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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!

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9 de fevereiro de 2016

JOVENS_Lição 7: Adão e o pecado



Lição 7: Adão e o pecado
Data: 14 de Fevereiro de 2016

TEXTO DO DIA

“Pelo que, como por um homem444 entrou o pecado266 no mundo2889, e pelo pecado, a morte, assim também a morte2288 passou a todos os homens, por isso que todos pecaram264.” (Rm 5.12) [Comentário: Paulo começa a fazer aqui uma comparação que não foi concluída senão nos versículos 18 a 21. A comparação foi interrompida por uma meditação que continua até o versículo 17. O texto inicia com o termo “portanto”, nesta versão “Pelo que”, indicando que aquilo que se segue está ligado, na mente de Paulo, com o que precedeu, pelo que a comparação e o contraste que ele traça entre Adão e Cristo é sua elaboração teológica do que já havia sido dito. Paulo salienta a idéia de “um só homem” por toda esta passagem, e isso indica que ele encarava tanto Adão como Cristo como indivíduos históricos.]
Dicionário STRONG:
444 ανθρωπος anthropos:- 1) um ser humano, seja homem ou mulher; 1a) genericamente, inclui todos os indivíduos humanos.
266 αμαρτια hamartia:- 1a) não ter parte em; 1b) errar o alvo; 1c) errar, estar errado; 1d) errar ou desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro; 1e) desviar-se da lei de Deus, violar a lei de Deus, pecado; 2) aquilo que é errado, pecado, uma ofensa, uma violação da lei divina em pensamento ou em ação; 3) coletivamente, o conjunto de pecados cometidos seja por uma única pessoa ou várias.
2889 κοσμος kosmos:- os habitantes da terra, homens, a família humana; a multidão incrédula; a massa inteira de homens alienados de Deus, e por isso hostil a causa de Cristo.
2289 θανατοω thanatoo:- 1) colocar à morte; pela morte, ser liberado do compromisso de algo; literalmente, tornar-se morto em relação à (algo).
264 αμαρτανω hamartano:- 1) não ter parte em; 2) errar o alvo; 3) errar, estar errado; 4) errar ou desviar-se do caminho da retidão e honra, fazer ou andar no erro; 5) desviar-se da lei de Deus, violar a lei de Deus, pecado.

SÍNTESE

A ofensa do pecado de um ser humano trouxe o juízo de Deus sobre toda a humanidade e demandou uma solução universal para o pecado, Jesus Cristo. [Comentário: Por causa da Queda, a morte tornou-se uma realidade e toda a criação está sujeita a ela. "Toda a criação geme" (Rm 8.22), esperando o momento em que Cristo voltará para libertá-la dos efeitos da morte.]

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Rm 5.12 - O pecado de uma pessoa influenciou negativamente o destino de toda a raça humana
TERÇA — Rm 3.23 - Todos os seres humanos são pecadores
QUARTA — Rm 5.12 - O pecado gera a morte
QUINTA — Rm 5.14 - Adão é o primeiro e único tipo de Cristo
SEXTA — Rm 5.20 - A lei veio para majorar o pecado
SÁBADO — Rm 5.21 - A graça de Cristo reina pela justiça

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • MOSTRAR que o pecado de Adão suscitou a morte;
  • SABER que a lei serve para evidenciar ainda mais o pecado;
  • ENTENDER como o pecado de uma pessoa resultou no juízo de Deus sobre toda a humanidade.

