03 de outubro, Um ano de Auxílio aos Mestres da EBD!
TEXTO ÁUREO |
"Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisso com toda a perseverança e súplica por todos os santos" (Ef 6.18). |
- A guerra do cristão contra as forças espirituais de Satanás exige dedicação a oração, i.e., orando "no Espírito", "em todo tempo", "com toda oração e súplica", "por todos os santos", "com toda perseverança". A oração não deve ser considerada apenas mais uma arma, mas parte do conflito propriamente dito, onde a vitória é alcançada, mediante a cooperação com o próprio Deus. Deixar de orar diligentemente, sob todas as formas de oração, em todas as situações, é render-se ao inimigo e deixar de lutar (Lc 18.1; Rm 12.12; Fp 4.6; Cl 4.2; 1 Ts 5.17). |
VERDADE PRÁTICA |
A oração é o meio de comunicação que Deus estabeleceu para cultivarmos um relacionamento íntimo e contínuo com Ele. |
1Cr 16.8,10-17; Jo 15.16
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Conscientizar-se de que a oração é o meio de comunicação que Deus estabeleceu para cultivarmos um relacionamento íntimo com Ele;
- Reconhecer que para se chegar à presença de Deus, em oração, é preciso ter reverência, fé e santo temor, e
- Compreender que devemos orar sem cessar.
PALAVRA-CHAVE |
Oração: - [do latim orationem]; é o meio de comunicação que Deus estabeleceu para cultivarmos um relacionamento íntimo e contínuo com Ele. |
COMENTÁRIO
Finalmente, entramos no último trimestre de 2010! Fechando com chave de ouro, estudaremos um tema extremamente importante para esse momento que a Igreja Evangélica Brasileira atravessa, e em particular, a nossa quase centenária Assembléia de Deus. Atravessamos dias difíceis, carecemos urgentemente rever o poder e o ministério da oração. ‘Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto’ (Tg 5.17, 18). Através da oração, você alcança grandes vitórias. Todos os que oram e confiam a Deus os seus problemas, difíceis de solução, são recompensados pelo Todo-Poderoso. Nesta lição, você vai conhecer o quanto é bom orar, e aprender que tudo quanto se pede ao Senhor, com fé, mediante sua vontade, se recebe.
Jesus só venceu as muitas tentações que enfrentou, porque sempre viveu em oração. O Diabo não lhe dava trégua: tentava o Filho de Deus noite e dia, mas foi derrotado pela comunhão de Cristo com o Pai celestial. Até no Calvário, Satanás tentou convencer Jesus a descer da cruz, mas não conseguiu, por causa do efeito da oração. Nas enfermidades: - Doenças incuráveis foram repreendidas pelo poder da oração. Até mortos ressuscitam, quando a igreja ora, pois nada é impossível para Deus. Os apóstolos Pedro e João foram ao templo, em Jerusalém, para orar. Na passagem pela porta chamada Formosa depararam-se com um coxo de nascença. Este estendeu a mão e pediu-lhes uma esmola. Pedro, então respondeu: 'Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda'. Isto só foi possível, porque os apóstolos viviam em constante oração. Paulo e 275 companheiros de viagem para Roma permaneceram 14 dias perdidos no mar Adriático, fustigados por uma tempestade interminável. O navio, açoitado pelas fortes ondas, não naufragou, de imediato, porque o apóstolo estava entre os passageiros. Ele rogou a Deus, em oração, pelas vidas de seus companheiros. Em resposta, um anjo trouxe-lhe a seguinte mensagem: 'Paulo, não temas: importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo'. Ele, então, reuniu todos os passageiros e tripulantes e declarou-lhes: 'Portanto, exorto-vos a que comais alguma coisa, pois é para a vossa saúde; porque nem um cabelo cairá da cabeça de qualquer de vós’. Na verdade, a embarcação foi destruída, mas todos os seus ocupantes se salvaram (Atos 27.34). A oração, portanto, é a chave da vitória. Todos os que enfrentaram grandes lutas, mas confiaram no poder de Deus, foram vitoriosos. Orar é um hábito que se adquire gradativamente. Todos os que se prontificam a orar ao Senhor, tiveram, no início, a contrariedade da carne. Mas a mortificaram e disciplinaram-na a tal ponto, que ficavam horas e horas de joelhos, sem perceberem o tempo passar. Tornaram-se grandes pregadores e ganharam milhares de almas para Cristo. Venceram as tentações e provações e, agora, aguardam, no Paraíso, o momento de receberem o novo corpo, para viverem eternamente com Jesus.
