Lições Bíblicas CPAD Jovens e Adultos - 1º Trimestre de 2012. Título: A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves. Elaboração de pesquisa e subsídio: Francisco A. Barbosa.
Lição 9 - Dízimos e ofertas
26 de Fevereiro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade*; porque Deus ama** ao que dá com alegria***” (2 Co 9.7).
(*) ananké; constrangimento, aflição, necessidade. Refere-se a algo que surge da influencia de outras pessoas, constrangimento, coação.
(**) agapaõ; talvez de agan, muito; amar num sentido social ou moral. É considerar com forte afeição, com favor, boa vontade, benevolencia.
(***) hilarios; disposto, de boa natureza, alegremente pronto. A palavra descreve um espírito de alegria no ato de dar que afasta todo comedimento.
- Nossas ofertas podem e devem ser feitas com alegria.
VERDADE PRÁTICA
A chave da verdadeira prosperidade está em ser fiel a Deus em tudo, inclusive, na prática dos dízimos e das ofertas.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Malaquias 3.10,11; 2 Coríntios 9.6-8.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Analisar a questão do dízimo e das ofertas dentro de uma perspectiva bíblica;
· Conscientizar-se de que a prática do dízimo e das ofertas é uma forma de adoração ao Senhor; e
· Explicar os dízimos e as ofertas como fontes de bênçãos.
Palavra-Chave
Dízimo: Décima parte de tudo aquilo que é devolvido ao Senhor, quer em dinheiro, quer em produtos e bens.
COMENTÁRIO
(I. Introdução)
A Teologia da Prosperidade tem distorcido as práticas bíblicas de o crente ofertar e dizimar para a Obra do Senhor. Nesta aula, porém, temos a oportunidade de verificar à luz das Escrituras Sagradas que a entrega dos dízimos e das ofertas é uma atitude de amor e gratidão a Deus. Não devemos fazer com tristeza ou por constrangimento, mas com alegria, pois tudo que possuímos não é nosso; foi o Pai Celeste que as confiou aos nossos cuidados. Tudo que temos pertence ao Senhor. Tudo vem dEle - nosso trabalho, saúde, família. Temos de contribuir impulsionados pelo amor abnegado e desinteresseiro. Deus não está preocupado com a quantia que entregamos, mas com o nível de desprendimento, sacrifício e fé. Que sejamos mordomos fiéis do Senhor, sabendo que Ele é fiel para suprir todas as nossas necessidades. Boa aula!
(II. Desenvolvimento)
I. DÍZIMOS E OFERTAS NA BÍBLIA
1. O Antigo Testamento. O termo hebraico aqui é ma’a sar (Strong 4643), significando ‘um décimo”; “um dízimo”; “décima parte” dízimo”. No contexto bíblico, o vocábulo hebraico re’sith, refere-se àquilo que é “o primeiro”, indica o mais elevado de alguma coisa, o melhor, o mais excelente, tal como as melhores partes das ofertas (1Sm 2.29). Por definição, Dízimo é a Décima parte; Ordenado pelo Senhor (Lv 27.30-32; Ml 3.10), com o propósito de sustentar os levitas (Nm 18.21) e sacerdotes (Nm 18.28), para ajudar nas refeições sagradas (Dt 14.22-27), e para socorrer os pobres, os órfãos e as viúvas (Dt 14.28,29). Encerra a lição de que Deus é o dono de tudo (Êx 19.5; Sl 24.1; Ag 2.8). Quando Israel deixou de entregar o Dízimo, isso foi uma demonstração de sua desobediência (Ml 3.8-10); de igual modo, ao retornarem com a praticar de apresentar os Dízimos, isso foi um sinal de reforma, como aconteceu nos dias de Ezequias (2Cr 31.55,6,12) e Neemias (Ne 10.37; 12.44). Além do dízimo, Deus fez registrar a propriedade das ofertas alçadas, ou seja, de contribuições esporádicas que fluíam dos corações de servos movidos pelo desejo de ir além, de sua contribuição dizimal, quer por mera gratidão, quer por uma causa específica, colocada por Deus perante eles, quer por uma necessidade extrema de auxílio, de caráter social (Êx 25-36). Esta perícope apresenta a construção do tabernáculo. A questão é: “Porque Deus não utilizou os dízimos de seu povo para esta necessidade”? A razão é que os dízimos deveriam ser aplicados ao sustento dos levitas, dos líderes religiosos, e serviriam à manutenção dos atos de adoração, não poderiam fazer face à necessidade específica, esporádica e extra-normal que agora era colocada por Deus perante seu povo. Deus os chamou, conseqüentemente, a contribuir com ofertas alçadas, extras (Êx 25.2). O vocábulo no original hebraico é t’rûmáh (Strong 8641), um presente oferecido em sacrifício ou como tributo; a idéia básica é de algo sendo levantado (alçado) e apresentado ao Senhor como uma dádiva especial, de forma voluntária. O fato que deve ficar patente é que as práticas do dízimo ou das ofertas não são instituídas a partir da lei mosaica, Moisés apenas sistematizou tais práticas (Gn 4.4; 14.20; 28.22; Nm 18.20-32). “[...] O dízimo pode ter começado no Antigo Testamento, mas seu espírito, verdade e prática, continuam válidos” (HAYFORD J. A Chave de Tudo. 1.ed., RJ: CPAD, 1994, pp.93-4).
