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Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!

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21 de janeiro de 2014

1Trim2014_Lição 04: A celebração da primeira Páscoa

Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
Título: Uma jornada de fé — A formação do povo de Israel e sua herança espiritual
Comentarista: Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB;
Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.
1º Trimestre de 2014
Lição 4
A celebração da primeira Páscoa
26 de Janeiro de 2014
TEXTO ÁUREO
“[...] Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5.7b).
VERDADE PRÁTICA

Cristo é o nosso Cordeiro Pascal. Por meio do seu sacrifício expiatório fomos libertos da escravidão do pecado e da ira de Deus.

HINOS SUGERIDOS

244, 282, 289.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 12.5
Um cordeiro sem mácula deveria ser morto
Terça - Êx 12.7
Sangue foi aspergido nas portas
Quarta - Êx 12.29-33
Morte nas famílias egípcias
Quinta - Jo 1.29
O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo
Sexta - 1Jo 1.7
O sangue purificador do Cordeiro de Deus
Sábado - Hb 11.28
Pela fé, Moisés celebrou a Páscoa

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 12.1-11.
1 - E falou o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo:
2 - Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano.
3 - Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada casa.
4 - Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; conforme o comer de cada um, fareis a conta para o cordeiro.
5 - O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras
6 - e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde.
7 - E tomarão do sangue e pô-lo-ão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem.
8 - E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães asmos; com ervas amargosas a comerão.
9 - Não comereis dele nada cru, nem cozido em água, senão assado ao fogo; a cabeça com os pés e com a fressura.
10 - E nada dele deixareis até pela manhã; mas o que dele ficar até pela manhã, queimareis no fogo.
11 - Assim, pois, o comereis: os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a Páscoa do SENHOR.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Analisar o significado da Páscoa para os israelitas, egípcios e para os cristãos.
  • Saber quais eram os elementos principais da Páscoa.
·       Conscientizar-se de que Cristo é a nossa Páscoa.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave
Páscoa: Uma das mais importantes festas do povo hebreu em que comemoravam a saída do Egito.

A Páscoa foi instituída pelo Senhor para que os israelitas celebrassem a noite em que Deus poupou da morte todos os primogênitos hebreus. É uma festa repleta de significados tanto para os judeus quanto para os cristãos. Os judeus deveriam comemorar a Páscoa no mês de Abib (corresponde à parte de março e parte de abril em nosso calendário), cujo significado são as “espigas verdes”. Hoje estudaremos a respeito desta festa sagrada e o seu significado para nós, cristãos. [Comentário: Êxodo 12 apresenta-nos uma história emocionante da Páscoa(Páscoa (do hebraico Pessach), significando passagem através do grego Πάσχα) ), a figura mais clara no Antigo Testamento da nossa salvação individual pela fé, no sangue vertido por nosso Senhor Jesus Cristo. Neste capítulo achamos a razão de chamar Cristo o Cordeiro de Deus, Cristo nossa Páscoa (1Co 5.7b). Da mesma forma como o capítulo sobre a Páscoa é o coração do livro, assim o livro todo é um modelo da nossa salvação. A Páscoa é o fato proeminente do Êxodo. Talvez os filhos de Israel não compreendessem a significação da celebração da Páscoa na noite anterior à saída do Egito, mas eles creram em Deus e obedeceram. Deus mandara dez pragas sobre o Egito, para que Faraó deixasse o povo sair. Cerca de nove meses se passaram e com cada praga o coração de Faraó mais se endurecia. Finalmente Deus disse que os primogênitos em todo o Egito iriam morrer. Isso teria acontecido aos hebreus também, se não tivessem sacrificado o cordeiro pascal e assim se tivessem protegido com o seu sangue redentor. (Êx 12.12, 13). Na saída do Egito, quando o povo hebreu recebeu a instrução para que matassem um cordeiro e passem seu sangue nos umbrais da porta, para que o anjo livrasse seus primogênitos da morte, temos aí a representação do que é a verdadeira Páscoa. Para nós, os cristãos, é o sangue de Jesus Cristo, o nosso Cordeiro Pascal, que nos purifica de todo pecado e nos livra da morte eterna.]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. A PÁSCOA

