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19 de março de 2018

Lição 12: Exortações Finais na Grande Maratona da Fé



1º Trimestre de 2018
 Título: A supremacia da Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José Gonçalves


Lição 12
25 de Março de 2018
Exortações Finais na Grande Maratona da Fé

Texto Áureo

Verdade Prática
“Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1).

Assim como um atleta, o cristão corre a grande maratona da fé.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 12.1-8; 13.15-18.
Almeida Corrigida e Revisada Fiel
Nova Versão Internacional
King James Atualizada

1 Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta,
Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta,
Portanto, também nós, considerando que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, desembaracemo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos está proposta,
2 olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.
tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus.
olhando fixamente para o Autor e Consumador da fé: Jesus, o qual, por causa do júbilo que lhe fora proposto, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus.
3 Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.
Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem se desanimem.
Refleti profundamente sobre Aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra sua própria pessoa, para que não vos fatigueis, tampouco desanimeis. As provas revelam o amor do Pai
4 Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.
Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue.
Ora, na guerra contra o pecado ainda não tendes resistido até o extremo de derramar o próprio sangue.
5 E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido;
Vocês se esqueceram da palavra de ânimo que ele lhes dirige como a filhos: "Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão,
E estais esquecidos da Palavra de encorajamento que Ele vos dirige como a filhos: “Meu filho, não desprezeis a disciplina do Senhor, nem desanimeis quando por Ele sois repreendido,
6 porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.
pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho".
pois o Senhor disciplina a quem ama, e educa todo aquele a quem recebe como filho”.
7 Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija?
Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois, qual o filho que não é disciplinado por seu pai?
Suportai as dificuldades, aceitando-as como disciplina; Deus vos trata como filhos. Ora, qual o filho que não passa pela correção do seu pai?
8 Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não filhos.
Se vocês não são disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são filhos legítimos, mas sim ilegítimos.
Mas, se estais sem orientação, da qual todos se têm tornado participantes, então não sois filhos legítimos, mas bastardos.
Hebreus 13.15-18
15 Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.
Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome.
Sendo assim, por intermédio dele, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu Nome.
16 E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais sacrifícios, Deus se agrada.
Não se esqueçam de fazer o bem e de repartir com os outros o que vocês têm, pois de tais sacrifícios Deus se agrada.
De igual modo, não negligencieis a contínua prática do bem e a mútua cooperação; pois é desses sacrifícios que Deus muito se alegra.
17 Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.
Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês.
Sede obedientes aos vossos líderes espirituais e submissos à autoridade que exercem. Pois eles zelam por vós como quem deve prestar contas de seus atos; para que ministrem com alegria e não murmurando, porquanto desta maneira tal ministério não seria proveitoso para vós outros.
18 Orai por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente.
Orem por nós. Estamos certos de que temos consciência limpa, e desejamos viver de maneira honrosa em tudo.
Orai por nós, pois temos certeza de caminhar com a consciência limpa, e desejamos viver de modo honrado em relação a todas as áreas da vida.


Comentário
   INTRODUÇÃO

Os dois capítulos finais da Carta aos Hebreus constituem-se como um dos mais fortes apelos exortativos de toda a epístola. A exortação, que começa no capítulo 12, é que cada um corra a “maratona da fé” que está proposta. A palavra grega agon traduzida como “carreira” tem o sentido de luta, conflito, esforço e corrida. No capítulo 11 o autor havia falado das promessas de Deus como o alvo a ser alcançado, agora ele coloca o cristão dentro da maratona da fé, correndo rumo a essa meta. Como toda corrida, é preciso fazer os preparativos necessários. E isso tem uma razão de ser — toda corrida, especialmente a maratona, demanda algum tipo de esforço e sofrimento. O sofrimento aparece como algo intrínseco da corrida, já que ela exige uma vida disciplinada. Todavia, nada disso deve servir de desmotivação, já que estamos numa pista onde outros, bem antes de nós, também já trilharam. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)