2. O Novo Testamento. O dízimo é uma determinação procedente de Deus, que precedeu a lei cerimonial e judicial da nação de Israel (incorporando-se posteriormente a essas), sendo portanto válido para todas as épocas e situações. Como forma de subsidiar o comentário da lição, gostaria apenas de reforçar dois princípios neotestamentários sobre o dízimo que devem regular a nossa contribuição sistemática: (1) o Novo Testamento ensina que nossa contribuição deve ser planejada: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7). Nossa contribuição deve ser alvo de prévia meditação e entendimento nos indica, com muito mais força, que ele deve ser uma contribuição planejada, não aleatória, não dependente da emoção do momento. A melhor forma de planejar essa contribuição é a estabelecida nas Escrituras - dízimo, o reconhecimento de que tudo o que temos provêm e pertence a Deus. (2) Deus espera que a nossa contribuição seja proporcional aos nossos ganhos (1Co 16.2-3). Paulo está sistematizando a contribuição, orientando àquela igreja para que ela realizasse a coleta aos domingos (no primeiro dia da semana), que é quando os crentes primitivos se reuniam. Paulo enfatiza que temos que contribuir conforme Deus tem permitido que prosperemos. Temos ouvido muitas cousas impróprias acerca do Dízimo, muita argumentação falha que procura utilizar prescrições da lei cerimonial (cumprida em Cristo) ou da lei judicial de Israel (de caráter temporal, para aquela nação). Entretanto, temos, igualmente, muitos princípios válidos e exemplos sobre o dízimo, tanto no Velho como no Novo Testamento. Não é caso acusarmos o ‘não dizimista’ de ‘ladrão’ com base em Ml 3.8, haja vista esse texto fazer referência ao Templo-Estado. O Pr Caio Fabio escreve em seu livro "Sem Barganhas com Deus": "O texto de Malaquias 3, sobre os dízimos, é o favorito da “igreja” nas questões de contribuições financeiras. O que não percebemos é que o N.T. não se utiliza dele como Lei da Graça quando se trata de dinheiro. O texto de Malaquias fala do Templo-Estado. A Igreja não é assim. Mas ao escolhermos, seletivamente, Malaquias como o Santo das Contribuições, sem o sabermos, estamos dizendo quatro coisas: 1) Nosso desejo de que a Igreja esteja para a sociedade assim como o Templo-Estado estava para a população de Israel; 2) Nossa seletividade arbitrária quanto a determinar o que, da Lei, nos é conveniente; 3) Nossa incapacidade de ver que Malaquias 3 tem sua atualização na Graça
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A prática do dízimo não está restrita ao Antigo Testamento. Ela também é incentivada pelos apóstolos
II. A PRÁTICA DO DÍZIMO E DAS OFERTAS COMO FORMA DE ADORAÇÃO
1. Reconhecimento da soberania e da bondade de Deus. Um dos princípios básicos da prática do dízimo é o reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas. Tudo vem dEle e é para Ele (Ag 2.8; Cl 1.17). As promessas de Deus, tema das lições bíblicas do quarto trimestre de 2007, comentada pelo Pr Geremias do Couto, apresenta o estudo das promessas de Deus, ensejando a grande necessidade de melhor conhecermos a forma como são apresentadas na Bíblia e de que maneira interagem conosco, na condição de crentes fiéis a Deus. Deus prometeu segurança ao povo de Israel (Dt 28.7), mas isto não descartava a possibilidade de a nação eleita passar por situações conflituosas. Não é o que estamos acostumados a ouvir em nossos púlpitos, o que se vê são as famosas frases de efeito do tipo: “Deus tem promessas para você”, “determine e receba o que Deus prometeu para a sua vida” ou “a promessa é sua, receba em nome de Jesus!”, sem que as pessoas muitas vezes conheçam realmente, à luz da Bíblia, o que as promessas realmente representam. Na idéia da ‘Formula da Fé’, estas frases são como “amuletos” que os crentes lançam mão, à hora que bem entenderem, a fim de suprir suas necessidades imediatas. Deus não está sujeito a nenhum outro domínio, sendo este um de seus atributos exclusivos. Assim, ele age soberanamente à luz do plano que traçou para o homem. Quanto aos propósitos, nada do que Deus faz tem a finalidade de produzir sensacionalismo ou fazer por fazer, mas cumpre objetivos coerentes com os seus desígnios soberanos. Em outras palavras, as promessas de Deus, quando aplicadas à nossa vida, só fazem sentido se tiverem em conta a soberania de Deus e o seu propósito em cada ato. Aliás, muitas são as adversidades daqueles que desejam viver piamente em Cristo (2Tm 3.12). Mas há promessas de proteção e segurança para o crente. É só confiar! Nós somos a propriedade particular de Deus (1Pe 2.9). Quando o crente devolve a Deus o seu dízimo, demonstra que reconhece o Senhor como a fonte de todas as coisas. À saudação de Melquisedeque: “Bendito seja o Deus Altíssimo!”, respondeu Abraão dando-lhe o dízimo (Gn 14.20). O princípio da devolução do dízimo demonstra que somos dependentes de Deus. É lamentável que alguns crentes ignorem esse fato e ajam como se as suas conquistas materiais fossem apenas mérito de seus esforços (Jz 7.2). Deus nos concede todas as bênçãos espirituais de que necessitamos (Ef 1.3; Fp 4.19; Tg 1.17) bem como as bênçãos materiais. Deus abençoa a todos sem distinção de raça, cor, credo, condição financeira, condição física ou educação. (Lc 9.23). “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.” (Am 5.12-14).
