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22 de fevereiro de 2021

Lição 09 – Vivendo o Fervor Espiritual WOLRD| Pb Francisco Barbosa

 

 

 

1º TRIMESTRE 2021

ANO 13 | EDIÇÃO Nº 700

              L  I  Ç  Ã  O

 

Vivendo o

9

 

Fervor Espiritual

 

7 MAR 21

O VERDADEIRO PENTECOSTALISMO

 

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD REVISTA ADULTOS  -  PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2021









 

Texto Áureo

E não vos embriagueis com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do Espirito. (Ef 5.18)

 

Verdade Prática

Ser cheio do Espirito pode se referir tanto ao batismo no Espirito Santo como também à vida plena no Espirito.

 

Leitura Bíblica em Classe

Efésios 5.15-20

 

INTRODUÇÃO

A expressão todos foram cheios do Espirito Santo, em Atos 2.4, quer dizer que todos foram batizados no Espirito Santo. Isso já estudamos na lição 3, mas nela aprendemos igualmente que cheio do Espírito indica também viver a plenitude ou o fervor do Espirito. Vamos analisar melhor essa parte pentecostal.

- O Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento (CPAD) define o “Ser Cheio do Espírito Santo” assim: “A estrutura verbal dessa passagem, consistindo de dois imperativos (5.18) seguidos por quatro particípios (5.19- 21), revela que esses quatro versos abrangem uma só unidade de pensamento. Os quatro particípios modificam o imperativo principal em 5.18 (“enchei-vos”) e descrevem as quatro consequências de estar cheio do Espírito Santo; cantando (5.19a), sendo alegre (5.19b), agradecendo (5.20) e sujeitando-nos uns aos outros (5.21). Toda essa seção (4.17—5.21) contém uma série de contrastes, começando com “antes” e “depois”, contrapondo os gentios que, convertidos, vieram a conhecer a Cristo. Outro contraste ocorre novamente em 5.18, embriaguez versus plenitude espiritual. A embriaguez é uma obra das trevas e consequência da natureza pecaminosa (não é uma doença) que “melhor responde por essa aparência aqui” (Fee, 720; cf. Lincoln, 345-46). Os tempos dos dois imperativos em 5.18 indicam as seguintes mensagens: “nunca façam assim”, referindo-se à tolerância para com a embriaguez, e “sempre façam assim” em relação a encher-se do Espírito Santo. Gordon Fee (721-22) observa que o verdadeiro significado do segundo imperativo não é usual: “Paulo não diz ‘sejais cheios do Espírito’ [genitivo] como se alguém estivesse cheio do Espírito da mesma forma que outro estivesse cheio de vinho, mas ‘enchei-vos do Espírito’ com ênfase em estar totalmente cheio da presença do Espírito” (ou da “plenitude concedida pelo Espírito” [Masson em Martin, 166])(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. pag. 1255). É importante conhecer o significado exato do vocábulo “encher”, usado por Paulo. Quando pensamos neste verbo, nos vem à mente a figura de um recipiente em que algo é derramado, até o recipiente ficar cheio. Isso não era o que Paulo tinha em mente na passagem. Paulo não tinha em mente o enchimento progressivo, e sim o enchimento imediato — o ser completamente permeado pela influência do Espírito Santo. Dito isso, Vamos pensar maduramente a nossa fé?

 

I –  A IMPORTÂNCIA DA DEVOÇÃO PELA PALAVRA E ORAÇÃO

 

O apego à Palavra e o hábito de orar são indispensáveis à vida cristã. São práticas ensinadas ao povo de Deus desde o princípio, pois Deus fala por meio delas.

1. Devoção. A nossa ideia de “devoção” é de apego, dedicação e zelo, como o nosso apreço pela oração (Mt 26.41), o amor pela Palavra (Sl 119-97) e o apego ao jejum. Leitura da Bíblia, oração e jejum são importantes exercícios espirituais na vida da igreja desde o princípio. Tudo isso é válido e espiritualmente salutar para a vida cristã, mas torna-se eficaz quando acompanhada de santificação e de humildade, prudência e sabedoria (v.15). A nossa prudência é para que essas práticas não venham se tornar motivo de exibição

- É interessante notar a recomendação de Jesus em Mateus 26.41 para que os discípulos se dedicassem à oração. A doçura do seu apelo é tocante. O próprio Cristo estava familiarizado com o sentimento das fraquezas humanas (Hb 4.15) — mas sem pecado. Nesse exato momento ele estava preso numa luta contra as paixões humanas que, embora não sejam pecaminosas em si, devem ser subjugadas à vontade divina para que o pecado seja evitado. Aos Efésios Paulo recomendou: “vê-de prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios...” (Ef 5.15). Esse termo quer dizer “corretamente ou precisamente com grande cuidado” (Sl 1.1; Mt 7.4). Viver moralmente é viver com sabedoria. Segundo a Bíblia, um "néscio" não é assim chamado por causa de limitações intelectuais, mas devido à incredulidade e aos consequentes feitos abomináveis (Sl 14.1; Rm 1.22). Ele vive separado de Deus e contra a lei de Deus (Pv 1.7,22; 14.9), e não pode compreender a verdade (1 Co 2.14) nem a sua verdadeira condição (Rm 1.21-22). Não há dúvida de que os cristãos devem evitar se comportar como os néscios (Lc 24.25; Cl 3.1-3). CHAMPLIN define “como andais” assim: “Quanto ao «andar» como uma metáfora sobre a conduta geral na vida, em seus padrões e hábitos, ver as notas expositivas sobre os versículos segundo e oitavo deste capítulo, onde são dadas outras referências onde essa ideia é ainda mais desenvolvida. Tal expressão metafórica é frequente, segundo nos mostram as notas expositivas aludidas(CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 623).

