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12 de outubro de 2009

Lição 3 - Davi na Corte Real - Vivendo com Sabedoria


18 de outubro de 2009
Palavra Chave: Prudência: Qualidade de quem age com moderação, comedimento, buscando evitar tudo o que acredita ser fonte de erro.

Quando pensamos em Davi, logo nos vem a mente a idéia de que ele era pastor, matador de gigante, rei e antepassado de Jesus - um dos maiores homens do Antigo Testamento. Musico habilidoso, homem valente e vigoroso, homem de guerra, prudente em palavras de negócios, pessoa gentil, o Senhor era com ele (1 Sm 16.18). Este testemunho registrado em 16.18 não é mais daquele jovem de 13 anos, mas se refere a um tempo posterior, aqui ele já era um poderoso homem de guerra e prudente em negócios. Diferentes versões apresentam essas caracteristicas distintamente; Septuaginta: “rosto avermelhado, com belos olhos e gracioso na aparencia”; Peshitta: “ruivo, com belos olhos e muito formoso”; Berkeley: “rosto avermelhado, olhos cintilantes e aparencia formosa”. Com estes aspectos, Davi tornou-se o centro das atenções, tanto da tropa israelita como do povo em geral. Essa notoriedade trouxe novos desafios para o filho de Jessé, porém, o mais importante foi o seu proceder com sabedoria e discernimento na administração dos conflitos advindos dessa nova situação. O sucesso trouxe problemas, a admiração e o respeito do povo motivaram a inveja do rei agora possesso, que passa a buscar a morte do novo herói nacional e possivel futuro monarca.
A Igreja hoje também sofre com situações como essa, onde lideres apegados ao poder criam situações difíceis, acusações injustas, ameaças, obstáculos e prejuízos, decretando ‘morte’ a possíveis sucessores, enterrando talentos de pessoas realmente vocacionadas em detrimento outras apenas com aparencias, trazendo um dano terrível à Igreja. (para reflexão)

