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18 de agosto de 2015

Lição 8: Aprovados por Deus em Cristo Jesus

Lição 8: Aprovados por Deus em Cristo Jesus
Data: 23 de Agosto de 2015

TEXTO ÁUREO

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15).

VERDADE PRÁTICA

O obreiro aprovado por Deus tem as marcas do Senhor Jesus Cristo.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — Tt 3.9-11
Paulo ensina como tratar o homem herege
Terça — Mt 5.13
O discípulo de Jesus é “sal da terra” e “luz do mundo”
Quarta — 1Tm 3.2
O obreiro deve ter uma conduta irrepreensível
Quinta — Sl 119.63
Companheiro dos que guardam os preceitos de Deus
Sexta — 1Tm 6.11
De que o obreiro do Senhor deve fugir
Sábado — Mt 13.36-43
A explicação da parábola do “trigo” e “joio”

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Timóteo 2.1-18.

1 — Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.
2 — E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.
3 — Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.
4 — Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.
5 — E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente.
6 — O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos.
7 — Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo.
8 — Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dos mortos, segundo o meu evangelho;
9 — pelo que sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa.
10 — Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna.
11 — Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos;
12 — se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará;
13 — se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.
14 — Traze estas coisas à memória, ordenando-lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes.
15 — Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.
16 — Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade.
17 — E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto;
18 — os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns.

HINOS SUGERIDOS

75, 151 e 432 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Contrastar o obreiro aprovado e o “vaso de honra” com os falsos mestres.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Apresentar a pureza e a humildade do obreiro aprovado por Deus.
II. Explicar as expressões “vaso de honra” e “vaso de desonra”.
III. Propor uma postura ministerial equilibrada.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Caro professor, nesta lição estudaremos o capítulo 2 da segunda Epístola de Timóteo.
É importante que você faça uma apresentação panorâmica do capítulo dois à luz de todo o conteúdo da epístola de Timóteo. Lembre-se de que o objetivo desse trimestre é expor o texto bíblico das cartas pastorais. De modo que o conteúdo geral das três epístolas deve ser estudado com o auxílio de uma boa Introdução ao Novo Testamento e um bom Comentário Bíblico do Novo Testamento.
Uma informação importante para preparação do seu plano de aula é a informação de que no capítulo 2, dos versículos 1 a 18, o apóstolo Paulo faz dois contrastes: obreiro aprovado x falsos mestres; vaso de honra x vaso de desonra. Estes dois encontros de personalidade, na igreja local, permeariam o relacionamento dos crentes, de modo que o objetivo do apóstolo é orientá-los em como se portarem diante de tal realidade.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje estudaremos alguns temas importantes que são relatados no segundo capítulo da Segunda Carta de Paulo a Timóteo. Paulo fala, além do que vimos na Leitura Bíblica em Classe, a respeito do obreiro aprovado e dos vasos de honra na Casa do Senhor (2Tm 2.19-21). Ele faz um contraste com os falsos mestres que tanto prejudicavam a obra do Senhor em Éfeso. Que sejamos sempre vasos de honra, servindo ao Senhor com amor e zelo, a fim de que muitas vidas sejam ganhas para o seu Reino e que sua Igreja seja edificada. [Comentário:  Quando nos entregamos a Deus, assumimos um compromisso de sermos fiéis a ele. Para cumprir a nossa obrigação de obedecer tudo que Jesus tem nos ordenado (Mt 28.18-20), precisamos estudar para conhecer bem a palavra dele. Paulo exorta o jovem pastor Timóteo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2Tm 2.15). Pedro escreveu a discípulos espalhados em vários lugares: "...santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós..." (1Pe 3.15). Ser preparado para falar a outros faz parte da nossa devoção ao Senhor. O obreiro aprovado por Deus prega e ensina sem engano, com pureza e humildemente, buscando sempre a glória de Deus. Paulo usou uma linguagem que deve chamar a nossa atenção quando disse a Timóteo: "Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra" (2Tm 2.21). Vamos considerar o significado de sermos utensílios santificados e preparados para boas obras. No Antigo Testamento, achamos formas da palavra "preparar" usadas mais de 50 vezes em relação a coisas ou a pessoas dedicadas ao serviço do Senhor. A maioria dessas citações fala sobre sacrifícios, ofertas e materiais usados no tabernáculo ou no templo para adorar a Deus. Até as mínimas coisas foram cuidadosamente purificadas e preparadas para o seu uso em honra do Senhor. Assim cada um de nós deve ser preparado - purificado e santificado - para honrar a Deus por meio de boas obras. O servo de Deus precisa ser zeloso no estudo e na aplicação da palavra do Senhor (2Tm 2.15).] Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?.



