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10 de dezembro de 2022

LIÇÃO 12: IMERSOS NO ESPÍRITO NOS ÚLTIMOS DIAS


TEXTO ÁUREO

Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.” (Jo 7.38)

 

VERDADE PRÁTICA

O rio da vida, que representa o fluir do Espírito Santo, passa no meio do povo de Deus.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Ezequiel 47.1-12

 

INTRODUÇÃO

Essa primeira parte do capítulo 47 é a continuação da visão do Templo de Ezequiel (40.1,2). A primeira parte, versículos 1-6, se concentra nas águas que fluem de debaixo do umbral do Templo e, à medida que essas águas sanadoras vão fertilizando as áreas estéreis do vale do Mar Morto, seguem aumentando o seu volume até se tornar um rio caudaloso. A segunda parte, versículos 7-12, descreve o efeito milagroso dessas águas, trazendo vida ao Mar Morto e à toda a região do Arabá. A presente lição foca o aspecto escatológico da visão, mostra a implicação pneumatológica da profecia e o contexto geológico do vale do Mar Morto.

COMENTÁRIO

A repartição da terra que começou a ser descrita em Ez 45:1-8 continua em Ez 47.13­48.35. Mas aqui encontramos um interlúdio poético acerca de águas refrescantes para as nações. Elas vinham de debaixo do umbral da casa (Templo), para o oriente (1); essa água da redenção vinha de baixo, da banda do sul do altar. Em sua visão, Ezequiel foi levado para observar a corrente de água fluindo através do Templo. Visto que a água estava fluindo do lado sul, o profeta foi levado para fora pelo caminho da porta do norte [...] até a porta exterior (2), e então para o leste, seguindo a corren­teza das águas.

O rio se torna cada vez mais largo, mas sem que afluentes despejassem suas águas nesse rio — algo evidentemente milagroso e simbólico. O guia angelical faz o profeta testar a profundidade do rio num intervalo de mil côvados (cerca de quinhentos metros) à medida que o rio deixa o Templo e vai em direção ao topo do monte Sião. Na primeira vez, as águas batiam nos tornozelos (3), depois davam pelos joelhos (4), em seguida na altura dos lombos; e, finalmente, as águas eram profundas, águas que se devi­am passar a nado, ribeiro pelo qual não se podia passar (5). A visão nos faz lem­brar da redenção. Havia uma grande abundância de árvores [...] de uma e de ou­tra banda (7), sugerindo a árvore da vida descrita no jardim de Adão; e toda criatura vivente que vier por onde quer que entrarem esses dois ribeiros viverá (9).

A região oriental e a campina (8) referem-se ao vale profundo do Jordão, especi­almente a área entre o mar da Galiléia e o mar Morto. As águas do mar referem-se às águas salgadas do mar Morto. En-Gedi e En-Eglaim (10) referem-se a pontos de pesca­ria nas margens ao norte e noroeste do mar Morto (Berkeley, nota de rodapé). O mar Grande seria o Mediterrâneo. O versículo 11 é traduzido da seguinte forma: "Mas os charcos e os pântanos não ficarão saneados; serão deixados para o sal" (NVI).

Outros profetas também viram rios simbólicos. Joel havia dito: "todos os rios de Judá estarão cheios de águas; e sairá uma fonte da Casa do SENHOR e regará o vale de Sitim" (Jl 3.18). Não muito tempo depois da época do ministério de Ezequiel, Zacarias, o profeta da paz que sonhava durante os dias da reconstrução do Templo, diz: "Naquele dia, também acontecerá que correrão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental, e metade delas até ao mar ocidental" (Zc 14.8). Bem depois, o João do Apocalipse, evidentemente se referindo ao rio de Ezequiel, vê o "rio puro da água da vida" (Ap 22.1). Sem dúvida, o que Ezequiel vê, e o que outros profetas viram, é o reinado crescente de Deus nos corações dos homens, a crescente redenção que flui de Cristo e refresca todos os que são atingidos por ela.

Os profetas nem sempre compreendiam o significado pleno das coisas que viam. Mas da nossa vantajosa posição podemos ver que muitos deles estavam se referindo a Cristo. Em Atos lemos: "A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome" (Atos 10.43). Ele era "a Luz de tudo que viam".' Kirkpatrick diz: "A função da profecia era preparar o povo para a sua chegada. A função da profecia era testemunhar a respeito dele".27 Acerca desse assunto Andrew Blackwood diz: "Os profetas alcançaram o ponto mais elevado quando aponta­ram os olhos cansados dos homens para o Redentor".' E acrescenta: "O grande motivo para estudarmos os profetas é que eles prepararam o caminho para a vinda de Cristo".29 Acerca dos profetas de Deus até mesmo o liberal A. C. Knudson diz: "Esses homens não eram meramente pregadores de arrependimento. Eles eram arautos da vinda do reino de Deus".3° A maioria dos judeus deixou de reconhecer o Messias quando Ele veio, mas no seu Talmude consta: "Todos os profetas profetizaram acerca dos dias do Messias".31

