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5 de outubro de 2009

Lição 2 - Davi Enfrenta e Vence o Gigante



Texto Áureo: I Sm. 17.45 – Davi combate em nome de YAWEH, isto é, pela autoridade e poder de Deus.
Leitura Bíblica em Classe: I Sm. 17.43-49
Objetivo Geral: Mostrar que o desafio de Davi a Golias, o gigante filisteu, pode representar a luta espiritual que o crente trava com o mundo, a carne e o diabo.

I - INTRODUÇÃO:
O desafio lançado por Golias ao exército de Israel era comum naqueles dias, onde se digladiavam dois campeões e o vencedor ganhava a batalha para o seu exército. Neste evento bíblico, Davi foi o campeão israelita que deu a vitória a Israel, quando seu exército já estava com o moral quebrantado e acuado pelo desafio lançado pelo gigante filisteu. Davi tinha experiência com Deus, adquirida não nos bancos de uma Faculdade, porém, no Campo de Batalha, no “batalhar pela fé”. Quem não matar o leão e o urso, não matará Golias. É no campo de batalha, é no confronto direto com os inimigos, é na realização da Obra de Deus que a fé cresce e se fortalece. Ao final da lição destacaremos o papel da confiança e fé de Davi enquanto exemplo para todos os crentes no enfrentamento dos inimigos espirituais: não importa a nossa estrutura, mas a fé no nome do Deus a quem servimos. “Maior é o que está em nós do que o que está no mundo” (1 Jo 4.4).

Preâmbulo:
Golias (em hebraico, גָּלְיָת = “passagem, mudança, exílio, transmigração”) foi um personagem do Antigo Testamento que participou num episódio de batalha entre os Filisteus e o povo de Israel, que foi defrontado e morto por Davi. Existem na Bíblia referências a alguns personagens muito estranhos, muito misteriosos - os gigantes. Os nomes com que eram designados - Nefilins, Refaíns, Emins, Anaquins, Enaquins, Zanzumins, Zuzis, são todos adjetivos, significando: "poderosos", "fortes", "valentes", "guerreiros", etc., porém com um significado particular, próprio deles, os GIGANTES.
Encontramos outros relatos de homens de estatura extraordinária: havia Ogue, rei de Basã, um dos refains, cujo esquife tinha nove côvados (4 m) de comprimento e quatro côvados (1,8 m) de largura. (Dt 3.11). Além de Golias, havia outros homens de Refaim, de tamanho extraordinário, entre os quais estava Isbi-Benobe, cuja lança era de 300 siclos de cobre (3,4 kg) (2Sm 21.16); Safe ou Sipai (2Sm 21.18; 1Cr 20.4); Lami, irmão de Golias, "cuja haste de lança era como o cilindro dos tecelões" (1Cr 20.5); e um homem de tamanho extraordinário, cujos dedos das mãos e dos pés eram aos seis, no total de 24 (2Sa 21.20).
Os espias sem fé relataram aos israelitas que em Canaã viram "os nefilins, os filhos de Anaque, que são dos nefilins; de modo que ficamos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos olhos deles". (Nm 13.33). Estes homens de estatura extraordinária, chamados de filhos de Anaque (provavelmente significando "Pescoço-comprido [quer dizer, de estatura alta]"), não eram realmente nefilins, conforme relatado, mas eram apenas homens extraordinariamente altos, porque os nefilins, conforme relato de Genesis (Gn 6.4), pereceram no Dilúvio. Alem disso, a expressão "ficamos aos nossos próprios olhos como gafanhotos" é típica do hebraico, que usa muitas hipérboles, ou seja, expressões exageradíssimas. Não se deve achar que na régua, os baixinhos israelitas eram como gafanhotos perto de pessoas e considerando isso, antes de tudo, é preciso verificar o que a Bíblia REALMENTE diz. Há alguns que dizem que Jonas foi engolido por uma baleia. A Bíblia NUNCA disse isso. Ela diz "um grande peixe", e há peixes que poderiam ter feito aquilo, como o grande tubarão branco e outros. Uma baleia jamais poderia engolir um humano.
Davi, O VOCACIONADO PELO SENHOR - era um bom músico (louvor); forte e destemido (coragem); homem de guerra (não que tivesse experiência em batalhas, mas que estava talhado para tal, se preciso fosse - sabia lutar); sisudo em palavras (sabia falar bem); gentil aspecto (beleza interior); o Senhor é com ele; (tinha plena comunhão com Deus); era um bom filho (cuidava das ovelhas de seu pai; ajudava e honrava).
1 Sm 17.49-50 - Aparentemente, Davi levava desvantagem: Golias tinha seu escudeiro, tinha mais experiência de guerra, tinha armamento, era maior em estatura, tinha mais peso físico. Resta a pergunta: de onde vinha a coragem de Davi? Ele não teve medo de encontrar a morte porque tinha plena confiança n’Aquele que o vocacionou para ser rei (1 Sm.16), ele cria que Deus era poderoso para preservá-lo até o dia no qual ascenderia ao trono. Seu posicionamento como ‘homem segundo o coração de Deus’ era sua garantia de vitória, era a origem de sua coragem. Os homens sem fé viam um gigante; o homem segundo o coração de Deus via, apenas, um “incircunciso filisteu”. A fé faz a diferença!

