoa que era auto-sufuciente em todas as
circunstancias, ele repudia a ideia da auto-suficiência, afirmado que ele a
tinha somente em Cristo, cuja paz e propósito ele desfruta apesar das
circunstancias.
2. Adquirir o que se
pode pagar. Somente o insensato compra o que não pode pagar (Pv
21.20). Paulo certamente não era um economista, mas seus conselhos nessa área
são valiosíssimos! Ele diz em Romanos 13.8: “A ninguém fiqueis devendo nada,
exceto o amor…”. Devemos ser muito cuidadosos para não nos envolvermos com
dívidas, pois contraí-las sem saldá-las integralmente, no tempo devido, é
comprometer o nosso nome, comprometer o nosso testemunho de cristão e a honra
do Evangelho. Não é novidade para ninguém os abusos praticados pelo mercado
financeiro, onde os juros são extorsivos, assim, nosso cuidado deve ser
redobrado para não cairmos na teia de compromissos financeiros impagáveis. Lembremos
que o cartão de crédito deve ser usado com parcimônia e inteligência afinal,
comprar com ele quase sempre, é comprar o que não se precisa com o dinheiro que
não se tem.
3. Aja com integridade,
fuja da corrupção. Certa vez, João Batista exortou os soldados a se
contentarem com seus soldos e que não aceitassem suborno (Lc 3.14). A honestidade
e integridade de uma pessoa é avaliada pela sua capacidade de cumprir com suas obrigações,
assim, as obrigações financeiras exigem muita atenção, pois o seu cumprimento é
testemunho de nossa integridade e de nossa nova cidadania. O crente deve primar
por cumprir estas obrigações, e é lamentável ouvir o número de casos em que o
testemunho de crentes, que aparentam ter boa maturidade, tem sido comprometido
por dívidas não pagas. Isso é fruto do descontentamento e ganância. Paulo diz
em Filipenses 4.11: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a
contentar-me com o que tenho”. Nós temos contraído muitas aflições para
nossa vida não por causa da fome, ou da miséria que aflige multidões mundo
afora, mas por causa do consumismo desenfreado que nos é imposto pela sociedade.
Talvez algum leitor deste comentário esteja passando por uma situação como
essa: “aquele ímpio anda de carro nove e melhor do que o meu”. O conselho de
João, o Batista, é que estejamos contentes com o que temos e não aceitemos pechas,
pois, sem Cristo, o ímpio não poderá receber a mesma recompensa que nós nem participará
da mesma eternidade.
SINOPSE DO TÓPICO
(II)
Comprar mais do que se pode pagar,
comprometendo as finanças, é tolice.
III. É POSSÍVEL
LIVRAR-SE DAS DÍVIDAS
1. Cuidado com seu
cartão de crédito e com o cheque especial. Quem nunca "estourou"
o limite no final do mês e não conseguiu cobrir todo o cartão de crédito e o
cheque especial? É uma mal a que estamos sujeitos. O consumo mal planejado e a
utilização do crédito de maneira descontrolada são fatores de desestabilização para
a vida financeira de qualquer pessoa. É preciso aprender a consumir de maneira
inteligente e utilizar o crédito de maneira consciente. São muitas as armadilhas
postas para agarrar o incauto consumidor compulsivo. O cartão de crédito é, sem
dúvida, o mais perigoso: estimula a comprar por impulso; quando somente o valor
mínimo da fatura é pago, o juro que corre sobre a dívida é abusivo e torna a
dívida, em pouco tempo, impagável. Sobre este saldo devedor em aberto são
cobrados os encargos mensais e os juros remuneratórios costumam variar de 7% a
15% ao mês. Aqui começa a insônia do antes “feliz consumidor” que vê sua dívida
se multiplicar com os juros sobre juros aumentando a dívida mês a mês de forma
a torná-la impagável. Não devemos condenar o uso do cartão, mas sim, usá-lo com
inteligência; usá-lo a nosso favor. O cartão é excelente para pagar contas
mensais planejadas, como a despesa com gasolina, farmácia e supermercado. Bem
utilizado, ele facilita nossa rotina, além do fator “segurança”, já que evita o
uso do "dinheiro vivo". Não seja levado, ou guiado, por impulsos,
pois Deus já nos concedeu um espírito de moderação e autocontrole: “Porque Deus
não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação”
(2 Tm 1.7).
