1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da Cristo —
Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José Gonçalves
Lição 12
25 de Março de 2018
Exortações Finais na Grande
Maratona da Fé
Texto Áureo
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Verdade Prática
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“Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados
de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que
tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está
proposta” (Hb 12.1).
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Assim como um atleta, o cristão corre a grande maratona
da fé.
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LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 12.1-8; 13.15-18.
Almeida Corrigida e Revisada Fiel
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Nova Versão Internacional
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King James Atualizada
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1 Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande
nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos
rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta,
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Portanto, também nós, uma vez
que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo
o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança
a corrida que nos é proposta,
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Portanto, também nós,
considerando que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas,
desembaracemo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e
corramos com perseverança a corrida que nos está proposta,
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2 olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que
lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à
destra do trono de Deus.
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tendo os olhos fitos em Jesus,
autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta,
suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de
Deus.
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olhando fixamente para o Autor
e Consumador da fé: Jesus, o qual, por causa do júbilo que lhe fora proposto,
suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de
Deus.
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3 Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores
contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.
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Pensem bem naquele que suportou
tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem
se desanimem.
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Refleti profundamente sobre
Aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra sua própria pessoa,
para que não vos fatigueis, tampouco desanimeis. As provas revelam o amor do
Pai
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4 Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.
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Na luta contra o pecado, vocês
ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue.
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Ora, na guerra contra o pecado
ainda não tendes resistido até o extremo de derramar o próprio sangue.
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5 E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos:
Filho meu, não desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele,
fores repreendido;
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Vocês se esqueceram da palavra
de ânimo que ele lhes dirige como a filhos: "Meu filho, não despreze a
disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão,
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E estais esquecidos da Palavra
de encorajamento que Ele vos dirige como a filhos: “Meu filho, não desprezeis
a disciplina do Senhor, nem desanimeis quando por Ele sois repreendido,
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6 porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por
filho.
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pois o Senhor disciplina a quem
ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho".
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pois o Senhor disciplina a quem
ama, e educa todo aquele a quem recebe como filho”.
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7 Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho
há a quem o pai não corrija?
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Suportem as dificuldades,
recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois, qual o filho
que não é disciplinado por seu pai?
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Suportai as dificuldades,
aceitando-as como disciplina; Deus vos trata como filhos. Ora, qual o filho
que não passa pela correção do seu pai?
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8 Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos
participantes, sois, então, bastardos e não filhos.
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Se vocês não são disciplinados,
e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são filhos legítimos,
mas sim ilegítimos.
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Mas, se estais sem orientação,
da qual todos se têm tornado participantes, então não sois filhos legítimos,
mas bastardos.
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Hebreus 13.15-18
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15 Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor,
isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.
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Por meio de Jesus, portanto,
ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de
lábios que confessam o seu nome.
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Sendo assim, por intermédio
dele, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é o fruto
de lábios que confessam o seu Nome.
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16 E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais
sacrifícios, Deus se agrada.
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Não se esqueçam de fazer o bem
e de repartir com os outros o que vocês têm, pois de tais sacrifícios Deus se
agrada.
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De igual modo, não
negligencieis a contínua prática do bem e a mútua cooperação; pois é desses
sacrifícios que Deus muito se alegra.
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17 Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por
vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com
alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.
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Obedeçam aos seus líderes e
submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar
contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um
peso, pois isso não seria proveitoso para vocês.
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Sede obedientes aos vossos
líderes espirituais e submissos à autoridade que exercem. Pois eles zelam por
vós como quem deve prestar contas de seus atos; para que ministrem com
alegria e não murmurando, porquanto desta maneira tal ministério não seria
proveitoso para vós outros.
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18 Orai por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles
que em tudo querem portar-se honestamente.
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Orem por nós. Estamos certos de
que temos consciência limpa, e desejamos viver de maneira honrosa em tudo.
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Orai por nós, pois temos
certeza de caminhar com a consciência limpa, e desejamos viver de modo
honrado em relação a todas as áreas da vida.
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Comentário
INTRODUÇÃO
Os dois
capítulos finais da Carta aos Hebreus constituem-se como um dos mais fortes
apelos exortativos de toda a epístola. A exortação, que começa no capítulo 12,
é que cada um corra a “maratona da fé” que está proposta. A palavra grega agon
traduzida como “carreira” tem o sentido de luta, conflito, esforço e corrida.
