24 de abril de 2011
TEXTO ÁUREO
"E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, pois, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24.49). – “A promessa de meu Pa”i refere-se ao derramamento do Espírito Santo. Vemos esta promessa no AT, em Is 32.15, 44.3; Jl 2.28; Ez 39.29; e no NT, em Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7; At 1.4-8; 2.17,18,33,38,39. Os discípulos aguardaram o cumprimento desta promessa em oração perseverante (At 1.14). O crente atual que busca o batismo no Espírito Santo deve fazer a mesma coisa.
VERDADE PRÁTICA
O Espírito Santo ajuda-nos a viver de maneira santa e habilita-nos a realizar com eficácia, a obra do Senhor Jesus Cristo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 24.46-49; Atos 1.4-8
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Conhecer a atuação do Espírito Santo na humanidade;
- Compreender que não podemos viver sem a presença do Espírito Santo, e
- Conscientizar-se que o batismo no Espírito Santo capacita o crente no serviço do Reino.
PALAVRA-CHAVE
CAPACITAÇÃO: - ato ou efeito de capacitar; habilitar para alguma função.
COMENTÁRIO
Na última lição vimos que o batismo com o Espírito Santo não pode ser confundido com a regeneração, com o batismo no Corpo de Cristo e que, muito menos, foi exclusivo dos dias da igreja primitiva. Aprendemos também a diferenciar o falar em línguas como evidência do batismo e o dom de línguas, a glossolalia e a xenolalia. Hoje, veremos a atuação do Espírito Santo na vida do homem após a conversão a Cristo. Jesus, durante seu ministério terreno, apresentou o plano divino de redenção para o homem através de sua morte expiatória no Calvário, sua ressurreição e ascensão ao céu. Não nos deixou órfãos, mas enviou o Espírito Santo. Nesta nova dispensação, o Consolador veio habitar na vida daqueles que foram remidos pelo sangue do Cordeiro. É sobre este ministério do Espírito que estudaremos nesta lição, a Sua operação na salvação dos pecadores e na preservação dos regenerados. Boa aula!
(II. DESENVOLVIMENTO)
I. O RELACIONAMENTO DO ESPÍRITO SANTO COM A HUMANIDADE
1. O Espírito Santo operando em nossas faculdades mentais. Regeneração é o ato realizado só por Deus, no qual Ele renova o coração do homem, fazendo-o reviver depois de estar morto. Na regeneração, Deus age no âmago, no ponto mais fundamental da pessoa humana. Paulo escrevendo aos Efésios afirma que os homens estão mortos em seus delitos e pecados, sem Deus e sem esperança no mundo. Pela graça, o Espírito Santo aplica a Palavra que faz o morto reviver. Para convencer o homem natural sobre seu estado de separação de Deus e leva-lo a nascer de novo, o Espírito Santo opera em três áreas distintas: na mente, nos sentimentos e na vontade (1Tm 2.1-4). É o agente que opera o convencimento através da exposição da Palavra (Hb 4.12). Do texto de Hb 4.12 entendemos que o Espírito Santo opera na totalidade do homem: no seu corpo, identificado como “juntas e medulas”; na sua alma e no seu espírito. Neemias 9.20 afirma: “e lhes concedeste o teu bom Espírito, para os ensinar”. Ele trabalha para convencer o ser humano sobre as verdades espirituais. É Ele, ainda, quem revela todas as coisas e perscruta a nossa mente (1Co 2.10,11). A regeneração é o dom da graça de Deus; é obra imediata e sobrenatural do Espírito Santo realizada em nós.
2. O Espírito Santo operando em nossos sentimentos e vontades. O Espírito Santo convence o pecador do seu pecado, da justiça e do juízo. Seu efeito é fazer com que nós, do estado de mortos e separados de Deus, passemos à vida espiritual. Ele muda a disposição de nossa alma, inclinando nosso coração para Deus. Jesus ensinou sobre a atuação do Espírito Santo em três áreas, das quais o pecador não pode fugir (Jo 16.8-10). A regeneração é um ato criador, pelo qual o pecador espiritualmente morto é devolvido à vida através da verdade do Evangelho agindo de maneira moral e persuasiva. A Bíblia distingue entra a influência do Espírito Santo e a da Palavra de Deus, e declara que aquela influência é necessária para o recebimento próprio da verdade (Jo 6.64,65; At 16.14; 1Co 2.12-15; Ef 1.17-20). Observemos o caso de Lídia, de quem diz Lucas: ela “nos escutava (Gr. Ekouen, imperfeito); o Senhor lhe abriu (dienoixem, aoristo, ato simples) o coração para atender (prosechein, infinito de resultado ou propósito) às coisas que Paulo dizia”. “Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”(Tg 1.18).