Chegamos ao final deste primeiro trimestre, este é o momento de realizarmos uma revisão geral do tema abordado ao longo do trimestre para uma melhor fixação. A vida cristã implica trabalho árduo. Requer que deixemos de lado tudo o que representa perigo para nosso relacionamento com Deus, correr com paciência e fazer frente ao pecado no poder do Espírito Santo. Para viver com eficiência esta vida, devemos fixar nossos olhos em Cristo. Os olhos são o espelho da alma (Mt 6.22; Lc 11.34) e precisamos dominá-los (Jó 31.1; Sl 119.37; Mt 5.28) e não apenas dominá-los, mas fixá-los naquele que sofreu o opróbrio da cruz - o morrer crucificado era a morte mais ignominiosa e cruel que se podia imaginar (Hb 2.10; 5.8-9). Muitos crentes vivem como se estivessem numa corda bamba, apartam o olhar da cruz ensangüentada e passam a fixar os olhos em si mesmos ou contemplam as circunstâncias que os rodeiam. Devemos correr para participar da carreira de Cristo, não na nossa, e sempre devemos fixar nosso olhar nEle, afinal, esta "tão grande nuvem de testemunhas", composta de pessoas que se mencionaram no capítulo 11, nos servem de estímulo por sua fidelidade. Não lutamos sozinhos nem somos os primeiros a militar com os problemas que confrontamos. Outros já batalharam as mesma lutas, prosseguiram na carreira e ganharam os louros da vitória; seu testemunho nos anima também a correr com a certeza da vitória, dado este legado tão inspirador!
Quando enfrentamos dificuldades e desalento, é muito fácil perder a perspectiva global. Mas não estamos sozinhos; há ajuda. Muitos conseguiram vencer ao longo da vida e em forma constante e em circunstâncias muito mais difíceis das que estamos experimentando. O sofrimento é o campo de adestramento para alcançar a maturidade cristã. Desenvolve nossa paciência e converte em agradável nossa vitória final. Vamos pensar maduramente a fé cristã?

   TÓPICO l - A CORRIDA PROPOSTA

1. O exemplo dos antigos. Muito embora o autor fale sobre o futuro, ele o faz com um olhar no passado. A “grande nuvem de testemunhas” (Hb 12.1) é uma referência aos heróis da fé aos quais ele se referira no capítulo 11. Aqueles homens e mulheres de Deus do mundo antigo também entraram na corrida. Eles correram, e correram tão bem, que por essa razão tinham agora suas vidas como exemplos. Suas vidas e exemplos devem servir de motivação a todo que se propõe a entrar na corrida. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)

No capítulo anterior, encontramos o relato da fé e do testemunho de vários grandes homens e mulheres de Deus. E então, o autor aos Hebreus começa dizendo: “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos...” Para reforçar nosso foco em Jesus, somos encorajados a aprender com o testemunho de outros cristãos, como escreve John Stott:
[...] referindo-se certamente aos heróis da fé no Antigo Testamento, citados no capítulo 11, e provavelmente aos seus equivalentes no Novo Testamento. Mas em que sentido eles são “testemunhas”? O autor provavelmente está se referindo ao testemunho que eles deram sobre a terra. Poderíamos incluir os cristãos mortos que estão nos assistindo do céu? Teoricamente, penso que sim, porque lemos que estamos “rodeados” por eles, sugerindo inúmeras fileiras repletas de espectadores empolgados no anfiteatro local. Lembrar-se dos espectadores significa inspirar-se neles para buscar um melhor desempenho.(Correndo a corrida cristã - por John Stott, em ‘A Bíblia Toda, o Ano Todo’. Disponível em: https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/correndo-corrida-crista-por-john-stott.html. Acesso em: 18 mar, 2018)
O autor de Hebreus finaliza a epístola nos levando a outros aspectos da vida cristã, ressaltando que estamos rodeados por aqueles heróis diante do Todo-poderoso que testemunham a sua fidelidade. A palavra testemunha, originalmente martys, denota a experiência dos antepassados da fé. Por outro lado, podemos dizer que em nossa carreira cristã estamos sendo observados por muitas testemunhas. Umas visíveis: os homens, crentes e descrentes; outras, invisíveis: os anjos e os demônios. (Sl 34.7; Hb 1.13,14; 1 Pe 5.8.) Diante dessa realidade devemos ter muito cuidado com o nosso comportamento.

2. O exemplo de Jesus. O autor faz um apelo para que os crentes olhem “para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hb 12.2). Essas palavras devem ser lidas a partir do contexto do primeiro século. O judaísmo, como uma religião milenar, possuía um sistema cerimonialista muito rígido. Esse ritualismo quando contrastado com a fé cristã, ainda embrionária, gerou fortes conflitos. Muitos crentes não demonstravam convicção suficiente para suportar essa pressão e, por isso, esses crentes abandonavam a nova fé ou voltavam para o antigo sistema que haviam abandonado. O autor apela então para o exemplo de Jesus, que mesmo suportando a afronta, a vergonha e a ignomínia, não abandonou a carreira que lhe fora proposta. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)