AS QUALIDADES E VIRTUDES DE DAVI
Em questão de tempo, é um longo caminho desde a designação profética de Davi como rei de Israel até sua ascensão ao trono; e ainda mais longo em termos de logística. Como um jovem rapaz, a quem nem mesmo a família considera como candidato a rei, ascende a essa posição, quando um rei paranóico já está nesse lugar, um rei que não hesita em matar seus concorrentes? A resposta a esta pergunta toma tempo e espaço nas Escrituras, mas os versos 14 a 23 nos dão uma amostra de como DEUS providencialmente faz aquilo que indica mediante Seu profeta.
Obviamente, Saul não faz idéia do que aconteceu, conforme registrado nos versos 1 a 13 deste capítulo. Se ele acreditar nas palavras de Samuel (pode ser também que não acredite, especialmente à medida que o tempo passe e ele continue como rei de Israel), será realmente afastado e substituído por um homem da escolha de DEUS. Ele não sabe que Samuel já designou e ungiu Davi como seu substituto, ou que o ESPÍRITO que DEUS lhe deu agora é dado a Davi. O que ele realmente sabe é que as coisas estão bem diferentes do que eram. Ele não vê mais Samuel (ver 15:35). Ele não sente a presença e o poder do Senhor, através do ESPÍRITO. O que ele experimenta mesmo é um fenômeno espiritual bem diferente. Um “espírito maligno da parte de DEUS”(vontade permissiva de Deus) se apossa de Saul, aterrorizando-o. Ele parece ter ataques quando o terror deste espírito está presente e épocas que são mais normais.
Como seria de se esperar, existem várias teorias sobre este “espírito maligno da parte de DEUS”. A aparição deste “espírito”, bem como o desaparecimento do ESPÍRITO SANTO, vêm da parte de DEUS. Ou seja, é o Senhor quem ordena que o ESPÍRITO SANTO deixe Saul. Será possível que o pedido de Davi para que DEUS não retire dele Seu ESPÍRITO (Sl. 51:11) seja, de certa forma, conseqüência daquilo que ele observa com seus próprios olhos enquanto está a serviço de Saul?
O espírito maligno também é da parte de DEUS. Isto não deveria ser nenhuma surpresa, uma vez que DEUS é soberano. Satanás não pode fazer nada a ninguém sem que DEUS permita (vontade permissiva) (ver, por exemplo, Jó 1 e 2). Para os servos de Saul, este “espírito maligno” não é novo ou incomum. Eles já o viram e o reconhecem, e sabem qual é o melhor tratamento para Saul. Todas estas coisas me levam a concluir que o espírito que oprime Saul seja demoníaco.
Os servos de Saul crêem que a música tenha efeito benéfico sobre Saul e recomendam que ele encontre um homem hábil no tocar da harpa para que, quando o espírito o atacar, o músico toque uma canção suave e acalme seu espírito atribulado. Saul aprova a idéia. Ele, acima de tudo, está aterrorizado pela opressão do espírito.
Subitamente um dos servos de Saul se lembra de alguém que se encaixa perfeitamente às suas necessidades. Em algum lugar ele viu e ouviu falar de Davi de Belém. Davi não é apenas um músico dotado que toca harpa com destreza, ele é também um valente, um homem de boa aparência e de bom senso. Mais importante, é um homem com que o Senhor está presente. As mesmas coisas que qualificam Davi como rei são aquelas que o qualificam para servir ao rei. As qualidades reais de Davi estão se tornando evidentes, até mesmo para aqueles que estão no palácio.
Saul convoca Davi com educação, no entanto, este é um convite que ninguém ousa recusar. O pedido é feito a Jessé, uma vez que Davi ainda vive sob seu teto. Pelas palavras de Saul a Jessé, fica claro que ele sabe que Davi é guardador de ovelhas (ver o verso 19). Jessé envia Davi ao rei junto com uma oferta de alimentos, onde ele começa a servir como seu criado. Conforme o caráter e as habilidades de Davi vão ficando mais evidentes para Saul, ele é promovido à posição de seu escudeiro, provavelmente o serviço mais íntimo e pessoal de qualquer um dos servos de Saul. Saul não só começa a respeitar as habilidades de Davi, ele também começa a amá-lo. Talvez Davi seja quase como um filho para ele.
Termina o período de experiência de Davi e ele toma posse do cargo, por assim dizer, junto ao rei. De forma adequada, Saul solicita a Jessé que permite que Davi permaneça a seu serviço. Assim é que, toda vez que Saul é atormentado pelo espírito maligno, Davi toca sua harpa e tranqüiliza o espírito atribulado do rei. O ESPÍRITO de DEUS em Davi faz com que o espírito maligno, durante algum tempo, se retire de Saul. Como Saul soletra alívio? D A V I.
O pecado do capítulo 15 é o fim para Saul; não é o fim do seu reinado, mas o fim da oportunidade para ele mudar e se arrepender. Mas, por que ungir Davi tanto tempo antes dele ser nomeado e coroado como rei? Primeiro, o ESPÍRITO que está sobre Saul para que desempenhe seus ofícios reais, pode agora ser removido e colocado sobre Davi. É no ESPÍRITO que Davi crescerá, amadurecerá e servirá a Saul, enquanto DEUS o prepara para o seu ofício. Como é irônico e inesperado que Davi sirva ao rei em preparação para servir como rei. Os caminhos de DEUS estão além da nossa capacidade de predizê-los.
Segundo, a unção de Davi acaba sendo um teste para os israelitas. Sua unção, diferentemente de Saul, é semipública. Seu pai e seus irmãos, assim como os homens proeminentes da cidade que comparecem ao banquete sacrificial, precisam saber que o novo rei que substituirá Saul está sendo designado. Na medida em que os homens compreendam que Davi é o próximo rei, sua reação é indicativa da alusão ao Rei de Israel e Seu Reino. Isto também determina seu lugar no reino de Davi.
É quase o mesmo hoje em dia. Quando o autor de I Samuel volta sua atenção de Saul para Davi, ele nos leva a refletir sobre um homem que é um protótipo de nosso Senhor JESUS CRISTO. Infelizmente, Saul se parece demais com Satanás. Saul recebe autoridade para governar segundo DEUS, no entanto, suas regras e seu governo se tornam mais importantes para ele do que o governo e as leis de DEUS. Por isso, ele é posto de lado. Davi é designado para ocupar seu lugar, para governar sobre o povo de DEUS com retidão. Satanás, como o Saul dos tempos antigos, foi rejeitado por DEUS. Na cruz do Calvário, nosso Senhor derrotou Satanás. Contudo, ele ainda está livre para se opor a DEUS, embora seu julgamento e sua punição sejam certos. Neste ínterim, JESUS CRISTO foi designado como o Rei de DEUS. Ele não apenas proclamou o reino de DEUS, Ele também o conquistou com Sua morte, sepultamento e ressurreição. Todos aqueles que se submetem a Ele como Rei entrarão em Seu reino e governarão com Ele por toda a eternidade.