No capítulo 11 o autor havia falado das promessas de Deus como o alvo a ser
alcançado, agora ele coloca o cristão dentro da maratona da fé, correndo rumo a
essa meta. Como toda corrida, é preciso fazer os preparativos necessários. E
isso tem uma razão de ser — toda corrida, especialmente a maratona, demanda
algum tipo de esforço e sofrimento. O sofrimento aparece como algo intrínseco
da corrida, já que ela exige uma vida disciplinada. Todavia, nada disso deve
servir de desmotivação, já que estamos numa pista onde outros, bem antes de
nós, também já trilharam. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)
Chegamos ao final deste primeiro
trimestre, este é o momento de realizarmos uma revisão geral do tema abordado
ao longo do trimestre para uma melhor fixação. A vida cristã implica trabalho
árduo. Requer que deixemos de lado tudo o que representa perigo para nosso relacionamento
com Deus, correr com paciência e fazer frente ao pecado no poder do Espírito
Santo. Para viver com eficiência esta vida, devemos fixar nossos olhos em
Cristo. Os olhos são o espelho da alma (Mt 6.22; Lc 11.34) e precisamos
dominá-los (Jó 31.1; Sl 119.37; Mt 5.28) e não apenas dominá-los, mas fixá-los
naquele que sofreu o opróbrio da cruz - o morrer crucificado era a morte mais
ignominiosa e cruel que se podia imaginar (Hb 2.10; 5.8-9). Muitos crentes
vivem como se estivessem numa corda bamba, apartam o olhar da cruz
ensangüentada e passam a fixar os olhos em si mesmos ou contemplam as
circunstâncias que os rodeiam. Devemos correr para participar da carreira de
Cristo, não na nossa, e sempre devemos fixar nosso olhar nEle, afinal, esta
"tão grande nuvem de testemunhas",
composta de pessoas que se mencionaram no capítulo 11, nos servem de estímulo
por sua fidelidade. Não lutamos sozinhos nem somos os primeiros a militar com
os problemas que confrontamos. Outros já batalharam as mesma lutas,
prosseguiram na carreira e ganharam os louros da vitória; seu testemunho nos
anima também a correr com a certeza da vitória, dado este legado tão
inspirador!
Quando enfrentamos dificuldades e
desalento, é muito fácil perder a perspectiva global. Mas não estamos sozinhos;
há ajuda. Muitos conseguiram vencer ao longo da vida e em forma constante e em
circunstâncias muito mais difíceis das que estamos experimentando. O sofrimento
é o campo de adestramento para alcançar a maturidade cristã. Desenvolve nossa
paciência e converte em agradável nossa vitória final. Vamos pensar maduramente a fé cristã?
TÓPICO l - A CORRIDA PROPOSTA
1. O exemplo dos antigos. Muito embora o autor fale sobre o futuro, ele o
faz com um olhar no passado. A “grande nuvem de testemunhas” (Hb 12.1) é uma
referência aos heróis da fé aos quais ele se referira no capítulo 11. Aqueles
homens e mulheres de Deus do mundo antigo também entraram na corrida. Eles
correram, e correram tão bem, que por essa razão tinham agora suas vidas como
exemplos. Suas vidas e exemplos devem servir de motivação a todo que se propõe
a entrar na corrida. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)
“[...]
referindo-se certamente aos heróis da fé no Antigo Testamento, citados no
capítulo 11, e provavelmente aos seus equivalentes no Novo Testamento. Mas em
que sentido eles são “testemunhas”? O autor provavelmente está se referindo ao
testemunho que eles deram sobre a terra. Poderíamos incluir os cristãos mortos
que estão nos assistindo do céu? Teoricamente, penso que sim, porque lemos que
estamos “rodeados” por eles, sugerindo inúmeras fileiras repletas de
espectadores empolgados no anfiteatro local. Lembrar-se dos espectadores
significa inspirar-se neles para buscar um melhor desempenho.” (Correndo a corrida cristã - por John Stott, em ‘A
Bíblia Toda, o Ano Todo’. Disponível em: https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/correndo-corrida-crista-por-john-stott.html. Acesso em: 18 mar, 2018)
O autor de Hebreus finaliza a
epístola nos levando a outros aspectos da vida cristã, ressaltando que estamos
rodeados por aqueles heróis diante do Todo-poderoso que testemunham a sua
fidelidade. A palavra testemunha, originalmente martys, denota a experiência dos antepassados da fé. Por outro lado,
podemos dizer que em nossa carreira cristã estamos sendo observados por muitas
testemunhas. Umas visíveis: os homens, crentes e descrentes; outras,
invisíveis: os anjos e os demônios. (Sl 34.7; Hb 1.13,14; 1 Pe 5.8.) Diante
dessa realidade devemos ter muito cuidado com o nosso comportamento.