1. Para os egípcios. Para os egípcios a Páscoa significou o juízo divino final sobre o Egito, Faraó e todos os deuses cultuados ali. O Senhor havia enviado várias pragas e concedido tempo suficiente para que Faraó se rendesse, deixando o povo partir. Deus é misericordioso, longânimo e deseja que todos se salvem (2Pe 3.9b). Porém, Ele é também um juiz justo que se ira contra o pecado: “Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias” (Sl 7.11). O pecado, a idolatria e as injustiças sociais suscitam a ira do Pai. O povo hebreu estava sendo massacrado pelos egípcios e o Senhor queria libertá-lo. Restava uma última praga. Então o Senhor falou a Moisés: “À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; e todo primogênito na terra do Egito morrerá” (Êx 11.4,5). Foi uma noite pavorosa para os egípcios e inesquecível para os israelitas. [Comentário: Gostaria de mencionar algo curioso sobre o orgulho nacional egípcio. Para muitas pessoas, a ausência de evidências arqueológicas da estada dos israelitas no Egito traz certo desconforto. Mas note algo interessante: os egípcios dificilmente admitiam uma derrota. Por ocasião da famosa batalha de Kadesh (Síria), por volta de 1300 a.C., os egípcios a registraram como uma vitória. Por outro lado, seus oponentes hititas também deram-na como vencida! Ninguém sabe quem foi o vencedor da batalha de Kadesh. Sendo assim, dificilmente encontraremos um documento egípcio que mencione um grupo de escravos saindo da potência mais poderosa do mundo, naquela época, deixando-a totalmente arrasada por pragas enviadas por sua Divindade! Os egípcios não admitiam derrotas. Mesmo diante desse quadro, as poucas informações que temos sugerem um pano de fundo autêntico para o evento que deu origem a uma das principais festividades religiosas do judaísmo e do cristianismo (Luiz Gustavo Assis em http://www.arqueologia.criacionismo.com.br/2009/04/primeira-pascoa.html). O povo do Egito havia sido transtornado pelas seis primeiras pragas; sua terra e seus bens haviam sido devastados pelas duas pragas seguintes. A nona praga - três dias de escuridão - havia preparado o caminho para a mais terrível de todas as pragas, quando mensageiros da morte visitariam a terra. "Lançou contra eles o furor da sua ira: cólera, indignação e calamidade, legião de anjos portadores de males" (SI 78:49) (WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 256-257.). Na Páscoa as casas dos egípcios não poderiam proteger os seus primogênitos, pois o anjo da morte entraria em cada residência e executaria o mandado de Deus. Sem dúvida essa história poderia terminar de outra forma se Faraó deixasse ir o povo embora. Mas por causa da dureza de coração do rei, seus súditos pagaram um alto preço. Lembremo-nos de que Moisés tinha advertido a Faraó antes, deixando claro que o povo sairia com as crianças e o gado (Faraó não queria que isso acontecesse), e a última resposta do rei para Moisés, antes da Páscoa, foi: “Vai-te de mim e guarda-te que não mais vejas o meu rosto; porque, no dia em que vires o meu rosto, morrerás” (Êx 10.28). Por essa resposta, entendemos que Faraó deu por encerrado o diálogo com Moisés e com Deus, e assinou a ordem divina para a morte dos primogênitos. Ele não quis obedecer às ordens de Deus, e isso lhe custaria a vida do próprio filho (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 35-36.)].
2. Para Israel. Era a saída, a passagem para a liberdade, para uma vida vitoriosa e abundante. Foi para isto que Cristo veio ao mundo, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, para nos libertar do jugo do pecado e nos dar uma vida cristã abundante (Jo 10.10). Enquanto havia choro nas casas egípcias, nas casas dos judeus havia alegria e esperança. O Egito, a escravidão e Faraó ficariam para trás. Os israelitas teriam sua própria terra e não seriam escravos de ninguém. [Comentário: A Páscoa oferece um vasto campo para especulação por causa da grande variedade de características: mancha de sangue, saltos, “uma noite de vigia”, o cordeiro sacrificial, as primícias da cevada, a ceia sagrada, etc. Essas características se assemelham a rimais praticados fora de Israel. Não é de se admirar que os estudiosos a considerem uma festa enigmática. Alguns não consideram Êxodo 1-14 como um registro dos eventos, mas como uma lenda cúltica que tenta glorificar a saída do Egito (Pederson, Israel: Its Life and Culture, III-IV, 726ss.). A suposição repousa sobre um equívoco: o verdadeiro propósito da Páscoa