3º Trimestre de 2017
Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos - Comentarista:
Esequias Soares
- Lição 4 -
23 de Julho de 2017
O Senhor e Salvador Jesus
Cristo
TEXTO ÁUREO
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VERDADE PRÁTICA
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"Disse-lhe Jesus:
Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por
mim." (Jo 14.6)
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Cremos no Senhor Jesus Cristo, o Filho
Unigênito de Deus, plenamente Deus, plenamente Homem e o único Salvador do
mundo.
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LEITURA DIÁRIA
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Segunda - Jo 3.16-18
Jesus é o Filho Unigênito de
Deus
Terça - Rm 1.3,4
Jesus é o verdadeiro
Deus e o verdadeiro homem
Quarta - Is 7.14; Mt
1.20,23
Jesus foi concebido
pelo Espírito Santo e nasceu da virgem Maria
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Quinta - Hb 10.12
A morte de Jesus foi
expiatória
Sexta - Rm 8.34
Jesus ressuscitou
dentre os mortos e intercede por nós
Sábado - At 1.9
Jesus subiu aos céus
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LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
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João 1.1-14
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1 NO princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no
princípio com Deus.
3 Todas as coisas
foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4 Nele estava a
vida, e a vida era a luz dos homens.
5 E a luz
resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 Houve um homem
enviado de Deus, cujo nome era João.
7 Este veio para
testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
8 Não era ele a luz,
mas para que testificasse da luz.
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9 Ali estava a luz
verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.
10 Estava no mundo, e
o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.
11 Veio para o que
era seu, e os seus não o receberam.
12 Mas, a todos
quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que
creem no seu nome;
13 Os quais não
nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de
Deus.
14 E o Verbo se fez
carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito
do Pai, cheio de graça e de verdade.
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HINOS SUGERIDOS: 41, 124, 533 da Harpa
Cristã
OBJETIVO GERAL
Explicar porque cremos que Jesus é o Filho
Unigênito de Deus, plenamente Deus e plenamente homem.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
·
(I) Compreender que Jesus é o Filho Unigênito de Deus;
·
(II) Mostrar
a deidade do Filho de Deus;
·
(III) Apresentar
a humanidade do Filho de Deus.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, nesta lição estudaremos a respeito do Homem mais
importante que já viveu nesta terra, Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus. O
seu nascimento foi e é um marco na história da humanidade. Depois da sua vinda
ao mundo a História passou a ser dividida em antes de Cristo e depois dEle. É
importante lembrar que quando Jesus veio ao mundo, a Palestina estava debaixo
do jugo romano. César Augusto era o imperador e os imperadores romanos eram
visto por todos como um deus. Porém, o Rei dos reis veio habitar entre nós. Ele
nasceu em um lugar simples, em um estábulo. Seu berço não foi de ouro, mas foi
uma simples manjedoura. Ele abriu mão de toda a sua glória para vir ao mundo
salvar todos os perdidos e revelar-se aos piedosos e às minorias.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Há inúmeros pontos da
cristologia dignos de ocupar a mente e o coração de todos os seres humanos. O
nosso espaço aqui é exíguo para um estudo completo. Temos de nos contentar com
alguns pontos relevantes sobre a verdadeira Identidade de Jesus. A provisão do
Antigo Testamento sobre a obra redentora de Deus em Cristo é rica em detalhes.
Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença e a obra de Cristo na
história da redenção, nas suas instituições e festas. O nosso enfoque aqui é a
verdadeira identidade Jesus. [Comentário: “Quem dizeis que eu sou?” (Mt 16.15). Pedro
confessou Jesus como o “Cristo, o Filho
do Deus vivo” (Mt 16.16) João falou de Jesus como “o Verbo” que se fez carne (Jo 1.14). Paulo descreve Jesus não só
como “a imagem do Deus invisível, o
primogênito de toda a criação” (Cl 1.15), mas também como “Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). Da mesma
forma, o autor de Hebreus identifica Jesus tanto como “o resplendor da glória de Deus” (Hb 1.3) e aquele que participou da
carne e do sangue (2.14). Depois de tocar em Cristo, Tomé memoravelmente
afirmou Jesus como seu “Senhor” e seu
“Deus” (Jo 20.28). No Antigo
Testamento, Isaías teve uma visão de Cristo em que ele o chama de “o Rei, o Senhor dos Exércitos” (Jo
12.41; ver Is 6.5), mas também é chamado de o Rei, o servo do Senhor que tinha
“nenhuma beleza havia que nos agradasse”
(Is 53.2). Cristologia é o estudo sobre Cristo; é uma parte da teologia cristã
que estuda e define a natureza de Jesus, a doutrina da pessoa e da obra de Jesus
Cristo, com uma particular atenção à relação com Deus, às origens, ao modo de
vida de Jesus de Nazaré, visto que estas origens e o papel dentro da doutrina
de salvação tem sido objeto de estudo e discussão desde os primórdios do
cristianismo. ‘Jesus’ quer dizer ‘YAHWEH é Salvador’; é a forma grega de ‘Josué’ (Mt 1.21). ‘Cristo’
quer dizer ‘Ungido’; é o mesmo que o
termo hebraico Messias.Toda a
cristologia é digna de ocupar a mente e o coração de todos os homens, não
apenas ‘inúmeros pontos’, contudo, já que o espaço é pouco, resta-nos uma
pergunta a fim de resumir esta doutrina: Quem é Jesus Cristo? Ele é a segunda
pessoa da Trindade. Através dele o universo foi criado e tem a garantia de sua
existência (Jo 1.3; Cl 1.16-17). Ele é o Anjo
do Senhor que aparece no Antigo Testamento (Gn 18). Esvaziou-se da sua
glória e se humilhou, tomando a forma de ser humano (Fp 2.6-11). Ele é o Deus Encarnado;
Foi certamente uma coisa maravilhosa para Deus vir para dentro do homem e
nascer da humanidade por meio de uma virgem. O nosso Deus tornou-se um homem!