2. O exemplo de Jesus. O autor faz um apelo para que os crentes olhem
“para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava
proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do
trono de Deus” (Hb 12.2). Essas palavras devem ser lidas a partir do contexto
do primeiro século. O judaísmo, como uma religião milenar, possuía um sistema
cerimonialista muito rígido. Esse ritualismo quando contrastado com a fé
cristã, ainda embrionária, gerou fortes conflitos. Muitos crentes não
demonstravam convicção suficiente para suportar essa pressão e, por isso, esses
crentes abandonavam a nova fé ou voltavam para o antigo sistema que haviam
abandonado. O autor apela então para o exemplo de Jesus, que mesmo suportando a
afronta, a vergonha e a ignomínia, não abandonou a carreira que lhe fora
proposta. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)
Numa corrida de resistência, o
atleta fixa o olhar para frente, caso contrário, poderá perder o tempo e o
rumo. Na vida cristã, mais ainda, o crente não pode perder de vista o alvo,
Jesus. Ele é o autor e também o consumador de nossa fé. Deu-nos o exemplo,
suportando a cruz, desprezando a afronta, até assentar-se à direita de Deus, “pelo gozo que lhe estava proposto”. A
história da Igreja está cheia de exemplos de homens e mulheres, que
corajosamente desprezaram os prazeres e as glórias do mundo por amor a Cristo. O
verbo olhar – em olhando firmemente – é aphorontes
(Αφορωντες), que significa tirar a vista das coisas que estão perto e desviam a
nossa atenção e, conscientemente, fixar os olhos em Jesus como o nosso grande
alvo. Significa ainda interesse que absorve por completo, perfeitamente
expresso pelas palavras com olhos só para Jesus.
“A
expressão autor e consumador da nossa fé tem sido interpretada de várias
maneiras. A palavra traduzida como autor é archegon(Αρχηγος), líder, pioneiro,
sendo o mesmo vocábulo traduzido como capitão (da nossa salvação) em Hebreus
2.10 (KJ). A palavraconsumador é teleioten (τελειωτής), aperfeiçoador, que
completa (cp. Hb 10.14).
Em
olhando firmemente para Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé, o possessivo
nossa [que aparece nas versões KJ e na NVI, mas não na ARA e na ARC], antes de
fé, está em itálico ou entre parêntesis, pois no grego temos apenas a fé. No
entanto, não significa a fé no sentido objetivo, como o fundamento cristão, mas
subjetivo, como o princípio que rege o coração e a vida do ser humano.” (Hb 12.2, “autor e consumador da fé”? Disponível em: http://www.cacp.org.br/hb-12-2-autor-e-consumador-da-fe/.. Acesso em: 18
mar, 2018). Continue lendo este
excelente artigo aqui.
3. O exemplo da Igreja. A visão do autor em relação a seus companheiros de
caminhada é a mais realista possível. Ele não nega em nenhum momento
desconhecer a realidade pela qual eles estão passando. O sofrimento é uma
realidade implacável que os cerca. Contudo, o seu apelo é que eles vejam o
sofrimento por outro ângulo. Longe de ser um sinal de reprovação divina, o
sofrimento é tido pelo autor como um instrumento pedagógico usado por Deus. O
escritor volta-se para o Antigo Testamento onde esse ensino é bem claro (Hb
12.5,6). Por isso, ninguém na jornada da fé, quando surpreendido pelo
sofrimento, deve esmorecer e abandonar a corrida. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição
12, 25 Mar 18)
Em Hebreus 12 o autor exorta os
cristãos hebreus com respeito às aflições e encontra algumas semelhanças entre
os heróis da fé e Jesus. Os heróis elencados enfrentaram grandes lutas e
aflições através da fé, em parte porque foram exibidos como espetáculo ignominioso,
em parte porque se tornaram companheiros dos que foram alvos daquelas
tribulações. O autor esclarece, então, que da mesma forma, Jesus, em troca da
alegria que lhe estava proposta, suportou a ignominiosa cruz (Hb 12.2b) - Desprezar
a afronta não significa que Cristo a tinha por desprezível, mas por pequena,
comparada com a alegria que lhe foi proposta. No texto grego desta passagem, temos
a palavra anti (ἀντί), que significa dar em troca ou, especialmente
aqui, em consideração de.
“A disposição
ao sofrimento não é só para missionários e os que vivem em campos difíceis, a
Bíblia mostra que é uma marca de todo o sincero seguidor de Jesus.
Pedro ensina
que o sofrimento deve ser esperado como reação ao testemunho cristão, e que
isso não deveria causar medo ou autopiedade, mas alegria, por causa de sua
identificação com Cristo e porque esse sofrimento é controlado quanto ao tempo
e à extensão. (1 Pedro 4.12-19)”
(Aprendendo a sofrer como
cristão. Ultimato Online. Disponível em: http://www.ultimato.com.br/conteudo/aprendendo-a-sofrer-como-cristao. Acesso em: 18 mar, 2018)
TÓPICO II - CORREDORES BEM TREINADOS
1. Respeitam limites. O autor lembra a seus leitores: “Segui a paz com
todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Certo
autor ressalta que a santificação, como usada na Epístola, é principalmente um
termo ritual (Hb 10.14,22). Da mesma forma que, sob a Antiga Aliança, a pessoa
impura não poderia entrar num recinto sagrado para adorar, assim também sem
santidade a visão final de Deus será impossível (cf. Mt 5.8). O pensamento se
volta aqui, porém, para a prática da santidade e da moral. “Corredores” bem
treinados respeitam limites. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)
No capítulo 12, o autor da carta coloca
a santificação em posição proeminente, exortando a priorizá-la, almejá-la e
persegui-la (Hb 12.14). O que temos aqui é a ideia de algo que deve ser buscado
com firmeza de propósito e determinação. É parte integrante dos planos eternos
de Deus que alcancemos a santificação plena, aqui entra a pedagogia divina para
atingirmos esse objetivo: “É para
disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que
o pai não corrige?” (Hb 12.7). Tão importante é esse princípio que ele é repetido
no versículo 10: “Deus, porém, nos
disciplina para aproveitamento”.