era glorificar o Deus de Israel. Seria inútil esperar dados históricos fora dos próprios termos do escritor. No centro de Êxodo 1-14 está o Deus de Israel, que realiza feitos poderosos em favor do seu povo (cp. G. von Rad, The Problem of the Hexateuch [1965], 52). A história bíblica é escrita com um propósito, e o propósito é atestar os atos graciosos de Deus. Israel compreende sua liberdade como um milagre operado por YHWH que, com “poderosa mão e com braço estendido” levou seu povo para fora do Egito (Dt 26.8). Para compreender o significado da Páscoa deve-se procurar a interpretação bíblica; é inútil indagar qual era a festa nos tempos pré-mosaicos. É possível que a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos fossem festas agrícolas (cp. Êx 23.15s.). Alguma evidência da ligação cúltica entre a Páscoa e as primícias está preservada (Js 5.10-12; cp. C. W. Atkinson, AthR [Jan 1962], 82). A responsabilidade de explicar o significado da Páscoa estava sobre o pai da família: “Naquele mesmo dia contarás a teu filho, dizendo: E isto pelo que o Senhor me fez, quando saí do Egito” (Ex 13.8; cp. 12.26). Somente os israelitas e aqueles que, através da circuncisão, estavam unidos à comunidade podiam comer o cordeiro pascal. Estrangeiros e viajantes, i.e., estrangeiros residentes, eram excluídos (Ex 12.45), mas a regra não era aplicada aos estrangeiros circuncidados e viajantes que demonstrassem um real interesse em se identificar com Israel. A eles era permitido participar da celebração da Páscoa (Nm 9.14).].
3. Para nós. Como pecadores também estávamos destinados a experimentar a ira de Deus, mas Cristo, o nosso Cordeiro Pascal, morreu em nosso lugar e com o seu sangue nos redimiu dos nossos pecados (1Co 5.7). Para nós, cristãos, a Páscoa é a passagem da morte dos nossos pecados para a vida de santidade em Cristo. No Egito um cordeiro foi imolado para cada família. Na cruz morreu o Filho de Deus pelo mundo inteiro (Jo 3.16). [Comentário: Não é bastante que o cordeiro seja morto. O sangue era suficiente mas não tinha valor se não fosse aplicado. Todo israelita devia aplicar o sangue à sua própria casa. Observe que devia ser aspergido na verga. O que você fez com o sangue, o sangue do nosso Cordeiro Pascal, que morreu no Calvário? João 1.12. O hissopo, erva comum que qualquer pessoa podia conseguir, era um tipo da fé. O sangue na verga era o que salvava. Não o que eles pensavam ou achavam, mas o que eles faziam é que importava. “Quando eu vir o sangue, passarei por vós” (Êx 12.13) - Não é o sangue na bacia que salva a alma, mas o sangue aplicado (Jo 1.29b). A atividade messiânica de Jesus alcança seu clímax nos eventos de sua Ultima Páscoa. De acordo com João, a crucificação aconteceu no primeiro dia da “Páscoa” (usado aqui aparentemente como uma designação da Festa dos Pães Asmos). Os sinópticos deixam claro que foi no primeiro dia da festa. João que parece estar interessado especialmente em dados cronológicos registra duas, ou até mesmo três Páscoas (João 2.13; 6.4; 12.1; cp. W. F. Howard, The Fourth Gospel, revisado por C. K. Banet [1955], 122). Contrário a C. H. Dodd (The Interpreter of the Fourth Gospel [1953], 234), há um bom motivo para se acreditar que João dedicou importância especial ao tema da Páscoa. Seu evangelho, que enfatiza ser o Messias o verdadeiro pão da vida, se ajusta notavelmente bem ao contexto pascal (cp. Jo 6.3 lss. cp. V. Ruland, INT [Out., 1964], 451 ss.). Hoje podemos afirmar que Cristo é a nossa Páscoa (1Co 5.7b). Assim como Israel não poderia se esquecer de tal celebração, nós também jamais poderemos nos esquecer do sacrifício remidor do nosso Redentor, Jesus Cristo. Jamais se esqueça que Cristo morreu em seu lugar. Este é um dos princípios da Ceia do Senhor. Jesus declarou: “Em memória de mim” (1Co 11.24,25). Todas as vezes que participarmos da Ceia temos que recordar da nossa passagem, da escravidão do pecado, para uma nova vida em Cristo (1Co 5.17). Israel foi salvo da ira divina e liberto do pecado. Nós também estávamos destinados a experimentarmos da ira divina, mas Cristo, o Cordeiro Pascal, nos substituiu na cruz do calvário. Em Cristo fomos redimidos dos nossos pecados. O sangue de um cordeiro foi aspergido nos umbrais das portas das casas, pois sabemos que “sem derramamento de sangue não há remissão de pecado” (Hb 9.2)].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Para nós cristãos a Páscoa é a passagem da morte dos nossos pecados para a vida de santidade em Cristo.