Na criação, Ele era o Criador. Mas embora tivesse criado todas as coisas, Ele
não entrou em nenhuma das coisas que Ele criara. Mesmo ao criar o homem, Ele
somente soprou o fôlego de vida para dentro dele (Gn 2.7). Ele ainda estava
fora do homem. Seu sopro, de acordo com Jó 33.4, deu vida ao homem; entretanto,
Ele próprio não veio para dentro do homem. Até a encarnação, Ele estava
separado do homem. Mas com a encarnação, Ele pessoalmente entrou no homem. Ele
foi concebido e então permaneceu no ventre da virgem por nove meses, após o que
Ele nasceu. Segundo Romanos 8.3, Deus enviou Seu Filho ‘na semelhança da carne
do pecado’.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé
cristã?
PONTO CENTRAL
Cremos que Jesus é o Filho Unigênito de Deus, plenamente Deus e
plenamente homem.
I - O FILHO UNIGÊNITO DE DEUS
1. O Filho de Deus. O apóstolo João explica o motivo que o
levou a escrever o seu evangelho com as seguintes palavras: "Estes, porém,
foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para
que, crendo, tenhais vida em seu nome" (Jo 20.31). Temos aqui dois pontos
importantes. O primeiro é sobre a identidade de Jesus: Ele é o Cristo e o Filho
de Deus; o outro é o motivo dessa revelação, a redenção de todo aquele que crê
nessa verdade. É de toda importância saber o significado do título "Filho
de Deus". A profecia de Isaías anuncia: "Porque um menino nos nasceu,
um filho se nos deu" (Is 9.6). Note que o menino nasceu, mas o Filho, segundo
a palavra profética, não nasceu, mas "se nos deu". O nascimento desse
menino aconteceu em Belém, mas o Filho foi gerado desde a eternidade (Jo
17.5,24), pois transcende a criação: "E ele é antes de todas as coisas, e
todas as coisas subsistem por ele" (Cl 1.17). É como disse Atanásio, em
resposta aos arianistas, referindo-se à eternidade de Jesus: "o Pai não
seria Pai se não existisse o Filho". [Comentário: ‘Filho de Deus’ é o
título cristológico muitas vezes negligenciado, às vezes mal compreendido e
atualmente questionado. Embora a identidade de Jesus como ‘Filho de Deus’ seja
uma confissão de base para todo cristão, boa parte de sua importância é muitas
vezes negligenciada ou mal compreendida. ‘Àquele
a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque
disse: Sou Filho de Deus?’ (Jo 10.36). Jesus é chamado de 'ho huios tou theou', 'o Filho de Deus' e não 'theou huios', um 'filho de Deus'. Jesus
não é apenas "um filho de Deus", mas "o Filho de Deus", o
único (ver At 8.37; 9.20; 1Jo 4.15; 5.5; Jo 20.31); isso implica em igualdade
em essência com Deus Pai e revelação completa de Deus. “Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e, segundo a nossa lei,
deve morrer, porque se fez Filho de Deus” (Jo 19.7). Por que o fato de se
afirmar como ‘Filho de Deus’ seria considerado blasfêmia e digno de uma
sentença de morte? Os líderes judeus entenderam exatamente o que Jesus quis
dizer com a expressão ‘Filho de Deus’. Ser ‘Filho de Deus’ é ser da mesma
natureza de Deus. O ‘Filho de Deus’ é “de Deus”. A afirmação em ser da mesma
natureza de Deus, e de fato “ser Deus” era blasfêmia para os líderes judeus;
então exigiram a morte de Jesus. Hebreus 1.3 expressa isto muito claramente: “O qual (O Filho) sendo o resplendor da sua
glória, e a expressa imagem da sua pessoa...” Jesus não é Filho de Deus no
sentido como concebemos um pai e um filho. Deus não se casou e teve um filho.
Jesus é Filho de Deus no sentido que Ele
é Deus manifestado em forma humana (Jo 1.1,14).]
2. Significado. O significado do termo "filho"
nas Escrituras é amplo, e uma das acepções diz respeito à mesma natureza do pai
(Jo 14.8,9). Quando Jesus se declarou Filho de Deus, Ele estava reafirmado sua
divindade, e os judeus entenderam perfeitamente a mensagem (Jo 5.17,18). O Mestre
disse: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30). E, mais adiante, no mesmo
debate com os judeus, Jesus esclareceu o que significa ser Filho de Deus:
"àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas,
porque disse: Sou Filho de Deus?" (Jo 10.36). Alegar que Jesus não é Deus,
mas o Filho de Deus, como fazem alguns, é uma contradição. [Comentário: Esse nome é parte
da verdade bíblica de que Jesus Cristo é Deus, igual em todas as coisas ao Pai.