2. Vivendo de modo
simples, porém tranquilo e santo. “[...] não
ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em
vós mesmos;” (Rm 12.16). Este texto de Romanos aconselha aos crentes a
estarem satisfeitos, tendo as coisas essenciais desta vida, como alimento,
vestuário e teto. Certamente haverá necessidades financeiras específicas, e
nesse caso, devemos confiar na providência divina (Sl 50.15), enquanto
continuamos a trabalhar (2Ts 3.7,8), a ajudar os necessitados (2Co 8.2,3), e
servir a Deus com contribuições generosas (2Co 8.3; 9.6,7). Também sugere que
os crentes não devem ambicionar riquezas (vv. 9-11), já que no pensamento
paulino, os ricos caem em muitas tentações. O Salmista também discorre sobre o
‘estar contentado’: ”SENHOR, o meu coração não se elevou, nem os meus
olhos se levantaram; não me exercito em grandes assuntos, nem em coisas muito
elevadas para mim. Decerto, fiz calar e sossegar a minha alma; qual criança
desmamada para com sua mãe, tal é a minha alma para comigo. Espere Israel no
SENHOR, desde agora e para sempre” (Sl 131.1-3). O ensino do Novo
testamento quanto ao acúmulo de riquezas é desencorajador. No original, riqueza
é mamom (מָמוֹן), que significa literalmente ‘dinheiro’, um termo
aramaico usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes,
mas nem sempre, personificado como uma divindade. O termo é pejorativo e faz
referência a riquezas considerado-a como um objeto de culto e seu exercício
ganancioso; à riqueza como um mal, mais ou menos personificado. Pessoas ávidas
por dinheiro são aqueles que cultuam Mamom. Em Mt 6.19,24 apresentam-se à
pessoa duas opções: um relacionamento com Deus ou com as riquezas. É por isso
que muitos cristãos, apesar das aparências, não se enquadram no modelo
apresentado pela Palavra de Deus. A avidez por acumular riquezas é tão
envolvente que rapidamente passa a controlar a mente e a vida da pessoa,
substituindo paulatinamente a glória de Deus (Lc 6.13). Para o mundo secular,
sucesso e consumo são termos que definem o que se considera hoje uma vida
próspera, pois o homem natural ignora que o “Porque o amor ao dinheiro é a
raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se
traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.10). Para os judeus
contemporâneos de Jesus, o pensamento predominante era de que as riquezas
constituíam um sinal do favor especial de Deus, e que a pobreza era um sinal de
falta de fé e do desagrado de Deus; Jesus muitas vezes foi escarnecido por ser
pobre! (Lc 16.14). Esse pensamento é rejeitado pelo Mestre nas seguintes
passagens: Lc 6.20; 16.13 e 18.24,25. No pensamento cristão, as riquezas são
empecilho tanto à salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22). Jesus
advertiu-nos: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de
qualquer não consiste na abundância do que possui.”. Ato contínuo, o Senhor
contou aos seus discípulos a parábola do rico insensato que julgava ter
segurança por causa de suas muitas posses (Lc 12.16-21). Cristo não condenou a
posse de riquezas materiais, mas fez questão de realçar a loucura de viver em
função daquilo que perecerá.