PONTO CENTRAL

O obreiro aprovado por Deus é equilibrado, vivendo em pureza e humildade diante do Senhor e diante dos homens.

I. OBREIROS APROVADOS POR DEUS

1. Pregam e ensinam sem engano. Paulo nunca usou de engano em suas pregações, diferente de alguns falsos mestres de sua época que pregavam e ensinavam com argumentos falsos e logro. É preciso ter muito cuidado com os “lobos” vestidos de ovelhas, que andam a enganar os crentes incautos, sob a capa de “muito espirituais”. Paulo exortava a igreja através da mensagem do evangelho, mostrando-lhes as verdades desconhecidas. Para os novos crentes ele tornou conhecido o “mistério de Deus” — Cristo (Cl 2.2). Paulo era um líder zeloso que levava a mensagem de modo claro, obedecendo à revelação que recebera do Senhor. Aliás, era esse também o cuidado dos demais apóstolos (1Jo 4.6; 2Pe 1.16). [Comentário:  Para progredir espiritualmente, temos de nos livrar da maldade e das atitudes carnais que prendem os pensamentos e os corações das pessoas do mundo (Tg 1.21-25). Exatamente! Reconheça o obreiro que não é aprovado quando ele repetir, explicar e defender regras de igrejas ou doutrinas decididas por grupos de homens; isso não é ensinar a palavra de Deus. Note que boa parte das igrejas hoje tem seus próprios livros ou manuais de doutrina. Em geral, pregadores e professores obrigatoriamente seguem a linha doutrinária da denominação, ou perdem seus cargos. O medo de expulsão tem contribuído a muitas afirmações e ações erradas (leia Jo 9.22; 7.13; 12.42). Mas o discípulo fiel sabe que é melhor ser expulso pelos homens do que ser rejeitado por Deus (Lc 6.22).].
2. Pregam com pureza. Paulo pregava por amor a Cristo. Jesus era o seu alvo. Atualmente, há muitos falsos obreiros que só visam lucro e bens financeiros. Estes se aproveitam da fé dos fiéis para obter ganhos. Na primeira carta a Timóteo, Paulo coloca como um dos requisitos para aqueles que almejam o ministério pastoral, não ser “cobiçoso de torpe ganância” (1Tm 3.3). Pedro também exortou que o obreiro deve apascentar o rebanho do Senhor “tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância” (1Pe 5.2). O obreiro aprovado não visa lucro material, pois sabe que a sua recompensa vem do Senhor. [Comentário:  Nós que somos cristãos temos o privilégio de divulgar a palavra salvadora. Negligência dessa incumbência contribuirá à morte de pessoas carentes da verdade (Tg 3.1; Ez 3.16-27). Mas para cumprir essa missão, é preciso que nos preparemos com o evangelho (Ef 6.15). Jamais abandonemos a pura palavra de Deus. As filosofias e palavras persuasivas da sabedoria humana não salvam ninguém (1Co 2.1-5). Pregadores que incham suas ministrações de psicologia, teses humanísticas, ou estórias, estão nos dizendo subliminarmente, que são obreiros que não pregam com pureza!].
3. Não buscam a glória de homens. “E, não buscamos glória dos homens [...]” (1Ts 2.6). Quando Paulo estava com os tessalonicenses, ele afirmou que não buscou o elogio deles. Infelizmente muitos buscam glória para si. Estes são movidos a elogios e bajulações. Isso é um perigo para o ministério pastoral e para qualquer servo ou serva de Deus. Tem pregadores e mestres que não aceitam convite para falar para um pequeno auditório. Só se sentem bem se estiverem diante de grandes plateias, pois querem ser vistos pelos homens e não abençoar as pessoas. O obreiro aprovado pelo Senhor busca apontar tão somente o Senhor, e não ele mesmo. [Comentário:  Fazer as coisas buscando reconhecimento é algo comum a nós, isso nos é passado desde a mais tenra infancia - somos treinados a vida toda para sermos assim, provas na escola, deveres de casa, o nosso trabalho… enfim, tudo o que fazemos é justamente buscando um reconhecimento, uma nota, um aumento salarial, um cargo. Contudo, quando observamos as Escrituras, nos deparamos com um novo padrão: fazemos as coisas sem esperar nenhum reconhecimento, pelo contrário, fazemos as coisas buscando que Cristo seja exaltado, enquanto nós somos humilhados. O homem tem muitos outros propósitos nesta vida, mas seu propósito mais importante deve ser glorificar a Deus. Isso está de conformidade com o propósito para o qual o homem foi criado. O Breve Catecismo de Westminster inicia com a seguinte pergunta: PERGUNTA 1. Qual é o fim principal do homem? RESPOSTA. O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre. Referências: Rm 11.36; 1Co 10.31; Sl 73.25-26; Is 43.7; Rm 14.7-8; Ef 1.5-6; Is 60.21; 61.3. É quando estamos alienados de Deus que temos em vista a finalidade ou o propósito errado. Assim, entendemos que aquele que busca glória para si está alienado de Deus!].