INTERAÇÃO

Nesta lição a ênfase será dada à relação de Adão com o pecado por meio de sua desobediência à vontade divina. Na próxima lição o enfoque será na justiça gratuita oferecida por Deus por meio do sacrifício de Cristo. Por isso, é importante tomar o cuidado para não antecipar o enfoque da próxima lição, mas fazer a transição entre as duas lições nas considerações finais (conclusão) para que o aluno possa diferenciar os enfoques dados, bem como se motivar a estudar antecipadamente a próxima lição.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, uma das questões a serem tratadas na lição é a proliferação do pecado a partir de Adão para toda a humanidade, isso mediante a influência cultural que herdamos e que moldam nossa cosmovisão de mundo (valores, crença, costumes, entre outros). Desse modo, sugerimos que após a conclusão do primeiro tópico da lição, promova um debate em grupo. Como sugestão, você poderá utilizar os seguintes questionamentos:

Se você tivesse nascido em um país distante e com cultura diferente, como por exemplo, o Irã, qual seria a sua visão de mundo?
No que, possivelmente, você acreditaria?
Quais, provavelmente, seriam suas práticas rotineiras?

Após o debate em grupo, abra para um comentário geral entre os grupos. Se tiver dificuldade quanto ao tempo, o debate poderá ser aberto diretamente ao grupo como um todo.

TEXTO BÍBLICO

Romanos 5.12-20.

12 — Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.
13 — Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei.
14 — No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.
15 — Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.
16 — E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou; porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.
17 — Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.
18 — Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.
19 — Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos.
20 — Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

O pecado entrou no mundo por meio do primeiro ser humano e como consequência veio também à morte. O pecado se proliferou e gerou consequências para toda a raça humana. O exemplo de Adão demonstra a carência humana da graça de Deus. [Comentário: Pelo texto de Isaías 14.12-15, sabemos que o pecado teve seu início em Lúcifer, a “estrela brilhante, o filho da manhã”, o mais belo e poderoso dos anjos. Não satisfeito de ser tudo isto, ele desejou ser o Deus altíssimo e esta foi sua queda e o começo do pecado. Agora como Satanás (que significa Adversário), ele introduz o pecado no Jardim do Éden, tentando Eva com a mesma fascinação: “sereis como Deus”. Em Gênesis 3 temos a rebelião de Adão e Eva contra Deus e contra Seus mandamentos. Daquele instante até hoje, o pecado tem sido passado através de todas as gerações, como uma doença genética. O texto áureo nos diz que através de Adão, o pecado entrou no mundo e assim a morte veio a todos os homens, porque “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Esta inclinação inerente ao pecado entrou na raça humana com o nosso pai Adão, por isso nos tornamos pecadores por natureza. A natureza interior de Adão foi transformada por seu pecado de rebelião, trazendo a ele morte espiritual e depravação, que seriam passadas a todos os seus descendentes. Esta é a condição conhecida como pecado herdado. Assim como herdamos características físicas de nossos pais, herdamos nossas naturezas pecaminosas de Adão. Assim o rei Davi lamentou sua condição de natureza humana decaída em Salmos 51.5: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.”] Let's think maturely Christian faith?