II. OS ELEMENTOS DA PÁSCOA

1. O pão. Deveria ser assado sem fermento, pois não havia tempo para que o pão pudesse crescer (Êx 12.8,11,34-36). A saída do Egito deveria ser rápida. A falta de fermento também representa a purificação, a libertação do fermento do mundo. Em o Novo Testamento vemos que Jesus utilizou o fermento para ilustrar o falso ensino dos fariseus (Mt 16.6, 11,12; Lc 12.1; Mc 8.15). O pão também simboliza vida. Jesus se identificou aos seus discípulos como “o pão da vida” (Jo 6.35). Toda vez que o pão é partido na celebração da Ceia do Senhor, traz à nossa memória o sacrifício vicário de Cristo, através do qual Ele entregou a sua vida em resgate da humanidade caída e escravizada pelo Diabo. [Comentário: O pão apontava para Jesus o Pão da Vida: “eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome” (Jo 6.35). A massa não deveria passar pelo processo de fermentação, ou seja, seria levada ao fogo tão logo estivesse pronta, sem ter de esperar para crescer. A ideia era mostrar que os israelitas teriam pouco tempo para preparar sua última refeição como escravos, pois logo sairiam para uma grande jornada. E evidente que o uso do fermento poderia fazer com que a massa dobrasse seu tamanho e alimentasse mais pessoas, mas a orientação divina indicava a pressa com que os judeus iriam comer para saírem logo do Egito (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 40). Deveria ser asmo, sem fermento. “Sonda-me. . . vê se há em mim algum caminho mau” (Sl 139.23,24). Fermento é sempre um tipo de pecado. O fermento dos fariseus (Mt 16.6). Lançai fora o velho fermento (1Co 5.7). O fermento da injustiça precisa ser eliminado da nossa vida, se desejamos comer com Deus.].
2. As ervas amargas (Êx 12.8). Simbolizavam toda a amargura e aflição enfrentadas no cativeiro. Foram 430 anos de opressão, dor, angústia, quando os hebreus eram cativos do Egito. [Comentário: As ervas amargas. Apontavam para toda a amargura e aflição vividos no cativeiro egípcio. No hebraico, merorim “amargores”, palavra usada apenas por três vezes no Antigo Testamento (Êx 12.8; Nm 9.11 e Lm 3.15). O hebraico diz apenas «amargores», uma palavra de uso geral (hoje não sabemos quais ervas poderiam estar em foco). Alguns têm pensado em verduras como a chicória, a alface, a acelga, a azeda, etc. Alguns pensam no agrião. Nos tempos modernos, os judeus empregam a escarola e outras verduras, em um total de cinco espécies, para conseguirem uma salada amargosa. Alguns intérpretes supõem que, nos livros de Êxodo e Números, as ervas amargas eram apenas a hortelã. Uso de Ervas na Páscoa. Nas Escrituras o amargor simboliza aflição, miséria e servidão (Ex 1.14; Rt 1.20; Pv 5.4), a iniquidade (Jr 4.18) e também o luto e a tristeza (Am 8.10). Em face desses significados simbólicos, os israelitas receberam ordens para celebrar a páscoa utilizando-se de ervas amargas para relembrarem a amarga escravidão que haviam sofrido no Egito (Êx 12.8; Nm 9.11). (CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag. 431-432.). Trariam à lembrança os tempos amargos da escravidão no Egito. Cristo provou o cálice amargo por nós, e nós também sofremos alguma amargura. Toda disciplina no momento não parece ser motivo de alegria (Hb 12.11). Por causa da leviandade dos nossos corações é bom compreendermos a profunda significação das ervas amargosas. Quem poderá ler os Salmos 6,22,38,69,88, e 109, sem compreender, em alguma medida, o significado dos pães asmos com ervas amargosas1?- Uma vida praticamente santa, unida a uma profunda submissão de alma, deve ser o fruto da comunhão verdadeira com os sofrimentos de CRISTO, porque é de todo impossível que o mal moral e a leviandade de espírito possam subsistir na presença desses sofrimentos.( C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.)].
3. O cordeiro (Êx 12.3-7). Um cordeiro sem defeito deveria ser morto e o sangue derramado nos umbrais das portas das casas. O sangue era uma proteção e um símbolo da obediência. A desobediência seria paga com a morte. O cordeiro da Páscoa judaica era uma representação do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O sangue de Cristo foi vertido na cruz para redimir todos os filhos de Adão (1Pe 1.18,19). Aquele sangue que foi derramado no Egito, e aspergido nos umbrais das portas, aponta para o sangue de Cristo que foi oferecido por Ele como sacrifício expiatório para nos redimir dos nossos pecados. [Comentário: Um cordeiro sem mácula. Apontava para Jesus, “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Cristo é o nosso Cordeiro Pascal. Ele morreu para trazer a redenção a toda humanidade. Ele é o nosso Redentor. Depois que o sangue era vertido e aspergido, vinha a orientação sobre o modo de comer o cordeiro. Assim acontece conosco. A salvação primeiro, depois o alimento – comunhão, adoração, vida cristã e serviço. “...Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado” (1Co 5.7). No seu contexto, essa declaração tem um sentido moral. Deveríamos desvencilhar-nos de todos os elementos estranhos à espiritualidade, visto que Cristo fez o seu grande e eterno sacrifício, que é o agente de nossa purificação moral. Cumpre-nos abandonar nossa velha maneira de viver. (CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 102)].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Os três elementos da Páscoa eram: o pão, as ervas amargas e o cordeiro sem mácula.