Embora muitos hoje neguem isso, mesmo os judeus incrédulos dos dias de Jesus
entenderam o que ele estava alegando. Quando ele se chamou de o ‘Filho de Deus’, eles pegaram pedras para
matá-lo por blasfêmia (Jo 8.59; Jo 10.30-42). Eles entendiam muito mais que a
maioria hoje. As seitas, a doutrina da unicidade, e outros ensinos
anti-trinitariamos lêem o nome o ‘Filho
unigênito de Deus’ e nem mesmo reconhecem o que ele significa. Ele deveria
ser a verdade para eles, ou a mais horrível blasfêmia, pois o nome o ‘Filho unigênito de Deus’ ensina sua
divindade ainda mais poderosamente que o nome ‘Filho de Deus’. Ele mostra que entre todos os filhos de Deus, Jesus
é único, o Filho eterno e natural de Deus. [...] Devemos entender que não
somente esse nome é uma tradução exata e literal do grego, mas é o nome com o
qual a igreja de Cristo tem defendido a verdade de sua divindade contra todos
os inimigos. Ele não deveria, portanto, ser tocado por aqueles que alegam estar
retraduzindo a Palavra de Deus mesmo que seus esforços sejam legítimos – embora
não creiamos que o sejam. Outro aspecto da grande verdade que Jesus é o Filho
unigênito de Deus é que sua filiação é a base e a razão para a nossa. Por essa
razão, ele é chamado também de o “primogênito” (Hb 1.6,12.23). Na Escritura o
primogênito é aquele que abre o ventre (Ex. 13.2). Como primogênito na família
de Deus, Jesus é aquele que abre o caminho do “ventre” da morte e da sepultura
para todos os seus irmãos, quando eles nascem de novo para a família de Deus
como filhos e filhas. Sem ele seríamos como filhos que na hora do parto não
podem nascer. Antecipando a sua obra como primogênito, todo primogênito era
especialmente dedicado a Deus no Antigo Testamento. Fonte (original): Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko,
Reformed Free Publishing Association, p. 124-125.]
3. Significado de "unigênito"
(v.14b). A etimologia do termo
"unigênito", monogenés, em grego, indica a deidade do Filho. Essa
palavra só aparece nove vezes no Novo Testamento, sendo três em Lucas (7.12;
8.42; 9.38), uma em Hebreus (11.17) e as outras cinco em referência a Jesus nos
escritos joaninos (Jo 1.14,18; 3.16,18; 1Jo 4.9). O vocábulo vem de monos, "único",
e de genes, que nos parece derivar de genós, "raça, tipo", e não
necessariamente do verbo gennao, "gerar". Então, unigênito, quando
empregado em relação a Jesus, transmite a ideia de consubstancialidade. É
exatamente o que declara o Credo Niceno: "E [cremos] em um só Senhor Jesus
Cristo, Filho de Deus, o Unigênito do Pai, que é da substância do Pai, Deus de
Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, de uma
só substância com o Pai". [Comentário: O termo ‘filho unigênito’ ocorre em João 3.16: ‘Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna’ (NVI). A expressão "unigênito" é a tradução da palavra grega monogenes. Ele não é um ser criado em Sua natureza divina como o
Filho. O Filho uniu-se à carne criada de Jesus Cristo. A Bíblia não propõe um
Arianismo. Jesus não é o primeiro ser criado – pelo contrário, Ele é o único
Ser auto-suficiente; o Deus sempiterno, infinito e ilimitado. Como os outros
nomes de Cristo, esse não é um nome que pode ser confessado de maneira
abstrata. A única forma de eu confessar esse nome é dizer que o Filho unigênito
de Deus é meu Deus. E dizer que ele é meu Deus é achar em sua divindade, como
ela é expressa de maneira única nesse nome, um fundamento seguro para crer nele
e esperar em sua misericórdia. No site Got Questions?Org Temos o seguinte: “É este último
termo ("unigênito") que causa problemas. Falsos mestres têm se
agarrado a essa expressão para tentar provar a sua falsa doutrina de que Jesus
Cristo não é Deus, isto é, que Jesus em sua essência não é igual a Deus como a
Segunda Pessoa da Trindade. Eles veem a palavra "unigênito" e dizem
que Jesus é um ser criado porque só alguém que teve um início em um certo
momento pode ser "unigênito". O que essa teoria deixa de destacar é
que "unigênito" é uma tradução de uma palavra grega. Como tal, temos
de avaliar o significado original da palavra grega, e não transferir o
significado da nossa língua ao texto. Então, o que monogenes significa? De
acordo com o Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early
Christian Literature (Léxico Grego-Inglês do Novo Testamento e outra Literatura
Cristã Primitiva, 3ª Edição), monogenes tem duas definições primárias. A
primeira definição diz respeito a "ser o único de seu tipo dentro de um relacionamento
específico." Este é o significado ligado ao seu uso em Hebreus
11:17, quando o escritor se refere a Isaque como o "filho unigênito"
de Abraão. Abraão tinha mais de um filho, mas Isaque era o único filho que
tinha com Sara e o único filho da aliança. A segunda definição diz respeito a
"ser o único de sua
espécie ou classe, único no gênero." Este é o significado implícito
em João 3:16. Na verdade, João é o único escritor do Novo Testamento que usa
esta palavra em referência a Jesus (veja João 1:14, 18; 3:16, 18; 1 João 4:9).