- Também Matthew Henry define em ‘Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE’ (CPAD): “Outro corretivo contra o pecado é a prudência, isto é, o cuidado ou a cautela: “Portanto, vede…” (v. 15). Isto pode ser entendido, ou com respeito ao que o precede imediatamente: “Caso repreendam os outros nos seus pecados, precisam ser fiéis nessas coisas, e ter comportamento e conduta dignos” (na verdade, somente estão aptos a repreender os outros aqueles que são prudentes e cuidadosos consigo mesmos); ou, então, temos aqui mais um corretivo, ou melhor, uma palavra de precaução contra os pecados anteriormente mencionados(HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 599).

 

2. A oração e a Palavra. Todos nós conhecemos o jargão evangélico: “a oração é a chave da vitória”. Isso é verdade. Não existe vida espiritual abundante sem oração. Segundo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, a oração é “o ato consciente, pelo qual a pessoa dirige-se a Deus para se comunicar com Ele e buscar a sua ajuda por meio de palavra ou pensamento”. A oração é a alma do Cristianismo e expressa a nossa total dependência de Deus. O próprio Senhor Jesus Cristo tinha o hábito de orar (Lc 3.21; 6.12). Essa prática particular deve ser espontânea e contínua (1 Ts 5.17). A leitura da Bíblia nos torna sábios e prudentes (2 Tm 3.15; Sl 119.100).

- Sobre a referência de Lucas 3.21, é interessante que somente Lucas registra que Jesus estava orando. A oração é um dos temas de Lucas. O evangelista mostra com frequência Jesus orando — e particularmente antes dos acontecimentos importantes do seu ministério (Lc. 3.21; 5.16; 9.18,28-29; 11.1; 22.32,40-46). A oração é a expressão mais íntima da vida cristã, o ponto alto de toda experiência religiosa genuinamente espiritual.

- “A fim de entendermos a Palavra de Deus, nos deleitarmos nela e sermos mudados do íntimo para o exterior, temos de orar: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei” (Salmos 119.18). Mas, quando oramos para que os olhos vejam, nossa mente não deve permanecer neutra. Não suponha que a indispensabilidade da oração implica a dispensabilidade de pensamentos focalizados na Palavra de Deus. Quando você ora para que veja a glória de Cristo, não permita que sua mente vagueie e flutue. Esse é um grande erro proveniente da espiritualidade oriental, e não das Escrituras.

Então, o que você deve fazer?

1. Ore e leia: Leia a Palavra! Que privilégio! E que obrigação! E que potencial para ver a glória de Deus! Considere Efésios 3.3-4: “Segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há pouco, resumidamente; pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo”. Quando ledes! Deus quis que os maiores mistérios da vida sejam revelados por meio da leitura. Sim, Efésios 1.16-18 mostra a importância da oração (“não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que… iluminados os olhos do vosso coração”). Mas a oração não pode substituir a leitura. A oração pode transformar a leitura em percepção. No entanto, se não lermos, não teremos percepções. O Espírito Santo foi enviado para glorificar a Jesus. E a glória de Jesus é revelada na Palavra. Portanto, leia.

2. Ore e estude: 2 Timóteo 2.15: “Procura (ou estuda para) apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. Deus nos deu um livro a respeito dEle mesmo, não para que o leiamos de qualquer maneira negligente que desejarmos. Paul diz: “Procura [estuda para]…” manejar “bem a palavra da verdade”. Isso significa trabalhe na Palavra, se você deseja obter o máximo dela. O pêndulo balança para lá e para cá. Alguns dizem: “Ore e não dependa de obras de estudo humanas e naturais”. Outros dizem: “Estude porque Deus não lhe revelará o significado de um texto por meio da oração”. Mas não achamos esta dicotomia na Bíblia. Temos de estudar e manejar corretamente a Palavra de Deus; e temos de orar, pois, do contrário, não veremos na Palavra aquilo que é essencial, a glória de Deus na face de Cristo (2 Coríntios 4.4, 6). Benjamin Warfield, um grande estudioso da Bíblia, escreveu em 1911: “Às vezes, ouvimos alguém dizer que dez minutos de joelhos lhe darão um discernimento mais profundo, mais verdadeiro e mais produtivo a respeito de Deus do que dez horas de estudo em seus livros. ‘O quê?’ — essa é a ação apropriada — ‘dez minutos de joelhos, mais do que dez horas de estudo?’” (“The Religious Life of Theological Students”, em The Princeton Theology, editado por Mark Noll, Grand Rapids: Baker Book House, 1983, p. 263)”. (https://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/04/devocional-john-piper-esquadrinhe-a-biblia-com-oracao/)