III. CRISTO, NOSSA PÁSCOA

1. Jesus, o Pão da Vida (Jo 6.35,48,51). Comemos pão para saciar a nossa fome, porém, a fome da salvação da nossa alma somente pode ser saciada por Jesus. Certa vez, Ele afirmou: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome” (Jo 6.35). Apenas Ele pode saciar a necessidade espiritual da humanidade. Nada pode substituí-lo. Necessitamos deste pão divino diariamente. Sem Ele não é possível a nossa reconciliação com Deus (2Co 5.19). [Comentário: Jesus, o Pão da Vida (Jo 6.35,48,51). Um pão pode ter mais de um sabor. Pode ter mais de uma forma. Pode ser feito com diversos ingredientes. Pode ser barato ou caro. Pode ser mais leve ou mais pesado. Mas sua função mais importante é saciar a fome. É para isso que eles são feitos. Por que Cristo é considerado o pão da vida? Porque Ele mesmo disse isso: “Eu sou o pão da vida; (“aquele que vem a mim não terá fome” (Jo 6.35). Ele promete saciar a necessidade humana no que concerne às questões da vida e à relação com Deus, ao perdão dos pecados e à vida eterna. A fome que temos de Deus é saciada em Cristo Jesus. (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 41-42). A fim de ilustrar a natureza da pessoa de Cristo, bem como a sua relação para com o mundo, mais do que os outros evangelistas, o apóstolo João se utiliza de termos simbólicos. Ê João quem chama o Senhor Jesus de «a Luz», «a, Água», «o Pão», «o Pastor» e «a Porta». E embora o evangelho de João não lance mão da expressão especifica, «Este é o meu corpo» (em que Cristo se referiu ao pão da Ceia) contudo, no sexto capitulo do mesmo é óbvio que uma terminologia assim seria perfeitamente apropriada (ver João 6:54,55). Todavia, esse pão (que simboliza o corpo) é declarado como algo que desceu do céu (ver João 6:32,58), o que mostra que, antes de tudo, não está em vista alguma alusão ao corpo físico de JESUS; antes, ele se refere a um tipo celestial de «pão», a um principio espiritual, a uma comunicação e participação mística na vida divina, o que, na realidade, é um conceito transcendental, e não uma ideia sacramental (CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 43-44.)].
2. O sangue de Cristo (1Co 5.7; Rm 5.8,9). No Egito, o sangue do cordeiro morto só protegeu os hebreus, mas o sangue de Jesus derramado na cruz proveu a salvação não apenas dos judeus, mas também dos gentios. O cordeiro pascal substituía o primogênito. O sacrifício de Cristo substituiu a humanidade desviada de Deus (Rm 3.12,23). Fomos redimidos por seu sangue e salvos da morte eterna pela graça de Deus em seu Cordeiro Pascal, Jesus Cristo. [Comentário: o vocábulo grego aima, «sangue», além de referir-se à morte sacrifical de Cristo, indica as ideias de reinado (João 1.13); da natureza humana (Mt 16.17; 1Co 15.50); de morte violenta (vinte e cinco