“3. Siga a
paz (Hb 12.14)
Esforçar-se
em prol da paz é dever de todos. Compartilhar com o próximo a paz que temos em
Deus faz parte do processo da nossa santificação (cf. Rm 12.17-20). A paz que
domina o coração do cristão deve, também, guiar o seu relacionamento
interpessoal. “Aparta-te do mal” (Sl 34.14).
4. Busque a
santidade (Hb 12.14)
Santificação
é separação do pecado para Deus; sugere pureza de alma, consagração, desvio de contendas,
da imoralidade, da incredulidade e de qualquer tipo de idolatria; é
indispensável para um viver vitorioso e agradável a Deus; deve ser buscada
constantemente, pois só a santificação corrige as imperfeições geradas pelo
pecado e leva o homem a participar da própria santidade de Deus: “… Deus,
porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua
santidade” (Hb 12.10).” (Chamado à Santificação. Ultimato Online.
Disponível em: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/chamado-a-santificacao/. Acesso em: 18 mar, 2018)
2. Mantêm a mente limpa. Com o texto de Deuteronômio 29.18 em mente, o
autor fala em tom exortativo do “cuidado” que deveriam ter a fim “de que
ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando,
vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (Hb 12.15). Moisés havia
advertido o antigo Israel sobre os males da idolatria e seu fruto amargo, a
apostasia. Alguém contaminado com a erva daninha da apostasia sem dúvida
contaminaria toda a comunidade. A única forma de se manter livre desse mal era
manter uma mente sóbria, limpa pela Palavra de Deus. Dessa forma era possível
não permitir que o grupo fosse contaminado. Ninguém com raiz de amargura no
coração consegue fazer com êxito a caminhada da fé. “Corredores” bem treinados
mantêm a mente limpa. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)
Ora, pelo que já vimos até aqui,
podemos entender que santificação
pressupõe vigilância pessoal e propósito firme para o combate a qualquer raiz
que possa produzir amargura (cf. Dt 29.16-19). O perigo que aqueles crentes corriam
é que viessem a abandonar a fé em Cristo, uma ação descrita no versículo 15
como separando-se da graça de Deus. Neste texto o autor deixa claro o papel de
cada crente em relação ao outro: “Atentar
diligentemente para que ninguém seja faltoso” (15). É a consciência de que
o Corpo só poderia estar bem se individualmente as pessoas estiverem bem.
“6. Cuidado
com as escolhas (Hb 12.15-18)
Aquele que
se desvia da graça é comparado a Esaú, que trocou seu direito de primogenitura
por um repasto. “Sua estultícia em trocar seu privilégio como filho primogênito
veio a ser um exemplo de todos aqueles que colocam vantagens materiais ou
sensuais antes da sua herança espiritual” (Guthrie, p.242). Segundo alguns
comentaristas, a palavra “profano” pode ser entendida como irreligioso – alguém
que caminha na contramão da espiritualidade.
A terrível
escolha de Esaú não podia ser desfeita: “não achou lugar de arrependimento” (Hb
12.17). Escolhas erradas podem deixar marcas irreversíveis naqueles que se
apartam da “graça de Deus”.]”.
(Chamado à Santificação.
Ultimato Online. Disponível em:
http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/chamado-a-santificacao/.
Acesso em: 18 mar, 2018)
3. Valorizam as coisas espirituais. O autor exorta seus irmãos de fé a valorizarem as
coisas espirituais. Se alguém está regredindo e voltando atrás é porque não
está dando o real valor a salvação recebida. O exemplo vem de Esaú, filho de
Isaque e irmão de Jacó: “E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que,
por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura” (Hb 12.16). De acordo com
o livro de Gênesis, Esaú era um indivíduo mais preocupado com as coisas
terrenas do que com as celestiais (Gn 25.29-34; 27.33,38). Não hesitou em trocar
o seu direito de primogenitura por uma simples refeição. Esse fato revela a
mente mundana que ele possuía. A indiferença religiosa conduz à apostasia
espiritual e, muitas vezes, fica tarde para se arrepender! “Corredores” bem
treinados valorizam as coisas espirituais. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25
Mar 18)
É curioso que aqui, ao ensinar
sobre como deveria ser a comunhão entre eles, sobre santificação, o autor
adverte para que não estejam agindo como Esaú. Esaú tinha um caráter profano,
ou falta de reverência pelas coisas de Deus, de tal modo que ele foi incapaz de
arrependimento autêntico. Ele chorou pelo que havia perdido (a bênção), e não
pelo pecado que tinha cometido (Gn 25ss). Ao contrário de Esaú temos de
valorizar aquilo que de fato é importante em nossa relação com Deus. [Teologia e Vida].