Numa corrida de resistência, o atleta fixa o olhar para frente, caso contrário, poderá perder o tempo e o rumo. Na vida cristã, mais ainda, o crente não pode perder de vista o alvo, Jesus. Ele é o autor e também o consumador de nossa fé. Deu-nos o exemplo, suportando a cruz, desprezando a afronta, até assentar-se à direita de Deus, “pelo gozo que lhe estava proposto”. A história da Igreja está cheia de exemplos de homens e mulheres, que corajosamente desprezaram os prazeres e as glórias do mundo por amor a Cristo. O verbo olhar – em olhando firmemente – é aphorontes (Αφορωντες), que significa tirar a vista das coisas que estão perto e desviam a nossa atenção e, conscientemente, fixar os olhos em Jesus como o nosso grande alvo. Significa ainda interesse que absorve por completo, perfeitamente expresso pelas palavras com olhos só para Jesus.
A expressão autor e consumador da nossa fé tem sido interpretada de várias maneiras. A palavra traduzida como autor é archegon(Αρχηγος), líder, pioneiro, sendo o mesmo vocábulo traduzido como capitão (da nossa salvação) em Hebreus 2.10 (KJ). A palavraconsumador é teleioten (τελειωτής), aperfeiçoador, que completa (cp. Hb 10.14).
Em olhando firmemente para Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé, o possessivo nossa [que aparece nas versões KJ e na NVI, mas não na ARA e na ARC], antes de fé, está em itálico ou entre parêntesis, pois no grego temos apenas a fé. No entanto, não significa a fé no sentido objetivo, como o fundamento cristão, mas subjetivo, como o princípio que rege o coração e a vida do ser humano.(Hb 12.2, “autor e consumador da fé”? Disponível em: http://www.cacp.org.br/hb-12-2-autor-e-consumador-da-fe/.. Acesso em: 18 mar, 2018). Continue lendo este excelente artigo aqui.

3. O exemplo da Igreja. A visão do autor em relação a seus companheiros de caminhada é a mais realista possível. Ele não nega em nenhum momento desconhecer a realidade pela qual eles estão passando. O sofrimento é uma realidade implacável que os cerca. Contudo, o seu apelo é que eles vejam o sofrimento por outro ângulo. Longe de ser um sinal de reprovação divina, o sofrimento é tido pelo autor como um instrumento pedagógico usado por Deus. O escritor volta-se para o Antigo Testamento onde esse ensino é bem claro (Hb 12.5,6). Por isso, ninguém na jornada da fé, quando surpreendido pelo sofrimento, deve esmorecer e abandonar a corrida. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)

Em Hebreus 12 o autor exorta os cristãos hebreus com respeito às aflições e encontra algumas semelhanças entre os heróis da fé e Jesus. Os heróis elencados enfrentaram grandes lutas e aflições através da fé, em parte porque foram exibidos como espetáculo ignominioso, em parte porque se tornaram companheiros dos que foram alvos daquelas tribulações. O autor esclarece, então, que da mesma forma, Jesus, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a ignominiosa cruz (Hb 12.2b) - Desprezar a afronta não significa que Cristo a tinha por desprezível, mas por pequena, comparada com a alegria que lhe foi proposta. No texto grego desta passagem, temos a palavra anti (ἀντί), que significa dar em troca ou, especialmente aqui, em consideração de.
A disposição ao sofrimento não é só para missionários e os que vivem em campos difíceis, a Bíblia mostra que é uma marca de todo o sincero seguidor de Jesus.
Pedro ensina que o sofrimento deve ser esperado como reação ao testemunho cristão, e que isso não deveria causar medo ou autopiedade, mas alegria, por causa de sua identificação com Cristo e porque esse sofrimento é controlado quanto ao tempo e à extensão. (1 Pedro 4.12-19)(Aprendendo a sofrer como cristão. Ultimato Online. Disponível em: http://www.ultimato.com.br/conteudo/aprendendo-a-sofrer-como-cristao. Acesso em: 18 mar, 2018)


   TÓPICO II - CORREDORES BEM TREINADOS

1. Respeitam limites. O autor lembra a seus leitores: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Certo autor ressalta que a santificação, como usada na Epístola, é principalmente um termo ritual (Hb 10.14,22). Da mesma forma que, sob a Antiga Aliança, a pessoa impura não poderia entrar num recinto sagrado para adorar, assim também sem santidade a visão final de Deus será impossível (cf. Mt 5.8). O pensamento se volta aqui, porém, para a prática da santidade e da moral. “Corredores” bem treinados respeitam limites. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)