Sempre antes de iniciar o estudo e preparo de sua lição, faça uma oração ao Espírito Santo e peça-lhe que venha lhe ensinar todas as coisas, pois foi Ele mesmo quem inspirou os escritores da Bíblia, então, não há ninguém melhor do que Ele para te ensinar as Santas Palavras.
Boa Aula!
(II. DESENVOLVIMENTO)
1. Devemos orar a Deus. Toda oração deve ser direcionada ao Deus trino – Pai, Filho e Espírito Santo. A Bíblia ensina que podemos orar a um ou aos três, porque os três são Um. Ao Pai, oramos com o salmista: “Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois a ti orarei” (Sl 5.2). Ao Senhor Jesus, oramos da mesma forma que oramos ao Pai, porque eles são iguais. Oração a um dos membros da Trindade é oração a todos. Estevão, enquanto estava sendo martirizado, orou: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito!” (At 7.59). Também devemos orar no nome de Cristo. Paulo exortou os crentes da igreja de Éfeso a sempre dar “graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5.20). Jesus assegurou aos seus discípulos que qualquer coisa que pedissem em Seu nome, seria concedido (Jo 15.16; 16.23). Semelhantemente, devemos orar ao Espírito Santo e em Seu poder. Paulo pediu ao Espírito que unisse os corações dos crentes da igreja de Corinto (2Co 13.14). Além disso, o Espírito nos ajuda a orar mesmo quando não sabemos como ou pelo que pedir (Rm 8.26; Jd 1.20). Talvez a melhor forma de entender o papel da Trindade em relação à oração é que oramos ao Pai, através do Filho, pelo poder do Espírito Santo. Todos os três são participantes ativos na oração do crente. De igual importância é a quem não devemos orar.
Algumas religiões não-Cristãs encorajam seus seguidores a orar ao panteão de deuses, parentes mortos, santos e espíritos. Católicos Romanos são ensinados a orarem a Maria e a vários outros santos, como Pedro. Tais orações não são bíblicas, são contra a vontade de Deus e são, na verdade, uma ofensa ao nosso Pai Celestial. Para entender o porquê, precisamos estudar a natureza da oração. Oração tem vários elementos e se estudarmos apenas dois – louvor e ação de graças – podemos ver que oração é, em sua própria essência, adoração. Quando louvamos a Deus, estamos louvando a Ele por Seus atributos e Seu trabalho em nossas vidas e no mundo. Quando oferecemos orações de ação de graças, estamos adorando Sua bondade, misericórdia e ternura para conosco. Adoração dá glória a Deus, o Único que realmente merece ser glorificado. O problema em orar a qualquer outra pessoa que não seja Deus é que Deus é um Deus zeloso e tem declarado que não vai dividir Sua glória com ninguém. Na verdade, fazer isso é nada menos do que pura idolatria. “Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura” (Is 42.8). Outros elementos de oração – tais como arrependimento, confissão e petição – também são formas de louvor. Arrependemo-nos sabendo que Deus é um Deus que perdoa e é amoroso, e que Ele tem providenciado um meio de perdão através do sacrifício do Seu Filho na cruz. Confessamos nossos pecados porque sabemos que “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1.9) e louvamos a Deus por isso. Aproximamo-nos d’Ele com nossas súplicas e intercessões porque sabemos que Ele nos ama e nos escuta, e louvamos a Ele por Sua misericórdia e bondade em estar disposto a escutar e responder às orações. Quando consideramos tudo isso, é fácil ver que orar a alguém que não seja ao Deus trino é impensável porque oração é uma forma de adoração, e adoração deve ser reservada a Deus e apenas Deus. Com respeito à adoração do Espírito Santo, a totalidade da igreja (católicos romanos, ortodoxos e protestantes) tem unanimemente concordado que ela é apropriada, como afirmado no Credo Niceno, elaborado em 381 d.C.: “E cremos no Espírito Santo, Senhor, Doador da Vida, que procede do Pai e do Filho, o qual com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado”. De modo semelhante, a Confissão de Fé de Westminster diz: “O culto religioso deve ser prestado a Deus Pai, o Filho e o Espírito Santo – e só a Ele; não deve ser prestado nem aos anjos, nem aos santos, nem a qualquer outro criatura” (XXI.2). O Espírito é plenamente Deus, portanto, Ele é digno de adoração. (Adaptado de http://www.gotquestions.org/portugues/orar-Pai-Filho-Espirito.html)