A questão para você e para mim, hoje, é: “A quem serviremos?” Quem reinará sobre nós? A que reino iremos nos submeter? Por natureza, todos os homens são nascidos no reino de Satanás. Somente pelo novo nascimento, por confiar na obra de JESUS CRISTO na cruz do Calvário, é que os homens são transportados do reino das trevas para o reino da luz, do reino de Satanás para o reino de DEUS. Você já mudou os reis, meu amigo?
Samuel erra sobre quem será o rei de DEUS. Ele espera que o rei seja “alto, moreno e bonito”, por assim dizer. DEUS deixa claro a Samuel que a aparência externa não é Seu critério para a escolha do rei (I Sam. 16:7). Davi também tem boa aparência, mas esta não é a base para sua escolha por DEUS. Por desígnio divino, nosso Senhor JESUS CRISTO, o rei eterno de DEUS, também não devia ser reconhecido por Sua aparência: “Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do SENHOR? Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.” (Is. 53:1-3)
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em CRISTO JESUS, pois ele, subsistindo em forma de DEUS, não julgou como usurpação o ser igual a DEUS; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Fp. 2:5-8)
Pelo que entendo destes textos e de outros, o Senhor JESUS não era uma pessoa que chamava a atenção, fisicamente falando. Os homens não eram atraídos a Ele por Seus belos traços ou por Sua voz profunda, tipo locutor de rádio. Os homens eram atraídos a Ele quando reconheciam Seu coração igual a DEUS, Seu ser igual a DEUS. Foram Sua submissão e obediência ao Pai que O distinguiram, junto ao fato dEle ter cumprido perfeitamente todas as profecias relativas ao Messias. Ele é aquele apontado por DEUS para governar e, quando Ele voltar, todos os homens se ajoelharão diante Dele e O reconhecerão como o Rei de DEUS (Fp. 2:9-11). A exortação das Escrituras é para que O recebamos como Rei e que nos tornemos parte de Seu reino, ou aguardemos Sua ira sobre nós como Seus inimigos (Sl. 2:10-12).
Talvez esta seja uma boa ocasião para falarmos sobre música e sua relação com o reino espiritual. Você deve se recordar que em I Sm. 10 (versos 5-6, 10-13) os profetas com quem Saul se encontrou, e a quem se juntou como “um dos profetas” (pelo menos por alguns instantes) quando o ESPÍRITO desceu poderosamente sobre ele, estavam acompanhados de instrumentos musicais - tamborim, flauta e harpa (verso 5). De alguma forma, a descida do ESPÍRITO sobre Saul (e talvez sobre os outros profetas) está associada à música, ou até mesmo seja principiada por ela. No capítulo 16, as possessões demoníacas de Saul são acalmadas pelo toque da harpa de Davi. Em 2 Rs. 3:14-15 uma vez mais, Eliseu chama um menestrel a fim de profetizar no ESPÍRITO. Entendo que a música deva ter algum tipo de papel na ligação (ou desligamento) com o reino espiritual. Acho que devemos ter muito cuidado com o tipo de música que ouvimos. Sei que tem havido muita discussão sobre o “rock”, e não desejo ser muito loquaz neste assunto, mas sugiro que haja um tipo de música potencialmente benéfico e, provavelmente um tipo que possa invocar o espírito errado. Este texto deve nos dar uma pausa para pensar no tipo de música que ouvimos e sua influência sobre nós.
Nossa passagem fala sobre a escolha de Davi para desempenhar uma função dada por DEUS - não para sua salvação. Alguns poderiam ficar tentados a se desviar desta passagem achando que DEUS escolheu salvar Davi porque ele tinha um coração voltado para Ele. DEUS escolheu Davi para servir por causa de seu coração. Há uma diferença enorme entre DEUS escolher para um serviço e Sua eleição para salvação. Se DEUS escolhesse salvar os que tivessem coração puro, Ele não salvaria ninguém: “Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou do meu pecado?” (Pv. 20:9, ver Rm. 3:9-18). “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr. 17:9, ver também Rm. 3:9-18)
DEUS não salva os homens devido àquilo que vê em seus corações e gosta do que vê. DEUS salva homens que são vis pecadores em seus corações e tem misericórdia deles, colocando seus pecados sobre Seu Filho, JESUS CRISTO. Somente CRISTO é sem pecado e, por isso, capaz de morrer pelos pecados dos outros. Há apenas uma pessoa em toda a história da raça humana cujo coração foi livre de pecado, e essa pessoa é JESUS CRISTO. DEUS salva aqueles que confiam Nele para serem perdoados de seus pecados e para terem o presente da vida eterna.
Hoje em dia há muita discussão sobre liderança, e devo dizer que as qualidades e qualificações procuradas nos líderes contemporâneos não são aquelas que DEUS buscou em Davi. Os evangélicos escolhem seus líderes quase nas mesmas bases que a sociedade secular. Procuramos homens que tenham “recursos” (dinheiro e influência) e “uma boa cabeça prá negócios”. DEUS buscou um homem que tinha um coração voltado para Ele. Creio que esta característica seja o primeiro e principal pré-requisito para o tipo de liderança que DEUS quer. Vamos procurar ser o tipo de homens e mulheres que DEUS busca para o Seu serviço.

APLICAÇÃO PESSOAL
"O Davi humano também teve uma falha séria que o poderia ter condenado não fosse o Mestre agindo em sua vida. O Salmo 51 fala sobre o pecado que quase o destruiu e nos ensina mediante o seu exemplo como nos arrependermos dos nossos próprios erros.
A oração de Davi se inicia com três pedidos ao Senhor: Misericórdia (v.1). Nenhum de nós merece a graça de Deus, porém Ele cuida de nós com ternura e intensidade, mesmo quando o nosso coração está distante dEle. Nosso amor pelo Senhor pode falhar, mas não o seu amor por nós. Renovação (v.2). A "tinta" de nossa falha deixa uma marca indelével em nossa vida e na dos outros; porém, podemos confiar na compaixão do Senhor para apagar o nosso pecado do livro de sua memória. Purificação (v.2). Somente Deus pode lavar a mancha e a sujeira do pecado. Queremos nos sentir puros outra vez, de modo que desapareçam toda a impureza que adquirimos e o legado de suas lembranças"