No capítulo 12, o autor da carta coloca a santificação em posição proeminente, exortando a priorizá-la, almejá-la e persegui-la (Hb 12.14). O que temos aqui é a ideia de algo que deve ser buscado com firmeza de propósito e determinação. É parte integrante dos planos eternos de Deus que alcancemos a santificação plena, aqui entra a pedagogia divina para atingirmos esse objetivo: “É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?” (Hb 12.7). Tão importante é esse princípio que ele é repetido no versículo 10: “Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento”.
3. Siga a paz (Hb 12.14)
Esforçar-se em prol da paz é dever de todos. Compartilhar com o próximo a paz que temos em Deus faz parte do processo da nossa santificação (cf. Rm 12.17-20). A paz que domina o coração do cristão deve, também, guiar o seu relacionamento interpessoal. “Aparta-te do mal” (Sl 34.14).
4. Busque a santidade (Hb 12.14)
Santificação é separação do pecado para Deus; sugere pureza de alma, consagração, desvio de contendas, da imoralidade, da incredulidade e de qualquer tipo de idolatria; é indispensável para um viver vitorioso e agradável a Deus; deve ser buscada constantemente, pois só a santificação corrige as imperfeições geradas pelo pecado e leva o homem a participar da própria santidade de Deus: “… Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade” (Hb 12.10).(Chamado à Santificação. Ultimato Online. Disponível em: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/chamado-a-santificacao/. Acesso em: 18 mar, 2018)

2. Mantêm a mente limpa. Com o texto de Deuteronômio 29.18 em mente, o autor fala em tom exortativo do “cuidado” que deveriam ter a fim “de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (Hb 12.15). Moisés havia advertido o antigo Israel sobre os males da idolatria e seu fruto amargo, a apostasia. Alguém contaminado com a erva daninha da apostasia sem dúvida contaminaria toda a comunidade. A única forma de se manter livre desse mal era manter uma mente sóbria, limpa pela Palavra de Deus. Dessa forma era possível não permitir que o grupo fosse contaminado. Ninguém com raiz de amargura no coração consegue fazer com êxito a caminhada da fé. “Corredores” bem treinados mantêm a mente limpa. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)

Ora, pelo que já vimos até aqui, podemos entender que santificação pressupõe vigilância pessoal e propósito firme para o combate a qualquer raiz que possa produzir amargura (cf. Dt 29.16-19). O perigo que aqueles crentes corriam é que viessem a abandonar a fé em Cristo, uma ação descrita no versículo 15 como separando-se da graça de Deus. Neste texto o autor deixa claro o papel de cada crente em relação ao outro: “Atentar diligentemente para que ninguém seja faltoso” (15). É a consciência de que o Corpo só poderia estar bem se individualmente as pessoas estiverem bem.
6. Cuidado com as escolhas (Hb 12.15-18)
Aquele que se desvia da graça é comparado a Esaú, que trocou seu direito de primogenitura por um repasto. “Sua estultícia em trocar seu privilégio como filho primogênito veio a ser um exemplo de todos aqueles que colocam vantagens materiais ou sensuais antes da sua herança espiritual” (Guthrie, p.242). Segundo alguns comentaristas, a palavra “profano” pode ser entendida como irreligioso – alguém que caminha na contramão da espiritualidade.
A terrível escolha de Esaú não podia ser desfeita: “não achou lugar de arrependimento” (Hb 12.17). Escolhas erradas podem deixar marcas irreversíveis naqueles que se apartam da “graça de Deus”.]”. (Chamado à Santificação. Ultimato Online. Disponível em: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/chamado-a-santificacao/. Acesso em: 18 mar, 2018)

3. Valorizam as coisas espirituais. O autor exorta seus irmãos de fé a valorizarem as coisas espirituais. Se alguém está regredindo e voltando atrás é porque não está dando o real valor a salvação recebida. O exemplo vem de Esaú, filho de Isaque e irmão de Jacó: “E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura” (Hb 12.16). De acordo com o livro de Gênesis, Esaú era um indivíduo mais preocupado com as coisas terrenas do que com as celestiais (Gn 25.29-34; 27.33,38). Não hesitou em trocar o seu direito de primogenitura por uma simples refeição. Esse fato revela a mente mundana que ele possuía. A indiferença religiosa conduz à apostasia espiritual e, muitas vezes, fica tarde para se arrepender! “Corredores” bem treinados valorizam as coisas espirituais. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)