SÍNTESE DO TÓPICO (I)

O obreiro aprovado por Deus prega e ensina sem engano, com pureza e humildemente, buscando sempre a glória de Deus.
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, após fazer uma ou duas leituras desse primeiro tópico (refiro-me a leitura pessoal de estudo da lição, não em classe), medite na seguinte reflexão acerca da pregação, a fim de internalizar mais a ideia do que representa um arauto do Rei, o pregador do Evangelho: “São inúmeros os requisitos exigidos de um bom mensageiro de Jesus Cristo, uma vez que desempenha o papel de arauto do Rei. Por outro lado, para que lhe demos tão alto qualificativo (de bom pregador), precisa ele preencher certas exigências indispensáveis. Entre outras, que possua grande piedade, e seja homem de oração, portador de dons naturais, cultura — geral e específica — e habilidades, especialmente na Palavra de Deus; que ame ao Senhor e às almas; que tenha vida espiritual plena, pois o batismo no Espírito Santo é ponto de partida e imprescindível.
Íntima comunhão com Deus. Um ardente amor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo manterá o pregador ligado com o Céu e ‘as coisas que são de cima’ (Cl 3.1). Só assim conseguirá levar uma vida de oração, consagração e fé, procedimentos indispensáveis a um homem de Deus. Haja em seu interior a chama divinal, grande amor pelas almas e profundo desejo de conhecer cada vez melhor a Palavra de Deus, que é a mensagem a ser pregada para alimentar tanto a sua alma quanto a de seus ouvintes (1Tm 4.16). Se o desejo de Deus é a salvação das almas também deve ser esta a vontade do pregador, seu mensageiro. Como depositário do conhecimento da Palavra e intérprete do divino querer, deve esforçar-se para desincumbir-se fielmente de tão sublime missão. Para isto, naturalmente, precisa ser cheio do Espírito Santo. Com dom inefável, sua palavra será cheia de graça e poder, capaz de apontar a todo viajor o caminho da vida — Jesus Cristo” (DANTAS, Anísio Batista. Como Preparar Sermões: Dominando a arte de expor a Palavra de Deus. 22ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.23).
 
II. DOIS TIPOS DE VASOS (2.20,21)

1. Vasos de honra (2.20). Paulo estava preocupado com a situação confusa que prevalecia na igreja em Éfeso. Ele então usa a analogia dos vasos para mostrar que na igreja existem pessoas sinceras e obedientes aos ensinos de Cristo (vasos de honra). Estes adornavam e adornam a Casa de Deus, com sua santidade e pureza. Deus deseja usar este tipo de vaso, limpo e sem contaminação. Tem você sido um vaso de honra na Casa do Senhor? O crente deve ter uma vida irrepreensível. Isso só é possível na vida do crente através do poder redentor, libertador e purificador do sangue de Jesus mediante a fé. [Comentário:  O apóstolo Paulo é enfático em especificar quem são os vasos para honra: "Somos nós", ou seja, os vasos para honra é a igreja (corpo) do Deus vivo! "Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade" (1Tm 3.15). Os vasos para honra também são designados "vasos de misericórdia": "... nos vasos de misericórdia, que para a glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem chamou, não só dentre os gentios?" ( Rm 9.22 -24).].
2. Vaso de desonra. Quem são estes? Paulo estava se referindo aos falsos mestres, Himeneu e Fileto (2.17). Himeneu também foi mencionado em 1 Timóteo 1.20. Podemos igualmente afirmar que são os crentes infiéis, que causam problemas e escândalos na Casa do Senhor. Os vasos de honra são “o trigo” e os “vasos para desonra” são o “joio” a que se referiu Jesus (Mt 13.24-30). [Comentário:  Os vasos para desonra também foram designados por Paulo como "vasos da ira", e eles foram preparados especificamente para a destruição. O apóstolo Paulo demonstra que Deus suportou os vasos criados para desonra com muita paciência! "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus" ( Rm 3.23 -26). Deus suportou com paciência os vasos da ira (desonra) (Rm 9.22), e, concomitantemente, propôs através do sangue de Cristo, propiciação pela fé a todos (vasos para desonra) que cometiam pecado sob a paciência de Deus ( Rm 3.25 ).].