I. O PECADO DE ADÃO SUSCITOU MORTE

1. O pecado entrou no mundo por meio de Adão (v.12). Nos dois primeiros versículos, Paulo não menciona o nome de Adão e muito menos o de Eva, mas para ele, o culpado pela entrada do pecado no mundo foi Adão. Não adiantou Adão transferir a culpa para Eva, assim como tem sido uma prática comum aos seres humanos, transferir suas culpas para alguém ou algum acontecimento, em vez de assumir a responsabilidade pelos seus atos. Neste texto, Paulo não demonstra preocupação com a origem do mal, mas sim com a forma que o pecado entrou no mundo. A transgressão de Adão é explicitada no relato da Queda (Gn 3), quando ele rejeitou seguir o caminho traçado por Deus para seguir seu próprio caminho, o resultado foi a condenação. Adão tinha uma recomendação: não comer da árvore do conhecimento do Bem e do Mal. Uma oportunidade de desobedecer que desencadeou uma vontade de transgredir. O livre-arbítrio do ser humano, qualidade que o distingue dos demais seres viventes, pode ser exercido até mesmo na desobediência a Deus. [Comentário: Paulo começa a fazer aqui uma comparação que será concluída nos versículos 18-21. A comparação foi interrompida por uma meditação até o v. 17. Assim, temos a afirmação de que a morte não é natural para a humanidade, mas é o resultado final do pecado (Gn 2.17). O reino universal da morte é a consequencia direta do pecado. Paulo não explica como toda a humanidade se viu envolvida com Adão em seu pecado, mas simplesmente asseverou o fato. Todos os homens pecaram no pecado de Adão – “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). É importante dizer que, o agente ativo na tentação foi Satanás, Adão foi o agente passivo; A queda do homem foi ocasionada pela tentação da serpente, que semeou na mente do homem as sementes da desconfiança e da descrença. Louis Berkhof nos informa que “embora indubitavelmente a intenção do tentador fosse levar Adão, o chefe d aliança, a cair, não obstante dirigiu-se a Eva, provavelmente porque (a) não exercia a chefia da aliança, e portanto, não teria o mesmo senso de responsabilidade; (b) não recebeu diretamente a ordem de Deus, mas apenas indiretamente e, por conseguinte, seria mais suscetível de ceder à argumentação e duvidar; e (c) seria sem dúvida o instrumento mais eficiente para alcançar o coração de Adão” Teologia Sistemática de Louis Berkhof - Editora Cultura Cristã; pág 206. Se foi Eva que pecou par que Adão foi imputado? Adão pecou não somente como o pai da raça humana, mas também como chefe representativo de todos os seus descendentes; e, portanto, a culpa de seu pecado é posta na conta deles, pelo que todos são passíveis de punição e morte (Rm 5.12). Quanto a isso, Louis Berkhof escreve: “O curso seguido pelo tentador é bem claro. Em primeiro lugar, ele semeia as sementes da dúvida pondo em questão as boas intenções de Deus e insinuando que sua ordem era realmente uma violação da liberdade e dos direitos do homem. Quando nota, pela reação de Eva, que a semente tinha criado raiz, acrescenta as sementes da descrença e do orgulho, negando que a transgressão resultaria na morte e dando a entender claramente que a ordem divina fora motivada pelo objetivo egoísta de manter o homem em sujeição” Teologia Sistemática de Louis Berkhof - Editora Cultura Cristã; pág 206.]
2. A morte entrou no mundo por meio do pecado (v.12). Adão foi a porta de entrada do pecado no mundo e o pecado por sua vez, a porta de entrada para a morte. Neste texto, a interpretação para a morte se refere tanto a morte física como espiritual, como punição pela desobediência humana, uma referência a Gênesis 2.17 e 3.19. Toda causa tem sua consequência. As pessoas, às vezes, confundem o perdão com a repercussão da consequência dos atos falhos. Uma pessoa que se rende a Cristo e deixa a vida de pecado, como já vimos em lições anteriores, é imediatamente justificado diante de Deus (declarado justo), mas as consequências pelos erros