Esse sonho nunca morre. Ele nem ao menos desvanece. Malaquias, o último profeta do Antigo Testamento, o Sócrates hebraico, que fazia perguntas e as respondia em segui­da, está tão certo quanto todos os outros de que "o sol da justiça se levantará trazendo cura em suas asas" (M14.2, NVI). Ele é "o Desejado de todas as nações" em Ageu 2.7; "luz para alumiar as nações", e certamente a "glória de [todo] Israel" (Lc 2.32). Esse era basicamente o motivo do fogo ardente nos ossos dos profetas (Jr 20.9). Esse era o aspecto mais importante do precioso legado que eles deixaram. Cristo sabia que Ezequiel e todos os outros haviam falado a respeito dele, porque "começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras" (Lc 24.27).

"O Rio da Redenção de Deus" é o assunto de Ez 47:1-12. Esse rio simbólico é seme­lhante a outros rios de redenção nas Escrituras (J12.18; Zc 14.18; Ap 22.1).

1)Esse rio flui do Templo — e hoje da Igreja (1, 2).

2)Ele continua aumentando (3-5), incluindo sempre mais pessoas à medida que as gerações passam.

3)Ele é plenamente refrescan­te, incluindo toda criatura vivente que entrar nesses dois ribeiros; há também subprodutos: toda sorte de árvore de uma banda e de outra dará fruto e haverá muitíssimo peixe (9-12).

6. Lições Oriundas de Situações Temporais (Ez 47:13-48.35)

Ezequiel era realmente um homem de muitas visões (Ez 1:1-28; 3:1-3; 8.1; 11.25; 12.27; 37:1-14; 40:1-4; 47:1-12). E uma visão podia lhe ocorrer quase em qualquer tempo. A visão acerca do crescente ribeiro da redenção parece tê-lo apanhado no meio do seu esbo­ço prosaico da divisão da terra no tempo da restauração. Essa visão nos leva a uma das passagens mais sublimes do Antigo Testamento. Após a descrição dessa visão, no entan­to, ele desce do ápice do êxtase e volta a se ocupar com o mesmo assunto costumeiro.

Talvez quiséssemos que ele fosse "removido" enquanto estava no monte Evereste da glória. Mas a vida não é composta apenas de visões. E como muitas vezes a vida não é "removida" quando uma pessoa está no ápice de uma experiência com Deus, assim Ezequiel desce do monte e retorna para a vida corriqueira e conclui o que havia começa­do anteriormente. O sentido desse texto final é bastante evidente, não requerendo expli­cações exegéticas detalhadas para torná-lo mais claro.

Na Babilônia, Ezequiel visualizou a restauração na terra de Israel e aqui apresen­ta um possível reassentamento das doze tribos. Em Ez 47.13 ele diz: José terá duas partes. Isso se refere às duas tribos, ou seja, os dois filhos de José, Efraim e Manassés. Nos versículos 14-20, Ezequiel descreve detalhadamente as fronteiras gerais da Terra Prometida. A fronteira ao norte ficava próxima de Damasco (17). No lado leste, a fronteira desce até Gileade ao longo do rio Jordão e do lado leste do mar Morto (18). A fronteira ao sul se voltava para o oeste passando por Cades (19) e dali para o mar Grande (mar Mediterrâneo). A costa mediterrânea era a fronteira ocidental. Ezequiel viu que as bênçãos materiais de Deus não estavam limitadas a Israel, e que esse povo não deveria ser egoísta — aos estrangeiros que peregrinam no meio de vós [...] dareis a sua herança (22-23).

Em Ez 48:1-7 e nos versículos 23-27, lemos acerca da divisão tribal. A listagem vai do norte para o sul. Uma comparação dessa divisão com a que predominava nos tempos dos juízes mostra um paralelismo geral. Ezequiel vê Dã na banda do norte e Issacar, Zebulom e Gade na banda do sul.

Os versículos 8-22 expandem a descrição de Ezequiel em Ez 45:1-8 acerca das áreas a serem repartidas para o Templo, os sacerdotes, os levitas e o rei.

Nos versículos 30-35, Ezequiel teve uma visão da Cidade Santa que é um vislumbre da visão que João teve da cidade "quadrangular" (Ap 21:9-16), com três portas em cada um dos quatro lados.