2. Quando tudo está bem. Paulo escrevendo 1Ts 5.17: “Orai sem cessar” deve ser bem compreendido para não causar confusão. O texto não ensina que devemos falar sem parar, mas sim, devemos possuir uma atitude de consciência da presença de Deus e de render a Ele tudo o que fazemos, todo o tempo. Todo momento que estamos acordados deve ser vivido com a consciência de que Deus está conosco e está ativamente envolvido em nossos pensamentos e ações. Assim, entendemos porque Paulo escreve em Filipenses a não mais sermos ansiosos, mas pelo contrário: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fp 4.6). Aos crentes de Colossos ele ensinou a perseverarem “na oração, vigiando com ações de graças” (Cl 4.2). À igreja de Éfeso, exortou-os a enxergarem oração como uma arma para ser usada em batalhas espirituais (Ef 6.18). O ‘Príncipe dos pregadores’ Charles Spurgeon, descreveu a vida de oração de um Cristão ao dizer: “Como os cavaleiros da antiguidade, sempre em batalha, nem sempre em seus cavalos avançando com suas lanças contra o seu adversário para fazê-lo cair do cavalo, mas sempre usando as armas que podiam alcançar.... Aqueles cavaleiros deprimidos geralmente dormiam em suas armaduras; então, até mesmo quando dormimos, ainda sim devemos estar no espírito de oração, para que se por acaso acordarmos de noite, ainda estaremos com Deus”. No decorrer dos nossos afazeres por todo o dia, oração deve ser a nossa primeira resposta a toda situação atemorizante, a todo pensamento ansioso, a toda tarefa indesejada que Deus comanda. John MacArthur (pastor da Grace Community Church em Sun Valley, Califórnia, EUA) adverte que a falta de oração vai fazer com que paremos de depender da graça de Deus e passemos a depender de nós mesmos. Orar sem cessar é, em essência, dependência da comunhão com o Pai. Para os Cristãos, oração é como respiração. Você não tem que pensar para respirar porque a atmosfera exerce pressão nos seus pulmões e o força a respirar. Por isso é mais difícil prender a respiração do que respirar. Semelhantemente, quando nascemos de novo e passamos a fazer parte da família de Deus, entramos em uma atmosfera espiritual onde a presença e graça de Deus exercem pressão, ou influência, nas nossas vidas. Oração é a resposta normal a essa pressão. Como crentes, temos todos entrado na atmosfera divina para respirar o ar da oração. Só então podemos sobreviver na escuridão desse mundo. Infelizmente, muitos crentes prendem sua respiração espiritual por muito tempo, achando que breve momentos com Deus são suficientes para sobreviverem. No entanto, tanta restrição do influxo espiritual é causada por desejos pecaminosos. O fato é que todo crente deve estar continuamente na presença de Deus e constantemente respirando Suas verdades para serem completamente funcionais. Porque fazemos parte de uma sociedade livre e próspera, é mais fácil para os Cristãos se sentirem seguros ao presumir – ao invés de depender – da graça de Deus. Muitos crentes ficam satisfeitos com as bênçãos físicas e têm pouco desejo por bênçãos espirituais. Ao se tornarem tão dependentes dos seus recursos físicos, eles acham que pouco precisam dos recursos espirituais. Quando programas, métodos e dinheiro produzem resultados impressionantes, há uma inclinação para confundir sucesso humano com benção divina. Cristãos podem na verdade se comportar como humanistas, vivendo como se Deus não fosse necessário.Quando isso acontece, desejo ardente por Deus e necessidade de Sua ajuda vão estar faltando, assim como o Seu poder. Por causa desse grande – e comum – perigo, Paulo encorajou os Cristãos a orar “em todo tempo” (Ef 6.18) e a perseverar na oração (Cl 4.2). Oração contínua, persistente e incessante é uma parte fundamental da vida Cristã que tem sua origem na dependência em Deus.
3. No dia da angustia e da adversidade. "Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena" (Pv 24:10). Existem dois tipos de angústias: uma é resultado de nosso egoísmo e a outra é permissão de Deus para o crescimento espiritual e testemunho de fé. Quando nos mostramos fracos diante das angústias e lutas da vida, os desafios nos causam espanto (1Sm 17.8-11); Quando nos mostramos fracos, nossa atitude é recuar e esperar o que vai acontecer (1Sm 17.16,24); Quando nos mostramos fracos, as nossas forças diminuem então passamos a ver o problema maior do que realmente ele é, tornando-o indestrutível, impossível de ser vencido e conquistado.(1Sm 17.32,33). “...no mundo tereis aflições (Jo 16.33). [Aflições (thlipsis; Strong 2347), pressão, opressão, estresse, angústia, tribulação, adversidade, aflição, espremer, esmagar, apertar, sofrimento. Imagine colocar sua mão em uma pilha de coisas soltas e comprimi-los. Isso é Thlipsis, colocar muita pressão no que está livre e liberto. A palavra é usada para o esmagamento de uvas ou azeitonas em uma prensa. – Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, Palavra-Chave 16.33, p. 1094].Mesmo em meio à perseguição há uma paz alegre na certeza da vitória que Cristo obteve sobre o mundo. Ele venceu o mundo por meio de sua vida, morte e ressurreição. Aos discípulos Ele disse que o mundo lhes traria tribulação, mas que Ele lhes daria paz. João termina seu discurso escrevendo essa animadora declaração de vitória.
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
A Bíblia ensina que devemos orar somente a Deus e a ninguém mais, pois não há nenhum outro deus além do nosso.
1. Com reverência. Existem pessoas que 'têm tanta reverência e temor à Deus' [parecem ter], que sequer têm confiança para falar com Ele. Não conhecem que em Cristo temos livre acesso ao Pai. Assim, eles acabam dirigindo suas orações a Maria ou outras pessoas falecidas, tidas como possíveis intercessoras, esperando que estes resolvam suas pendengas com Deus a seu favor. Em muitos arraiais evangélicos podemos encontrar justamente o oposto. Hoje, temos o fenômeno do cristianismo legal. O culto surfista. Deus é tratado como o ‘grande amigão’. Jesus é ‘um cara legal’, e ele vai ‘quebrar o galho p’rá gente’. Há crentes orando a Deus e chamando-o pai-inho. Não entendem o que é reverência. No tempo da graça, nós temos plena confiança para chegar perante Deus em oração. ‘Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.’ (Hb 4.16). Mas confiança não pode ser confundida com desrespeito. Cristo nos franqueou, com sua morte, o direito de tratarmos à Deus como “Aba- Pai”. Ele não franqueou-nos esse direito para que desrespeitarmos a Deus. Deus permanece o Criador, Todo-Poderoso, ‘Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém.’ (1Tm 6.16). O escritor da epístola aos Hebreus nos orienta como devemos nos aproximar de Deus: ‘Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade; Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.’ (Hb 12.28,29). Dentre todos os seus nomes, o favorito de Deus é Pai: Sabemos que Ele ama este nome, porque é o que Ele mais usa. Enquanto esteve na Terra, Jesus chamou Deus de Pai mais de duzentas vezes. Em suas primeiras palavras registradas, Jesus elucidou: ‘Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?’ (Lc 2.49). Em sua última e triunfante oração, Ele proclamou: ‘Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito’ (Lc 23.46). Só no Evangelho de João, o Senhor Jesus repetiu este nome 156 vezes. Deus gosta de ser chamado de Pai. Além do que, Jesus não nos ensinou a começar nossa oração com a frase ‘Aba Pai’? “Com a ajuda de meus assistentes, examinei a literatura devocional do antigo judaísmo... O resultado desses exames foi que, em lugar algum dessa vasta literatura, foi achada a invocação de Deus como "Aba Pai". Aba era uma palavra comum; uma palavra familiar e corriqueira. Nenhum judeu teria ousado tratar Deus dessa maneira. Não obstante, Jesus o fez em todas as suas orações a nós legadas, com uma única exceção: o brado da cruz — ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?’ Na oração do Senhor, Jesus autorizou os discípulos a repetirem a palavra Aba depois dEle, dando-lhes o direito de partilharem sua condição de Filho. Autorizou-os a falar com o seu Pai celeste de um modo mais confiante e familiar.” As duas primeiras palavras da oração do Senhor são plenas de significado: "Pai nosso" lembra-nos que somos bem-vindos à Casa de Deus porque fomos adotados pelo dono. – Max Lucado, "A Grande Casa de Deus" – Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp. 12-13.
2. Com fé e humildade. É certo que Deus fará por nós, não somente mais do que pedimos e desejamos em oração, como também mais do que nossa imaginação possa alcançar. Mas esta promessa é condicional! O grau da fé e humildade, a presença, o poder e graça do Espírito Santo em nossa vida é que vai determinar se receberemos de Deus aquilo que pleiteamos (1.19; 3.16-19; Is 65.24; Jo 15.7; Fp 2.13). O crente deve ter uma paixão sincera por agradar a Deus, no amor, na devoção, no louvor, na santidade e no servir. Nosso desejo interior deve ser por uma vida alicerçada na fé e na humildade cristãs. Para isso, precisamos separar-nos do mundo e aproximar-nos cada vez mais de Deus; viver para Deus, adorá-lo, obedecer-lhe; opor-nos ao pecado e apegar-nos à justiça; resistir e repudiar o mal, ser generosos com o próximo na prática de boas obras, imitar a Cristo, segui-lo, servi-lo, andar na direção do Espírito Santo e ser cheio dEle. Devemos apresentar a Deus, nosso corpo como morto ao pecado e como templo do Espírito Santo (1Co 6.15,19).
3. Priorizando o Reino de Deus e seus valores eternos. Na oração devemos tratar dos nossos pecados e também estar dispostos a perdoar aqueles que nos fizeram mal (Hb 9.14; 1Jo 1.9). Aqueles que seguem a Cristo são conclamados a buscar acima de tudo o mais, o reino de Deus e a sua justiça. O verbo buscar subentende estar continuamente ocupado na busca de alguma coisa, ou fazendo um esforço vigoroso e diligente para obter algo. Cristo menciona dois objetos da nossa busca:
a. O Reino de Deus devemos buscar diligentemente a demonstração da soberania e do poder de Deus em nossa vida e em nossas reuniões. Devemos orar para que o reino de Deus se manifeste no grandioso poder do Espírito Santo para salvar pecadores, para destruir a influência demoníaca, para curar os enfermos e para engrandecer o nome do Senhor Jesus;
b. Sua justiça com a ajuda do Espírito Santo, devemos procurar obedecer aos mandamentos de Cristo, ter a sua justiça, permanecer separados do mundo e demonstrar o seu amor para com todos (Fp 2.12,13).
Não podemos chegar à presença de Deus em oração, sem reverência, sem fé e sem santo temor.
III. ONDE ORAR E POR QUEM ORAR?
1. O lugar da oração. Todo filho de Deus deve ter um lugar para estar a sós com Deus a fim de buscá-lo. Sem isto, a oração secreta não terá a duração desejada ou será algo casual. Jesus tinha seus lugares secretos para orar (Mt 14.23; Mc 1.35; Lc 4.42; 5.16; 6.12). Nós, também, devemos disciplinar nossa vida a fim de mantermos nossa comunhão com Deus e demonstrar nosso amor por Ele. A oração secreta é especialmente importante:
a. de manhã cedo, para dedicarmos a Deus o nosso dia;
b. no fim da tarde, para render-lhe graças por suas misericórdias; e
c. nos momentos em que o Espírito nos impulsiona a orar.
A promessa é que nosso Pai nos recompensará abertamente com a resposta à nossa oração, com sua presença íntima, e com honra genuína por toda a eternidade.
2. Orar pela igreja de Deus. ‘Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações’ (Ef 1.16). Paulo orando pelos efésios reflete o desejo máximo de Deus para todo crente em Cristo. Ele ora para que o Espírito opere neles em maior escala. A razão dessa medida maior do Espírito é que os crentes recebam mais sabedoria, revelação e conhecimento a respeito dos propósitos redentores de Deus para a salvação, presente e futura, e experimentem um ‘poder’ mais abundante do Espírito Santo na sua vida.
3. Orar por todos os homens e pelas autoridades constituídas (1Tm 2.1,2). ‘A língua... com ela amaldiçoamos os homens...’ (Tg 3.8,9). Tiago fala da dificuldade de se controlar a língua diante de tantas coisas erradas praticadas por aqueles que estão investidos de autoridade. Não maldizer não é o mesmo que ser conivente com esta situação sombria; no entanto jamais devemos nos sentar juntos àqueles que abrem suas bocas para falar e difamar nossas autoridades. A missão que está em nossa mão é: Orar, Clamar. ‘A autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto se fizeres o mal, teme... pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal.’ (Rm 13.4). O nosso agir dever ser em retidão, observando o direito do próximo, viver em justiça. Jamais nos assemelharmos ao ímpio, pois, para este a justiça é como uma espada que fere. As autoridades constituídas são instituições que existem para o nosso bem. Como cidadãos dos céus (Sl 15) precisamos estar atentos às muitas leis e sermos obedientes no cumprimento das mesmas para que venhamos a viver em paz. A oração (1Tm 2.1,2) contínua pelas autoridades é a vontade de Deus para a vida de seus servos.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Ao orar o crente deve ter em mente ao menos três propósitos: adorar a Deus, agradecer-lhe e pedir algo para si ou para outrem (interseção).
“Homens e mulheres estão no seu estado mais nobre quando estão de joelhos diante de Deus em oração. [...] Quando oramos somos verdadeiramente humanos, pois o homem foi feito por Deus e para Deus, e, quando ora, está em comunhão com Deus. Desta forma, a oração é uma atividade autêntica por si só, independente de quaisquer benefícios que possa nos trazer. Ainda assim, ela é também um dos meios mais efetivos de graça. Eu duvido que alguém possa se tornar semelhante a Cristo sem que seja antes diligente na oração.” John Stott, "Your Confirmation” (rev. edn. London: Hodder and Stoughton, 1991), p. 118.
A oração é uma comunicação multifacetada entre os crentes e o Senhor. Além de palavras como “oração” e “orar”, essa atividade é descrita como invocar a Deus (Sl 17.6). Invocar o nome do Senhor (Gn 4.26), clamar ao Senhor (Sl 3.4), levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1), buscar ao Senhor (Is 55.6), aproximar-se do trono da graça com confiança (Hb 4.16) e chegar perto de Deus (Hb 10.22). Encontramos na Bíblia alguns motivos claros para o povo de Deus orar:
a. Antes de tudo, Deus ordena que o crente ore. O mandamento para orarmos vem através dos salmistas (1Cr 16.11; Sl 105.4), dos profetas (Is 55.6; Am 5.4,6), dos apóstolos (Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17) e do próprio Senhor Jesus (Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24). Deus aspira a comunhão conosco; mediante a oração, mantemos o nosso relacionamento com Ele;
b. A oração é o elo de ligação que carecemos para recebermos as bênçãos de Deus, o seu poder e o cumprimento das suas promessas. Numerosas passagens bíblicas ilustram esse princípio. Jesus, por exemplo, prometeu aos seus seguidores que receberiam o Espírito Santo se perseverassem em pedir, buscar e bater à porta do seu Pai celestial (Lc 11.5-13). Por isso, depois da ascensão de Jesus, seus seguidores reunidos permaneceram em constante oração no cenáculo (At 1.14) até o Espírito Santo ser derramado com poder (At 1.8) no dia de Pentecostes (At 2.1-4). Quando os apóstolos se reuniram após serem libertos da prisão pelas autoridades judaicas, oraram fervorosamente para o Espírito Santo lhes conceder ousadia e autoridade divina para falarem a palavra dEle. “E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus” (At 4.31). O apóstolo Paulo freqüentemente pedia oração em seu próprio favor, sabendo que a sua obra não prosperaria se os crentes não orassem por ele (Rm 15.30-32; 2Co 1.11; Ef 6.18, 20; Fp 1.19; Cl 4.3,4). Tiago declara inequivocamente que o crente pode receber a cura física em resposta à “oração da fé” (Tg 5.14,15).
c. Deus, no seu plano de salvação da humanidade, estabeleceu que os crentes sejam seus cooperadores no processo da redenção. Em certo sentido, Deus se limita às orações santas, de fé e incessantes do seu povo. Muitas coisas não serão realizadas no reino de Deus se não houver oração intercessória dos crentes (Êx 33.11). Por exemplo: Deus quer enviar obreiros para evangelizar. Cristo ensina que tal obra não será levada a efeito dentro da plenitude do propósito de Deus sem as orações do seu povo: “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara” (Mt 9.38). Noutras palavras, o poder de Deus para cumprir muitos dos seus propósitos é liberado somente através das orações contritas do seu povo em favor do seu reino. Se não orarmos, poderemos até mesmo estorvar a execução do propósito divino da redenção, tanto para nós mesmos, como indivíduos, quanto para a igreja coletivamente.(adaptado do estudo ‘Oração Eficaz’, BEP CD Ron).
N’Ele, ‘Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar’ (2Co 1.4),
Francisco A Barbosa
EXERCÍCIOS
1. De acordo com a lição, qual o conceito de oração?
- R. A oração é o meio que Deus proveu ao homem a fim de que este viesse a estabelecer um relacionamento de comunhão contínua com Ele.
2. Qual a recomendação do apóstolo Paulo sobre a oração que nos faz triunfar no dia da adversidade?
- R. Perseverar em oração (Rm 12.12).
3. Como devemos orar?
- R. Com reverência, com fé e humildade, priorizando o Reino de Deus.
4. Quais são os propósitos que o crente deve ter em mente ao se colocar no altar de oração?
- R. Adorar a Deus, agradecer-lhe e interceder.
5. De acordo com 1Tm 2.1,2 por quem devemos orar?
- R. Por todos os homens e pelas autoridades constituídas.
Boa aula!
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- Lições Bíblicas 4º Trim. Livro do Mestre CPAD (http://www.cpad.com.br);
- Max Lucado, "A Grande Casa de Deus" – Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp. 12-13;
- John Stott, "Your Confirmation” (rev. edn. London: Hodder and Stoughton, 1991), p. 118.
- O Cristianismo Através dos Séculos, Uma História da Igreja Cristã, Earle E. Cairns, tradução Israel Belo de Azevedo, 2ª edição, São Paulo, Vida Nova, 1995;
- Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;
- (HORTON, Stanley M (ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro. 12.ed. CPAD, 2009, pp. 600-1).
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