“enquanto
seguidores de Jesus Cristo é muito notório. Todos nós somos igualmente
herdeiros das bênçãos de Deus por meio de seu Unigênito Filho. Temos
consciência de nossa herança espiritual. Sabemos das bênçãos que nos reserva o
Evangelho e delas já somos participantes. Somos participantes da santidade de
Deus (Hb 12.10), somos participantes do Espírito Santo (Hb 6.4), somos participantes
de sua natureza divina (2Pe 1.4) e enfim, somos participantes dos inúmeros bens
espirituais do Evangelho (Rm 15.27).” (O exemplo trágico de Esaú: o menosprezo pelas coisas
espirituais. Observatório Teológico. Disponível em: http://observateologia.blogspot.com.br/2014/05/o-exemplo-tragico-de-esau-o-menosprezo.html.
Acesso em: 18 mar, 2018)
A história do Esaú nos
mostra que os enganos e pecados às vezes têm conseqüências a longo prazo (Gn 25.29-34;
Gn 27.36). Nem sequer o arrependimento e o perdão eliminam as conseqüências do
pecado. Com que freqüência toma decisões apoiadas no que quer agora, e não no
que necessita a longo prazo? Avalie os efeitos a longo prazo de suas decisões e
ações!
CONHEÇA MAIS
Correr
“1. Trechõ (τρέχω),
‘correr’, usado: (a) literalmente (por exemplo, Mt 27.48); dramõn, particípio
aoristo, proveniente de um verbo obsoleto dramõ, mas suprindo certas formas
ausentes do verbo trechõ, literalmente, ‘tendo corrido, correndo’, expressivo
da determinação do ato; a mesma forma no indicativo é usada, por exemplo, em Mt
28.8; nos Evangelhos, só é usado o significado literal; em outros lugares,
ocorre em 1Co 9.24 (duas vezes na primeira parte); Ap 9.9; (b) metaforicamente,
para ilustrar ‘corredores’ numa corrida, acerca da rapidez ou esforço em
atingir um fim (Rm 9.16) [...]; 1Co 9.26; Hb 12.1, alude à atividade
perseverante no trajeto cristão com vistas a obter recompensa”. Para conhecer
mais leia Dicionário Vine, CPAD, p.512.
TÓPICO III - A CORRIDA FINAL, EXORTAÇÕES
FINAIS
1. Valorizar a liderança. Uma das exortações e advertências que mais se
repete nesse capítulo é feita em relação ao respeito devido aos líderes da
comunidade cristã. A expressão grega no texto de Hebreus para o exercício da
liderança é traduzida como pastor, chefe ou líder e ocorre seis vezes nessa
carta, sendo três delas neste capítulo (Hb 13.7,17,24). Essa palavra é
igualmente usada em Atos 7.10 para falar sobre José como governador do Egito. O
autor pede que os cristãos não se esqueçam do trabalho que os líderes
espirituais realizaram em prol deles (Hb 13.7). A natureza da missão a eles
confiada pertence a outra dimensão, isto é, a espiritual (Hb 13.17). Onde não
há respeito pela liderança, prevalece a anarquia. Os líderes não são intocáveis
nem tampouco perfeitos, mas devem ser honrados pelo trabalho que realizam (1Ts
5.12,13), bem como devem ser lembrados por isso (Hb 13.24). (LB CPAD, 1º Trim
2018, Lição 12, 25 Mar 18)
É árdua a tarefa dos líderes da
igreja em ajudar-nos até que alcancemos a maturidade em Cristo. O crente que
colabora vai facilitar um pouco este árduo trabalho. Qual tem sido nossa
conduta cristã?
Em textos como Atos 20.28, 1
Pedro 5.1-3 e Hebreus 13.17, fica claro que os presbíteros são:
(a) pastores do rebanho de Deus. Eles devem cuidar,
guiar e alimentar o povo de Deus com a verdade de sua Palavra, assim como bons
pastores de ovelhas cuidam para que elas tenham pastos verdejantes e água
adequada.
(b) vigias que são responsáveis pela alma dos
homens, sendo obrigados a dar conta de sua supervisão.
(c) exemplo para o povo Deus, jamais agindo como
dominadores (1Pe 5.1ss).