2. Reconhecimento do valor do próximo. Os Dízimos do terceiro ano são mencionados em Dt 14.28,29 e outra vez no capítulo 26.12-15; os detalhes precisos não são claros. Visto serem um presente especial para os Levitas e os pobres e visto que as cidades levíticas estavam espalhadas por todo o território de Israel (Js 21), não seria prático conduzir todos os dízimos, de uma vez só, ao lugar central de adoração. Deste modo, estas oferendas dos dízimos deviam ser oferecidas para serem armazenadas nas cidades de Israel e usadas para a provisão dos necessitados. ). [1].
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[1] Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; Nota Textual de Dt 14.28; p. 218.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Um dos princípios básicos da prática do dízimo, tanto no Antigo Testamento como
III. DÍZIMOS E OFERTAS COMO FONTES DE BÊNÇÃOS
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[2] Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001
Dinâmica do Reino – Fé como Semente; 2Co 9.8-10; p. 1207.
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[3] Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001
Nota Textual de Joel 2.20; pp. 866 e 867.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Quando honrarmos o Senhor com nossos dízimos e ofertas, Ele derramará sobre nós sua provisão.
(III. Conclusão)
Vimos, pois, que a prática dos dízimos e das ofertas é uma determinação procedente de Deus, que precedeu a lei cerimonial e judicial da nação de Israel (incorporando-se posteriormente a essas), sendo portanto válido para todas as épocas e situações. Evidentemente que fica para nós o princípio de que somos abençoados não porque contribuímos, mas contribuímos porque já somos abençoados. Os fariseus, um grupo judaico radical que buscava cumprir todos os preceitos legais da Lei sem atender às exigências espirituais, observavam a prática do dízimo, numa suposição de que a obediência a um ‘ritual’ liberava-os da realidade maior: a obediência às responsabilidades do amor. O crente não pode estar aliciado a esse pensamento, mas o ensino neotestamentário é que deve nortear as práticas do dízimo e das ofertas “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7). Nossa ênfase na idéia de que aquele que não é dizimista ou não contribui é ‘ladrão’, põe aqueles que ‘cobram’ no papel de sacerdotes-fiscais dos negócios de Deus na Terra. Em Atos 5: 1-11, diz-se que dá quem deseja. Dar sem desejar ou dar mentindo gera morte, não vida. Deus reconhece a voluntariedade do crente em contribuir para o seu Reino e, por graça e misericórdia, derrama sobre nós as suas muitas e ricas bênçãos.
“Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Campina Grande, PB
Fevereiro de 2012,
Francisco de Assis Barbosa,
EXERCÍCIOS
1. Qual o significado do vocábulo “dízimo”?
R. “A décima parte”.
2. De acordo com a lei de Moisés a quem deveria ser entregue os dízimos?
R. Os dízimos deveriam ser entregues aos sacerdotes.
3. Para que eram utilizados os dízimos e as ofertas no AT?
R. Para a manutenção do culto e também para o sustento dos levitas.
4. Cite um dos princípios básicos da prática do dízimo.
R. O reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas.
5. Você é um contribuinte fiel nos dízimos e nas ofertas?
R. Resposta pessoal.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves; CPAD;
CITAÇÕES:
-. [1] Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; Nota Textual de Dt 14.28; p. 218;
-. [2] Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001; Dinâmica do Reino – Fé como Semente; 2Co 9.8-10; p. 1207;
-. [3] Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001; Nota Textual de Joel 2.20; pp. 866 e 867.
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. HAYFORD J.A Chave de Tudo. 1.ed., RJ: CPAD, 1994, pp.93-4;
-. CABRAL, E. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, p.138;
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007;
-. ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009;
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Francisco de Assis Barbosa