Alguns significados não podem passar despercebidos nesses versículos finais. Um aspecto importante é que mesmo que Deus demore em cumprir as suas promessas, elas se cumprirão no tempo dele se os homens submeterem os seus caminhos à vontade dele. Além do mais, essas promessas serão cumpridas de tal maneira que ninguém será negli­genciado; o interesse de Deus pelo estrangeiro e pelas tribos individuais confirma isso.

Outra lição importante a ser aprendida é que embora Deus seja um Deus de reden­ção no sentido eterno, Ele também é um Deus que se importa com as questões temporais. A fé judaico-cristã não é uma fé que nega o mundo, que olha para as necessidades co­muns dos homens e as considera sem importância. A religião bíblica é realista. Ela afir­ma que a pessoa que se volta para Deus neste mundo e o serve com fidelidade é aquela que viverá com o Criador na eternidade.

 

I. SOBRE O ASPECTO ESCATOLÓGICO

1. A nascente do rio (v.1). Vimos, na primeira lição do trimestre, que o livro de Ezequiel antecipa o aspecto apocalíptico nas Escrituras Sagradas. A visão nessa passagem é futurista e literal, e as evidências, tanto internas quanto externas, dão sustentação para uma interpretação escatológica e literal. O “umbral da casa” é uma referência ao templo da visão do profeta (40.1,2). Os detalhes desse complexo, como dimensões de áreas, dependências e medidas, sugerem um templo literal. Isso é simples de entender. Se os dois que foram destruídos, o de Salomão (2 Rs 25.9) e o de Herodes (Lc 21.6), eram literais, não faz sentido o novo Templo ser uma mera visão idealista, corno símbolo ou figura para transmitir ideias ou simbologia. De igual modo, a promessa divina do novo Templo é também literal (Jl 3.18; Zc 14.8).

COMENTÁRIO

Depois me fez voltar à entrada do templo. “O homem (anjo?) me dirigiu de volta para a porta do templo. Vi água saindo debaixo do limiar do templo, para o oriente” (NCV). O próprio templo confrontava com o oriente. O autor descreve uma grande mudança, abandonando seu tema de cozinhas e comidas, para mostrar uma visão do magnífico rio. “O riacho de água viva, fluindo da presença de Deus, corria para o oriente e passava ao lado sul do altar. Ezequiel saiu do templo pelo Portão do Norte e viu a água saindo do templo no lado sul do Portão Oriental, descendo para o vale de Cedrom” (Charles H. Dyer, in loc.).

O quadro que Zacarias retrata (14.8) é de um grande rio que se divide em duas partes: a metade fluindo para o mar Morto e a outra para o mar Mediterrâneo. É artificial supor que os dois profetas tivessem tido uma visão comum, com detalhes diferentes. De qualquer maneira, alguns intérpretes entendem a profecia em termos literais, enquanto outros veem símbolos na descrição: metaforicamente, o profeta descreve Deus como a fonte de todas as bênçãos.

Adam Clarke entende todo o texto como uma descrição da efusão da luz do evangelho, pela qual os povos são iluminados. Outros também apresentam esta interpretação, enquanto os literalistas insistem no literalismo das profecias. O Talmude coloca as águas fluindo do Santo dos Santos. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3354.

 

2. O guia celestial (vv.2,3a). Um personagem que aparece desde o início da visão do novo templo: “um homem cuja aparência era como a aparência do cobre, tendo um cordel de linho na mão e uma cana de medir” (40.3) continua como cicerone nesse “passeio”. Esse anjo fez Ezequiel sair pelo portão do norte e, dessa forma, contornar o Templo no sentido horário em direção ao oriente. Isso porque a porta oriental estava fechada: “Esta porta estará fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor, Deus de Israel, entrou por ela; por isso, estará fechada” (44.2). No período dos dois templos, essa porta nunca esteve trancada, e isso revela o caráter escatológico da visão.

COMENTÁRIO

Ele me levou pela porta do norte. “O homem me trouxe para fora pelo Portão do Norte e me guiou do lado de fora, para o Portão Oriental. A água estava saindo do lado sul deste portão” (NCV). O Portão Oriental estava fechado, obrigando o profeta a sair pelo Portão do Norte. Uma vez fora, ele voltou ao Portão Oriental, para ver novamente a maravilhosa cena das águas fluindo para fora do templo e avançando para o vale de Cedrom.

Evito aqui as intermináveis interpretações metafóricas daqueles que entendem o texto simbolicamente, dando somente algumas poucas indicações de sentidos possíveis. Obviamente, a idéia principal é a de que o próprio Yahweh é a fonte de todas as bênçãos. As águas manavam de Seu santuário. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3354.