João estava mais preocupado em demonstrar que Jesus era o Filho de Deus (João
20:31), e usa esta palavra para destacar Jesus unicamente como o filho de Deus
– compartilhando da mesma natureza divina que Deus – ao contrário de crentes
que são filhos e filhas de Deus através da fé. No fim das contas, termos como
"Pai" e "Filho", descritivos de Deus e Jesus, são termos
humanos utilizados para nos ajudar a compreender a relação entre as diferentes
pessoas da Trindade. Se você puder entender a relação entre um pai humano e um
filho humano, então você pode entender, em parte, a relação entre a Primeira e
a Segunda Pessoa da Trindade. A analogia se desmorona se você tentar ir longe
demais e ensinar, como algumas seitas cristãs (tais como as Testemunhas de
Jeová), que Jesus era literalmente "unigênito", no mesmo sentido que "gerado"
ou "criado" por Deus Pai.” O que significa que
Jesus é o unigênito Filho de Deus?, disponível em: https://www.gotquestions.org/Portugues/filho-unigenito.html]
SÍNTESE DO TÓPICO I
Jesus Cristo é o Filho Unigênito de
Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Monogenés é usado cinco vezes,
todas nos escritos do apóstolo João, acerca de Jesus como o Filho de Deus; em
Hebreus 11,17 é traduzido por "unigênito", sobre a relação de Isaque
com Abraão.
Com referência a Jesus, a frase
'o Unigênito do Pai' (Jo 1.14), indica que, como o Filho de Deus, Ele era o
representante exclusivo do Ser e caráter daquele que o enviou. No original, o
artigo definido está omitido tanto antes de 'Unigênito' quanto antes de 'Pai',
e sua ausência em cada caso serve para enfatizaras características referidas
nos termos usados.
O objetivo do apóstolo João é
demonstrar que tipo de glória ele e seus companheiros apóstolos tinham visto.
Sabemos que ele não está fazendo somente uma comparação com as relações
terrenas, pela indicação da preposição para, que significa 'de, proveniente
de', A glória era de uma relação única e a palavra 'Unigênito' não implica um
começo de Sua filiação. Sugere, de fato, a relação, mas esta deve ser distinguida
da geração conforme é aplicada aos homens.
Podemos apenas entender
corretamente o termo 'unigénito' quando usados para se referir ao Filho, no
sentido de relação não originada. *A geração não é um evento no tempo, embora
distante, mas um fato independente do tempo. O Cristo não se tornou, mas
necessariamente é o Filho. Ele, uma Pessoa, possui todos os atributos da
deidade pura. Isto torna necessário a eternidade, o ser absoluto; sobre este
aspecto Ele não é 'depois' do Pai' (Dicionário Vine: O significado exegética e
expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento. 14,ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2011, p. 1045).
II- A DEIDADE DO FILHO DE DEUS
1. O Verbo de Deus (Jo 1.1). O "Verbo" é a Palavra, do
grego Logos. O termo "Deus" aparece duas vezes nessa passagem, uma
delas em referência ao Pai: "e o Verbo estava com Deus". Aqui temos
uma indicação do relacionamento intratrinitariano, ou seja, entre a Trindade,
antes mesmo da fundação do mundo. A preposição grega pros, usada para
"com" nessa segunda cláusula, diz respeito ao plano de igualdade e
intimidade, face a face, além de mostrar a distinção entre o Pai e o Filho, um
golpe mortal contra o sabelianismo. A segunda referência, "e o Verbo era
Deus", aponta para o Filho. Não se trata de acréscimo de mais um Deus
aqui, posto que ao apóstolo foi revelado, pelo Espírito Santo, que o Verbo
divino está incluído na essência una e indivisível da Deidade, embora seja Ele
distinto do Pai (Jo 8.17,18; 2 Jo 3). Da mesma forma, o apóstolo Paulo
transmitiu essa verdade, ao dizer que "para nós há um só Deus, o Pai, de
quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual
são todas as coisas, e nós por ele" (1Co 8.6). Trata-se do monoteísmo
cristão. [Comentário: Ele é o Verbo que está com Deus
desde o princípio. Isto significa que Ele é eterno. Ele também é o Criador e
tem o poder de criar do nada. Sua capacidade de criar prova Sua Onipotência.
Seus atributos são os mesmos de Deus porque Ele é Deus. Em João 1.1, Jesus é
descrito com atributos de eternidade. Podemos dizer: No princípio era a
Autoexpressão de Deus. No princípio, Deus expressou a si mesmo. No princípio
era a Autoexpressão de Deus, e tal Autoexpressão estava com Deus; o companheiro
de Deus; e a Autoexpressão era Deus; o próprio ser de Deus. Explicando o termo
‘sabelianismo’, a Wikipédia traz o seguinte: “Sabelianismo (também conhecido como modalismo,
patripassianismo, unicismo, monarquianismo modalista ou monarquianismo modal) é
a crença unicista de que Deus se manifestou em carne (João 1:1; João 1:18) e
não três pessoas distintas. O termo sabelianismo deriva de Sabélio, um padre e
teólogo do século III d.C. e defensor da tese. Ele foi um discípulo de Noeto,
motivo pelo qual os seguidores desta crença são chamados nas fontes patrísticas
de noecianos. Já Tertuliano batizou-a de patripassianismo” https://pt.wikipedia.org/wiki/Sabelianismo. Don Carson afirma:
“Este que se torna carne, que toma
identidade humana, é um com Deus, o agente do próprio Deus na Criação, o
próprio ser de Deus. Até mesmo o termo “Verbo” é uma escolha interessante, não
é? Como você pensa sobre… Como você pensa sobre Jesus? Qual título é adequado
para ele? Posso imaginar a mente de João passando por vários títulos, nomes,
expressões que poderiam ser usadas. E ele se lembra, por exemplo, que no Antigo
Testamento lemos constantemente: “A Palavra do Senhor veio ao profeta dizendo…”
Então Deus mostrou a si mesmo em revelação. Ele pode ter se lembrado do Salmo
33: Deus falou e algo veio à existência, pela palavra do Senhor os céus foram
criados. A Palavra de Deus na Criação. Mesmo a Palavra de Deus em salvar e
transformar pessoas. Deus envia sua Palavra e os cura, de acordo com os Salmos.