1. A AFRONTA DO GIGANTE
Golias (hipérbole à parte) era um gigante da cidade de Gate, e um campeão dos filisteus. Segundo a Bíblia, possuía a altura de seis côvados e um palmo (3 metros e 36 centímetros). No combate que teve contra Davi, usava uma cota de malha que pesava 5000 ciclos (57 kg). Como Davi era um rapaz ainda, provavelmente só a cota de malha de Golias já atingia seu peso. Mas Davi ainda tinha que lutar com um gigante que carregava um grande escudo para proteção e uma lança, cuja ponta metálica pesava 600 ciclos (6, kg). Sua haste foi descrita na Bíblia como "cilindro dos tecelãos".
Pouco depois de Davi ter sido ungido por Samuel, os filisteus ajuntaram-se em Socó para uma guerra contra Israel, e então acamparam em Efes-Damim. Golias desafiava Israel em alta voz para apresentarem um homem que lutasse com ele em combate individual, o resultado determinaria qual o exército que se tornaria servo do outro. Seu desafio durou 40 dias. Mas no exército israelita não havia soldado com coragem suficiente de enfrentar Golias com seus quase 3 metros de altura, ainda mais sendo este um soldado mercenário treinado e muito bem armado.Quando Davi soube do que estava acontecendo ficou indignado e aceitou o desafio do filisteu. A tentativa de Saul em colocar sua armadura em Davi não teve êxito, porque como citado, era apenas um rapaz. Davi foi apenas com a funda e algumas pedras lisas que pegou em um rio próximo ao encontro de Golias.
Invocando o nome de seus deuses para o mal contra Davi, Golias riu-se dele, perguntando se era por acaso um cão para que viesse a ele com cordas, referindo-se à funda que Davi usava. Davi respondeu: “Tu vens a mim com espada, e com lança, e com dardo, mas eu chego a ti com o nome do Deus dos exércitos, o Deus das fileiras combatentes de Israel, de quem escarneceste.” As armas de Davi eram da parte de seu Deus e isso dava-lhe confiança da vitória. Apressando-se, Davi pegou uma pedra e atirou com a funda e ela penetrou a testa de Golias. Não deve ter lhe matado instantaneamente porque a Bíblia diz que quando Golias caiu com a face por terra, Davi apressou-se, pegou a espada de Golias e entregou-lhe a morte 'definitivamente' cortando sua cabeça.Quando viram seu campeão morto, os filisteus fugiram, mas foram perseguidos e dizimados até sua cidade.