 

3. O viver sabiamente (v.15). Esses exercícios espirituais devem ser colocados em prática no dia a dia, diferentemente do néscio: “vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios” (v. 15). Existem pelo menos sete palavras gregas no Novo Testamento para “néscio”, mas a que o apóstolo usa nessa passagem só aparece aqui, é asophos, “tolo, sem juízo”. Paulo está contrastando a sabedoria cristã, que vem do Espírito, com a insensatez dos pagãos. Isso se torna claro no v. 17, onde o apóstolo usa o termo aphron, “néscio, insensato”, e acrescenta que esses não entendem “a vontade do Senhor”. Devemos priorizar a vontade de Deus em nossas decisões, atitudes e não focar as aparentes vantagens, como faz o mundo. O modo de vida do crente não pode ser o mesmo padrão do mundo (Rm 12.1).

- Conhecer e compreender a vontade de Deus por meio da sua Palavra é sabedoria espiritual. Por exemplo, a vontade de Deus revelada a nós é que as pessoas devem ser salvas (1Tm 2.3-4), cheias do Espírito (Ef 5.18), santificadas (1Ts 4.3), submissas (1Pe 2.13-15), sofredoras (1Pd 2.20) e agradecidas (1Ts 5.18). Jesus é o exemplo supremo para tido (Jo 4.4; 5.19,30; 1Pd 4.1-2).

- CHAMPLIN define: “não como néscios” “Esta última palavra, no original grego é «asophos», a negativa simples do termo que significa «sábios»; pelo que seu significado é «embotado», «insensato», ainda que no texto à nossa frente isso se refira à condição espiritual de ignorância, que caracteriza aqueles que se acham em trevas, aos quais, portanto, falta a «iluminação» espiritual. Ê como se Paulo houvesse afirmado: «Não sejais semelhantes aos vossos vizinhos, que não possuem a luz de Jesus Cristo, continuando nos antigos caminhos vergonhosos, pois andam sob a influência do príncipe das trevas, nos desejos mórbidos de sua carne, cumprindo os seus desejos e os desejos da mente entenebrecida, por serem filhos da desobediência, das trevas e da ira». (Ver Efé. 2:2,3). «…e, sim, como sábios… » Neste ponto é empregada a palavra que usualmente significava «sábio», isto é, «sophos», ainda que em sentido espiritual. Essa palavra indica aqueles que foram espiritualmente iluminados, para que se tornem sábios, dotados de discernimento. Os atos de Deus são todos efetuados com base na sabedoria, conforme o trecho de Efé. 1:8, onde também tal termo é comentado. Notemos que viver no pecado é demonstração de loucura; e que viver na retidão é prova de sabedoria. A totalidade do N.T. é demonstração das razões pelas quais as coisas são assim. O texto presente vincula as «trevas» e a «morte» com a «insensatez do pecado», ao mesmo tempo que a «vida» e a «luz» são ligadas à «sabedoria da santidade». Endssa consciência também faz essa equiparação. E aquele que no homem interior testifica sobre essa verdade é o Espírito Santo. Cumpre-nos observar que este versículo é paralelo de Col. 4:5. (Quanto a todos os paralelos existentes entre esta epístola e a epístola aos Colossenses, ver a introdução ao trecho de Efé. 1:1, onde uma lista de tais paralelos é oferecida). Destaca-se aqui a sabedoria cristã. Os gregos apreciavam muitíssimo a sabedoria (ver I Cor. 1:22); mas Jesus Cristo, sendo a luz, é também a sabedoria de Deus (ver I Cor. 1:24,30). E essa sabedoria, a despeito de pertencer ao outro mundo, muito tem a ver com a vida presente, porquanto não apenas sugere, mas exige a vida de santidade, de abandono dos antigos caminhos pagãos. A sabedoria vale mais que o ouro (ver Pro. 16:16); e a loucura de Deus é mais sábia que os homens (ver 1 Cor. 1:25). A sabedoria cristã não pode ser separada da santidade, tal como ninguém pode separar a santidade do estarmos na presença de Deus (ver Heb. 12:14), já que sem a santidade ninguém jamais verá a Deus. A santidade fala da transformação moral segundo a imagem de Cristo; e isso, por sua vez, provoca a transformação metafísica, mediante o que chegaremos a participar de tudo quanto Cristo é e possui. Portanto, é através-da sabedoria de Cristo que chegamos a ter a visão beatífica. Certamente que isso ultrapassa a toda a sabedoria humana, a qual despreza a gravidade do pecado, levando os homens a descerem pelo caminho descendente do orgulho e da ignorância insensatos”. (CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 623-624).