já cometidos ele continua responsável. Por exemplo, vamos supor que esta pessoa tenha cometido um assassinato antes da conversão, com o arrependimento e abandono da prática Deus a perdoa, mas não assume a responsabilidade de livrá-lo de uma prisão. O que Deus garante é estar com ele na prisão. Em outras palavras, todo pecado tem sua consequência. [Comentário: O registro das Escrituras sobre a queda fornece a única explicação adequada para o presente estado decaído do homem e o mal que nos cerca. É também mediante este plano de fundo tenebroso que as resplandecentes glórias da misericórdia e da graça de Deus surgem. Nossa compreensão mínima das glórias de Cristo e Seu Evangelho é diretamente proporcional ao nosso entendimento da tragédia de Adão e sua condenação. Deus criou Adão para ser o representante ou cabeça de toda a raça humana. Como cabeça, Adão agiu em nome de toda a humanidade, e as consequências de suas ações afetam a todos nós. Como aquele que tem a maior responsabilidade, a sentença sobre Adão é mais longa e mais abrangente. Da mesma forma que o castigo de Eva se relaciona ao centro de sua vida, assim também é o caso com Adão. Ele tinha sido colocado no jardim, mas agora terá que obter seu sustento do solo “pelo suor de sua fronte” (versos 17 a 19). Com dor comerás indica dificuldades do homem no seu papel fundamental como trabalhador/sustentador; o trabalho terá dificuldades e futilidades (espinhos e cardos... no suor do teu rosto). Esta batalha que dura toda a vida só terminará na morte. Adão não somente terá que lavrar o solo para obter seu sustento, mas ele finalmente retornará ao pó. A morte espiritual já aconteceu (cf. versos 7 e 8). A morte física começou. Distante da vida que Deus dá, o homem simplesmente (embora lentamente) retorna ao seu estado original - pó (cf. 2.7).]
3. A morte sobreveio para toda a humanidade porque todos pecaram (v.12). Paulo continua abordando a relação entre o pecado e a morte, agora com uma abrangência maior, referindo-se todos os seres humanos, uma vez que todos pecaram (Rm 3.23). Existe uma discussão teológica se todos pecaram em Adão, ou seja, o pecado de Adão foi transferido para toda a humanidade ou se o pecado é de responsabilidade individual de cada ser humano. Seguiremos a linha de que, contaminados pelo pecado de Adão, todos os demais seres humanos também pecaram, sendo cada um responsável pela sua própria desobediência. Em resumo, podemos dizer que o pecado original de Adão levou-nos ao pecado experimental, afastando-nos de Deus. [Comentário: A Bíblia ensina que, mesmo que nunca tivéssemos pecado—nunca feito algo errado—ainda seríamos contados como pecadores diante de Deus. Essa é a doutrina bíblica do pecado original. Adão e Eva foram feitos à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27). Como resultado, todos os seres humanos também são à imagem e semelhança de Deus (Gn 9.6). No entanto, também somos à imagem e semelhança de Adão (Gn 5.3). Quando Adão caiu em pecado, isso resultou em seus descendentes sendo “contagiados” pelo pecado. Mesmo se vivermos a vida mais perfeita possível, ainda somos pecadores como resultado do pecado herdado. Termos nascido pecadores resulta no fato de que todos nós pecamos. Note a progressão em Romanos 5.12: O pecado entrou no mundo através de Adão, morte segue o pecado, morte vem a todas as pessoas, todas as pessoas pecam porque herdaram pecado de Adão. Porque “...todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). Quando foi que todo o mundo pecou, de forma que todos nascem mortos no pecado? A única resposta possível, a resposta de Romanos 5.12, é que todos pecaram em Adão. Pecamos em Adão por ter sido ele o representante federal de toda a raça, assim, sendo já culpados, mesmo antes de nascer, todos os homens também vêm ao mundo sofrendo a punição do pecado, que é a morte eterna. Paulo defende isso em Efésios 2.1 quando diz que todos nascem mortos em delitos e pecados.]