É curioso que aqui, ao ensinar sobre como deveria ser a comunhão entre eles, sobre santificação, o autor adverte para que não estejam agindo como Esaú. Esaú tinha um caráter profano, ou falta de reverência pelas coisas de Deus, de tal modo que ele foi incapaz de arrependimento autêntico. Ele chorou pelo que havia perdido (a bênção), e não pelo pecado que tinha cometido (Gn 25ss). Ao contrário de Esaú temos de valorizar aquilo que de fato é importante em nossa relação com Deus. [Teologia e Vida].
enquanto seguidores de Jesus Cristo é muito notório. Todos nós somos igualmente herdeiros das bênçãos de Deus por meio de seu Unigênito Filho. Temos consciência de nossa herança espiritual. Sabemos das bênçãos que nos reserva o Evangelho e delas já somos participantes. Somos participantes da santidade de Deus (Hb 12.10), somos participantes do Espírito Santo (Hb 6.4), somos participantes de sua natureza divina (2Pe 1.4) e enfim, somos participantes dos inúmeros bens espirituais do Evangelho (Rm 15.27).(O exemplo trágico de Esaú: o menosprezo pelas coisas espirituais. Observatório Teológico. Disponível em: http://observateologia.blogspot.com.br/2014/05/o-exemplo-tragico-de-esau-o-menosprezo.html. Acesso em: 18 mar, 2018)
A história do Esaú nos mostra que os enganos e pecados às vezes têm conseqüências a longo prazo (Gn 25.29-34; Gn 27.36). Nem sequer o arrependimento e o perdão eliminam as conseqüências do pecado. Com que freqüência toma decisões apoiadas no que quer agora, e não no que necessita a longo prazo? Avalie os efeitos a longo prazo de suas decisões e ações!

   CONHEÇA MAIS

Correr

“1. Trechõ (τρέχω), ‘correr’, usado: (a) literalmente (por exemplo, Mt 27.48); dramõn, particípio aoristo, proveniente de um verbo obsoleto dramõ, mas suprindo certas formas ausentes do verbo trechõ, literalmente, ‘tendo corrido, correndo’, expressivo da determinação do ato; a mesma forma no indicativo é usada, por exemplo, em Mt 28.8; nos Evangelhos, só é usado o significado literal; em outros lugares, ocorre em 1Co 9.24 (duas vezes na primeira parte); Ap 9.9; (b) metaforicamente, para ilustrar ‘corredores’ numa corrida, acerca da rapidez ou esforço em atingir um fim (Rm 9.16) [...]; 1Co 9.26; Hb 12.1, alude à atividade perseverante no trajeto cristão com vistas a obter recompensa”. Para conhecer mais leia Dicionário Vine, CPAD, p.512.

   TÓPICO III - A CORRIDA FINAL, EXORTAÇÕES FINAIS

1. Valorizar a liderança. Uma das exortações e advertências que mais se repete nesse capítulo é feita em relação ao respeito devido aos líderes da comunidade cristã. A expressão grega no texto de Hebreus para o exercício da liderança é traduzida como pastor, chefe ou líder e ocorre seis vezes nessa carta, sendo três delas neste capítulo (Hb 13.7,17,24). Essa palavra é igualmente usada em Atos 7.10 para falar sobre José como governador do Egito. O autor pede que os cristãos não se esqueçam do trabalho que os líderes espirituais realizaram em prol deles (Hb 13.7). A natureza da missão a eles confiada pertence a outra dimensão, isto é, a espiritual (Hb 13.17). Onde não há respeito pela liderança, prevalece a anarquia. Os líderes não são intocáveis nem tampouco perfeitos, mas devem ser honrados pelo trabalho que realizam (1Ts 5.12,13), bem como devem ser lembrados por isso (Hb 13.24). (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)

É árdua a tarefa dos líderes da igreja em ajudar-nos até que alcancemos a maturidade em Cristo. O crente que colabora vai facilitar um pouco este árduo trabalho. Qual tem sido nossa conduta cristã?
Em textos como Atos 20.28, 1 Pedro 5.1-3 e Hebreus 13.17, fica claro que os presbíteros são:
(a) pastores do rebanho de Deus. Eles devem cuidar, guiar e alimentar o povo de Deus com a verdade de sua Palavra, assim como bons pastores de ovelhas cuidam para que elas tenham pastos verdejantes e água adequada.
(b) vigias que são responsáveis pela alma dos homens, sendo obrigados a dar conta de sua supervisão.
(c) exemplo para o povo Deus, jamais agindo como dominadores (1Pe 5.1ss).
Quando os membros se recusam a obedecer e não respeitam seus líderes, o trabalho na igreja se torna um grande peso. Os membros devem entender que nem eles nem os líderes são donos da igreja. A igreja pertence a Jesus Cristo, a quem os leitores são responsáveis. Ao dificultar o trabalho e a vida dos líderes, eles serão os perdedores. Os líderes podem testificar diante do Senhor que advertiram a pessoa desviada, que escolheu não abandonar o pecado. Essa pessoa morrerá em seu pecado, mas os líderes estão livres da culpa (Ez 3.19). No final das contas, então, o Senhor vinga e julga seu povo (Hb 10.30; Dt 32.35,36; Sl 135.14). De maneira pastoral e prudente, o escritor de Hebreus observa que um relatório triste, ao invés de alegre, sobre a conduta espiritual dos leitores não será vantajoso para nenhum deles”. (Obedeçam a Seus Líderes. Click Teológico. Disponível em: http://clickteologia.blogspot.com.br/2010/01/xxxxi-obedecam-seus-lideres.html. Acesso em: 18 mar, 2018)