3. O Espírito Santo e a adoção. Uma das tarefas do Espírito Santo é criar no filho de Deus a convicção da filiação e de amor filial que o leva a conhecer a Deus como Pai. “para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4.5,6). O termo "Aba" é aramaico e significa "Pai". Era a palavra que Jesus empregava quando se referia ao Pai celestial. A combinação da palavra aramaica Abba com o termo grego pater, "Pai", expressa a grande intimidade, a profunda emoção, o anelo, o afeto e a confiança mediante os quais o Espírito Santo nos leva a clamar a Deus (Mc 14.36; Rm 8.15,26,27). Dois sinais determinantes da obra do Espírito dentro de nós são: (a) o nosso apelo espontâneo a Deus como "Pai" e, (b). a nossa obediência espontânea a Jesus como "Senhor" (1Co 12.3). Paulo tem em mente, sobretudo, o batismo no Espírito Santo e sua plenitude contínua (cf. At 1.5; 2.4; Ef 5.18), pois define nossa filiação com Deus como a causa do envio do Espírito a nós por já sermos "filhos" pela fé em Cristo. E Deus derrama o Espírito em nossos corações!
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O Espírito Santo age nas faculdades mentais, sentimentos e vontades do homem a fim de operar a vontade do Pai.
II. O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO CRENTE
1. A presença constante do Espírito Santo. Existem diversas maneiras pelas quais o Espírito Santo se manifesta na vida do crente. Ele foi enviado para habitar no crente, no momento da conversão. Esta nova vida requer dinamismo, ação e bom testemunho. Quando Ele habita nosso ser, somos cheios da alegria da salvação, do gozo e da paz que excedem a todo entendimento, no dizer de Paulo: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Note que todo crente autêntico pode ser “cheio do Espírito Santo” através da vida de comunhão, oração e serviço ao Senhor; há diferença entre ser “cheio do Espírito Santo” e o ser “batizado com o Espírito Santo”, isso por que toda pessoa regenerada torna-se habitação do Espírito Santo – “Jesus respondeu e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”(Jo 14.23).
2. O desenvolvimento da relação com o divino Espírito Santo. Paulo escreve em Rm 8.16: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”, é esta a certeza que só o Espírito Santo pode conceder. O Espírito Santo nos transmite a confiança de que, por Cristo e em Cristo, agora somos filhos de Deus (v. 15). Ele torna real a verdade de que Cristo nos amou, ainda nos ama e vive por nós no céu, como nosso Mediador (cf. Hb 7.25). O Espírito também nos revela que o Pai nos ama como seus filhos por adoção, não menos do que Ele ama seu Filho Unigênito (Jo 14.21,23; 17.23). É o Espírito Santo quem confirma e fortifica essa confiança na salvação recebida e nos garante o direito da filiação. Não nos tornamos filhos de Deus apenas porque a Bíblia declara, mas porque o Espírito clama dentro de nós: “Aba, Pai”.
3. Ser “cheio do Espírito Santo”. Em Efésios 5.18 Paulo num imperativo passivo presente, declara: "Enchei-vos". Esse imperativo traduz-se por "ser enchido repetidas vezes". Nosso relacionamento com o Deus Espírito Santo deve experimentar a renovação constante (Ef 3.14-19; 4.22-24; Rm 12.2). Experimentamos enchimentos repetidos do Espírito Santo quando mantemos uma fé viva em Jesus Cristo (Gl 3.5), estamos repletos da Palavra de Deus (Cl 3.16), oramos, damos graças e cantamos ao Senhor (1Co 14.15; Ef 5.19,20), servimos ao próximo (Ef 5.21 ) e fazemos aquilo que o Espírito Santo quer (Rm 8.1-14; Gl 5.16ss.; Ef 4.30; 1 Ts 5.19). Alguns resultados de ser cheio do Espírito Santo são:
(a) falar com alegria a Deus, em salmos, hinos e cânticos espirituais (Ef 3.19);
(b) dar graças (Ef 3.20), e
(c) sujeitar-nos uns aos outros (Ef 3.21).
O Espírito Santo trabalha na vida do crente, aperfeiçoando o caráter, moldando a personalidade e controlando o temperamento.
III. O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO CAPACITA-NOS A FAZER A OBRA DE DEUS
1. A intrepidez para testemunhar. O batismo com o Espírito Santo outorga maior dinamismo espiritual, isto é, mais disposição e maior coragem na vida cristã para testemunhar de Cristo (Mc 14.66-72; At 4.6-20). Jesus foi ungido com o Espírito Santo para servir (At 10.38; Lc 4.18, 19). Assim também cada crente foi chamado para servir (1Ts 1.9). O Espírito Santo desperta o crente para entregar-se ao serviço de Deus (Rm 6.13,19,22). O mesmo Espírito eterno que levou Jesus a se oferecer para expiar os nossos pecados, opera também em nós o propósito de servir ao Deus vivo (Hb 9.14). Se antes do batismo com o Espírito Santo o crente tem prazer em servir ao Senhor Jesus, quanto mais depois que “recebe a virtude do Espírito Santo para ser testemunha”! (At 1.8). O propósito principal do batismo no Espírito Santo é o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou.