Todas essas coisas que a Palavra de Deus executa, ele revela, ele cria, ele
transforma, e João pensa: “Sim, esta é a expressão apropriada. Isso resume tudo
o que Jesus é”. Ele é a Autoexpressão de Deus. Ele está com Deus no princípio.
Deus é um, e ainda assim há uma complexidade nele desde o princípio. Este Verbo
é próprio companheiro de Deus, e é o próprio Deus.” Por: Don Carson.
Copyright The Gospel Coalition, Inc. Original: The God Who is There: Part 7.
The God Who Becomes a Human Being Tradução: Alan Cristie. Revisão: Vinícius
Musselman Pimentel. Editora Fiel © Todos os direitos reservados. Original: O
Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus – D.A. Carson [O Deus Presente 7/14],
Disponível no site VOLTEMOS AO EVANGELHO.]
2. Reações à divindade de Jesus. É digno de nota que os apóstolos João e
Paulo, como os demais, eram judeus e foram criados num contexto monoteístico.
Portanto, não admitiam em hipótese alguma outra divindade, senão só, e somente
só, o Deus Javé de Israel (Mc 12.28-30). Observemos que, a cada fala do Senhor
Jesus a respeito de sua divindade, de sua igualdade com o Pai, o próprio
apóstolo João registra a reação dos judeus como protesto (Jo 5.18; 8.58,59;
10.30-33). Mesmo assim, esses apóstolos não hesitaram em declarar, com ousadia
e abertamente, a deidade absoluta de Jesus (Jo 20.28; Rm 9.5; Cl 2.9; Tt 2.13;
1Jo 5.20). [Comentário: Javé (em hebraico: יהוה) — também é
utilizada a forma Jeová (que foi formulada por modernistas por volta do século
XIV) e é uma adaptação de Javé (YAHWEH) — é um dos nomes de Deus na Bíblia. A
palavra Javé é uma convenção acadêmica para o hebraico יהוה, transcrito em
letras romanas como YHWH, e conhecido como o Tetragrama, cuja pronuncia e
escrita correta são desconhecidas, as traduções do tetragrama de hoje
(destacando-se Javé) são errôneas pelo fato de não se conhecer a correta
tradução do tetragrama YHWH. O significado mais provável de seu nome seria
"aquele que traz à existência tudo que existe", porém existem
diversas teorias e nenhuma é tida como conclusiva.[ https://pt.wikipedia.org/wiki/Jav%C3%A9]. O Novo Testamento
não faz dificuldade quanto ao fato de Jesus Cristo ser o Messias ou que o
Messias é Deus. Jesus declarou isso de Si mesmo, e os Apóstolos declaram isto
sobre Jesus, mesmo depois que Ele ascendeu aos céus, em todas as cartas do Novo
Testamento às igrejas. Negar isto é reinterpretar a mensagem da Bíblia sem ler
o próprio texto – como muitas pessoas que odeiam Cristo o fazem. Ler e negociar
claramente com o texto é ver a divindade de Jesus Cristo como único e
verdadeiro Deus. Assim como João, Paulo não confunde as palavras sobre Deus
tomar forma de homem ao dizer em 1 Timóteo 3.16 – “E, sem dúvida alguma, grande
é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no
Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima
na glória”. Quem se manifestou em carne? Foi Deus. Não foi um ser divino, mas o
próprio Deus. Deus assumiu a forma de servo. Ele propôs a Si mesmo uma nova
natureza que não tinha antes, uma natureza humana. http://www.monergismo.com/textos/cristologia/jesus_deus.htm]
3. O relacionamento entre o Pai e o
Filho. Os pais da Igreja
perceberam também que, além das construções tripartidas, do relacionamento
intratrinitariano e histórico-salvífico revelado nas Escrituras Sagradas, havia
ainda as construções bipartidas que identificam a mesma deidade no Pai e no
Filho. O Pai e o Filho aparecem no mesmo nível de divindade (Gl 1.1; 1Tm 6.13;
2 Tm 4.1). Essas expressões bipartidas provam que o Pai e o Filho são o mesmo
Deus, possuindo a mesma substância, mas são diferentes na forma e na função,
não em poder e majestade. Veja o seguinte exemplo: "Graça e paz de Deus,
nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (Rm 1.7). Os primeiros cristãos não
precisavam de explicações adicionais para compreender a divindade de Jesus em
declarações como essas (2 Pe 1.1). [Comentário: No relacionamento
entre o Pai e o Filho é importante descrever que as três pessoas da Trindade
são distintas e cumprem papéis diferentes em relação à criação e redenção.