trechos diferentes); e de animais sacrificados (doze referências, como se vê em Hb 9.7,12 etc.) onde se enfatiza a perda da vida das vítimas, um conceito destacado no Antigo Testamento. Quanto ao sangue de Cristo e o valor expiatório do mesmo, há referências como Colossenses 1.20. Os intérpretes têm debatido se é a morte ou a vida perdida do animal que obtém a expiação. Penso que se trata de ambas as coisas, pois, afinal de contas, é a vida de Cristo que nos salva (Rm 5.7) dando a entender a sua ressurreição e ascensão, em virtude do que ele tornou-se o Salvador medianeiro permanente. Aquele mesmo contexto, no nono versículo, afirma que o seu sangue nos justifica, o que nos fez pensar tanto em sua vida como em sua morte e ressurreição. A vida que Jesus viveu também faz parte de nossa inquirição espiritual, com vistas a nossa salvação final; porque, quando procuramos imitar a vida de Cristo, passamos a compartilhar de sua natureza metafísica, mediante operações do Espirito Santo (2Co 3.18). Como é que alguns teólogos separam essas ideias inseparáveis, como se fossem categorias distintas e valores isolados? Dentro do programa a e salvação a vida e a morte de Jesus são fatores inseparáveis, embora em sentidos diferentes (Werner de Boor. Comentário Esperança 1 Cartas aos Coríntios. Editora Evangélica Esperança. O Imperativo Espiritual (5.7a)).].
3. A Santa Ceia. A Ceia do Senhor não é um mero símbolo; é um memorial da morte redentora de Cristo por nós e um alerta quanto à sua vinda: “Em memória de mim” (1Co 11.24,25). É um memorial da morte do Cordeiro de Deus em nosso lugar. O crente deve se assentar à mesa do Senhor com reverência, discernimento, temor de Deus e humildade, pois está diante do sublime memorial da paixão e morte do Senhor Jesus Cristo em nosso favor. Caso contrário, se tornará réu diante de Deus (1Co 11.27-32). [Comentário: A tradição que Paulo recebeu e registrou pertence ao mais primitivo registro do que aconteceu na noite em que Jesus foi traído (1Co 11.23-26). Este registro afirma que foi à noite que houve uma refeição (Seutvov), que Jesus tomou o pão, o partiu e disse, “Isto é o meu corpo, que é dado [partido] por vós; fazei isto em memória de mim”. O mesmo com o cálice: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue. Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.” Não há menção da Páscoa no registro de Paulo, exceto de uma forma circunstancial: o partir do pão de forma solene, o beber do vinho no cálice, a referência à aliança. O registro sinótico não se diferencia em essência do comentário paulino, exceto por ser apresentado como uma ceia pascal ( Mt 26.17; Mc 14.12; Lc 22.7).].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A Ceia do Senhor é um memorial da morte redentora de Cristo por nós e um alerta quanto à sua vinda.