 

4. Remindo o tempo (v. 17). Essa frase diz muito mais do que parece à primeira vista. O verbo remir significa “comprar de novo, resgatar, aproveitar o melhor possível”. A palavra “tempo” é bem conhecida entre nós, kairós, tempo no sentido de ocasião, oportunidade (Hb 11.15). Essas duas coisas são especialidades dos crentes, que cheios do Espírito Santo, resultam no viver sabiamente. O crente sabe aproveitar as oportunidades para fazer a obra de Deus, falar de Jesus às pessoas que ainda não conhecem o Evangelho (Cl 4.5) até mesmo em circunstâncias difíceis. Na verdade, tanto hoje como nos dias apostólicos, “os dias são maus”

- A palavra grega para "tempo" indica um período fixo, mensurado e demarcado; com o artigo definido "o" refere-se, provavelmente, ao tempo de vida de alguém como cristão. Nós devemos fazer com que a maior parte do nosso tempo nesta terra ímpia seja usada para cumprir os propósitos de Deus, aproveitando toda oportunidade para a adoração proveitosa e para o serviço. Devemos estar cientes da brevidade da vida e empregar cada minuto da nossa existência aos propósitos do Senhor (SI 39.4-5; 89.46-47; Tg 4.14,17).

- Matthew Henry comenta: “Lemos então: “…remindo o tempo” (v. 16), literalmente, comprando a oportunidade. Esta é uma metáfora tirada dos mercadores e negociantes que buscam melhorar com diligência o seu comércio. Uma importante parte da sabedoria cristã é remir o tempo. Bons cristãos devem ser bons administradores do seu tempo e cuidar para usá-lo para o melhor dos seus propósitos, ao vigiarem para não cair em tentação, ao fazerem o bem enquanto tiverem condições de fazê-lo, e ao preenchê-lo com o trabalho apropriado – um conservante especial contra o pecado. Eles devem fazer o melhor uso possível do tempo da graça atual. Nosso tempo é um talento dado por Deus para um fim proveitoso e ele é dissipado e perdido quando não é empregado de acordo com o seu intento. Se deixamos de aproveitar o nosso tempo no passado, devemos empenhar-nos em remi-lo duplicando a nossa diligência em cumprir o nosso dever para o futuro”. (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 599).

 

 

 

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II – A IMPORTÂNCIA EM MANTER-SE “CHEIO DO ESPÍRITO”

 

A obra do Espírito Santo na vida do crente é dinâmica; Ele não fica estático a partir da conversão, pois a expressão “cheio do Espírito Santo” significa reacender a chama do Espírito. Não se deve confundir com a expressão “cheios do Espírito Santo” do Pentecostes (At 2.4).

1. “E não vos embriagueis com vinho” (v.l8a). Essa frase é como a Septuaginta traduz: “Não olhes para o vinho” (Pv 23.31). A passagem em Provérbios explica as consequências destrutivas da bebedeira e a compara com a picada de uma cobra. A palavra usada para “contenda” significa também “devassidão, dissolução”. Esses termos são incompatíveis com a ética cristã (1 Co 6.10), mas é muito comum entre os pagãos que procuram buscar a felicidade nos prazeres mundanos que resultam sempre em desgraças.

- Embora a Escritura condene, consistentemente, toda embriaguez (Pv 23.29-35; 3 1.4-5; Is 5.11-12; 28.7-5; 1Co 5.11; 1Pe 4.3), o contexto sugere que Paulo aqui está falando a respeito das orgias dos ébrios, comumente associadas com as cerimônias de adoração pagãs desses dias. Supunha-se que elas induzissem alguma comunhão extática com as entidades. Paulo refere-se a isso como o "cálice dos demônios" (1Co 10.19-20). A verdadeira comunhão com Deus não é induzida pela bebedice, mas pelo Espírito Santo. Aqui neste texto, Paulo não está falando a respeito da habitação do Espírito Santo (Rm 8.9) ou do batismo de Cristo com o Espírito Santo (1Co 12.13), pois todo cristão é habitado pelo Espírito no momento da salvação. Em vez disso, ele está dando uma ordem aos cristãos para viverem continuamente sob a influência do Espírito, totalmente governados pelo Espírito Santo, deixando a Palavra controlá-los (Cl 3.16), buscando uma vida pura, confessando todo pecado conhecido, morrendo para si mesmos, rendendo-se à vontade de Deus e dependendo do seu poder em todas as coisas. Ser cheio do Espírito é viver na presença consciente do Senhor Jesus Cristo, deixando a mente dele, por meio da Palavra, dominar tudo que é pensado e feito. Ser cheio do Espírito é o mesmo que andar no Espírito (Gl 5.16-23). Cristo exemplificou esse modo de vida (Lc 4.1).

 

2. “… Mas enchei-vos do Espírito” (v.l8b). Essa expressão indica renovação, novo enchimento do Espírito (At A.8; 13.9). A ação do Espírito na vida cristã não é estática; nele somos renovados no nosso dia a dia. Essa experiência acontece reiteradamente em nossos dias e isso vem desde o Pentecostes. Os discípulos já tinham o Espírito antes do Pentecostes (J0 20.22) e já eram salvos (Lc 10.20). Todos os crentes em Jesus, pentecostais e não pentecostais, batizados no Espírito Santo e não batizados, têm o Espírito Santo (1 Co 3.16; Gl 3.2-5). O apóstolo se refere à plenitude do Espírito em “enchei-vos do Espírito”, que é característica típica dos pentecostais

- CHAMPLIN define bem quando escreve: “mas enchei-vos do Espírito - O arrebatamento de sentidos provocado pelas bebidas alcoólicas—ao que poderíamos ajuntar todos os tóxicos desenvolvidos recentemente, como o LSD, e as anfetaminas a maconha, etc.—é um êxtase falso. Mas há à espera do ser humano em alegria autêntica, a plena realização do ser, que se encontra na plenitude do Espírito Santo. Pode-se comparar o entusiasmo demonstrado peles cristãos primitivos, no dia de Pentecoste (ver Atos 2:13), quando os espectadores julgaram que estivessem «…embriagados…» Mas aquele entusiasmo cristão foi misticamente inspirado, conferido pelo Santo Espírito de Deus o que provoca alteração e elevação do espírito humano, conferindo-lhe profunda alegria e satisfação. Isso é que resolve o problema do alcoolismo, e da maneira mais saudável e razoável que há”. (CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 625).