Pense!

Jovem, você tem assumido suas responsabilidades? Tem reconhecido as consequências naturais de seus atos falhos ou tem questionado a Deus?

Ponto Importante

A vida, muitas vezes, acaba sendo uma relação de causa e efeito.

II. A LEI DESTACA O PECADO (vv.13,14)

1. O pecado existia antes da lei (vv.13,14). Paulo afirma que o pecado existia antes da lei. Todavia, será que existe na história do mundo, algum local onde não tenha havido nenhum tipo de lei? Certo que a lei mosaica realmente ainda não existia neste período, mas regras já existiam antes desta lei. Como já visto, o próprio Adão recebera recomendação (regra) de como proceder no jardim do Éden, a ordem de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Paulo já havia falado a respeito da ausência de lei no capítulo 2, quando falou sobre os gentios. Deus não deixa a conduta do ser humano sem uma régua de medir, independente da lei mosaica há a lei da própria consciência (Rm 2.14-16). Esta lei escrita no coração testifica “juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os”. Portanto, não significa que as ações antes da lei não eram julgadas. Por isso, a afirmação “a morte reinou desde Adão até Moisés” (5.14). [Comentário: Paulo impõe e prova sua afirmação do versículo 12 ressaltando o fato de que as pessoas morriam até mesmo durante o período precedente à dádiva da lei (a lei escrita dos Dez Mandamentos, Êx 20). Seu argumento é que eles morreram, porque toda a humanidade foi considerada culpada devido ao pecado de Adão e, portanto, sofreram sua penalidade, não porque deliberadamente transgrediram a Lei (que ainda não existia). Paulo declara que eles pecaram à semelhança da transgressão de Adão, isto é, eles não tinham pecado por desobedecer a uma ordem verbal específica de Deus. O pecado original é uma doutrina muito importante da Bíblia, e é da maior importância pessoal. Ela nos ensina quão completamente perdidos somos como pecadores, e nos mostra que não existe nenhuma possibilidade de salvação, exceto em Jesus Cristo. Aprendemos dessa doutrina que, mesmo que nunca cometêssemos qualquer pecado, Deus ainda estaria irado conosco e nos puniria eternamente. Isso nos deixa sem lugar para fugir, senão para a cruz de Cristo para socorro e salvação.]
2. A lei desponta o ser humano em sua fraqueza (v.14). Onde existe lei, existe transgressão. No relato da Queda, vemos a tendência do ser humano em buscar atender seus interesses. O exemplo de Adão demonstra certa inclinação do ser humano para a desobediência. Esta inclinação aumenta quando se impõe regras. Existe um ditado popular que diz: “Aquilo que é proibido acaba sendo mais desejado”. O que é proibido chama a atenção das pessoas, por isso a dificuldade do ser humano em cumprir a lei. No entanto, como já visto em lições anteriores, a lei tem uma função, apontar o pecado do ser humano, a sua fraqueza. Quando se identifica o pecado e se reconhece a necessidade de correção, se faz necessário uma solução redentora. A solução no Antigo Testamento foram os sacrifícios, que eram soluções transitórias e paliativas. Mas, eles também tiveram sua função, apontar para o sacrifício perfeito de Cristo. [Comentário: Existem muitas variações da palavra “Lei” tanto na utilidade do Antigo Testamento como nas aplicações com distinções diferentes do Novo Testamento. No Antigo Testamento, a palavra Lei pode ser entendida de forma simples, referindo-se ao livro de Deuteronômio, e, de forma mais específica, com o Decálogo ou Dez Mandamentos. Posteriormente a Lei passou a abranger os cinco primeiros livros do Antigo Testamento, chamado de Pentateuco (Tora) A GRAÇA E A LEI. Lições bíblicas, n. 297, 4º bimestre, 2011.. A primeira função da lei é refletir tanto a justiça e a vontade perfeita de Deus como a pecaminosidade do ser humano. Este reflexo mostra o perigo