 

3. Os novos frutos (v.12). A linguagem dessa passagem é apocalíptica e escatológica e tem paralelo com o livro de Apocalipse (22.1,2). A visão de Ezequiel, em relação “a toda sorte de árvore que dá fruto para se comer […] nos seus meses produzirá frutos novos”, se refere ao Milênio e a do apóstolo João, ao mundo vindouro, a eternidade. Mas ambos os textos são literais; no novo céu e na nova terra não existe mar. O Milênio é distinto do mundo vindouro (Ap 21.1), ver a Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil (XXIII.5).

COMENTÁRIO

O rio leva a vida por onde quer que vá, transformando Israel em um jardim paradisíaco. Jerusalém está construída sobre uma linha divisória de águas, no alto de uma serra de colinas. A chuva que ali cai flui para o vale do Cedrom e abre caminho para o mar Morto. Jesus apelou para as figuras de linguagem usadas nesta passagem a fim de descrever a si mesmo. Ele disse à mulher samaritana que ele era a fonte de água doadora de vida (Jo 4.10-14). Quando os discípulos se surpreenderam que Jesus estivesse falando com uma mulher samaritana, ele lhes falou sobre uma colheita perpétua que já havia começado (Jo 4.27-38), na realidade, tirando proveito do quadro de Ezequiel sobre árvores que produzem doze colheitas por ano. João também registrou a declaração de Jesus de que ele é a fonte de rios de água viva, adicionando o comentário que Jesus estava falando sobre o Espírito de Deus (Jo 7.37-39). (Comentário Bíblia Genebra).

Nascerá toda sorte de árvore. Muitas árvores, nos dois lados do rio, que produzem abundância de vários tipos de frutos. Além disto, as árvores são perenes, nunca perdem suas folhas e nunca param de produzir. O rio transmite a elas superpoderes de produção. O autor informa que as árvores recebem a ajuda de Yahweh, tornando-se milagrosas.

A linguagem florida do auto nos impressiona com os poderes incomuns das árvores. A bênção de Deus não admite limites nem fraquezas. Cf. Sal. 1.3: “Ele (o justo) é como árvore plantada junto à corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto” e Apo. 22.2: “A árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos”.

O seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio. Isto quer dizer que a justiça vencerá e anulará o pecado e seus resultados, afinal. Os literalistas, insistindo no seu literalismo, vêem árvores que produzem remédios materiais para doenças físicas. O poder de Deus está por trás de curas físicas e espirituais, portanto deixe-se esse poder fluir. Ver sobre as folhas que curam, em Apo. 22.2. “O santuário é o centro e a fonte de saúde e prosperidade para a comunidade” (Theophile J. Meek, in ioc.).

 

SINOPSE I

O aspecto escatológico leva em conta a literalidade do novo Templo, o fechamento da porta do Templo e a frutificação das árvores no Milênio.

 

II. SOBRE A IMPLICAÇÃO PNEUMATOLÓGICA

1. As águas (vv. 3-6). O ser celestial fez Ezequiel passar pelas águas, que ao caminhar o primeiro trecho de “mil côvados”, ou “quinhentos metros” (NAA) “elas me davam pelos tornozelos” (v.3). Quinhentos metros mais adiante, as águas chegam aos joelhos e, depois de mais quinhentos metros, elas já estão nos lombos (v.4). Quinhentos metros mais além, essas águas já haviam se tornado num ribeiro e o profeta agora tinha que nadar (v.5). Ele atravessou o ribeiro nadando, mas depois, o ser celestial trouxe o profeta de volta para a margem do ribeiro (v.6). Qual o propósito disso? Era necessário que Ezequiel visse a extensão e a profundidade do ribeiro para reconhecer a fonte de todos esses milagres. Essa experiência da imersão do profeta nas águas tem implicações teológicas profundas (Jo 7.37-39).

COMENTÁRIO

Saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos. Mil côvados equivalem a cerca de 465 m. O volume da água começou relativamente humilde, mas aumentou assustadoramente enquanto fluía, pelo poder de Yahweh, porque aquele rio não tinha tributários. O vs. 3 registra a primeira medida; as outras se seguem.

Mediu mais mil… Novas medidas foram tiradas a cada mil côvados, e a água continuava aumentando divinamente, impressionando ao profeta, que nunca tinha visto coisa semelhante. Na segunda medida, depois de mais mil côvados de distância do templo, verificou-se que as águas já tinham atingido a altura dos joelhos de um homem. Depois de mais mil côvados, a água atingiu a cintura; depois de mais mil côvados, a água havia subido tanto, que impedia qualquer passagem. O pequeno riacho tornou-se um poderoso rio.

Lições Simbólicas. Pesquisando as coisas divinas, entendemos algumas facilmente; mas suas propriedades se complicam e, logo, ficamos mergulhados no Mysterium Tremendum que é Deus (ver Rom. 11.33).