2. Valorizar a doutrina. Desde os primórdios a Igreja foi tentada a se desviar da verdade. Doutrinas falsas sempre estiveram à espreita. Aqui não foi diferente (Hb 13.9). É impossível precisarmos que tipo de doutrina associada ao uso de alimentos o autor estivesse falando, mas o contexto do Novo Testamento revela que esse fato não era estranho para os cristãos (Rm 14.1-4; 1Co 8.1; Cl 2.21). O certo é que o autor exorta os crentes a firmarem-se na Palavra de Deus para se manterem e não se enredarem para aquilo que era de natureza meramente material, ritual e externa. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)

Sabemos que a Igreja Primitiva sofreu ataques de falsos mestres, do gnosticismo, dos judaizantes. O autor aqui parece estar falando sobre o que alguns ensinavam, que para ser salvo era necessário observar os rituais e cerimoniais do Antigo Testamento (judaizantes são pessoas que, não sendo geneticamente israelitas, nem tendo passado por uma conversão informal ao judaísmo, seguem partes da religião e tradição judaicas sendo consideradas seitas pelo judaísmo autêntico. Leia aqui sobre ‘Os judaizantes da atualidade! Quem são eles?’). Mas essas leis foram inúteis para conquistar os pensamentos e maus desejos de uma pessoa (Col_2:23). As leis podem influir na conduta de uma pessoa mas não podem trocar o coração. As mudanças definitivas na conduta de cada pessoa começam quando o Espírito Santo vive no coração. Sobre os Inimigos da Cruz de Cristo na atualidade, leia aqui.


3. Valorizar a adoração. O autor havia falado à exaustão nos capítulos anteriores sobre o sistema de sacrifício levítico. A Nova Aliança tornara totalmente dispensável tal sistema. Em Cristo, sob a Nova Aliança, os sacrifícios são de outra natureza e acontecem em outra dimensão (Hb 13.15). Louvor, adoração e ação de graça são formas legítimas de sacrifícios na Nova Aliança. O serviço a favor dos santos e a comunhão são também lembrados como uma poderosa forma de adorar a Deus (Hb 13.16). Adorar não é apenas “cantar”, mas “sacrificar”. Infelizmente, é possível termos muita música e não termos nenhuma adoração. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)

Como estes cristãos judeus, devido a seu testemunho em favor do Messias, não puderam seguir adorando com outros judeus, deviam considerar o louvor e os atos de serviço como seus sacrifícios; os que podiam oferecer em todo lugar, em todo tempo. Isso devesse lhes recordar as palavras do profeta Oseias: "Tira toda a iniqüidade, e aceita o que é bom; e ofereceremos como novilhos os sacrifícios dos nossos lábios.” (Os 14.2). Um "sacrifício de louvor" hoje poderia incluir: gratidão a Cristo por seu sacrifício na cruz e o dizer-lhe a outros. Agradam a Deus sobre tudo os atos de bondade e de ajuda mútua, mesmo que passem inadvertidos para outros.
Hebreus 13:15 - Comentado por Matthew Henry:
“As instruções e o exemplo dos ministros que terminaram seus testemunhos em forma honorável e consoladora, devem ser lembrados em particular por aqueles aos quais lhes sobrevêm. Mesmo que alguns de seus ministros estavam mortos, outros moribundos, ainda assim a grande Cabeça e Sumo Sacerdote da Igreja, o Bispo de suas almas, vive sempre e sempre é o mesmo. Cristo é o mesmo da época do Antigo Testamento e do Evangelho, e sempre será assim para seu povo: igualmente misericordioso, poderoso e absolutamente suficiente. Ele ainda satisfaz o faminto, alenta o trêmulo e dá as boas-vindas aos pecadores arrependidos; ainda rejeita o soberbo e o da justiça própria, aborrece a pura confissão e ensina a todos os que salva a amar a justiça e odiar a iniqüidade.
Os crentes devem procurar que seus corações estejam estabelecidos pelo Espírito Santo em uma dependência simples da livre graça, que consolará seus corações e os fará resistentes ao engano.
Cristo é nosso Altar e nosso Sacrifício; Ele santifica o dom. A Ceia do Senhor é a festa da Páscoa do evangelho.
Tendo mostrado que manter a lei levítica conforme a suas próprias regras, impediria que os homens fossem ao altar de Cristo, o apóstolo agrega: Saiamos, pois, a Ele, fora do acampamento, fora da lei cerimonial, do pecado, do mundo e de nós mesmos. Vivendo por fé em Cristo, separem-se para Deus por meio de seu sangue, separemo-nos voluntariamente deste mundo malvado. O pecado, os pecadores, a morte, não deixarão que continuemos aqui por muito tempo mais; portanto, saiamos agora pela fé e busquemos em Cristo o repouso e a paz que este mundo não nos pode proporcionar. Levemos nossos sacrifícios a este altar e a este nosso Sumo Sacerdote, e ofereçamo-lo por seu intermédio. Sempre devemos oferecer o sacrifício de louvor a Deus. Nestes contam-se o louvor, a oração e a ação de graças.”