da condenação do pecado e a necessidade da humanidade em alcançar o perdão. A segunda função da lei é restringir o mal, no sentido de que ela procura inibir a ilegalidade por meio de ameaças de julgamento ou punições. Esta função é necessária para que o homem não se sinta totalmente a vontade livre de qualquer dever ou responsabilidade diante de Deus. A terceira função da lei é expressar a vontade de Deus, guiando o homem regenerado à cumprir a obra que foi planejada para ele. Jesus reitera esta função da lei quando disse que todos os que se tornam seus discípulos devem guardar a lei e fazer tudo o que ela ordena SILVA, T. M. Lei e graça: a perspectiva de Paulo. 2012. 70f. Monografia (Conclusão de Curso de Teologia)-Seminário Presbiteriano do Sul, Campinas, 2012.. Ao se ver pecador e incapaz de cumprir a lei, o homem devia apelar para a graça e misericórdia de Deus. Rm 3:20; 5:20; 7:7; 1 Co 15:56; Gl 3:19. Paulo diz que a morte reinou “desde Adão até Moisés”; isto é, a morte reinava mesmo antes da chegada da lei. Como nós vimos em 2.1, todos aqueles que viveram dos tempos de Adão até a promulgação da lei não serão julgados pela Lei de Moisés, mas, com base no que eles sabiam, para além da lei, acerca do certo e o errado. Eles não serão julgados de acordo com algo a que não tinham acesso (a lei), mas sim com base no conhecimento que tinham (a sua própria consciência e os padrões morais). Assim, todos acabam sendo condenáveis, pois, mesmo antes da Lei de Moisés, todos já eram culpados.]
3. Adão, um tipo antagônico de Jesus (v.14). Pela primeira e única vez a Bíblia cita explicitamente um personagem como tipo de Cristo “o qual é a figura daquele que havia de vir” (v.14). Adão como figura de Cristo com resultados contrários. Enquanto, Adão representa os efeitos negativos pela sua desobediência à vontade de Deus, Cristo representa os efeitos positivos pela sua obediência incondicional a Deus. Os efeitos positivos de Cristo serão abordados na próxima lição. O ato de Adão, representante da humanidade, exemplifica a aplicação da correção sobre o pecado, independente da lei, como citado por Paulo: “porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados” (Rm 2.11,12). Todavia, como já citado, com o advento da Lei de Moisés o pecado foi ainda mais evidenciado. Isso não significa que ele já não existia, mas é como se o “holofote” estivesse direcionado para outro lugar. [Comentário: “Os que são da terra são semelhantes ao homem terreno; os que são dos céus, ao homem celestial. Assim como obtivemos a imagem do homem terreno, receberemos de igual modo a imagem do homem celestial” (1Co 15.48-49). Inicialmente gostaria de definir o termo ‘antítipo’: É a figura representada pelo seu tipo. Por exemplo Cristo é o antítipo de Moisés. Este libertou o povo de Israel do Egito; aquele garante libertação do pecado aos que crêem. Assim, o Antigo Testamento retrata uma série de figuras que apontam para algum aspecto importante da pessoa ou obra de Cristo, revelando assim Seu caráter e ministério. O apóstolo Paulo em 1Co 15. 21,22 45-49 aponta Adão com um tipo, uma figura de Cristo; uma figura é uma predição de vida, ou padrão, ou modelo de alguém que virá depois. Em Romanos 5, Paulo nos explica que a raça humana caiu devido ao pecado de Adão, mas que um segundo homem surgiu para resgatar esta humanidade caída. Precisamente da mesma forma como no Antigo Testamento um irmão resgatava a prole do seu irmão que havia morrido sem ter tido filhos, da mesma forma Cristo também surgiu, depois de morta a humanidade devido ao pecado de Adão, para restaurar uma humanidade real e viva. De acordo com a lei do Antigo Testamento, o homem que restaurava a posteridade do seu irmão morto era chamado de cunhado redentor. O cunhado redentor verdadeiro é Cristo. Ele restaurou a posteridade de Deus.]