- A palavra cheio é usada na Escritura para descrever aqueles que são totalmente controlados por uma emoção ou influência. A Escritura afirma exatamente o mesmo quando menciona o encher-se do Espírito Santo. Vemos isso em Atos 4.31: “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus”. É óbvio que muitos crentes não são cheios com o Espírito.

 

 

3. Não confundir com o batismo no Espírito Santo. Isso já foi estudado na lição 3. Em outras passagens, “cheios do Espírito Santo” diz respeito ao batismo o Espírito (At 2.A; 9.17), mas não é o caso em Efésios 5.18. O batismo no Espírito Santo é uma experiência distinta da conversão. O significado de palavras e expressões bíblicas na Bíblia deve ser entendido e interpretado à luz do seu contexto. Observe a frase: “Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse” (At A.8). Ora, Pedro foi batizado no dia de Pentecostes, logo, a expressão mostra a dinâmica do Espírito na vida do apóstolo. Da mesma forma, o trecho “Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo” (At 13.9) fala de alguém já batizado no Espírito Santo (At 9.17,18), e é evidente que “cheio do Espírito Santo” se refere à plenitude do Espírito.

- O Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento (CPAD) define assim: “A forma precisa do verbo “enchei-vos” (plerousthé) é bastante significativa por quatro razões:

1) É um imperativo e, portanto, uma ordem. Estar cheio do Espírito não é uma opção ou uma sugestão tentadora, como se estivéssemos livres para aceitá-la ou não. Ela traz consigo um ônus urgente de grande importância.

2) Está no plural e, portanto, se aplica ao corpo de Cristo coletivamente. O povo de Deus, coletivamente, “deverá estar tão ‘cheio de Deus’, através de seu Espírito, que nossa adoração e nossa casa deverão dar uma prova cabal da presença do Espírito: pelos cânticos, orações e ações de graças que ao mesmo tempo louvam, adoram a Deus e ensinam a comunidade” (Fee, 722).

3) É um passivo e desse modo poderia ser traduzido como “Deixe que o Espírito lhe encha” (NEB). Deveria haver tal abertura e obediência ao Espírito Santo, que nada pudesse impedir que Ele nos enchesse.

4) É um tempo presente e, portanto, transmite a ideia de uma ação contínua. Assim como nosso corpo físico necessita uma constante renovação, que é proporcionada pelo sono, da mesma forma o corpo de Cristo necessita uma constante renovação que se torna possível pelo Espírito Santo”. (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. pag. 1255).

 

 

III – VIGILANTES CONTRA A FRIEZA ESPIRITUAL

 

Você deve se lembrar de que um dos requisitos para compor o grupo dos sete diáconos era ser “cheios do Espírito” (At 6.3). Como identificar alguém cheio do Espírito? O apóstolo apresenta pelo menos três características: o testemunho transbordante, a vida de gratidão e de submissão.

1. Testemunho transbordante (v.19). É um sinal evidente. Os cânticos são expressões de alegria e de louvor a Deus, além da função de instruir a igreja. Os cristãos expressam por meio dos hinos seus anseios, suas esperanças, aquilo que acreditam estar inspirado na vida das personagens bíblicas e nas promessas divinas. Os salmos são o Saltério de Israel, o livro dos Salmos, aos quais o Espírito dava uma vida nova. Muitos deles são adaptados à música ainda hoje no judaísmo e no cristianismo. Os hinos são uma referência às primeiras composições cristãs, e lamentamos o fato de não terem sobrevivido, mas algumas de suas estrofes estão no Novo Testamento: Filipenses 2.5-11 é um bom exemplo. Os cânticos espirituais, palavras não premeditadas cantadas no Espírito durante a adoração, são um poderoso meio de edificação que contribui para a glória de Deus (Cl 3.16).

- Este subtópico ficou meio confuso e fora de órbita. Testemunho transbordante com cânticos e hinos... No entanto, sobre Efésios 5.19, essencialmente, eram cantados os salmos do Antigo Testamento em forma de música, porém o termo também era usado para música vocal de modo geral. A Igreja primitiva cantava os salmos, entoando, isto é, literalmente dedilhando um instrumento de cordas, de modo que poderia se referir, em especial, à música instrumental, apesar de incluir também a música vocal, de coração ao Senhor. Não somente publicamente, mas também em particular. O próprio Senhor é tanto a fonte quanto o objeto de todo louvor do coração do cristão. Esse cântico que agrada ao Senhor pode ser visto no relato da dedicação do templo, quando o louvor honrou tanto ao Senhor que a sua glória desceu (2Cr 5.12,14). Hinos, talvez músicas de louvor distintas dos salmos, as quais exaltavam a Deus no sentido de que se concentravam no Senhor Jesus Cristo. Cânticos espirituais provavelmente eram músicas de testemunho pessoal expressando as verdades da graça da salvação em Cristo.