Porém, não há uma espécie de hierarquia, ou cadeia de comando eterna no
relacionamento intratrinitariano. Não devemos confundir a ideia de distinção
com submissão. Como todas as outras ciências, na ciência da teologia alguns
termos técnicos são necessários, mas. deixando os termos pouco usuais “tripartidas, intratrinitariano,
histórico-salvífico, bipartidas” de lado, entendamos que a existência de
três Pessoas distintas na Deidade não significa que cada uma seja como que
separada das outras, assim como um ser humano é separado de outro. Embora os
pronomes singulares, Eu, Tu, e Ele sejam aplicados a cada uma das três Pessoas,
os mesmos pronomes singulares são aplicados ao Deus Triuno. O Pai, Filho e o
Espírito Santo podem ser distinguidos, mas eles não podem ser separados, pois
cada um possui a mesma substância ou essência idêntica. Uma Pessoa da Deidade
não existe sem as outras duas.]
SÍNTESE DO TÓPICO II
Cremos na deidade do Filho de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A deidade de Cristo
inclui sua coexistência no tempo e na eternidade, com o Pai e o Espírito Santo.
Conforme indica o prólogo de João, o Verbo é eternamente preexistente, O uso do
termo 'Verbo' (no grego, Logos) é significativo, visto que Jesus Cristo é a principal
expressão da vontade divina. Ele não é somente o único Mediador entre Deus e a
humanidade (1Tm 2.5), mas foi também o Mediador na criação. Deus, falando,
trouxe o Universo à existência, através do Filho, a Palavra Viva. Porquanto,
'sem ele nada do que foi feito [na criação] se fez' (Jo 1.3). Colossenses 1.15
diz que Cristo é a 'imagem do Deus invisível'. E a passagem de Hebreus 1.1,2
também proclama a grande verdade: Cristo é a mais completa e melhor revelação
de Deus à humanidade. Desde o começo, o Verbo foi a própria expressão de Deus,
e continua a demonstrá-lo. E então, 'vindo a plenitude dos tempos' (Gl 4.4), o
'Verbo se fez carne e habitou entre nós...' (Jo 1.14).
Antes de manifestar-se
à humanidade dessa nova maneira, o Verbo esteve eternamente em existência como
aquEle que revela a Deus. É bem provável que as teofanias do Antigo Testamento
fossem, na realidade, 'cristofanias', visto que em seu estado preexistente, os
encontros com várias pessoas, pode revelar a vontade de Deus, estaria de pleno
acordo com seu ofício de Revelador" (MENZIES, William; HORTON, Stanley M.
Doutrinas Bíblica: Os fundamentos da nossa fé. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2010, p. 50).
III - A HUMANIDADE DO FILHO DE DEUS
1. "E o Verbo se fez carne"
(Jo 1.14a). O prólogo do Evangelho de
João começa com a divindade de Jesus e conclui com a sua humanidade. O Senhor
Jesus Cristo é o verdadeiro Deus e o verdadeiro homem. A sua divindade está
presente na Bíblia inteira, de maneira direta e indireta, nos ensinos e nas obras
de Jesus, com tal abundância de detalhes que infelizmente não é possível
mencioná-los aqui por absoluta falta de espaço. A encarnação do Verbo significa
que Deus assumiu a forma humana. A concepção e o nascimento virginal de Jesus
(Is 7.14; Mt 1.123) são obra do Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35). Tal
encarnação do Verbo é um mistério (1Tm 3.16). [Comentário: O Rev Hernandes
Dias Lopes escreve: “1. Jesus é verdadeiro Deus – Jesus é o verbo eterno. Ele
pré-existe à criação. Ele não teve origem, ele é a origem de todas as coisas.
Antes que todas as coisas viessem a existir, ele já existia eternamente em
comunhão com o Pai e com o Espírito Santo. Mesmo se fazendo homem, não deixou
de ser Deus. Ele não abdicou de sua divindade ao tabernacular-se entre nós. Mesmo
em seu estado de humilhação, revelou seus atributos divinos. Jesus não foi a
primeira criação de Deus como ensinava Ário de Alexandria no século quarto e
como prega ainda hoje a seita, “os Testemunhas de Jeová”. Na verdade, Jesus é
co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai. Ele é auto-existente e
imutável. Ele e o Pai são um. Jesus tem os atributos da divindade: ele é o
criador e sustentador da vida. Ele conhece todas as coisas e pode todas as
coisas. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Ele foi
adorado como Deus. Ele reivindicou ser adorado como Deus. Ele realizou obras
milagrosas como Deus. Sua vida, seus ensinos e suas obras provam, de forma
irrefutável, sua divindade.
2. Jesus é verdadeiro homem – O verbo divino fez-se carne. O eterno
entrou no tempo. O infinito tornou-se finito. O senhor se fez servo. Aquele que
estava entronizado acima dos querubins foi desprezado pelos homens. Aquele
cujas hostes celestes adoravam sem cessar foi cuspido pelos seus algozes. Aquele
que é bendito eternamente fez-se maldição por nós e foi traspassado na cruz
pelas nossas iniqüidades. Aquele que jamais conheceu pecado foi feito pecado
por nós. Aquele que nem os céus dos céus podem contê-lo esvaziou-se e
humilhou-se nascendo numa família pobre, num berço pobre, numa cidade pobre e
viveu como pobre, sem ter onde reclinar a cabeça. Ele foi verdadeiro homem.