Pense!

Jovem, como está sua consciência?

Ponto Importante

Não existe na história, lugar ou data, um tempo em que não existisse regra, escrita ou não, para orientar o comportamento humano.

III. A OFENSA DE ADÃO ACARRETOU NO JUÍZO DE DEUS SOBRE TODA HUMANIDADE (vv.15-21)

1. A sentença divina proferida sobre a ofensa do pecado (v.15-19). A sentença dada por Deus a Adão é extensiva a todos os seres humanos que seguiram o seu exemplo, ou seja, cada pessoa se tornou pessoalmente pecadora e, portanto, destituída da glória de Deus (Rm 3.23). A transgressão de Adão foi sua desobediência a uma ordem divina expressamente revelada por Deus, o que diferencia o pecado de Adão dos demais. A ofensa foi majorada com a promulgação da Lei Mosaica, pois quanto mais evidente for a manifestação da lei, maiores serão as transgressões (Rm 5.20). Ultimamente, tem sido difundida na mídia condenações e aplicações da pena de morte em países que tem esta prática normatizada. Se a ampliação do rigor da lei realmente funcionasse, nestes países não haveria transgressão. Para a “pena de morte espiritual” existe uma saída, o renascimento proporcionado pela justificação por meio da fé em Cristo. [Comentário: A queda foi um ato coletivo onde todos tomaram parte, e tendo a mesma responsabilidade de Adão. “Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que pratique o bem, não existe uma só pessoa. Pois todos pecaram; todos fracassaram, e estão afastados da glória de Deus” (Rm 3.12,23). Com a queda de Adão, o Éden (ambiente de prazer e comunhão) deu lugar aos espinhos e abrolhos, isto é, causando uma grande deformidade em todas as relações. A humanidade está morta, mas Cristo, o secundo Adão, veio, e este segundo Adão consumou a obra. Por isso já não estamos mais mortos. Estamos vivos. Você é a verdadeira humanidade. Você não é um cadáver. Quando você começa a perceber isso, começa a compreender a profundidade do chamado para a vida cristã, presente no contexto mais amplo de todo este debate de Paulo, em torno da figura de Adão.]
2. A morte reinou por causa da ofensa do pecado (v.20). Existem três conceitos básicos sobre a morte: a) a morte física, a qual toda humanidade está sujeita; b) a morte espiritual, que ocorre quando o ser humano vive na prática do pecado; c) a morte eterna, a pior de todas, pois ocorre quando não há mais possibilidade de mudança de situação, trata-se da condenação da separação eterna de Deus. Estas mortes são consequências da transgressão humana, a relação de causa e efeito. De modo geral, as pessoas têm dificuldade para lidar com a morte devido à tendência natural pela vida. Os crentes geralmente afirmam que querem estar com Deus, mas se possível sem precisar passar pela morte. Ao longo da história da humanidade existem relatos da busca pela vida prolongada ou eterna. O Evangelho aponta o caminho para esta vida, com ou sem a presença da morte, Jesus. [Comentário: Considerando mais uma vez o ponto em que isso é discutido em Romanos – na parte que fala da santificação – podemos reconhecer que somos nascidos de novo, estamos vivos e, por isso, podemos dar os frutos da vida cristã santificada. Estávamos mortos, mas agora estamos vivos. Agora é preciso que vivamos de acordo com isso. Devemos ser a descendência de Cristo na prática. Como? Pelas nossas próprias forças? Nada disso. Fomos chamados para ser a sua descendência, com base na sua obra consumada. Há duas linhagens de homens. A humanidade que foi naturalmente gerada por Adão, e que está morta. E nós igualmente “éramos por natureza filhos da ira, como também os demais” (Ef 2.3), mas agora aceitamos Cristo como nosso Salvador. Nós somos sua descendência, e, se nos apossarmos desta maravilhosa realidade por meio da fé, com base na obra consumada de Cristo, devemos viver uma vida cristã agora. Pelo fato de Jesus ter vindo e morrido, ele criou algo novo. Ele tem filhos. Nós, que cremos nele, somos os seus filhos. Nós somos a raça humana viva e todos os outros estão mortos. Longe de nos dar razões para ficarmos orgulhosos ou para alimentarmos qualquer tipo de sentimento de exclusividade, isso deveria despertar em nós uma enorme comiseração, pois continuamos a compartilhar esta natureza humana básica de todos aqueles que ainda estão perdidos. Os anjos, certamente, olham para o mundo perdido com compaixão, mas nós devíamos ter ainda mais compaixão. Pois, ao contrário dos anjos, eu compartilho da natureza humana daqueles que ainda estão perdidos. Nós não apenas temos a mesma natureza que eles, mas nós também estivemos, no passado, na mesma condição desesperadora em que eles continuam. Nós já fomos filhos da ira; eles continuam sendo filhos da ira. Nós já estivemos mortos; eles ainda o estão. Certamente, então, devemos ter compaixão. http://www.cacp.org.br/mortos-em-adao-vivos-em-cristo/]

Pense!