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Na igreja local, há dois tipos de vaso, de honra e desonra.
 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A próxima analogia de Paulo diz respeito à variedade de artigos em uma próspera casa antiga. Existem artigos caros, como os vasos ‘de ouro e de prata’; mas existem também aqueles que são baratos, como os vasos “de madeira e de barro”. Alguns servem ‘para honra’, para propósitos nobres, como por exemplo, para serem admirados pelos convidados durante os banquetes; alguns servem ‘para desonra’, a propósitos humildes, comuns, como conter o lixo que será eliminado. A metáfora era comum na antiguidade, tanto no Antigo (Jr 18.1-11) como no Novo Testamento (Rm 9.19-24), mas a aplicação do apóstolo neste contexto é nova.
A expressão ‘De sorte que’, no início do verso 21, liga a aplicação desta analogia ao verso 19, que diz que ‘qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade’, ‘Se alguém se purificar destas coisas’ — do reino do ignóbil, ou seja, do falso ensino — essa pessoa ‘será [um] vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra’. Somente o vaso ‘santificado e idôneo’, nobre e honorável é que possui o mais elevado valor. O que importa não é o valor dos vasos ou do material de que são feitos, mas o conteúdo de cada um. Então, a fim de se enquadrar nesse perfil, cada um deve ser ‘santificado’, isto é, separado para os propósitos sagrados, afastando-se dos ensinos e da prática do mal” (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 1ª Edição. R: CPAD, 2004, p.1495).