A abundância das águas representa as incomparáveis bênçãos que vêm do Deus Todo-poderoso. As águas sagradas são miraculosas e transformam tudo o que tocam: aquele que precisa de prosperidade, prospera; aquele que precisa de uma cura, é curado; aquele que precisa de portas abertas para servir, encontra muitas portas de acesso; aquele que carece de transformação espiritual, é transformado. Cada um recebe segundo suas necessidades e anelos. Oh, Senhor, concede-nos tal graça!

As Águas do Homem. De cada homem flui um riacho; alguns deles são poluídos; a poluição provoca doenças em outros; homens abastecidos ignoram as necessidades dos outros e a fome mata. Alguns mandam de si riachos fortes de benefícios para os outros, e a vida floresce. Cada homem é um riacho. De qual tipo é você?

Abre agora a fonte cristalina Donde fluem águas que saram. (William Williams)

Viste isto, filho do homem? Uma lição maravilhosa foi proporcionada pelo anjo-guia. Chamando o profeta por seu título comum (anotado em Eze. 2.1), ele correu para mostrar ainda mais ante os olhos atônitos do profeta. O anjo guiou o profeta ao longo da margem do rio. Ele ficou em pé ali, observando a natureza da água, seu caminho, a grande quantidade de peixes que se movimentava na água limpa e saudável, as árvores ao longo da margem, todas floridas, produzindo os frutos da estação. Tudo era um toque divino para os homens na terra. Yahweh colocou Seu dedo naquele lugar e o transformou. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3354.

 

2. O Espírito Santo. A imersão de Ezequiel nessas águas pode ser comparada ao crente cheio do Espírito Santo, visto que a água é um dos símbolos do Espírito (1Jo 5.6). Os símbolos do Espírito Santo são reflexos das suas múltiplas operações. O próprio Jesus se referiu ao Espírito ao falar sobre o Espírito Santo no discurso de João 7.37-39. O Espírito Santo é ilustrado como água, pois, assim como a água é indispensável à vida física de qualquer ser vivo, da mesma maneira o Espírito é indispensável à vida do crente. A água refresca, refrigera e dá, uma sensação de tranquilidade e bem-estar, e é isso que o Espírito Santo realiza na vida do crente (Is 44.3). Ademais, não podemos esquecer que o Senhor Jesus Cristo é a fonte de água viva (Jo 4.14).

COMENTÁRIO

Alguns comentários na verdade são feitos sobre a resposta dos homens de Éfeso: “Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo” (At 19.2). Isso não pode significar que eles não tinham conhecimento da existência do Espírito. Mesmo considerado, minimamente, que eles eram apenas discípulos de João Batista (não necessariamente de forma literal, mas seguidores que se identificavam com ele), certamente saberiam sobre o papel do Espírito Santo na vida e no ministério de João, incluindo as declarações de João de que Jesus iria batizar no Espírito Santo. A resposta deles precisa ser interpretada à luz de uma declaração similar encontrada no Evangelho de João. Quando Jesus prometeu rios de água viva, o autor editorializa com a declaração: “E isso disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado” (Jo 7.39). A palavra “dado” não está no texto grego, mas é pressuposta, justificavelmente, para dar sentido àquilo que Jesus disse. Similarmente, em Atos 19.2 a declaração deveria ser compreendida para significar: “Nós nem mesmo ouvimos que o Espírito Santo tenha sido dado”. É relevante que esse incidente tenha ocorrido cerca de 25 anos depois do dia de Pentecostes. Ele ensina, entre outras coisas, que a experiência pentecostal ainda estava disponível para crentes numa época bem distanciada daquele dia, tanto temporária quanto geograficamente. Anthony de Palma. O Batismo no Espírito Santo e Com Fogo. Editora CPAD. pag. 49.

 

3. Imerso nas águas e no Espírito (vv.3-5). O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Trindade, ou seja, é uma pessoa (Mt 28.19). Como Ele pode ser uma pessoa e os crentes serem cheios dEle? “Todos foram cheios do Espírito Santo” (At 2.4). Ser cheio do Espírito Santo é uma expressão que indica estar o cristão nos domínios do Espírito (At 4.8; Ef 5.18). Isso está bem ilustrado na visão de Ezequiel inundado nas águas sanadoras que brotam do Templo de Deus (Ez 47.3-5).

COMENTÁRIO

O verbo traduzido por encher (pimplemi), usado em Atos 2.4, está estreitamente ligado como Espírito (Lc 1.41,67; At4.8,31; 9.17; 13-9). Este verbo é usado por Lucas para indicar o processo de ser ungido com o poder do Espírito para o serviço divino. Ser cheio com o Espírito significa o mesmo que ser batizado com o Espírito ou receber o dom do Espírito (cf. At 1.5; 2.4,38). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pag. 632.