“Quando
os membros se recusam a obedecer e não respeitam seus líderes, o trabalho na
igreja se torna um grande peso. Os membros devem entender que nem eles nem os
líderes são donos da igreja. A igreja pertence a Jesus Cristo, a quem os
leitores são responsáveis. Ao dificultar o trabalho e a vida dos líderes, eles
serão os perdedores. Os líderes podem testificar diante do Senhor que
advertiram a pessoa desviada, que escolheu não abandonar o pecado. Essa pessoa
morrerá em seu pecado, mas os líderes estão livres da culpa (Ez 3.19). No final
das contas, então, o Senhor vinga e julga seu povo (Hb 10.30; Dt 32.35,36; Sl
135.14). De maneira pastoral e prudente, o escritor de Hebreus observa que um
relatório triste, ao invés de alegre, sobre a conduta espiritual dos leitores
não será vantajoso para nenhum deles”. (Obedeçam a Seus Líderes. Click Teológico. Disponível em: http://clickteologia.blogspot.com.br/2010/01/xxxxi-obedecam-seus-lideres.html.
Acesso em: 18 mar, 2018)
2. Valorizar a doutrina. Desde os primórdios a Igreja foi tentada a se
desviar da verdade. Doutrinas falsas sempre estiveram à espreita. Aqui não foi
diferente (Hb 13.9). É impossível precisarmos que tipo de doutrina associada ao
uso de alimentos o autor estivesse falando, mas o contexto do Novo Testamento
revela que esse fato não era estranho para os cristãos (Rm 14.1-4; 1Co 8.1; Cl
2.21). O certo é que o autor exorta os crentes a firmarem-se na Palavra de Deus
para se manterem e não se enredarem para aquilo que era de natureza meramente
material, ritual e externa. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)
Sabemos que a Igreja Primitiva
sofreu ataques de falsos mestres, do gnosticismo, dos judaizantes. O autor aqui
parece estar falando sobre o que alguns ensinavam, que para ser salvo era
necessário observar os rituais e cerimoniais do Antigo Testamento (judaizantes são pessoas que, não sendo
geneticamente israelitas, nem tendo passado por uma conversão informal ao
judaísmo, seguem partes da religião e tradição judaicas sendo consideradas
seitas pelo judaísmo autêntico. Leia aqui
sobre ‘Os judaizantes da atualidade!
Quem são eles?’). Mas essas leis foram inúteis
para conquistar os pensamentos e maus desejos de uma pessoa (Col_2:23). As leis
podem influir na conduta de uma pessoa mas não podem trocar o coração. As
mudanças definitivas na conduta de cada pessoa começam quando o Espírito Santo
vive no coração. Sobre os Inimigos da Cruz de Cristo na atualidade, leia
aqui.
3. Valorizar a adoração. O autor havia falado à exaustão nos capítulos
anteriores sobre o sistema de sacrifício levítico. A Nova Aliança tornara
totalmente dispensável tal sistema. Em Cristo, sob a Nova Aliança, os
sacrifícios são de outra natureza e acontecem em outra dimensão (Hb 13.15).
Louvor, adoração e ação de graça são formas legítimas de sacrifícios na Nova
Aliança. O serviço a favor dos santos e a comunhão são também lembrados como
uma poderosa forma de adorar a Deus (Hb 13.16). Adorar não é apenas “cantar”,
mas “sacrificar”. Infelizmente, é possível termos muita música e não termos
nenhuma adoração. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)
Como estes cristãos judeus,
devido a seu testemunho em favor do Messias, não puderam seguir adorando com
outros judeus, deviam considerar o louvor e os atos de serviço como seus
sacrifícios; os que podiam oferecer em todo lugar, em todo tempo. Isso devesse
lhes recordar as palavras do profeta Oseias: "Tira toda a iniqüidade, e
aceita o que é bom; e ofereceremos como novilhos os sacrifícios dos nossos
lábios.” (Os 14.2). Um "sacrifício
de louvor" hoje poderia incluir: gratidão a Cristo por seu sacrifício
na cruz e o dizer-lhe a outros. Agradam a Deus sobre tudo os atos de bondade e
de ajuda mútua, mesmo que passem inadvertidos para outros.
Hebreus 13:15 - Comentado por
Matthew Henry:
“As instruções e o exemplo dos
ministros que terminaram seus testemunhos em forma honorável e consoladora,
devem ser lembrados em particular por aqueles aos quais lhes sobrevêm. Mesmo
que alguns de seus ministros estavam mortos, outros moribundos, ainda assim a
grande Cabeça e Sumo Sacerdote da Igreja, o Bispo de suas almas, vive sempre e
sempre é o mesmo. Cristo é o mesmo da época do Antigo Testamento e do
Evangelho, e sempre será assim para seu povo: igualmente misericordioso,
poderoso e absolutamente suficiente. Ele ainda satisfaz o faminto, alenta o
trêmulo e dá as boas-vindas aos pecadores arrependidos; ainda rejeita o soberbo
e o da justiça própria, aborrece a pura confissão e ensina a todos os que salva
a amar a justiça e odiar a iniqüidade.