 - O Pr Elienai Cabral escreve em ‘Comentário Bíblico: Efésios’ (CPAD), sobre os efeitos do enchimento do Espírito: “Se o encher-se de vinho conduz o homem ao deboche e à degeneração, o encher-se do Espírito conduz o crente ao louvor e à adoração a Deus. O versículo 19 fala de três tipos de louvor e adoração que resultam de uma vida cheia do Espírito Santo. O primeiro tipo fala de “salmos”, referindo-se aos salmos de Davi, Asafe, Moisés, que contêm expressões proféticas acerca do Messias etc. A palavra “salmos” aparece no grego com o sentido de cânticos acompanhados por harpa ou outro instrumento musical. O segundo tipo fala de “hinos”, que eram cânticos de louvor a Deus mas entoados espontaneamente, vindos do coração. O terceiro tipo de louvor era “cânticos espirituais”. Esse tipo tem sido interpretado de duas maneiras. Alguns acham que são aqueles cânticos poéticos regulares, previamente preparados para o louvor. Outros interpretam como sendo os cânticos produzidos no interior do espírito do crente cheio do Espírito Santo. Normalmente, o crente batizado com o Espírito Santo entoa cânticos espirituais em línguas estranhas, isto é, em línguas variadas, conforme o Espírito concede àquele crente que fala ou canta. Esses cânticos espirituais são os cânticos do nosso espírito interior louvando espontaneamente ao Senhor, sem a interferência da inteligência, mas estritamente produzidos pelo Espírito Santo e ensinados ao espírito interior do crente”. (Cabral. Elienai., Comentário Bíblico: Efésios. Editora CPAD).

 

2. Dar graça em tudo (v.20). Essa é a vontade de Deus e deve ser a marca de todos os cristãos (1 Ts 5.18). Ser cheio do Espírito nos leva a uma vida alegre: “dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5.20). O Espírito Santo nos capacita a levar uma vida de gratidão a Deus Pai centrada em Cristo. Há diversas passagens tripartidas no Novo Testamento (Mt 28.19; 1 Co 12.4-6; 2 Co 13.13; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2), onde o Espírito Santo aparece com o Pai e com o Filho, e a passagem que estamos analisando é uma delas (vv.18-20).

- Os cristãos devem agradecer a Deus pelo que ele é, e pelo que ele fez por meio de seu Filho, o Salvador e Senhor deles. Como escreve o Pr Elienai Cabral em obra já citada: “ O resultado natural no crente cheio do Espírito Santo é a certeza de que nada do que possa fazer espiritualmente depende dele mesmo. Mas o espírito de ação de graças habilita o crente a testemunhar da bondade do Senhor. Quando estamos cheios do Espírito Santo, aprendemos a dar “graças por tudo”. A expressão “por tudo” inclui a bonança e a tempestade; a saúde e a doença; a alegria e a tristeza. Quando sabemos dar “graças por tudo”, estamos aptos para conquistar a vitória maior. Não apenas dar graças “em tudo”, mas “por tudo” (Rm 8.28). Esse tipo de ação de graças é uma forma de adoração a Deus que resulta em bênçãos(Cabral. Elienai., Comentário Bíblico: Efésios. Editora CPAD). A ingratidão é uma característica pessoal dos incrédulos (Rm 1.21; 2Tm 3.1-5). Dar graças a Deus em qualquer situação é de fato reconhecer a soberania do Senhor. 1 Tessalonicenses 5.18 tem um forte fundamento: ser grato a Deus em todas as circunstâncias e não por todas as circunstâncias. Deus derrama a Sua graça quando damos graças a Ele. Na Bíblia temos grandes homens de fé como Abraão, Jó, Paulo dentre tantos outros. Ambos tinham uma coisa em mente: Deus está acima de tudo e de todos. Eles tinham convicção que Deus é capaz que reverter qualquer situação e a Sua vontade é absoluta.

 

«…dando sempre graças por tudo…» Mui provavelmente, essas palavras precisam ser compreendidas com muito maior amplitude do que as ações de graças expressas por meio da «música». Antes, está em pauta a natureza inteira da vida. Na adversidade, na bonança, no bem, no mal, no sucesso, no fracasso, em tudo, enfim o crente genuíno encontrará motivos para agradecer a seu Deus, até mesmo «…por tudo…», e não apenas «em tudo».