Qual é o efeito do Espírito Santo sobre todos os crentes? Lucas escreve: “Eles ficaram cheios”. Nós não devemos limitar o adjetivo todos como aplicável somente aos apóstolos, pois Pedro em seu sermão mostra que a profecia de Joel fora cumprida: “Vossos filhos e vossas filhas profetizarão” (v.17; Jl 2.28). E quando Pedro e João, subsequentemente, relataram aos crentes os comentários dos maiorais dos sacerdotes, todos ficaram cheios com o Espírito Santo (4.31). O efeito da habitação do Espírito Santo é o de que ele assume o controle total de cada crente.

O cristão que é cheio do Espírito passa a ser o seu porta-voz. No caso dos crentes de Jerusalém, eles falam em outras línguas e por meio disso provam que o Espírito Santo os controla e capacita. Simon J. Kistemaker. Comentário do Novo Testamento Atos I. Editora Cultura Cristã. pag. 110-111.

 

SINOPSE II

A água é o maior símbolo da implicação pneumatológica de Ezequiel 47.

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO

ÁGUAS ATRAVÉS DO TEMPLO

“A repartição da terra que começou a ser descrita em 45.1-8 continua em 47.13 – 48.35. Mas aqui encontramos um interlúdio poético acerca de águas refrescantes para as nações. Elas vinham de debaixo do umbral da casa (Templo), para o oriente (1); essa água da redenção vinha de baixo, da banda do sul do altar. Em sua visão, Ezequiel foi levado para observar a corrente de água fluindo através do Templo. Visto que a água estava fluindo do lado sul, o profeta foi levado para fora pelo caminho da porta do norte […] até a porta exterior (2), e então para o leste, seguindo a correnteza das águas” (Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp.487).

 

III. SOBRE O CONTEXTO GEOLÓGICO DO VALE DO MAR MORTO

1. A abundância de árvores (v.7). O Arabá, em hebraico a’ravah, literalmente “árido”, mas aparece também no Antigo Testamento como “planície” (Dt 1.1) ou ”deserto” (Is 35.1). É o nome de um vale (Js 18.18) que se estende desde a Galileia, no norte de Israel, e vai até o golfo de Ácaba, no sul do país, na margem do Mar Vermelho (Dt 1.1 – diante de Sufe). Nessa região se localiza o Mar Morto (Js 3.16 – Mar Salgado), parte da região era território da antiga Pentápolis que incluía as cidades de Sodoma e Gomorra, cuja destruição trouxe esterilidade na região de modo que ali não nasce planta alguma, nem mesmo capim (Dt 29.23). No entanto, a palavra profética contempla o surgimento de “abundância de árvores” (v.7) como resultado das bênçãos das águas vivificadoras. Esse quadro profético é do Milênio.

COMENTÁRIO

À margem do rio havia grande abundância de árvores. Uma multidão de árvores cresceu nos dois lados do rio, embelezando o ambiente e fornecendo frutos deliciosos a qualquer um que passasse. Temos aqui o tema do jardim do Éden, o Paraíso de Deus na terra, para o benefício de homens espiritualmente transformados. As árvores obviamente têm qualidades espirituais, e o homem que come de seus frutos compartilha da vida divina (II Ped. 1.4). Cf. Gên. 1.28; 2.9 e Apo. 22.2, onde temos o mesmo tema. As árvores cresceram nos dois lados do rio, falando de uma vida abundante, uma provisão ampla, uma graça que superabunda. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3354.

 

2. O Mar Morto (v.8). Essas águas “sendo levadas ao mar sararão as águas” (v.8). Esse “mar” é o Mar Morto, ou mar de Sal (Gn 14.3), mar Salgado (Js 3.16), mar das Campinas, ou mar da Arabá (Dt 3.17 – NAA). Localiza-se na depressão mais profunda do planeta, 396 metros abaixo do nível do mar, e é alimentado pelas águas do Jordão e de uns poucos córregos menores. Visto que o lago não possui escoamento natural, suas águas são eliminadas por meio de evaporação. Essas águas possuem uma salinidade incomum que vem desses riachos, fluindo através de solos salitrosos alimentados por fontes sulfurosas. Não há vida nessas águas, que contêm mais de 30% de sais minerais, ao passo que a média dos oceanos é de 3%. É uma fonte de riquezas minerais.