Os crentes devem procurar que
seus corações estejam estabelecidos pelo Espírito Santo em uma dependência
simples da livre graça, que consolará seus corações e os fará resistentes ao
engano.
Cristo é nosso Altar e nosso
Sacrifício; Ele santifica o dom. A Ceia do Senhor é a festa da Páscoa do
evangelho.
Tendo mostrado que manter a lei
levítica conforme a suas próprias regras, impediria que os homens fossem ao
altar de Cristo, o apóstolo agrega: Saiamos, pois, a Ele, fora do acampamento,
fora da lei cerimonial, do pecado, do mundo e de nós mesmos. Vivendo por fé em
Cristo, separem-se para Deus por meio de seu sangue, separemo-nos
voluntariamente deste mundo malvado. O pecado, os pecadores, a morte, não
deixarão que continuemos aqui por muito tempo mais; portanto, saiamos agora
pela fé e busquemos em Cristo o repouso e a paz que este mundo não nos pode
proporcionar. Levemos nossos sacrifícios a este altar e a este nosso Sumo
Sacerdote, e ofereçamo-lo por seu intermédio. Sempre devemos oferecer o
sacrifício de louvor a Deus. Nestes contam-se o louvor, a oração e a ação de
graças.”
CONCLUSÃO
Nesta lição
vimos que o autor se vale de uma metáfora — a maratona praticada no mundo
antigo, para através dela contrastar a grande corrida da fé. Quando alguns
crentes davam sinais de cansaço e fadiga espiritual, o autor de Hebreus
exortava-os a imitar os grandes campeões da fé. Ninguém vence uma corrida sem
que para isso não tenha de se sacrificar. O sofrimento é inevitável, mas o
resultado alcançado por aqueles que ousam perseverar é infinitamente
recompensador. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)
“Metáfora é uma figura de
linguagem onde se usa uma palavra ou uma expressão em um sentido que não é
muito comum, revelando uma relação de semelhança entre dois termos. Metáfora é
um termo que no latim, "meta" significa “algo” e “phora” significa
"sem sentido"”.[Significados].
O autor de Hebreus usando a metáfora de uma maratona e de um estádio cheio de
torcedores, encorajou seus leitores a perseverar e manter-se fiéis, mesmo
diante das perseguições e provações. Ao longo do texto sagrado é constante a
exrtação: Não desista! Mantenha a sua atenção na linha de chegada! Finalize a
corrida (1Co 9.24-27; Fp 3.13,14; 2Tm 4.7; Hb 12.1,2). Entenda que da mesma
forma que numa prova de maratona, a corrida espiritual que nos foi proposta precisa
de determinação. O sofrimento de um maratonista é o esgotamento físico, e ele
se sujeita a isso, com todos os riscos, por que tem um objeto. O maratonista
cristão tem seu foco, seu alvo, seu objetivo: o céu. “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a
perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?” (Rm 8.35).
"Irmãos,
quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que,
esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante
de mim,"; "Prossigo para o
alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Fp
3.13,14). Vivamos o hoje intensamente para preparação do dia de amanhã, que não
sabemos o que nos reserva, sabendo que temos um Guia e Protetor que não deixará
vacilar o nosso pé, nem dormirá na vigia que faz ao nosso redor!
“Achando-se as tuas palavras, logo as
comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo
teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Março de 2018
PARA REFLETIR
A respeito de Exortações Finais na Grande Maratona
da Fé, responda:
A quem o
autor se refere ao falar da “grande nuvem de testemunhas”?
A “grande nuvem de testemunhas” (Hb 12.1) é uma referência aos heróis da
fé aos quais ele se referia no capítulo 11.
Como o autor
de Hebreus vê o sofrimento?
Ele vê o sofrimento como um instrumento pedagógico usado por Deus.
Qual texto o
autor tinha em mente ao falar de “raiz de amargura”.
Ele tinha em mente o texto de Deuteronômio 29.18.
De acordo
com o livro de Gênesis, como era Esaú?
De acordo com o livro de Gênesis, Esaú era um indivíduo mais preocupado
com as coisas terrenas do que com as celestiais.
Quais são as
formas de adoração apresentadas pelo escritor aos Hebreus?
Louvor, adoração e ação de graça são formas legítimas de sacrifícios na
Nova Aliança. (LB CPAD, 1º
Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O chamado a perseverar como filhos (12.1-13)
O vínculo entre a fé e a
perseverança (ou paciência) no capítulo 11 torna-se a plataforma para o chamado
à perseverança em 12.1-13. Em 11.40, duas frases sinalizam o retorno à
aplicação pessoal para os leitores originais e para nós: ‘Alguma coisa melhor a
nosso respeito’ e ‘para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados’. Tendo
descrito a história e os triunfos espirituais dos antigos santos, que se
tornaram possíveis causas de sua fé e perseverança, o autor novamente enfoca o
desafio que seus leitores têm de serem firmes na fé e perseverantes para
suportar as provas (cf. 12.1-3,7 com 10.32,36). Ele desenvolve três incentivos
principais que deveriam inspirar seus leitores a perseverarem como crentes no
Senhor:
• O incentivo do exemplo
de seus antepassados (21.1);
• O incentivo do exemplo
de Cristo (21.2,3);
• O incentivo do
relacionamento do Pai-Filho que tinha com Deus (12.4-11)” (ARRINGTON, French
L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª
Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1630)..