- “O crente está desempregado. Pede oração para o pastor, participa das reuniões de oração ou campanhas da igreja. Deus atende à oração e o irmão ou irmã recebe a oferta de um novo emprego. Em seguida, dá seu testemunho de como Deus respondeu sua oração. Depois disso quase não se vê mais o irmão nas atividades da igreja e muito menos na reunião de oração. O que aconteceu? A oração nesse caso foi o meio para se alcançar um objetivo pessoal. Uma vez alcançado, a oração se torna secundária ou supérflua. Vista desse modo, a ação de graças é outra maneira de dizer a Deus ‘muito obrigado!’. Muito do que se diz e escreve ultimamente a respeito da oração está relacionado a ter fé, poder, perseverança, obter respostas e etc. Pouco se fala a respeito da adoração, da gratidão ou ação de graças, do lamento, da confissão e da entrega ou renúncia. Mesmo quando se fala de ação de graças, ela é entendida como gratidão por uma bênção recebida, por uma vitória ou conquista. Isto é, ação de graças é vista como posterior a um fato ou resposta de Deus. Enquanto não obtemos essa resposta, não temos o porquê agradecer.(https://www.ultimato.com.br/conteudo/em-tudo-dai-gracas-como-assim).

- CHAMPLIN escreve: “Mas isso requer uma elevada consciência do que nos ensina a passagem de Rom.8:28, a saber, que «todas as coisas», de acordo com o desígnio divino, visam «cooperar juntamente» para nosso bem-estar espiritual. Algumas vezes a fé transcende à razão, para que se possa confiar nessa declaração bíblica, sobretudo quando a tragédia nos atinge, na forma de «tragédia sem sentido», que parece evidenciar um estado de caos no mundo. Mas, de alguma maneira, confiamos que até o caos e a futilidade aparentes em todas as coisas têm seu devido emprego, dentro do plano de Deus, jamais constituindo surpresas para nosso Senhor. (Ver as notas expositivas sobre Rom.8:20, quanto ao fato que até mesmo a futilidade algumas vezes é utilizada por Deus visando o bem. Comparar isso com Col. 3:17 e I Tes. 5:18. Esta última passagem recomenda-nos: «Em tudo dai graças…»). E essa é a «vontade de Deus», no que tange àqueles que estão «em Cristo». «…por tudo…· Essas palavras devem ser entendidas em sentido lato, e não limitado a «tudo quanto ocorre nos cultos de adoração», ou «na vida inteira considerada como uma adoração a Deus». Isso também expressa certa verdade, mas a expressão que ora comentamos inclui, necessariamente, todas as bênçãos espirituais (ver Efé. 1:3), como igualmente inclui as adversidades; pois até as tribulações têm efeitos benéficos para os remidos”. (CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 626).

 

 

3. Sujeição (v.21). O quebrantamento e a humildade expressam bem a plenitude do Espírito. A submissão é outra consequência de uma vida na plenitude do Espírito, pois o Espírito nos capacita a essa sujeição. É dever cristão se submeter às autoridades constituídas (1 Pe 2.13), aos seus superiores hierárquicos (1 Pe 2.18). Essa sujeição deve haver entre os irmãos na igreja (l Pe 5.5).

- CHAMPLIN define: “«… sujeitando-vos…», no original grego, é «upotasso», que na voz ativa significa «sujeitar», «subordinar», e que na voz passiva quer dizer «ser sujeito», «ficar subordinado», «ser submetido». Isso é dito dentro do contexto cristão da submissão mútua e voluntária, de uns para com os outros, quanto aos desejos, aos pensamentos, aos planos, às ações, tudo motivado pelo amor cristão. (Ver I Cor. 16:16 e i Ped. 5:5). Isso não vai contra à ideia democrática, mas antes, está perfeitamente em acordo com ela, pois uma democracia se baseia no respeito mútuo, em que o direito de cada um é reconhecido, e onde nenhuma pessoa ou grupo tem permissão de dominar aos outros. O governo da igreja cristã primitiva era essencialmente democrático. (Ver Atos 6:2,5 e as notas expositivas a respeito). Ã base dessa submissão mútua encontra-se o «amor», porquanto é o egoísmo que se recusa a considerar as necessidades e desejos dos outros, e que sempre impõe a sua própria vontade. Mas o amor leva o errante a ser cheio de consideração pelos outros. (Ver João 14:21 e 15:10 quanto ao amor como «princípio normativo da família de Deus»). A consideração ao próximo inspira o indivíduo a ceder a outros, pelo menos enquanto Ό mal não tentar impor-se). A submissão de uns para com os outros, tal como todas as graças cristãs, consiste tão-somente em seguirmos o exemplo de Cristo, o qual, no dizer de Fil. 2:6,7: «…pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens…» (Comparar com Mat. 20:25-28). Essa submissão, todavia, não deve destruir o senso de autoridade; e este texto mesmo enfatiza que o homem é o cabeça de sua família, bem como que o escravo precisa obedecer ao seu senhor(CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 627).

 

 

 

CONCLUSÃO

 

O significado de “enchei-vos do Espírito” é ter a vida cristã na plenitude do Espírito Santo. Isso envolve todos os aspectos da nossa vida. Desde os cultos até o lar, desde o lar até o trabalho e a sociedade. Por meio desses testemunhos é possível observar quem é cheio do Espírito.

- “Efésios 5:18 diz: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”. Há, pelo menos, quatro efeitos de ser cheio do Espírito. Primeiramente, o versículo 19 mostra que o efeito é musical: “…falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor”. É evidente que a alegria em Cristo é a característica peculiar de ser cheio do Espírito.