Você também estava condenado a mesma sentença do injusto, a morte eterna, mas pela graça de Deus sua sentença foi revertida em bênção e vida eterna com Deus. Jovem, o quanto você tem sido grato a Deus por isso?

Ponto Importante

“Para Paulo, a condição humana caracteriza-se pela rejeição a Deus e sua revelação, além de ser marcada pela hostilidade rotineira em relação a Ele” (Roy Zuck).

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que o pecado entrou no mundo por meio de um ser humano e como consequência veio a morte e a condenação. [Comentário: Ao concluir esta explicação da entrada do pecado no mundo por meio de Adão, Paulo não está dando ênfase à morte, mas à vida. Na verdade, trata-se de uma ênfase que está presente desde o versículo 10 “seremos salvos pela sua vida”, passando pelo versículo 17 “reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo” até o versículo 21: a graça de Deus deve reinar “pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor”. Ao invés de simplesmente explicar que toda a humanidade morreu em Adão, Paulo frisa o outro lado. Todos os seres humanos já estiveram ou ainda estão mortos em Adão; mas todos aqueles que aceitaram Cristo como seu Salvador não estão mais mortos, mas vivos. E, se estamos vivos, se representamos a humanidade redimida por este preço, como é importante que reflitamos isso agora nas nossas vidas cotidianas.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Fevereiro de 2016


ESTANTE DO PROFESSOR

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014.
ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008.

HORA DA REVISÃO

1. Qual a recomendação que Deus deu a Adão e ele desobedeceu?
A recomendação dada por Deus a Adão foi de não comer da árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
2. Quando Deus perdoa o pecado de alguém Ele também retira as consequências naturais do pecado? Explique.
Não. Quando uma pessoa se rende a Cristo e deixa a vida de pecado é imediatamente justificado diante de Deus (declarado justo), mas as consequências pelos erros já cometidos ele continua responsável.
3. Paulo diz no versículo 13 que o pecado não é imputado não havendo lei. Na sequência diz que o pecado surgiu antes da lei. Como explicar que a morte reinou de Adão até a Lei (v.14)?
Paulo menciona a lei colocada na própria consciência do ser humano (Rm 2.14-16), e por essa lei as pessoas eram julgadas. Por isso, a afirmação “a morte reinou desde Adão até Moisés” (v.14).
4. Paulo aponta Adão como um tipo de Cristo. Explique.
Adão é um tipo antagônico de Cristo. Enquanto, Adão representa os efeitos negativos pela sua desobediência à vontade de Deus, Cristo representa os efeitos positivos pela sua obediência incondicional a Deus.
5. Segundo a lição, qual a solução para a “pena de morte espiritual”?
A solução é o renascimento proporcionado por meio da justificação pela fé em Cristo.

SUBSÍDIO

“Em Romanos 1-3, Paulo argumentou que toda humanidade está perdida nas garras do pecado, tanto judeus como gentios. Em Romanos 4, ele mostrou que a justificação pela fé também está universalmente disponível a todos aqueles que creem que Deus manterá a promessa que fez no evangelho — tanto para os gentios como para os judeus.
Agora, Paulo dá um passo atrás, apenas por um momento, para perguntar como pode ser isso. Como todos os homens tornaram-se pecadores? E como a vida pode ser oferecida a todos?
Como contexto, precisamos entender uma coisa importante sobre o relacionamento entre ‘pecado’ e ‘pecados’. Enquanto 'pecados' são atos de iniquidade ou transgressões à Lei de Deus, o ‘pecado’ é algo diferente. Ele se refere àquele defeito essencial da natureza humana que distorce o caráter moral do homem, obscurece sua inteligência e o incita em direção ao mal. De acordo com a terminologia bíblica, esta condição é frequentemente mencionada como ‘morte’, não no sentido biológico, mas espiritual” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014, p.300).