CONCLUSÃO
Deus queria que o seu povo Israel nunca se esquecesse da Páscoa, por isso a data foi santificada. A Páscoa era uma oportunidade para os israelitas descansarem, festejarem e adorarem a Deus por tão grande livramento, que foi a sua libertação e saída do Egito. Hoje o nosso Cordeiro Pascal é Cristo. Ele morreu para trazer redenção aos judeus e gentios. Cristo nos livrou da escravidão do pecado e sua condenação eterna. Exaltemos ao Senhor diariamente por tão grande salvação. [Comentário: A Páscoa é o começo da jornada que o Messias completa ao alcançar sua meta. “Salvação eterna” significa que não pode haver outra salvação após o evento messiânico, que é o definitivo. A aliança eterna que Deus prometeu aos pais (Jr 32.40; 50.5; cp. Is 55.3; Ez 16.60) foi agora estabelecida e selada no sangue do Messias (Hb 13.20). Em Hebreus a dissolução do culto, a mudança do sacerdócio e a remoção da lei são as consequências do evento messiânico. Cristo se tomou o caminho vivo para o interior do santuário, o novo Sumo Sacerdote que, por seu sacrifício, tornou possível ao homem aproximar-se da presença do próprio Deus. É como costumo me despedir em cada lição: “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero,
Domine,
prompte et sincere!

Recife-PE
Janeiro de 2014.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

COHEN, A. C. Êxodo. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1 ed., RJ: CPAD, 2005.

EXERCÍCIOS

1. O que significou a Páscoa para os egípcios?
R. Para os egípcios a Páscoa significou o juízo divino final sobre o Egito, Faraó e todos os falsos deuses cultuados ali.
2. Qual o significado da Páscoa para Israel?
R. Era a saída, a passagem para a liberdade, para uma vida vitoriosa e abundante.
3. Qual o significado da Páscoa para os cristãos?
R. Para nós cristãos a Páscoa é a passagem da morte dos nossos pecados para a vida de santidade em Cristo.
4. Quais os elementos da primeira Páscoa?
R. Pães asmos, ervas amargas e cordeiro.
5. Por que Cristo é a nossa Páscoa?
R. Porque Ele morreu em nosso lugar para nos redimir de nossos pecados. Cristo nos livrou da escravidão do pecado e sua condenação eterna.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.



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