Mas não somente alegria. No versículo 20, encontramos a gratidão: “Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”. Gratidão perpétua, gratidão por tudo resulta de ser cheio do Espírito – e essa gratidão tem como alvo o vencer a murmuração, o descontentamento, a autocompaixão, a amargura, o queixume, a carranca, a depressão, a inquietação, o desânimo, a melancolia e o pessimismo!

Mas os efeitos não são apenas alegria musical e gratidão por tudo; há também a submissão de amor às necessidades uns dos outros – “sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”. Alegria, gratidão e amor humilde – essas são algumas das marcas de ser cheio do Espírito.

Poderíamos acrescentar um quarto efeito: ousadia no testemunho cristão. Podemos ver isto com mais clareza em Atos 4:31: “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus”. Nenhum crente deixará de ser ousado e zeloso no testemunho, se o Espírito Santo estiver produzindo nele alegria transbordante, gratidão perpétua e amor humilde. Oh! Como precisamos ser cheios do Espírito! Procuremos esse enchimento! Busquemo-lo!

No entanto, há uma pergunta crucial: como podemos buscá-lo? Comecemos com a analogia mais próxima: “Não vos embriagueis com vinho… mas enchei-vos do Espírito” (v. 18). Como você se embriaga com o vinho? Você o bebe… em grande quantidade. Então, como ficaremos embriagados (cheios) com o Espírito? Bebamos dEle! Bebamos em profusão. Paulo disse: “A todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1 Coríntios 12:13). Jesus disse: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito” (João 7:37-39).

Como podemos beber do Espírito Santo? Paulo disse: “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, [cogitam] das coisas do Espírito” (Romanos 8:5). Bebemos do Espírito cogitando das coisas do Espírito. O que significa “cogitar” das coisas do Espírito”? Colossenses 3:1-2 afirmam: “Buscai as coisas lá do alto… Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra”. “Pensar” significa “procurar, dirigir a atenção para, preocupar-se com”. Significa “ser dedicado a” e “absorvido com”. Portanto, beber do Espírito significa buscar as coisas do Espírito, dirigir a atenção às coisas do Espírito, dedicar-se às coisas do Espírito.

Quais são “as coisas do Espírito”? Quando Paulo disse: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus” (1 Coríntios 2:14), estava se referindo aos seus próprios ensinos inspirados pelo Espírito (1 Coríntios 2:13) – especialmente seus ensinos a respeito dos pensamentos, planos e caminhos de Deus (1 Coríntios 2:8-10). Então, “as coisas do Espírito” são os ensinos dos apóstolos a respeito de Deus. Jesus também disse: “As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (João 6:63). Logo, os ensinos de Jesus também são “as coisas do Espírito”.

Portanto, beber do Espírito significa cogitar das coisas do Espírito. E cogitar das coisas do Espírito significa dirigir nossa atenção aos ensinos dos apóstolos a respeito de Deus e às palavras de Jesus. Se fizermos isso por bastante tempo, ficaremos embriagados com o Espírito. De fato, ficaremos viciados no Espírito. Em vez de dependência química, desenvolveremos uma maravilhosa dependência do Espírito Santo.

Mais uma coisa: o Espírito Santo não é como o vinho, porque Ele é uma pessoa e livre para ir e vir aonde quer que deseje (João 3:8). Por isso, temos de acrescentar Lucas 11:13. Jesus disse aos seus discípulos: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” Se queremos ser cheios do Espírito, temos de pedir isso ao nosso Pai celestial. E foi isso que Paulo fez pelos crentes de Éfeso. Ele pediu ao Pai celestial que aqueles crentes fossem “tomados [cheios] de toda a plenitude de Deus” (Efésios 3.19). Beba do Espírito e ore. Beba do Espírito e ore. Beba do Espírito e ore. (https://ministeriofiel.com.br/artigos/como-ser-cheio-do-espirito-santo/).

 

 

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PARA REFLETIR

– A respeito de “Vivendo o Fervor Espiritual”, responda:

• O que é devoção?

A nossa ideia de “devoção” é de apego, dedicação e zelo, o nosso apreço pela oração (Mt 26.41), o amor pela Palavra (Sl 119.97) e o apego ao jejum.

• Como a Declaração de Fé das Assembleias de Deus define oração?

Segundo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, a oração é “o ato consciente, pelo qual a pessoa dirige-se a Deus para se comunicar com Ele e buscar a sua ajuda por meio de palavra ou pensamento”.

• O que significa “néscio” em Efésios 5.15?

Tolo, sem juízo.

• A que o apóstolo Paulo se refere ao usar a expressão, “enchei-vos do Espírito” em Efésios 5.18?

Essa expressão indica renovação, novo enchimento do Espírito (At 4.8; 13.9).

• Como identificar alguém cheio do Espírito?

O apóstolo apresenta pelo menos três características: o testemunho transbordante, a vida de gratidão e de submissão

 

AUXÍLIO AO MESTRE

1° Trimestre de 2021 | CPAD – Adultos

Tema: O Verdadeiro Pentecostalismo: A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo

Lição 09 – Vivendo o Fervor Espiritual | Pb Francisco Barbosa