COMENTÁRIO

Estas águas saem para a região oriental. As águas fluem para o oriente e chegam a Arabá (ver a respeito no Dicionário). Era (é) uma depressão na qual o rio Jordão e o mar Morto se situam. O termo é suficientemente amplo para incluir a continuidade desta depressão ao sul do mar Morto até o moderno wadi el-Arabá. De fato, o mar Morto tem, como um de seus nomes, “o mar de Arabá”. Aquele mar recebe água doce, mas, não tendo saída, acumula sai e outros minerais que chegam até 20% de seu volume. O sal mata toda a vida e, assim, o mar é realmente morto, não suportando vida alguma. Lagos salgados são aqueles sem saída, que acumulam sal das águas que chegam. As águas transportam sal do solo, um mineral natural do próprio solo, largamente difundido. A área ao redor do mar Morto também é morta, seca e deserta. Mas o fluxo poderoso do rio sagrado é tão abundante e forte, que torna o mar Morto um mar vivo, com água doce, fazendo com que as áreas adjacentes floresçam como a rosa (Isa. 35.1).

Os literalistas continuam com seu literalismo, mas o presente versículo pesa em favor da interpretação metafórica. Águas mortas tornam-se vivas, um processo possível somente com ampla saída das águas para outro lugar, produzindo uma drenagem que, aos poucos, elimina o depósito de sal. A implicação do texto é a de que o poder divino purifica as águas sem a necessidade de uma purificação gradual e física. A morte cede lugar à vida, em Judá e em todo o mundo, fato simbolizado pela cura das águas salgadas, onde nenhuma vida existia. O rio sagrado traz vida espiritual a todos os povos, fluindo do trono de Deus, que é a própria fonte da vida. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3354.

 

3. Vida no Mar Morto (vv.9,10). A chegada das águas vivificadoras do Templo revive o Mar Morto e o resultado é a grande multiplicidade de peixes como no Mar Mediterrâneo, o ”mar grande” (v.10). Isso faz lembrar da criação no princípio (Gn 1.20,21). Os pescadores em ”En-Gedi até En-Eglaim” (v.10) lançaram suas redes para apanhar os peixes, um cenário nunca visto até então na história. En-Gedi é um pequeno oásis localizado no deserto da Judéia, próximo ao Mar Morto (Js 15.62), onde Davi se acampou quando perseguido por Saul (1Sm 23.29; 24.1). En-Eglaim é uma localidade desconhecida, há quem afirme que fica na outra margem do mar, que seria hoje a Jordânia, mas a linguagem parece indicar sentido norte-sul e não leste-oeste.

COMENTÁRIO

Onde as águas da vida fluem, a vida floresce, mesmo nos lugares desérticos. O próprio rio enxameia com vida de muitos tipos, e o que suas águas tocam também vive abundantemente. A água cria vida onde dominava a morte. O mar Morto tinha (tem) uma concentração seis vezes maior de sal do que o oceano e não pode suportar vida alguma, mas o poder miraculoso de Yahweh entra em cena e faz o mar viver; suas águas, por sua vez, dão vida a tudo ao redor.

Como as águas são “curadas”, assim os homens também são curados de sua morte espiritual. O velho mundo ímpio será transformado pelas águas do Novo Dia. Até a segunda morte deve findar pelo poder restaurador da Era do Reino, o dia escatológico de Yahweh. Nenhum poder no hades, na terra ou no céu pode anular o poder doador da vida da obra de Deus que será realizada, afinal. A Vida é o título do último capítulo da história da humanidade.

Junto a eles se acharão pescadores, As águas vivas produziram grande quantidade de peixes de todos os tipos, que, por sua vez, se tornaram a base de uma rica indústria de pesca. O empreendimento cresceu tanto, que se estendeu de En-Gedi a En-Eglaim. En- Gedi era uma habitação no meio da costa ocidental do mar Morto. A outra localidade não é conhecida hoje em dia: os intérpretes supõem que ficasse perto de Zoar, na costa sudoeste do mar, uma área na costa norte, perto de Khirbet Qumran.

De qualquer maneira, estão em vista lugares desertos que tinham pouca indústria, pois, de súbito, ficaram prósperos com a pesca. O mar Morto, antes um centro de cactos e lagartos, tornou-se o centro de uma grande indústria. Este acontecimento revolucionário demonstrou o poder do rio que vem do trono de Deus. Devemos entender toda esta história metaforicamente: pela graça de Deus, o pobre fica rico; rico, espiritualmente falando, com dinheiro o suficiente para as necessidades básicas. A média dos homens é um deserto espiritual que precisa das águas vivas. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3355.

 

4. Sobre os charcos lamaceiros com sal que não será restaurada (v.11). Há ainda muitas controvérsias. Como a vida não se estende além das águas da salvação que fluem do Templo, talvez a morte continue nesses buracos salinos (Is 66.24; Jr 30.23,24; Ap 20.10). A descrição do Milênio em Isaías indica haver pecado e morte em escala reduzida, nascimento e envelhecimento (Is 65.20-23). Mas há quem afirme que esses charcos serão de grande utilidade para economia por causa da abundância das riquezas minerais, até para o tempero, como o sal para os sacrifícios (Ez 43.24), mas não há unanimidade sobre nenhum desses pensamentos.