   CONCLUSÃO

Nesta lição vimos que o autor se vale de uma metáfora — a maratona praticada no mundo antigo, para através dela contrastar a grande corrida da fé. Quando alguns crentes davam sinais de cansaço e fadiga espiritual, o autor de Hebreus exortava-os a imitar os grandes campeões da fé. Ninguém vence uma corrida sem que para isso não tenha de se sacrificar. O sofrimento é inevitável, mas o resultado alcançado por aqueles que ousam perseverar é infinitamente recompensador. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)

“Metáfora é uma figura de linguagem onde se usa uma palavra ou uma expressão em um sentido que não é muito comum, revelando uma relação de semelhança entre dois termos. Metáfora é um termo que no latim, "meta" significa “algo” e “phora” significa "sem sentido"”.[Significados]. O autor de Hebreus usando a metáfora de uma maratona e de um estádio cheio de torcedores, encorajou seus leitores a perseverar e manter-se fiéis, mesmo diante das perseguições e provações. Ao longo do texto sagrado é constante a exrtação: Não desista! Mantenha a sua atenção na linha de chegada! Finalize a corrida (1Co 9.24-27; Fp 3.13,14; 2Tm 4.7; Hb 12.1,2). Entenda que da mesma forma que numa prova de maratona, a corrida espiritual que nos foi proposta precisa de determinação. O sofrimento de um maratonista é o esgotamento físico, e ele se sujeita a isso, com todos os riscos, por que tem um objeto. O maratonista cristão tem seu foco, seu alvo, seu objetivo: o céu. “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?” (Rm 8.35). "Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim,"; "Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Fp 3.13,14). Vivamos o hoje intensamente para preparação do dia de amanhã, que não sabemos o que nos reserva, sabendo que temos um Guia e Protetor que não deixará vacilar o nosso pé, nem dormirá na vigia que faz ao nosso redor!

“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Março de 2018


   PARA REFLETIR

A respeito de Exortações Finais na Grande Maratona da Fé, responda:
A quem o autor se refere ao falar da “grande nuvem de testemunhas”?
A “grande nuvem de testemunhas” (Hb 12.1) é uma referência aos heróis da fé aos quais ele se referia no capítulo 11.
Como o autor de Hebreus vê o sofrimento?
Ele vê o sofrimento como um instrumento pedagógico usado por Deus.
Qual texto o autor tinha em mente ao falar de “raiz de amargura”.
Ele tinha em mente o texto de Deuteronômio 29.18.
De acordo com o livro de Gênesis, como era Esaú?
De acordo com o livro de Gênesis, Esaú era um indivíduo mais preocupado com as coisas terrenas do que com as celestiais.
Quais são as formas de adoração apresentadas pelo escritor aos Hebreus?
Louvor, adoração e ação de graça são formas legítimas de sacrifícios na Nova Aliança. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 12, 25 Mar 18)



   SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“O chamado a perseverar como filhos (12.1-13)

O vínculo entre a fé e a perseverança (ou paciência) no capítulo 11 torna-se a plataforma para o chamado à perseverança em 12.1-13. Em 11.40, duas frases sinalizam o retorno à aplicação pessoal para os leitores originais e para nós: ‘Alguma coisa melhor a nosso respeito’ e ‘para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados’. Tendo descrito a história e os triunfos espirituais dos antigos santos, que se tornaram possíveis causas de sua fé e perseverança, o autor novamente enfoca o desafio que seus leitores têm de serem firmes na fé e perseverantes para suportar as provas (cf. 12.1-3,7 com 10.32,36). Ele desenvolve três incentivos principais que deveriam inspirar seus leitores a perseverarem como crentes no Senhor:

• O incentivo do exemplo de seus antepassados (21.1);

• O incentivo do exemplo de Cristo (21.2,3);

• O incentivo do relacionamento do Pai-Filho que tinha com Deus (12.4-11)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1630)..

   SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Apegar-se ao ensino sadio do evangelho (13.7-12)

Os próximos três versos devem ser vistos como uma unidade de pensamento, sendo 13.8 a ponte entre 13.7 e 13.9. Jesus Cristo é o enfoque invariável da mensagem do evangelho (13.8), que foi fielmente pregado por seus líderes originais (13.7) e que deve permanecer de acordo com o padrão da verdade, pelo qual todos os ensinos serão julgados (13.9).

‘Lembrai-vos (uma ênfase na continuidade no tempo presente, isto é, continue lembrando) dos vossos pastores, que vos falaram (no passado, isto é, antigos líderes) a Palavra de Deus’ (13.7). Por três vezes neste capítulo o escritor menciona os líderes espirituais dos leitores (13.7, 17,24). Em todas, é utilizado o termo begoumenoi, que se refere a homens de autoridade em uma posição de liderança. Em 13.7, os leitores devem obedecer aos seus líderes, e em 13.24, o autor envia suas saudações a todos os líderes; em ambos os versos o autor se refere aos líderes atuais. Em 13.7, porém, são seus antigos líderes que devem ser lembrados. São recordados dois fatos importantes a respeito destes antigos líderes.

1) Proclamaram ‘a palavra de Deus’ (13.7); isto é, eram homens de autoridade espiritual em virtude de se manterem enfocados na Palavra de Deus. É mais provável que a igreja, que reunia em uma casa, à qual a carta aos Hebreus foi enviada tenha sido fundada como resultado da pregação e do ministério de ensino destes líderes.

2) Eram homens de ‘fé’ (13.7), cuja qualidade de fé e modo de vida exemplar os colocaram ao lado dos heróis da fé, sob a antiga aliança (veja 11.4-38). Sua vida e fidelidade a Cristo eram tão exemplares que o autor agora exorta os leitores a ‘imitarem’ sua fé. Existe mais poder no testemunho de uma pessoa que conhecemos ou vimos do que quando apenas lemos ou ouvimos a seu respeito. A advertência a considerar o resultado de suas vidas também aponta para o seu falecimento; agora a totalidade de sua vida pode ser vista juntamente com seu triunfo final de fé, na partida para estar com o Senhor” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1645).

   SUBSÍDIO DIDÁTICO

“A santidade na vida prática (12.14)

A santidade não é algo opcional ou extra na vida cristã, mas algo que pertence à sua essência. Somente aqueles que têm o coração puro verão a Deus; ninguém mais (Mt 5.8). Aqui (Hb 12.14), como no verso 10, trata-se da santidade na vida prática. Deste modo, 12.14 começa exortando os crentes a procurarem verdadeiramente a paz e a santidade como estilo de vida. Fazer todo o esforço possível (dioko) transmite a ideia da diligência na busca da paz e da santificação, e não um esforço que produz obras mortas e justiça própria.

Muitos intérpretes entendem a busca da ‘paz’ em 12.14 como se referindo à paz com todos (como na NVI). A preposição grega neste verso, é meta com o genitivo, que traz um sentido de ‘junto com’ (cf. 11.9; 13.23). Deste modo, o termo ‘todos’ significa especialmente junto com ‘todos os outros crentes’ (cf. 13.24), que também estão sendo exortados a procurar a paz de Cristo na comunidade. Como um objeto direto do verbo dioko, a paz é vista como uma realidade objetiva ligada a Cristo e à sua morte redentora na cruz, que torna possível a harmonia e a solidariedade na comunidade cristã (cf. Cl 1.20).

Semelhantemente, a ‘santidade’ é essencial para a comunidade cristã (cf. 12.15). O pecado divide e contamina o Corpo de Cristo (a Igreja), da mesma maneira que o câncer faz com o corpo humano. Procurar a santidade sugere um processo de santificação no qual a nossa vida e nossa maneira de viver são separadas para Deus como santas e como instrumentos de honra a Ele. Somos transformados conforme a semelhança de Deus quando nos aproximamos e nos mantemos no Lugar Santíssimo de sua presença. Na união e na comunhão com Deus, no Lugar Santíssimo, reside o poder da ‘paz’ e da ‘santidade’” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1634).