2. Formação de discípulos. Mateus 28.18,19 diz: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;”, estas palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Elas declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da igreja. O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos que observem os mandamentos de Cristo. Este é o único imperativo direto no texto original deste versículo. A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer verdadeiros discípulos que se separem do mundo, que observem os mandamentos de Cristo e que o segam de todo o coração, mente e vontade (Jo 8.31). Observe-se, ainda, que Cristo nos ordena a concentrar nossos esforços para alcançar os perdidos e não em cristianizar a sociedade ou assumir o controle do mundo.
3. Chamados para servir. “[...] qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal”(Mc 10.43). A verdadeira grandeza não é questão de liderança, de autoridade, nem de grandes realizações pessoais (Mc 10.42), mas, sim, uma atitude do coração, de sinceramente viver para Deus e para o próximo. Devemos nos dedicar a Deus de tal modo que nos identifiquemos com sua vontade e propósitos na terra, sem desejarmos honrarias, posições de destaque ou recompensas materiais. Cumprir a vontade de Deus, levar os outros à salvação em Cristo, e agradar-lhe são as recompensas dos que são realmente grandes (ver Lc 22.24-30, nota sobre a grandeza). A Bíblia de Estudo Pentecostal em nota de roda-pé comentando o texto de Lc 22.27, diz: “No tocante àqueles que são escolhidos para dirigir a igreja (1 Tm 3.1-7), Cristo diz que devem dirigi-la como servos, ajudando as pessoas sob sua orientação a cumprirem a vontade de Deus para suas vidas. Nunca devem abusar da sua posição, nem traí-la por motivo de fama, poder, riquezas ou privilégios especiais” [1].
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
O batismo com o Espírito Santo dá intrepidez ao crente para testemunhar, capacitando-o para fazer a obra de Deus.
O objetivo principal de todas as operações do Espírito Santo na vida do crente, é transformá-lo segundo a imagem de Cristo, nos termos mais literais possíveis (2 Co 3.18). A promessa de Jesus a seus discípulos foi a presença constante do Espírito em suas vidas. O sucesso da Igreja como do crente particular, tem sido a presença gloriosa do Espírito Santo. É Ele quem trabalha na vida do crente, aperfeiçoando o caráter, moldando a personalidade e controlando o temperamento, é Ele quem concede intrepidez para testemunhar de Cristo e capacitação para fazermos a obra de Deus.
APLICAÇÃO PESSOAL
Medite em Efésios 5.18, quais são as razões por que devemos estar cheios do Espírito Santo? Por que é um imperativo? Como proceder para cumprir esta ordem?
O poder interior do Espírito e a realidade da presença de Deus que vêm da plenitude do Espírito libertam o crente do medo, da timidez e do desencorajamento, e aumenta grandemente a sua intrepidez e motivação para falar de Deus com grande poder. Grande poder era a característica distintiva da pregação e do testemunho dos crentes primitivos (At 1.8), e deve ser característica dos crentes hodiernos nesses tempos pós-modernos se quisermos obter o mesmo sucesso na obra de Deus – fazer discípulos verdadeiramente compromissados com Cristo.
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Francisco A Barbosa
NOTAS BIBLIOGRAFICAS
[1]. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal; CPAD. 2ª impressão,1996, Rio de Janeiro; Adaptado da nota do texto de Lc 22.27;
Lições Bíblicas 1º Trim 1994 – Livro do Mestre, CPAD, Espírito Santo – A Chama Pentecostal, PP. 31-35;
Lições Bíblicas 3º Trim 1996 - Jovens e Adultos: Atos - O padrão para a Igreja da última hora;
Lições Bíblicas 1º Trim 2004 - Jovens e Adultos: A Pessoa e Obra do Espírito Santo;
Lições Bíblicas 2º Trim 2011 – Livro do Mestre, CPAD, Movimento Pentecostal – As doutrinas da nossa fé;
Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 2001;
Bíblia de estudos de Genebra. Trad. de João Ferreira de Almeida. São Paulo: Cultura Cristã, 1999.
EXERCÍCIOS
1. Quem trabalha no coração e na mente do homem para este se render a Cristo?
R. O Espírito Santo.
2. Através do Espírito Santo quem dá o primeiro passo em direção ao pecador?
R. Deus.
3. O que significa ser cheio do Espírito Santo?
R. Significa ser controlado, governado e guiado por Deus.
4. Qual o propósito do batismo no Espírito Santo?
R. Encorajar e fortalecer o crente para cumprir a missão máxima da igreja: a evangelização.
5. Como podemos avaliar o progresso de uma igreja?
R. O progresso de uma igreja deve ser mensurado por seu trabalho missionário e evangelístico, juntamente com seus frutos espirituais.
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