Como homem foi sujeito a seus pais. Como homem aprendeu a obedecer. Como homem
sofreu cansaço, sede, fome e finalmente foi preso, açoitado e pregado na cruz,
onde morreu. Como homem ele se identificou conosco e morreu a nossa morte para
vivermos a sua vida.
Se Jesus não fosse Deus não poderia oferecer um sacrifício de valor
infinito. Se não fosse homem não poderia ser o nosso substituto. Porque é Deus
e ao mesmo tempo homem pode ser o mediador entre Deus e os homens. Porque é
Deus-homem pôde fazer um sacrifício perfeito, capaz de expiar a culpa de todo
aquele que nele crê.” Jesus: verdadeiro Deus, verdadeiro
homem, Rev. Hernandes Dias Lopes, disponívelç em: http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/jesus-verdadeiro-deus-verdadeiro-homem/]
2. Características humanas. Assim como as Escrituras revelam a
deidade absoluta de Jesus, da mesma forma elas ensinam que Ele é plenamente
homem: "Jesus Cristo, homem" (1Tm 2.5). Há abundantes e
incontestáveis provas de sua humanidade, ou seja, de que Ele nasceu, cresceu e
viveu entre nós. Seu nascimento é contado com detalhes nos dois primeiros
capítulos de Mateus e de Lucas. Ele cresceu em estatura física e intelectual
(Lc 2.52); e sentiu fome, sede, sono e cansaço (Mt 4.2; 8.24; Jo 4.6; 19.28). [Comentário: É importante
ressaltar que embora permanecesse em tudo divino, Cristo tomou sobre si uma
natureza humana com suas tentações, humilhações e fraquezas, porém sem pecado
(vv. 7,8; Hb 4.15) – enquanto homem, Ele não deixou de ser Deus. Jesus é Deus e
Homem ao mesmo tempo, eternamente, numa só Pessoa. Conforme disse o teólogo
contemporâneo J. I. Packer: “Temos aqui
dois mistérios pelo preço de um - a pluralidade de Pessoas na unidade de Deus e
a união de Deus com a humanidade, na Pessoa de Jesus Cristo... Nada na ficção é
tão fantástico como o que acontece na verdade da Encarnação.” J.I. Packer, Knowing God (Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press,
1993 edition), p. 53. A verdade sobre a humanidade de Jesus é tão
importante como a verdade sobre a Sua Divindade. O apóstolo João fala
claramente sobre qualquer pessoa que nega que Jesus é Homem, chamando-a
anticristo. (1Jo 4.2-3; 2Jo 1.7). A humanidade de Jesus é mostrada no fato de
que Ele nasceu como um bebê, de mãe humana (Lc 2.7; Gl 4.4); que Ele se cansava
(Jo 4.6); tinha sede (Jo 19.28); teve fome (Mt 4.2) e experimentou todas as
emoções humanas, tais como Se maravilhar (Mt 8.10), entristecer-Se e chorar (Jo
11.35). Ele viveu na Terra exatamente como todos nós vivemos.]
3. Necessidade da encarnação do Verbo. Jesus foi revestido do corpo humano
porque o pecado entrou na humanidade por meio do casal Adão e Eva, seres
humanos, e pela justiça de Deus o pecado tinha de ser vencido também por um ser
humano (Rm 5.12, 17-19). Jesus se fez carne. Fez-se homem sujeito ao pecado,
embora nunca houvesse pecado, e venceu o pecado como homem (Rm 8.3). A Bíblia
mostra que todo o gênero humano está condenado; que o homem está perdido e
debaixo da maldição do pecado (SI 14.2,3; Rm 3.23). Todos são devedores, por
isso, ninguém pode pagar a dívida do outro. A Bíblia afirma que somente Deus
pode salvar (Is 43.11). Então, esse mesmo Deus tornou-se homem, trazendo-nos o
perdão de nossos pecados e cumprindo Ele mesmo a lei que promulgara (At 4.12;
1Tm 3.16; Cl 2.14). [Comentário: No evangelho de João
(1.14) lemos: “O Verbo se fez carne”.
João também disse: “Jesus Cristo veio em
carne [...] todo espírito que não
confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus, mas este é o espírito do
anticristo”. Paulo também, em 1 Timóteo 3.16, insiste que “Deus se manifestou em carne”. Quase todos
os versículos dos evangelhos pressupõem a encarnação. Nas palavras do teólogo
Louis Berkhof, a encarnação do Verbo “é o
milagre dos milagres”. A fé na Encarnação verdadeira do Filho de Deus é o
sinal distintivo da fé cristã: “Nisto
reconheceis o Espírito de Deus. Todo espírito que confessa que Jesus Cristo
veio na carne é de Deus” (1Jo 4,2). Crer de forma correta é importante, se
não incorreremos nas heresias que tanto incomodaram a Igreja e ainda persistem.