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Apegar-se ao ensino sadio do evangelho (13.7-12)
Os próximos três versos
devem ser vistos como uma unidade de pensamento, sendo 13.8 a ponte entre 13.7
e 13.9. Jesus Cristo é o enfoque invariável da mensagem do evangelho (13.8),
que foi fielmente pregado por seus líderes originais (13.7) e que deve
permanecer de acordo com o padrão da verdade, pelo qual todos os ensinos serão
julgados (13.9).
‘Lembrai-vos (uma ênfase
na continuidade no tempo presente, isto é, continue lembrando) dos vossos
pastores, que vos falaram (no passado, isto é, antigos líderes) a Palavra de
Deus’ (13.7). Por três vezes neste capítulo o escritor menciona os líderes espirituais
dos leitores (13.7, 17,24). Em todas, é utilizado o termo begoumenoi, que se
refere a homens de autoridade em uma posição de liderança. Em 13.7, os leitores
devem obedecer aos seus líderes, e em 13.24, o autor envia suas saudações a
todos os líderes; em ambos os versos o autor se refere aos líderes atuais. Em
13.7, porém, são seus antigos líderes que devem ser lembrados. São recordados
dois fatos importantes a respeito destes antigos líderes.
1) Proclamaram ‘a palavra
de Deus’ (13.7); isto é, eram homens de autoridade espiritual em virtude de se
manterem enfocados na Palavra de Deus. É mais provável que a igreja, que reunia
em uma casa, à qual a carta aos Hebreus foi enviada tenha sido fundada como
resultado da pregação e do ministério de ensino destes líderes.
2) Eram homens de ‘fé’
(13.7), cuja qualidade de fé e modo de vida exemplar os colocaram ao lado dos
heróis da fé, sob a antiga aliança (veja 11.4-38). Sua vida e fidelidade a
Cristo eram tão exemplares que o autor agora exorta os leitores a ‘imitarem’
sua fé. Existe mais poder no testemunho de uma pessoa que conhecemos ou vimos
do que quando apenas lemos ou ouvimos a seu respeito. A advertência a
considerar o resultado de suas vidas também aponta para o seu falecimento;
agora a totalidade de sua vida pode ser vista juntamente com seu triunfo final
de fé, na partida para estar com o Senhor” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD,
Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ:
CPAD, 2004, p.1645).
SUBSÍDIO DIDÁTICO
“A santidade na vida prática (12.14)
A santidade
não é algo opcional ou extra na vida cristã, mas algo que pertence à sua
essência. Somente aqueles que têm o coração puro verão a Deus; ninguém mais (Mt
5.8). Aqui (Hb 12.14), como no verso 10, trata-se da santidade na vida prática.
Deste modo, 12.14 começa exortando os crentes a procurarem verdadeiramente a
paz e a santidade como estilo de vida. Fazer todo o esforço possível (dioko)
transmite a ideia da diligência na busca da paz e da santificação, e não um esforço
que produz obras mortas e justiça própria.
Muitos
intérpretes entendem a busca da ‘paz’ em 12.14 como se referindo à paz com
todos (como na NVI). A preposição grega neste verso, é meta com o genitivo, que
traz um sentido de ‘junto com’ (cf. 11.9; 13.23). Deste modo, o termo ‘todos’
significa especialmente junto com ‘todos os outros crentes’ (cf. 13.24), que
também estão sendo exortados a procurar a paz de Cristo na comunidade. Como um
objeto direto do verbo dioko, a paz é vista como uma realidade objetiva ligada
a Cristo e à sua morte redentora na cruz, que torna possível a harmonia e a
solidariedade na comunidade cristã (cf. Cl 1.20).
Semelhantemente,
a ‘santidade’ é essencial para a comunidade cristã (cf. 12.15). O pecado divide
e contamina o Corpo de Cristo (a Igreja), da mesma maneira que o câncer faz com
o corpo humano. Procurar a santidade sugere um processo de santificação no qual
a nossa vida e nossa maneira de viver são separadas para Deus como santas e
como instrumentos de honra a Ele. Somos transformados conforme a semelhança de
Deus quando nos aproximamos e nos mantemos no Lugar Santíssimo de sua presença.
Na união e na comunhão com Deus, no Lugar Santíssimo, reside o poder da ‘paz’ e
da ‘santidade’” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1634).