III. REJEITANDO AS DISSENSÕES E QUESTÕES LOUCAS

1. Rejeitando “questões loucas”. O que eram as “questões loucas”? Eram as questões levantadas pelos falsos mestres, que traziam confusão e não edificavam ninguém (1Tm 1.3,6,7). O obreiro deve rejeitar questionamentos que não edificam (2Tm 2.23). Atualmente, muitos estão levantando indagações que em nada vai edificar a fé dos irmãos. Outros, ainda estão cometendo o terrível pecado de adicionar, subtrair e modificar partes das Escrituras. A Palavra de Deus é completa e infalível e não precisa de quaisquer acréscimos ou revisões em seu conteúdo e mensagem.
Há, em nossos dias, diversas “novas teologias” que precisam ser combatidas pela liderança, pois agridem diretamente a mensagem bíblica. [Comentário:  Paulo outra vez está atacando o ensino dos sectários, em linguagem idêntica àquela que usou em 1Tm 6.20. O substantivo sublinha sua futilidade, ao passo que o adjetivo sugere que é materialista na sua tendência, e que substitui a revelação divina pela especulação humana. Não admira que os que deles usam estejam condenados a passar a impiedade ainda maior. A construção é desajeitada no original, porque não há nenhum sujeito para a terceira pessoa no plural, passarão. O contexto, no entanto, especialmente deles no v. 17, estabelece que a referência é aos mestres do erro. Evidentemente, alegavam ser “avançados,” isto é, progressistas e intelectualmente vivos como cristãos (para o verbo prokoptein= “avançar” no sentido de fazer progresso, cf. Rm 13.12; Gl 1.14; também 1Tm 4.15 para o substantivo correlato prokopê). Daí a ironia deliberada no comentário de Paulo de que o único progresso que têm probabilidade de fazer está na direção da impiedade.].
2. Não entrando em contenda. “E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor” (2Tm 2.24). Paulo exorta a Timóteo a fim de que ele não contendesse com os falsos mestres, pois brigas e discussões são obras da carne e envergonham a Igreja do Senhor. Uma pessoa espiritualmente cega não pode ser convencida de seus erros pela força. Pregamos e ensinamos, mas só o Espírito Santo podem convencê-las dos seus erros. [Comentário:  No versículo 17, temos que igualmente desastrosa será sua influência sobre outros membros da igreja, porque a linguagem deles corrói (lit. “terá sua pastagem”) como câncer. Embora a tradução câncer às vezes tenha sido preferida, gangrena se adapta melhor tanto ao Grego (gaggraina) quanto ao sentido da passagem. Não são apenas os perigos do falso ensino aos aderentes deste que preocupam Paulo, como também sua tendência insidiosa de espalhar-se e infeccionar outras pessoas, assim como a gangrena se espalha e devora os tecidos próximos. Dois dos falsos mestres agora são mencionados pelo nome. Não se ouve falar noutro lugar de Fileto, mas Himeneu é referido em 1Tm 1.20, onde somos informados que Paulo o excomungara. A despeito disto, parece ter continuado suas atividades com êxito, visto que aparece aqui como um dos líderes dos mestres do erro. Alguns têm achado surpreendente este fato, e tiraram a conclusão de que 2 Timóteo deva ter sido escrita antes de 1 Timóteo. A inferência, no entanto, é totalmente desnecessária; não podemos tomar por certo que a interdição de Paulo fosse instantaneamente eficaz em silenciar um herege, e, de fato, só porque Himeneu aparentemente podia desconsiderá-la é uma ilustração da situação difícil na igreja em Éfeso. O erro deles, continua ele, consiste em asseverar que a ressurreição já se realizou. Esta é uma indicação muito valiosa, a única que é realmente precisa e concreta nestas cartas, às crenças teológicas propriamente ditas dos separatistas. Embora muita coisa fique obscura, a interpretação mais provável é que escolheram identificar a ressurreição, não com o levantamento do corpo no último dia, mas, sim, com o morrer e ressurgir místicos que o cristão experimenta a sua iniciação batismal. Que esta é a explicação correta do ensino deles, que assim, com efeito, negava a ressurreição do corpo, é corroborado pelo relato de Irineu (Haer. 1. 23. 5) do que o gnóstico samaritano Menandro, que era discípúlo de Simão Mago (At 8:9 ss.), ensinava seus seguidores que, como resultado de terem sido batizados por ele mesmo, já haviam passado pela ressurreição e nunca envelheceriam nem morreriam.  A crença de que o corpo físico ressuscitará do túmulo era, naturalmente, integrante do cristianismo desde o início. Lado a lado com ela havia a crença, que não temos motivo para supor ter sido confinada a Paulo (para sua versão dela, cf. Rm 6:1-11; Ef 2:6; 5:14; Cl 2:13; 3:1-4), que o cristão passa por uma morte e ressurreição mística com Cristo no batismo. A mentalidade grega, no entanto, com seu conceito da alma como sendo imortal, e da soltura do corpo, que é a prisão dela, como sendo sua verdadeira felicidade, sentia uma repugnância instintiva pela idéia da ressurreição física. Destarte, nos círculos helenísticos, Paulo desde cedo achou necessário (cf. 1 Co 15; At 17:32) combater o ceticismo completo acerca dela. É compreensível que pessoas com esta maneira de pensar achassem a idéia da ressurreição sacramental no batismo muito mais apropriada, e que confinassem a ela o seu ensino acerca da ressurreição. Tendências como estas tinham um atrativo especial sempre que o gnosticismo se estabelecia, e a presente passagem é evidência das tendênciias gnósticas dos sectários. Paulo declara que, ao ensinarem tais distorções, estão pervertendo a fé a alguns. É inevitável esse resultado, visto que a crença na ressurreição do corpo é a pedra angular do cristianismo; sem ela, conforme já asseverara aos coríntios (1 Co 15:17), “É vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.” O perigo era tanto maior onde (conforme quase certamente ocorria no presente caso) a negação tinha sua origem numa depreciação do corpo, que abria a porta, de um lado, para a idéia da salvação-própria por meio de práticas ascéticas (cf. 1 Tm 4:3), e, do outro lado, para a indiferença moral (cf. 1 Co 6:12 ss.). A PRIMEIRA EPÍSTOLA A TIMÓTEO - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.].

SÍNTESE DO TÓPICO (III)

A natureza dos demônios declara que eles são seres criados, limitados, espirituais, malignos e imundos.
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO

Caro professor, o princípio destacado neste tópico é importante para fazermos uma autocrítica em nossa jornada no magistério cristão. Quantas vezes perdemos tempo com temas sem importância, por exemplo, coisas como “o tamanho da arca de Noé”, “o cumprimento da roupa do sacerdote”, etc.? E muitas vezes não nos apropriamos do princípio da Palavra. Um exemplo clássico são as parábolas de Jesus. Quando deveríamos, por exemplo, na parábola do filho pródigo, focar o princípio do reconhecimento da miséria humana e de seu pecado e de um verdadeiro arrependimento, gastamos tempo no comportamento do irmão mais velho, da postura do pai, etc. Por isso, é importante estudarmos bem qualquer passagem bíblica a fim de termos o pleno domínio sobre o que é essencial ensinarmos e o que são informações secundárias.