Como Ário (250-336 d.C.), que fora presbítero de Alexandria entre o fim do
século 3 e inicio do século 4 depois de Cristo, o qual não admitia que Jesus
era Deus, o Verbo encarnado. Ele acreditava que Jesus teve um começo, ou seja,
que foi criado por Deus. Sua idéia é que houve tempo em que Jesus não existiu,
ou seja, que este fora criado por Deus, isso implica que Jesus não é eterno. Foi
Atanásio (296-373 d.C.) quem rebateu esta heresia. Paulo em Cl 3.15 diz que
Jesus é a imagem do Deus invisível, apontando para a revelação do próprio Deus,
pois a expressão imagem está ligada também à encarnação, ou seja, é uma forma
humana de se ver Deus.]
SÍNTESE DO TÓPICO III
Cremos na humanidade do Filho
de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Jesus Cristo não somente era pleno Deus, como pleno ser humano. Ele não
era em parte Deus e em parte homem. Antes, era cem por cento Deus, e, ao mesmo
tempo, cem por cento homem. Em outras palavras, Ele exibia um conjunto pleno
tanto de qualidades divinas quanto de qualidades humanas, numa mesma Pessoa, de
tal modo que essas qualidades não interferiram uma com a outra. Ele há dl
retornar como 'esse mesmo Jesus' (At 1.11). Numerosas passagens ensinar
claramente que Jesus de Nazaré tinha um corpo verdadeiramente humano uma alma
racional. Eram características de seres humanos não-caídos (isto ; é, Adão e
Eva), que nEle podiam ser encontradas. Ele foi, verdadeiramente, o Segundo Adão
(1Co 15.45,47).
As narrativas dos evangelhos aceitam automaticamente a humanidade de
Cristo. Ele é descrito como um bebé, na manjedoura, e sujeito às leis humanas
do crescimento. Ele aprendeu, sentia fome, sentia sede e se cansava (Mc 2.15;
Jo 4.6). Ele também sofreu , ansiedade e desapontamentos (Mc 9.19); sofreu dor
física e mental, e sucumbiu diante da morte (Mc 14.33,37). Na epístola aos
Hebreus há grande cuidado em se mostrar sua plena identificação com a
humanidade (2.9,17; 4.15; 5.7,8 e 12.2).
A verdade, pois, é que na pessoa única do Senhor Jesus Cristo habitam
uma natureza plenamente divina e outra plenamente humana, sem se confundirem.
Ele é, verdadeiramente, pleno Deus e pleno ser humano, Céu e Terra juntos na
mais admirável de todas as pessoas" (MENZIES, William; HORTON, Stanley M,
Doutrinas Bíblica: Os fundamentos da nossa fé, 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2010, p. 51).
CONCLUSÃO
O Senhor Jesus Cristo é a
mais controvertida de todas as personagens da História porque é o único que é o
verdadeiro Deus e o verdadeiro homem, e a sua verdadeira identidade só é
possível pela revelação (Mt 16.17; 1Co 12.3). Isso revela a sua divindade. [Comentário: Uma lição como
estas merece um tempo maior para nos aprofundarmos neste assunto tão importante
para a fé cristã. A doutrina de Cristo hoje em dia é muitas vezes exposta de
maneira completamente naturalista. Quando João inicia seu evangelho com "No
princípio" ele reflete Gênesis 1.1 e também é usado em 1Jo 1.1 como uma
referência para a encarnação. Os Versículos 1 a 5 são uma afirmação da
pré-existência divina de Jesus Cristo antes da criação (Jo 1.15; 8.56-59;
16.28; 17.5; 2Co 8.9; Fp 2.6-7; Cl 1.17, Hb 1.3; 10.5-9). A Bíblia ensina que
Jesus é tanto verdadeiro homem quanto verdadeiro Deus, duas naturezas em uma só
pessoa. Jesus assumiu uma natureza humana em sua encarnação, e desde então
possui uma perfeita humanidade (Corpo e Alma) e uma Perfeita Divindade; duas
naturezas completas que, apesar de unidas, preservam suas propriedades,
formando uma única pessoa, Jesus Cristo.] “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar
de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua
glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e
poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Julho de 2017
PARA REFLETIR
A
respeito do Senhor e Salvador Jesus Cristo, responda:
• Que
ideia transmite o termo "unigénito" em relação a Jesus?
A etimologia do termo
"unigénito", monogenés, em grego, indica a deidade do Filho.
Unigénito, quando empregado em relação a Jesus, transmite a ideia de
consubstancialidade.
• O que
representa para o sabelianismo, "e o Verbo estava com Deus"?
Significa um golpe mortal, pois
"o Verbo estava com Deus" é uma indicação do relacionamento
intratrinitariano, ou seja, entre a Trindade, antes mesmo da fundação do mundo.
• O que
identificam as construções bipartidas no Novo Testamento?
As construções bipartidas
identificam a mesma deidade no Pai e no Filho. O Pai e o Filho aparecem no
mesmo nível de divindade. Essas expressões bipartidas provam que o Pai e o
Filho são o mesmo Deus, possuindo a mesma substância, mas são diferentes na
forma e na função, não em poder e majestade.
• Como
começa e termina o prólogo do evangelho de João?
O prólogo do Evangelho de João
começa com a divindade de Jesus e conclui com a sua humanidade.
• Por que
o Senhor Jesus é a personagem mais controvertida da História?
O Senhor Jesus Cristo é a mais
controvertida de todas as personagens da História porque é o único que é o
verdadeiro Deus e o verdadeiro homem, e a sua verdadeira identidade só é
possível pela revelação.
Fonte: Lições Bíblicas adultos, 3°
trimestre de 2017 – CPAD / Divulgação: