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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!

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27 de março de 2010

Lição 01 – JEREMIAS, O PROFETA DA ESPERANÇA


04 DE ABRIL DE 2010

TEXTO ÁUREO

"Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás" (Jr 1.7).

- Semelhante a Moisés, Jeremias alega incapacidade e inexperiência (sou uma criança), mas o apoio e a presença de Deus (eu sou contigo) superarão a deficiência do profeta.

VERDADE PRÁTICA

A missão do homem de Deus é inegociável. Ele foi chamado para cuidar dos interesses do Todo-Poderoso, e proclamar com isenção e coragem a sua Palavra.

- O Senhor mostra a sua soberania pelo fato de ter formado, separado e designado Jeremias para ser profeta e porta-voz às nações (Assíria, Babilônia, Egito, Judá e outras).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Jeremias 1.1-10

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Conhecer a origem sacerdotal do profeta Jeremias;

- Explicar como se deu o chamamento do profeta Jeremias, e

- Conscientizar-se de que somos um povo sacerdotal e profético.

PALAVRA-CHAVE

Vocação

(Latim vocatio, -onis)

1. Inclinação que se sente para alguma coisa; propensão, tendência.

2. Disposição natural do espírito; índole.

3. Inclinação para a vida religiosa.

COMENTÁRIO

(I. INTRODUÇÃO)

Jeremias (do hebraico יִרְמְיָהוּ, Yirmeyahu: - Yah exalta) é o nome de nove personagens do Tanakh (תנ״ך - uma sigla utilizada dentro do judaísmo para denominar seu conjunto principal de livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode chamar de uma Bíblia Judaica. O conteúdo do Tanakh é equivalente ao Antigo Testamento, porém,com outra divisão).

Jeremias foi um crítico da conduta do seu povo e com os julgamentos que este sofreu, mediante uma visão de que Israel era a nação de Deus, vinculada a Ele por meio de um pacto e sujeita à sua Lei, o que eles violavam claramente naqueles dias praticando a idolatria, desrespeitando o descanso no dia do sábado e não libertando os escravos no Ano do Jubileu.

As denúncias de Jeremias reivindicavam a atenção dos príncipes e do povo, para que fossem responsáveis pela Lei, a qual violavam constantemente. Suas críticas eram feitas em discursos acalorados em plena praça pública e dirigidos à classe dominante - os sacerdotes, profetas, governantes e a todos aqueles que seguiam o legalismo do "proceder popular".

Sem dúvida alguma teremos neste trimestre mais um assunto vinculado à atualidade da Igreja. Jeremias deve nos inspirar e nos levar a ver que ser cristão é essencialmente ter um relacionamento moral e espiritual com Deus, um relacionamento que requer a devoção de cada indivíduo.

Que o Senhor inspirou o Pr Claudionor Correa de Andrade, um dos principais teólogos pentecostais brasileiros, para escrever esta preciosa lição, não temos dúvida, a CPAD foi muito feliz com este currículo, e nós, alunos da EBD, fomos abençoados com mais este tema vibrante e instigante. Estudemos então sobre este introvertido profeta!

(II. DESENVOLVIMENTO)

I. A ORIGEM SACERDOTAL DO PROFETA JEREMIAS

JEREMIAS iniciou seu ministério no reinado de JOSIAS,um rei bom que fez com que o Senhor adiasse temporariamente o juízo prometido em castigo aos desmandos de Manassés. Nasceu em ANATOTE, atual ANATA, aldeia 6 km a nordeste de Jerusalém (mesmo lugar onde foi exilado , por Salomão, o sacerdote Abiatar- 1Rs 2.26-27), entre 650 e 640 a.C. Era filho do sacerdote Helcias, da casa de Eli. Talvez descendesse de Abiatar (o que foi exilado por Salomão), chefe dos levitas em Jerusalém na época do rei Davi. Jeremias é um dos nove personagens chamados por este nome encontrados no Tanakh.

História segundo a tradição:

O pai de Jeremias, Hilquias, não era o sumo sacerdote que levava este nome, da linhagem de Eleazar, provavelmente era da linhagem de Itamar e possivelmente descendeu de Abiatar, o sacerdote que o Rei Salomão despediu do serviço sacerdotal. - 1Rs 2:26, 27.

Teria sido chamado a ser profeta quando era rapaz, em 647 a.C., no 13º ano do reinado do rei Josias, de Judá (659-629 a.C.). Demonstrou receio ao assumir tal tarefa. Jeremias era pesquisador e historiador, além de profeta. Seu ministério continuou até pouco tempo depois da queda de Jerusalém em 586 a.C. Jeremias exerceu seu ministério profético durante um dos períodos mais críticos da história do povo de Deus. SINOPSE DO TÓPICO (1)

II. A VOCAÇÃO DE JEREMIAS

1. O jovem Jeremias. Deus mostra a sua soberania pelo fato de ter formado, separado e dado Jeremias para ser Seu profeta e porta-voz quando este ainda era moço. Não há indícios de que fosse criança, a expressão usada (sou uma criança), semelhante a Moisés, alega incapacidade e inexperiência, não devemos entendê-la literalmente – referindo-se à idade do profeta. A seqüência da perícope nos leva a entender que Jeremias tentou esquivar-se de sua vocação, mas YAWEH promete-lhe apoio e Sua presença (eu sou contigo) para superar a alegada deficiência do profeta.

2. O chamamento de Jeremias. “conhecer”, da parte do Senhor equivale a escolher e predestinar (Am 3,2), “Consagrar” indica mais separação para o ministério profético do que santificação interior. Profetizou durante um período de quarenta anos, até o exílio babilônico do povo de Judá. Durante esse período, a palavra do Senhor veio a ele por repetidas vezes. Quando Deus chama alguém para um trabalho especial, Ele capacita para isso. A exemplo do profeta, nós costumamos também listar problemas, deficiências, fraquezas e limitações. Resta-nos entender que Deus não nos chama para um trabalho sem que nos capacite e nos ajude na execução dele. ‘A vida pessoal desse profeta é mais conhecida do que a de qualquer outro profeta porque ele nos deixou muitas marcas de seus pensamentos, preocupações e frustrações (Introdução ao Livro de Jeremias, Bíblia de Estudo Plenitude – SBB)

3. A incapacidade de Jeremias. Querer recusar sua vocação parece um ato de falta de fé daquele profeta, mas quando nos aprofundamos nos seus pensamentos, preocupações e perturbações, nos apercebemos de quão pesada foi a sua carga. Jeremias recebeu a ordem de não se casar ou ter filhos para ilustrar a sua mensagem: o extermínio da próxima geração. Tinha poucos amigos, seu mais chegado amigo foi o seu escriba Baruque e ao que parece, são qualificados como amigos apenas Aicão e seu filho Gedalias e Ebede-Meleque, isso pelo peso de sua mensagem de ruína e possível conselho à rendição aos babilônios. Seu ministério aconteceu num dos períodos mais conturbados da história de Israel, enfrentou a elite governante pregou contra a esperança do povo. É razoável seu medo em assumir sua vocação tendo alegado ser incapaz. Jeremias recebeu da parte do Senhor uma grande missão: profetizar às nações. SINOPSE DO TÓPICO (2)

III. O ESTADO CIVIL DE JEREMIAS

Próximo à idade de se casar, Deus proibiu Jeremias de fazê-lo (16.1-4). SINOPSE DO TÓPICO (3) Por qual motivo o Senhor determinou ao profeta que não casasse e gerasse filhos? Jeremias não é proibido tão somente de tomar esposa para si mas também de participar de qualquer outra atividade normal, como um sinal do julgamento vindouro: não gerar filhos era o sinal de que não havia futuro imediato para Judá.

IV. A POSTURA PROFÉTICA DE JEREMIAS

No tempo de Josias,10 período de sua atuação, Jeremias proclamou um julgamento contra Israel por causa de sua infidelidade a YAHWEH e sua adesão a outros deuses, especialmente os deuses que garantiam a fertilidade da natureza, os chamados baalim. Conta-nos Jr 26.1-24 que Jeremias quase morre por fazer tal denúncia. Aos olhos dos sacerdotes e profetas, Jeremias cometera duas blasfêmias: falara em nome de YAHWEH e falara contra a casa de YAHWEH. Perante o tribunal a que é levado, ele, porém, confirma suas palavras e só não morre porque alguém se lembrou do profeta Miquéias, que, um século antes, pregara destino parecido para o Templo e para a cidade e nada sofrera. Em inflamados discursos em praça pública, denuncia o governo de Joaquim como ganancioso, assassino e violento (Jr 22.13-19), um dos mais duros oráculos proféticos já pronunciados contra um rei. Jeremias compara Joaquim ao seu pai Josias e denuncia o rei como contrário a YAHWEH, pois não cumpre sua função real de exercer a justiça e o direito e de proteger os mais fracos. No começo de seu governo, Joaquim preocupa-se em construir um novo palácio - ou um anexo ao antigo - exatamente no momento em que a crise econômica se agravava. Dependente do Egito, a quem pagava tributo, colocou a população para trabalhar de graça na construção. Jeremias vai dizer ao rei que ele, quando morrer, nem merece ser sepultado, mas como um jumento deverá ser jogado para fora das muralhas de Jerusalém, pois, ao contrário de seu pai, Joaquim "não conhece YAHWEH". Foi proibido de adentrar ao Templo porque, segundo Jr 19.14-20.6, possivelmente por volta de 605 a.C., quando Nabucodonosor venceu o faraó Neco II e ameaçou Judá, o profeta foi ao pátio do Templo e anunciou a destruição de Jerusalém. Acabou preso por Fassur, chefe da guarda do Templo, surrado e colocado no tronco por uma noite. Depois disso, foi-lhe proibida, segundo Jr 36.5, a entrada no Templo. Sem poder ir até o povo, convoca o escriba Baruque e dita-lhe os oráculos de julgamento contra a nação. Este episódio da primeira escrita do livro, narrado em Jr 36.1-32, aconteceu no quarto ano do governo de Joaquim,em 605 a.C. No ano seguinte, em dezembro de 604 a.C. Jeremias manda Baruque ler o rolo no Templo. O momento é dramático: Nabucodonosor atacava, então, a cidade filistéia de Ascalon, vizinha de Judá. Por isso, talvez, Jeremias, tenha acreditado ter soado a hora da verdade para Judá. O "inimigo do norte" está às portas. Ou conversão ou destruição, alerta o profeta. Os profetas da época não compartilhavam dos mesmos pensamentos. Acreditam alguns especialistas que talvez o fato mais desorientador para Jeremias nesta época era a análise errada da situação feita por pessoas que se apresentavam para falar em nome de YAWEH como seus profetas. Por isso, em Jr 14.13-16 e Jr 23.13-40 podemos ver como Jeremias luta para desmascarar os pseudo-profetas que, falando em seu próprio interesse, "fortalecem as mãos dos perversos, para que ninguém se converta de sua maldade", que seduzem o povo com suas mentiras e seus enganos, roubando um do outro a palavra de YAWEH. Jeremias conclui que dos profetas de Jerusalém saiu a impiedade para todo o país. Jeremias não era populista nem popular; não era obcecado por índices de aceitação. Seu objetivo era agradar ao Senhor. SINOPSE DO TÓPICO (4)

(III. CONCLUSÃO)

Fica fácil compreendermos a hesitação de Jeremias em aceitar sua vocação. Seu ministério aconteceu em uma época conturbada no mundo de então, com as superpotências Egito e Babilônia disputando o poder mundial. O pano de fundo para seu ministério foi o fracasso da reforma impetrada por Josias na tentativa de provocar um grande impacto na vida do povo, plano que sucumbiu mediante a retomada dos maléficos atos de Manassés por seus sucessores. Jeremias foi chamado e capacitado para uma tarefa árdua, seu titubear não foi causa para o Senhor passar dele essa missão, mas comprovou não apenas ao profeta, mas a todos nós, que o Senhor quando chama, ele dá as ferramentas e a capacidade para desempenhar o papel recebido. Vocacionado, capacitado e enviado por Deus: em Sua soberania Deus chama mesmo antes de nascer e não há como fugir, Ele prepara tudo e supre as necessidades para a jornada. Não obstante, temos contemplado alguns hoje que ‘constroem’ a sua própria chamada através dos conchavos políticos, apadrinhamentos e amizades, contudo, seus ‘ministérios’ não estão alicerçados na Rocha e servem apenas para constrangimento da Obra e impõem sofrimentos ao rebanho e escândalo ao redil. Nossa oração ao Senhor deve ser em busca da Sua misericórdia, suplicar para que sejam levantados muitos ‘Jeremias’ em nossa geração, líderes corajosos e intrépidos no combate à promiscuidade espiritual de nossos dias, ainda que chorando, para o bem do evangelho em nossa pátria! A CPAD foi muito feliz com mais este trimestre que com toda certeza, conscientizará a muitos crentes – ao menos os alunos da EBD - de que o nosso compromisso é, sobretudo, com Deus, e a nossa motivação principal deve ser a pregação da verdade, haja o que houver. "Como Jeremias, coloque sua confiança em Deus para ir adiante de você, sossegue os seus medos e use o poder de Deus para tornar as suas limitações em possibilidades ilimitadas". Jim George REFLEXÃO

APLICAÇÃO PESSOAL

A narrativa a respeito de Jeremias apresenta o retrato de um grande homem de Deus. Contudo, não foi nenhum super-homem nem representou o ideal estóico de alguém que permitia que os embates da vida o fustigassem sem afetá-lo. Ao contrário, Jeremias foi uma pessoa real, de personalidade complexa, que não obstante, permaneceu fiel ao seu chamado e ao seu Senhor. Jeremias foi um profeta admirável. A sua coragem ante a pergunta do mau rei Zedequias (Há uma palavra do Senhor?) é exemplar. Quem hoje, ousaria e seria fiel a Deus, a ponto de dizer ao rei: "Serás entregue na mão do rei de Babilônia"? Mesmo sabendo que seria lançado outra vez no calabouço (Jr 37).
Ele experimentou medo e desespero, alegria e louvor. Chamado de ‘profeta chorão’, sofreu com o pecado de Judá e com o juízo determinado por YAWEH. Em sua época, nenhum dos profetas o acompanharam. Acreditam alguns especialistas que talvez o fato mais desorientador para Jeremias era a análise errada da situação feita por pessoas que se apresentavam para falar em nome de YAHWEH como seus profetas. (Que coincidência com a época atual!). Por isso, em Jr 14.13-16 e Jr 23.13-40 podemos ver como Jeremias luta para desmascarar os pseudo-profetas que, falando em seu próprio interesse (hum....), "fortalecem as mãos dos perversos, para que ninguém se converta de sua maldade", que seduzem o povo com suas mentiras e seus enganos, roubando um do outro a palavra de YAHWEH. Jeremias facilmente conclui que a decadência espiritual de Judá tem sua origem nos pseudo-profetas. De fraco a forte, de inexperiente a intrépido pregador, que mudança radical! Deus tem um chamado para cada um de nós, Ele espera que aceitemos sem temor nossa nomeação de porta-vozes d’Ele e anunciemos: “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). O jovem profeta de ANATOTE, chamado para o ministério por meio de uma visão, ainda em sua mocidade – talvez aos 24 anos - sem experiência para falar aos homens de Deus, teve seus lábios ungidos para falar às gentes e aos reinos para arrancar e destruir, para arruinar e dissipar, e para edificar e plantar.
As hostilidades que começaram em ANATOTE, generalizaram-se por todo o reino - Estado e Nação (Cap. 18.18-23 ). Até mesmo seus amigos íntimos armavam ciladas, para que pudessem acusá-lo de traição. Não obstante, manteve-se fiel ao seu chamado e prosseguiu denunciando a corrupção generalizada e o descompromisso da classe sacerdotal para com YAWEH. Serve-nos de exemplo denodado, como o profeta, não podemos permanecer calados anti os desmandos da atualidade. Cada um de nós deve permanecer no seu chamado, na sua vocação. Politicamente, como vimos o profeta perdeu, mas espiritualmente obteve retumbante vitória. Não devemos temer os pseudo-profetas da atualidade, mas como Jeremias, coloquemos nossa confiança em Deus para ir adiante de nós, sosseguemos os nossos medos e usemos o poder de Deus para tornar nossas limitações em possibilidades ilimitadas. PENSE NISSO!

N’Ele, que me chama e capacita,

Francisco A Barbosa

assis.barbosa@bol.com.br

BIBLIOGRAFIA PESQUISADA

- Bíblia de Jerusalém, Paulus;

- Bíblia de Estudo Genebra, Ed Cultura Cristã – SBB;

- http://pt.wikipedia.org/wiki/Jeremias_(profeta)

- Imagem: http://www.cpad.com.br


EXERCÍCIOS

RESPONDA

1. Qual a origem de Jeremias?

R. Nascido em Anatote, filho de Hilquias.

2. Como se deu a vocação de Jeremias?

R. O profeta foi vocacionado por Deus por Deus ainda na flor de seus dias.

3. Qual o estado civil de Jeremias?

R. Solteiro, por determinação de Deus.

4. Qual a postura profética de Jeremias?

R. Jeremias não estava preocupado em agradar ao povo, mas a Deus, que o vocacionou e chamou para sua obra.

5. Sendo a voz profética de Deus, como deve agir a Igreja de Cristo?

R. A Igreja deve pregar o evangelho completo a toda a criatura, em toda a parte.

(BOA AULA!)

19 de março de 2010

Lição 13 - SOLENES ADVERTÊNCIAS PASTORAIS

28 DE MARÇO DE 2010

TEXTO ÁUREO

"Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos" (2 Co 13.5a).

- Nenhum conhecimento é tão importante para os crentes como a certeza de que têm a vida eterna. Todo crente deve realizar um auto-enxame a fim de constatar se permanece salvo, se permanece seguindo uma doutrina pura, sem mistura. Paulo solicita aos crentes que examinem as próprias vidas pela evidência da salvação. Esta evidencia inclui a confiança plena em Cristo (Hb 3.6), obediência à Palavra (Mt 7.21), crescer em santificação (1Jo 3.3), desenvolver o fruto do Espírito (Gl 5. 22, 23), prática do amor (1Jo 3.14), exemplo a ser seguido (Mt 5.16), pureza doutrinal (1Jo 4.2) e uma vida cheia do Espírito Santo (Rm 8. 15, 16). Tal exame, deve levar-nos a ter uma consciência crescente da presença e do poder de Cristo operando em nossa vida. Só assim teremos a certeza de que somos cristãos, de que temos a mente de Cristo. Examinemo-nos!

VERDADE PRÁTICA

Uma das responsabilidades pastorais é disciplinar a igreja com amor, a fim de que esta desenvolva-se espiritualmente sadia.

- Paulo não seria complacente em relação aos desvios doutrinários e aos opositores. Como pastor zeloso ele confrontou-os, denunciou-os publicamente, disciplinou-os e/ou excluiu-os da congregação. Paulo desejou ver uma igreja madura, imaculada, e não mediu esforços para isso.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Coríntios 12.19-21; 13.5,8-11

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Refletir a respeito da firmeza e determinação do apóstolo Paulo.

- Compreender que o objetivo da disciplina na igreja é edificar moral e espiritualmente as pessoas, e não destruí-las.

- Saber que o amor fraternal deve prevalecer na vida do cristão autêntico.

PALAVRA-CHAVE

Advertência

1. Ato de admoestar;

2. Observação fundada na prudência; aviso; conselho.

3. Espécie de prólogo que tem por fim elucidar sobre alguma particularidade da obra.

4. Nota; reparo.

COMENTÁRIO

(I. INTRODUÇÃO)

Chegamos ao final de mais um trimestre. É momento de, a exemplo da igreja coríntia, refletirmos em um auto-exame espiritual: "Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos" (13.5). Todo crente deve fazer essa reflexão não uma ou duas vezes, mas sempre que surgir a dúvida. O pastor Paulo, cheio de zelo, admoesta a igreja particularmente quanto a sua situação espiritual. Os coríntios foram chamados a examinar-se e provar-se a fim de constatarem se realmente eram de Cristo. Paulo conclui a defesa de sua autoridade apostólica com uma série de advertências à igreja de Corinto e a prepara para a sua terceira visita pastoral.

(II. DESENVOLVIMENTO)

I. PREOCUPAÇÕES PASTORAIS DE PAULO (12.19-21)

1. Defender seu apostolado em Cristo (v.19). Paulo, mais uma vez, deixa claro que sua intenção não é se justificar diante de seus acusadores. Ele estava preocupado com o modo como os coríntios entenderiam o conteúdo de sua epístola e arrependeu-se de tê-la enviado antes de sua chegada. Ele explicou que o seu esbravejar não tinha o propósito de desfazer de seus opositores, mas sim, de purificar e de edificar a igreja. O fato de Paulo conhecer o pecado deles causou-lhes temor, e sabia que ele não os encontraria da maneira como gostaria (arrependidos) e que eles também, por sua vez, encontrariam com Paulo de um modo que não os agradaria - endurecido e disciplinador.

2. O temor de Paulo em relação à igreja de corinto (v.20). É difícil acreditar que Paulo esteja se dirigindo aos mesmos crentes dos quais ele declarou possuírem grandes dons e serem líderes qualificados no Cap 8.7. O zeloso Paulo, temendo a desvirtuação doutrinária naquela igreja, foi hostil tendo em vista a reconciliação daquela igreja com a pureza da Palavra. Paulo estava ciente de que não podia, como pastor, deixar de tratar os pecados que haviam comprometido a qualidade espiritual daquele rebanho.

3. A situação da igreja de Corinto (v.20,21). Os que pastoreiam devem chorar por aqueles na igreja que se recusam arrepender-se do seu pecado e abandoná-lo, pois estão espiritualmente mortos. Paulo dirige uma mensagem trágica a esses crentes afim de que eles reconheçam sua situação, mostrando que, caso continuem endurecidos, estarão excluídos do reino de Deus. A defesa de Paulo tinha por objetivo provar à igreja que Deus era o seu Juiz, e que a sua comunhão com Cristo dava-lhe autoridade para falar e representá-lo na terra. SINOPSE DO TÓPICO (1)

II. O PROPÓSITO DA DISCIPLINA DA IGREJA POR PAULO (12.21; 13.2-4)

1. Promover a paz e o arrependimento dos pecadores (vv.12.21; 13.2). A igreja coríntia corria risco: alguns daquela igreja haviam resistido à autoridade apostólica de Paulo e continuavam dissolutos. Sua visita é disciplinadora a fim de extirpar o câncer que corroia a igreja – a alienação da sabedoria mundana à qual eram naturalmente inclinados. Paulo, ousadamente chamou-os à uma vida santa e obediente.

2. Afirmar o caráter cristão de seu apostolado (13.2,3).pois procurais uma prova de que é Cristo que fala em mim” (Bíblia de Jerusalém, Paulus); Esta é uma forte declaração da autoridade apostólica de Paulo. O que Paulo falava (da Palavra), vinha do próprio Cristo, e estas palavras eram poderosas para silenciar qualquer opositor. A Bíblia afirma que o Senhor disciplina aos seus amados filhos, portanto, a correção dos pecados daquela igreja pelo apóstolo revelava o amor que ele, em Cristo, nutria por aqueles crentes. Os problemas de ordem moral exigiam uma postura firme. Caso contrário, as ações diabólicas para destruir a igreja não seriam neutralizadas. SINOPSE DO TÓPICO (2)

III. ALGUMAS RECOMENDAÇÕES FINAIS (VV.5-11)

1. Paulo encerra sua carta com uma advertência (13.5). Examinai-vos... provai-vos... Estas palavras de Paulo são explicativas e nos ajudam a entender a certeza da fé. “Se fizerem o teste final com a sua fé, será tão fácil descobrir uma fé falsa quanto uma moeda falsificada (v. 5). Se Jesus Cristo estiver em vocês, então são uma nova criatura (5. 17-18). Vocês têm a natureza e o poder, a menos que estejam reprovados”. (Bíblia de Estudo Dake, CPAD, pág 1866). Paulo sabe que os fiéis não temerão uma autoavaliação e espera que, assim como reconheceram sua fé em Cristo, sejam capazes de reconhecer o relacionamento sincero e fiel dele com Cristo.

2. Paulo encerra sua carta com um desejo (13.7-9). Ele deseja que aqueles cristãos sejam aprovados nessa autoavaliação. Suas palavras em bom português são: “não quero encontrar-vos fazendo o mal e ter que aplicar uma dura disciplina a fim de extirpar o câncer do seio da igreja. Agindo corretamente, estarão livres da disciplina”. Nesses versículos, Paulo tinha em mente o bem-estar espiritual dos crentes e não o seu próprio (semelhança com os superapóstolos atuais?). O desejo sincero de Paulo é evidente: "meu desejo sincero é encontrá-los perfeitos! " (v.9).

3. Últimas recomendações (13.11). Paulo exortou Corinto, continua a exortar-nos. Os problemas pontuais de Corinto estão presentes em nossa igreja e precisam ser tratados com a mesma diligência e severidade. Encobrir suas falhas não vai conduzir a igreja atual à um bom termo. Paulo trabalhou arduamente para purificar aquela igreja, se queremos uma igreja forte e atuante, devemos enfrentar os problemas de frente, devemos aplicar os princípios da Palavra de Deus e não apenas sermos ouvintes esquecidos. Aplicar esses princípios inclui fazer os ajustes e reparos necessários, assim como os pescadores fazem remendos em suas redes, é preciso remendar – disciplinar. Os coríntios deveriam consertar os problema entre eles para que, como um corpo, constituíssem uma única peça. Paulo também recomenda que os coríntios busquem a maturidade cristã, a fim de que não sejam enganados por falsos mestres; note que ele estava satisfeito com o progresso daquela igreja mas tinha a convicção de que precisavam de muito mais para se tornarem completos. A disciplina deve ter sempre, como objetivo, edificar moral e espiritualmente as pessoas, e não destruí-las. SINOPSE DO TÓPICO (3)

(III. CONCLUSÃO)

“Os paradigmas do cristianismo ocidental sofreram tantas mudanças, nos últimos cinqüenta anos, que a sensação que se tem não é de um tornado, mas de um furacão, daqueles que arrasam uma ilha, soprando sobre as instituições cristãs. As lideranças procuram respostas, e os cristãos, muitas vezes perdidos, correm de um lado para outro, tangidos por novos modismos...” - Pr Ricardo Gondim. Deus é o Autor da paz e o Amante da harmonia; Ele tem nos amado, e quer estar em paz conosco. Os paradigmas da igreja coríntia haviam mudado. Paulo, zeloso, enfrentou-os, disciplinou-os e excluiu os irreconciliáveis a fim de purificar aquela igreja. No Brasil, vivemos um período no qual muitos podem dizer: “nossa igreja está maravilhosa, já temos mais de um terço dos brasileiros servindo a Jesus, excelentes ministérios e uma boa mídia gospel”. Meu pensamento quanto a isso é que nossas igrejas estão como a de Corinto, carentes de disciplina, de coerção. Que esta segunda carta aos coríntios possa produzir em cada crente uma reflexão a respeito de sua posição no Corpo de Cristo e do que significa ser cristão, a fim de que possamos declarar como Paulo: "Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas" (2 Co12.15). "Pouco importando o quão fraco, tímido ou humilde Paulo parecesse ser na presença dos coríntios, ele não teve de enfrentar destemidamente ou usar métodos e armas que o mundo usa. Quando o Espírito o ungiu, ele tinha armas 'poderosas em Deus' para destruir as fortalezas inimigas. Estas armas são o Espírito e a Palavra". Stanley Horton REFLEXÃO

APLICAÇÃO PESSOAL

"Pouco importando o quão fraco, tímido ou humilde Paulo parecesse ser na presença dos coríntios, ele não teve de enfrentar destemidamente ou usar métodos e armas que o mundo usa. Quando o Espírito o ungiu, ele tinha armas 'poderosas em Deus' para destruir as fortalezas inimigas. Estas armas são o Espírito e a Palavra". Stanley Horton. A Igreja Brasileira tem mudado seus conceitos e, não muitas vezes, substituído a pureza doutrinária por modismos importados ou mesmo saídos das letras de ‘canções gospel’. Carecemos de líderes fortes como Paulo, cheios do Espírito Santo, com intrepidez e com armas poderosas em Deus para destruir as fortalezas inimigas. Nenhum conhecimento é tão importante para os crentes como a certeza de que têm a vida eterna. Nosso papel como professores de EBD é o de levar nossos alunos a refletirem sobre sua situação espiritual, levá-los a realizar um auto-enxame a fim de constatar se permanecem salvos, se a doutrina ministrada segue pura e sem mistura. Uma das responsabilidades pastorais é disciplinar a igreja com amor, a fim de que esta desenvolva-se espiritualmente sadia. Nenhum crente deve ser complacente em relação aos desvios doutrinários e aos modismos da atualidade. Como àquela igreja, nós hoje estamos sendo bombardeados por oponentes do verdadeiro evangelho. Os coríntios tinham recebido a graça de Deus, inclusive a salvação por Cristo, mas eles não deviam supor que a salvação é mantida automaticamente. É possível 'deixá-la ir por nada' (2 Co 6.1). Isto aconteceria se eles voltassem à antiga maneira de viver ou se dessem ouvidos aos críticos 'superespirituais' ou aos falsos apóstolos que estavam ensinando um evangelho diferente (cf. 2 Co 11.4; Gl 2.21). Precisamos viver de acordo com a nova vida que nos foi dada (cf. Jo 15.2; Deus tira os ramos que não dão frutos). Para que fomos chamados? Eu quero crer, baseado em textos neo-testamentários, que nosso chamado tem o propósito único, supremo, de glorificar a Deus. Corrijam-me os exegetas. Não é verdadeiro que tudo o que fazemos ou dizemos, nossos relacionamentos, o emprego dos talentos e dons, tudo é para a glória de Deus? Eu quero crer, que tenho um chamado pessoal para agradar a Deus, imitando o autor e consumador de nossa fé, que não viveu para agradar a si mesmo. Não é verdadeiro que o louvor, o amor cristão, a obediência à Palavra e a dedicação no serviço cristão são meios para agradar àquele que nos alistou para a guerra? Eu quero crer, que fui chamado para ser amigo de Deus, como Abraão, num relacionamento íntimo e inteiramente dependente; como aqueles discípulos de Cristo, aos quais ele disse: “vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando” (Jô 15.14). Não é verdadeiro que somos todos membros de uma mesma família Filhos de um mesmo Pai? Educados numa mesma lei (a do amor)? Que temos a mesma esperança? Eu quero crer que fomos chamados para sermos verdadeiros adoradores, prestadores do culto racional. Eu quero crer que... É preciso cultuar racionalmente... É preciso servir amorosamente... É preciso consciência de que o serviço, o nosso culto racional, é dirigido ao Criador, não o inverso... não a nós... É preciso entender o que significa: “Soli Deo Gloriae”.Como Paulo, desejemos ver uma igreja madura, imaculada! Não meçamos esforços para isso!

N’Ele, que espera que não sejamos reprovados,

Francisco A Barbosa

assis.barbosa@bol.com.br

BIBLIOGRAFIA PESQUISADA

- HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2008.

- Bíblia de Estudo Pentecostal, Rio de Janeiro, CPAD;

- Bíblia de Jerusalém, Paulus;

- Comentário Bíblico Matthew Henri, p.968. Rio de Janeiro: CPAD

- Bíblia de Estudo DAKE, CPAD-Ed Atos

- Bíblia de Estudo Genebra, Ed Cultura Cristã – SBB;

- http://ogideao.blogspot.com/

- Imagem: http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/Historico_da_Igreja/Galerias/Igreja_Antiga_e_Medieval/apostolo_paulo/Apostolo_Paulo3_jpg.jpg

EXERCÍCIOS

RESPONDA

1. De acordo com a lição, como Paulo defende seu apostolado?

R. Paulo defende seu apostolado afirmando que o fazia "em Cristo e diante de Deus" (v.19).

2. De acordo com o tópico II da lição, qual era o objetivo da defesa de Paulo?

R. Paulo tinha como propósito fortalecer a fé e aumentar o proveito espiritual da igreja em Corinto.

3. Qual era a situação de Corinto?

R. A igreja de Corinto estava cheia de pecados, tais como: invejas, porfias, orgulhos, prostituição.

4. Com que advertência Paulo conclui sua carta?

R. Paulo recomenda aos crentes que examinem-se e provem-se, a fim de verificarem se Jesus Cristo habita neles.

5. Mencione as últimas recomendações de Paulo à igreja.

R. Regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de paz será convosco.

(BOA AULA!)