CONCLUSÃO

Na administração das igrejas, por vezes, surgem conflitos de ordem espiritual e doutrinária. Por isso, os líderes precisam de preparo bíblico e teológico. Como obreiros aprovados devem conduzir o rebanho do Senhor. Seja você um vaso de honra na Casa de Deus. [Comentário:  Os seguidores de Cristo devem se preparar para lhe servir, especialmente para ensinar o evangelho aos outros. Os que não crescem espiritualmente são criticados por sua negligência e imaturidade espiritual (Hb 5.12 – 6.3). Ao mesmo tempo, devemos lembrar que Deus não quer servos despreparados ensinando além do seu conhecimento: "Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo" (Tg 3.1). Tomando esses versículos juntos, percebemos que Tiago não está dissuadindo discípulos do trabalho importante de ensinar a palavra. Ele destaca a importância de preparação e controle da língua, sempre tendo cuidado de não ultrapassar a palavra do Senhor (veja 2Jo 9).]. NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Agosto de 2015

PARA REFLETIR

A respeito das Cartas Pastorais:

Segundo a lição, quais as duas características do obreiro aprovado?
Obreiros que ensinam sem engano e com pureza.
O que motivava Paulo a pregar o Evangelho?
A motivação do apóstolo Paulo era pregar o Evangelho por amor dos santos (2Tm 2.9).
Qual era o alvo de Paulo?
Jesus Cristo (Fp 3.13-14).
De acordo com a lição, o que visam os falsos obreiros?
Enganar os incautos com argumentos falsos e logro.
Quais os dois tipos de vasos citados por Paulo?
Vaso para honra e para desonra.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Aprovados por Deus em Cristo

Caro professor, a Escola Dominical é uma grande parceira do Evangelho na formação do caráter de cada crente que a frequenta. Além de preparar pessoas para seguirem Jesus, a Escola Dominical prepara oficiais, pessoas que vão ministrar à igreja local. Por isso, prezado professor, tenha a clareza que os alunos a quem você ministra poderão tornar-se pastores, missionários, principalmente, pregadores da Palavra, segundo a vocação que eles forem chamados.
Atualmente, é notório que a Igreja Evangélica Brasileira vive uma crise nos púlpitos. As mensagens neles expostas, na sua maioria, são antropocêntricas, de auto-ajuda, barganhistas, apresentando um Deus que “comercializa” bênção com os homens, sem compromisso com a Bíblia, isto é, lê-se o texto bíblico sem o compromisso de explicá-lo corretamente e fazer a sua devida aplicação. Por isso, nesta lição é importante você destacar a característica de uma boa pregação. Além do compromisso pessoal do pregador, há uma necessidade de formarmos na mente e no coração dos nossos jovens e adolescentes a cultura da boa pregação. Ainda que eles não sejam chamados por Deus a serem os seus arautos, formaremos ouvintes que saibam distinguir o bom do ruim, o cristocêntrico do antropocêntrico etc.
Basicamente, a pregação que glorifica a Deus confronta o caráter do ser humano. É uma pregação descompromissada com as barganhas e dissimulações do nosso tempo. Era a tal postura que Paulo se referia quando disse: “instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade” (2Tm 2.25).
Ler o texto, “explicar” o texto e “aplicar” o texto é o trabalho objetivo de todo arauto de Deus. Mas para isso, exige-se dele uma profunda disciplina pessoal para o estudo. Estude a pregação e a tradição dos puritanos (você pode encontrar um rico material na internet) , mergulhe no mundo da Bíblia e na cultura do seu tempo e cultive uma vida de oração e devoção a Deus. Assim começa nascer o arauto do Senhor.

As pessoas andam aflitas esperando algo da parte de Deus para cultivar uma vida cristã autêntica. A pregação da Palavra ainda é o meio pelo qual o Altíssimo fala, orienta e conduz seu povo. Por isso, no segundo capítulo de 2 Timóteo, o apóstolo Paulo condenou os obreiros que perdem o seu tempo com aquilo que é “comezinho”, que traz somente confusão e contenda e em nada edifica ou constrói, pelo contrário, “a palavra desses roerá como gangrena”.