COMENTÁRIO

A área do mar Morto era (é) uma fonte de sal e de outros minerais; caso se tornasse água doce, haveria perda. Para evitar isto, as águas vivas não tocam certos pântanos, e as águas estagnadas e, por issó, são fonte de sal e de outros minerais. O autor não se preocupa em informar a porcentagem das águas que ficariam salgadas, mas entendemos que seria o suficiente. A metáfora espiritual não precisa de detalhes precisos. Este versículo ensina que Deus supre todas as necessidades, de todos os tipos, dependendo das circunstâncias de cada pessoa. Cf. Apo. 22.11.

Uma aplicação absurda é aquela do calvinismo extremo, que declara que é para vantagem divina que alguns homens permanecem nos seus pecados, porque Deus aproveita também esta situação (“Quem é injusto, faça injustiça ainda”; Apo. 22.11). As áreas salgadas não têm nada que ver com almas perdidas. Também não falam de hereges e apóstatas. Aprendemos, em vez de tais absurdos, que: O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3355.

 

SINOPSE III

A abundância de árvores como resultado das bênçãos das águas purificadoras na região do Mar Morto é a prova da nova realidade milenial.

 

AUXILIO TEOLÓGICO

SARANDO O MAR MORTO

”[47.8,9] – O vale do Jordão é a depressão geológica na qual o mar Morto se encontra. Esse mar tem uma água tão salgada que não há vida nela. As águas que vinham do altar desaguavam no mar Morto, sarando-lhe, de modo que a vida era novamente possível nele. Esta é outra característica da água que flui do Templo de Deus; ela dá vida. O poder de Deus pode transformar-nos, não importa quão apáticos ou corruptos possamos ser. Seu poder pode curar até mesmo aqueles que se sentem confusos e sem esperança” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1084).

 

CONCLUSÃO

As águas terapêuticas do rio da visão de Ezequiel saem de debaixo do umbral e as águas cristalinas que saem do trono de Deus e do Cordeiro, em Apocalipse, apontam para Cristo e o Espírito Santo. É significativa a presença do rio no Éden, no princípio. No relato da criação e do rio da vida no mundo vindouro, o rio da visão de Ezequiel fica entre eles, ou seja, entre o primeiro e o último. Vemos, em tudo isso, a restauração escatológica da terra e a efusão do Espírito sem medida.

COMENTÁRIO

O profeta viu um rio a emergir de debaixo da porta do templo e a correr para o leste (1), deixando a área do templo justamente abaixo da porta oriental. (Note-se que Ezequiel teve de fazer um atalho para atingir aquele local; ver Ez 44:1-2). Passando ao longo de suas margens, ele traçou seu curso até que, deixando de ser um mero filete de água (3), ele se tornou um rio profundo (5). Naquele terreno, anteriormente desértico, havia abundância de árvores de cada margem do rio (7), que produziam um ciclo perpétuo de frutos e folhas com propriedades curativas (12). A água do rio era notável, tornando doces até mesmo as águas do mar Morto, e permitindo a multiplicação de peixes por onde quer que fluísse (8-10), um particular que indubitavelmente faz referência ao fato que os peixes levados pelo Jordão abaixo, até o mar Morto, são lançados mortos nas praias deste.

A descrição deve ser entendida literalmente, mas é possível, igualmente, que sua intenção tenha sido mostrar que a fonte da bênção à nação, na Nova Era, não será outra senão o próprio Jeová em Seu santuário. Muitas outras lições podem ser aprendidas pelo crente cristão, visto que o apóstolo João, no Apocalipse do Novo Testamento, empregou, caracteristicamente, suas figuras, a fim de retratar as bênçãos espirituais da Igreja na era da consumação (Ap 22.2).

Pr Francisco Barbosa, Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande-PB

 

REVISANDO O CONTEÚDO

Onde nasce o rio das águas vivificadoras?

® O rio flui debaixo do umbral do templo (Ez 47.1).

Por que o cicerone celestial contornou o novo templo com Ezequiel?

® Porque a porta oriental estava fechada: “Esta porta estará fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor, Deus de Israel, entrou por ela; por isso, estará fechada” (44.2).

O que significa “imerso nas águas” ou ”cheio do Espírito Santo”?

® Ser cheio do Espírito Santo é uma expressão que indica estar o cristão nos domínios do Espírito (At 4.8; Ef 5.18).

O que significa o surgimento de “abundância de árvores” numa terra estéril?

® Resultado das bênçãos das águas vivificadoras.

O que acontecerá com as águas do Mar Morto com a chegada das águas vivificadoras?

® A chegada das águas vivificadoras do templo revive o mar Morto e o resultado é a grande multiplicidade de peixes como no mar Mediterrâneo, o “mar grande” (v.10).