2. A VITÓRIA DE DAVI
Davi ainda muito jovem, colocou-se como o campeão dos israelitas para enfrentar o blasfemo Gigante filisteu, homem acostumado às batalhas, vestido com toda sua armadura (I Sm. 17.5-7), tal disposição heróica e louca de Davi, causou espanto ao guerreiro filisteu. Golias tomou tal atitude como um insulto.
Sem perca de tempo, Davi confiante n’Aquele que o vocacionara para liderar a nação judaica, pela força do Ruach YAWEH, adestrado com sua arma, a funda, abateu o sanguinário Golias (1 Sm.17.49,50). Que irônico! Que vitória! Um jovem pastor e sua funda ganhando uma batalha para o seu exército! A missão estaria cumprida quando a cabeça do oponente estivesse separada do corpo sem vida (1 Sm. 17.50-24).
Vitorioso, o jovem Davi recebe do rei Saul a filha como esposa e passa a fazer parte da família real, e ironicamente, torna-se amigo leal do príncipe herdeiro, Jônatas.
Desta luta aparentemente desigual tiramos algumas lições:
1) enfrentar gigantes é uma experiência intimidadora - lemos com entusiasmo o relato bíblico sobre a vitória de Davi, mas, no dia-a-dia, lutar contra os gigantes não é uma tarefa fácil;
2) pelejar é uma experiência solitária - ninguém mais pode assumir o posto para o qual fomos chamados, cada um de nós precisa enfrentar os “Golias” que se apresentam contra nós;
3) confiar em Deus é uma necessidade - a menos que depositemos nossa fé em Deus, não conseguiremos ir muito longe, ficaremos aterrorizados pelo tamanho dos “gigantes” e
4) vencer traz conseqüências memoráveis - as vitórias do passado devem nos impulsionar para olhar com maior bravura para o futuro.

3. A LUTA ESPIRITUAL DO CRENTE
Alguma vez você já se sentiu tão impotente diante de um problema, que achou que seria esmagado por ele?
Já chegou a pensar que Deus não estava ao seu lado ao lutar contra um grande mal em sua vida?
Em algum momento se viu sem coragem para orar ou ler a Bíblia ao enfrentar obstáculos aparentemente intransponíveis?
Ao longo da jornada espiritual, muitas pessoas já se depararam com inúmeros gigantes: o medo, o desânimo, a solidão, a preocupação, a culpa, a tentação, a ira, o ressentimento, a dúvida, a procrastinação, o fracasso e a inveja. Muitas saíram machucadas nesses embates. Outras foram derrotadas e viram seus objetivos destruídos. Felizmente, outras foram capazes de se preparar adequadamente para a batalha e saíram vitoriosas.
Seja qual for o tipo de gigante que tenha de ser enfrentado, Davi nos dá o exemplo: Deus é maior que todos os gigantes.
O crente enfrenta incircuncisos com os quais precisa lutar e deve vencer. Na verdade, cada um de nós, na vocação para a qual fomos chamados, enfrentamos nossos próprios gigantes. Nesta lição em especial, destacam-se três gigantes: o mundo, a carne e o diabo (Ef. 2.1-3). Para derrubá-los e corta-lhes a cabeça, é preciso estar preparado, munido não com a armadura de Saul, mas com aquela provida por Deus (Ef. 6.10,11).
Tg 3.13-15; 1 Jo 2.12-17:
Nós estamos em guerra - sê-me somente filho valente e guerreia as guerras do SENHOR. (1 Sm.18.17).
Este embate é travado no teatro de operações em 3 frentes.
O maior inimigo do Cristão é CARNE. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. ( Gl.5:17 ).
O segundo inimigo do cristão é o mundo, o sistema mundano que está debaixo do poder do diabo: Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno. (1 João 5:19)
O terceiro inimigo do cristão é o diabo e suas hostes.
...porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. ( Ef.6:12).
Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo. ( Dn.7.25).
Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. (Ap 2.10). Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse. (Ap 13.7)
Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos.
Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta. (Ap 12.11 e 12).

CONCLUSÃO
O exército de Saul mostrou-se limitado ao que os olhos carnais podem enxergar. O desafio lançado pelos filisteus apavorou o povo de Deus. O destemido Davi mostrou-se um homem conhecedor do Deus a quem servia e do que Ele poderia fazer em prol do seu povo. Davi creu na providência de Deus e na Sua aliança com Israel, teve plena confiança e exerceu sua fé na inteira dependência de Deus. A exemplo de Davi, temos que confiar plenamente no senhor e ter essa fé que não enxerga limites. Para vencer o mundo, a carne e o diabo, é preciso adequar-se no modelo de homem segundo o coração de Deus (fé, amor e obediência).

Francisco A Barbosa