3. Confie em Deus.
Na condição de filhos, Deus nos concede todas as bênçãos espirituais de que
necessitamos (Ef 1.3; Fp 4.19; Tg 1.17) bem como as bênçãos materiais. Deus
abençoa a todos sem distinção de raça, cor, credo, condição financeira,
condição física ou educação. (Lc 9.23). “Porque sei que são muitas as vossas
transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e
rejeitais os necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará
silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para
que vivais; e assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como
dizeis.” (Am 5.12-14). Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres,
freqüentemente os que têm abastança material tiram proveito dos que nada têm,
explorando-os para que os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2,
9,10; Is 3.14,15; Jr 2.34; Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a
dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres e necessitados. Ao
revelar a sua Lei aos israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se
eliminar a pobreza do meio do povo (ver Dt 15.7-11). Declarou-lhes, em seguida,
o seu alvo global: “Somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR
abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu DEUS, te dará por
herança, para a possuíres” (Dt 15.4). O crente tem o dever de preocupar-se
com o social, especialmente com os domésticos na fé (Gl 6.10) [Paulo de fato
diz para ajudar “a todos.” Quando ele diz “especialmente” ou “principalmente” é
com ênfase, mas não exclusividade]. Boa parte do ministério de JESUS foi dedicado
aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos,
necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não
ser JESUS (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc
17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às
possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25;
12.16-20; 16.13-15,19-31). Quantos de nós que, embora ricos espiritualmente,
carecemos de bens materiais para a sobrevivência! Quantos irmãos nossos,
co-herdeiros com Cristo, vivem em palafitas, ou estão desempregados? A estes
não devemos fechar o coração, mas ajudá-los com alegria. É interessante e
importante a palavra de Paulo quanto a este respeito em 1Tm 5.8: “se alguém
não cuidar dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é
pior do que o descrente”. A prosperidade legitima-se com a generosidade.
SINOPSE DO TÓPICO
(II)
Com a ajuda de Deus, oração e
sabedoria, podemos nos livrar das dívidas.
CONCLUSÃO
Deus
deseja abençoar-nos, mas precisamos agir com sabedoria e sermos íntegros
financeiramente. As bênçãos descritas em todo o Salmo 128 estão baseadas num
elemento de adoração muitas vezes ignorado: o temor do Senhor (v.1). O crente
precisa ser disciplinado na administração das suas finanças a fim de honrar os
seus compromissos pois é conhecedor que sua infidelidade não prejudicará apenas
a si, mas traz desonra ao Evangelho. O ato de comprar parece simples e
prazeroso, e a mídia é cansativa para nos provar que isso é verdade, mas não é.
Exige responsabilidade, planejamento e reflexão.
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Campina Grande, PB
Agosto de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero,
Domine, prompte et sincere.
EXERCÍCIOS
1. Em relação à porção do Senhor, o
que não nos pertence?
R. A décima parte do nosso salário.
2. Segundo a lição, o que é preciso
fazer para ser bem-sucedido financeiramente?
R. É preciso ter disciplina e orçamento financeiro.
3. O que devemos fazer antes da
adquirir algum bem?
R. Fazer as contas e pesquisar preço.
4. O que Paulo ensina sobre as
riquezas?
R. Ele ensina que “os que querem ser ricos caem em tentação, e
em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens
na perdição e ruína” (1 Tm 6.9).
5. Você crê que com planejamento,
responsabilidade, oração e confiança no Senhor suas crises financeiras podem
ser controladas?
R. Resposta pessoal.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 3º
Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, Muitas são as aflições do justo, mas o
Senhor o livra de todas; Comentarista: Eliezer de Lira e Silva; CPAD;
[Disponível no site: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2012/2012-03-09.htm].
- [a] http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=d%C3%ADvida;
- BARNHILL, J. A. Antes que as Dívidas nos Separem: Respostas e cura para os conflitos financeiros em seu casamento. - 1.ed., RJ: CPAD, 2003.
- Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed., RJ: CPAD, 2005.
- LIMA, E. R. Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo. 1.ed., RJ: CPAD, 2002;
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA. Estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA (BEP - CPAD);
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
- BARNHILL, J. A. Antes que as Dívidas nos Separem: Respostas e cura para os conflitos financeiros em seu casamento. - 1.ed., RJ: CPAD, 2003.
- Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed., RJ: CPAD, 2005.
- LIMA, E. R. Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo. 1.ed., RJ: CPAD, 2002;
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA. Estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA (BEP - CPAD);
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. HUDSON, K. Criando os
Filhos no Caminho de Deus: Um guia bíblico para pais cristãos. 1.ed., RJ:
CPAD, 1997.
Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos
subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e
não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um
e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo
pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).
Francisco de Assis Barbosa