08 de agosto de 2010 |
TEXTO ÁUREO |
"E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras" (Lc 24.27).
- O cumprimento das profecias não é um acidente, elas revelam os propósitos do Senhor. A morte e ressurreição de Jesus foram preditas nas Escrituras, como também, um chamado ao arrependimento e a remissão dos pecados. Os profetas sabiam que o Messias viria, embora não soubessem quando e como (Is 7.14; 9.6; 11.1; Dn 12.6,9). Moisés profetizou que um dia um profeta como ele apareceria; para os judeus, ninguém era maior do que Moisés, mas eles sabiam que Deus levantaria outro profeta como Moisés; quando os fariseus perguntaram se João Batista era o ‘profeta’ (Jo 1.21), eles se referiam a Dt 18.15: “ O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis;”.
Embora sejam classificados em maiores e menores, os profetas do Antigo Testamento foram todos, de igual modo, inspirados verbal e plenariamente pelo Espírito Santo de Deus. |
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Explicar a interpretação apostólica na citação de Oséias e Isaías;
- Classificar os livros proféticos da Bíblia, e
- Conscientizar-se de que conhecer a organização dos livros da Bíblia é requisito básico para o aprofundamento do conhecimento bíblico.
PALAVRA-CHAVE LITERATURA: - Conjunto de trabalhos literários de um país ou época. |
Nossa lição de hoje objetiva despertar-nos a atenção para a organização do texto bíblico. Houve entre o povo os profetas orais, ou melhor, os que não escreveram suas mensagens, e os profetas literários, estes divididos em dois grupos: Profetas Maiores (cinco) e Profetas Menores (doze). Foram assim classificados por Agostinho[1] em virtude do volume de seus escritos. O estudo sistêmico das Escrituras é a chave para um fiel entendimento. Temos aprendido que os santos profetas falaram o que Deus queria transmitir à humanidade, e em muitos casos, encontramos oráculos que apontam um mesmo acontecimento sendo proferidos por profetas distintos, Sofonias e Jeremias, por exemplo. É preciso compreendermos a organização dos livros proféticos e, conseqüentemente, de toda a Bíblia, a fim de que tenhamos uma base firme para prosseguir nos estudos bíblicos e teológicos. Neste subsídio, faremos uma exegese do texto da Leitura Bíblica em Classe e um resumo dos livros proféticos. Boa aula!
(II. DESENVOLVIMENTO)
1. Oséias
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O livro de Oséias tem sua autoridade escriturística reconhecida pelo apóstolo Paulo, que vê neste livro prevista a vocação dos gentios como povo de Deus.
1. Explanação apostólica (v.27). Paulo aplica a profecia de Isaías 10. 22, 23 e 1.9 para confirmar que Deus, em sua misericórdia, preservou um remanescente do Israel físico. Se não houvesse agido assim, toda a nação apóstata teria perecido. Isaías profetizou que uns poucos judeus seriam salvos e Paulo, conhecedor dessa profecia, em todos os lugares que pregou, antes se dirigiu às Sinagogas e pregou aos judeus, embora, poucos aceitaram a mensagem do Evangelho. Romanos 9.27, 28 refere-se a Isaías 10.22, 23 e Romanos 9.29, a Isaías 1.9.
2. O cumprimento das promessas de Deus (v.28). Paulo trata da eleição de Israel no passado, da sua rejeição do evangelho no presente, e da sua salvação futura. Ele afirma que a promessa de Deus para Israel não falhou, ela era apenas para os fiéis da nação (Gn 12.1-3; 17.19). A maior parte dos judeus não pôde crer, porque suas decisões no tocante a Jesus produziram o seu endurecimento da parte de Deus. As promessas de Deus nunca deixam inalteradas as pessoas que se recusam a ouvir, arrepender-se e crer. O apóstolo Paulo diz que Israel foi afastado (quebrado) por causa da sua incredulidade (Rm 11.20; cf. Sl 95.8; Hb 3.8). Mesmo assim, o endurecimento não foi permanente para cada indivíduo naquela nação. Todo aquele que cria, recebia a vida eterna. Na realidade, muitos em Israel chegaram a crer depois do Pentecoste (At 2.41).
O profeta Isaías é referido pelo apóstolo como autoridade escriturística em relação à rejeição de Israel.
III. CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS PROFÉTICOS
O Antigo Testamento é a primeira das duas principais partes da Bíblia, e contém 39 livros, classificados em quatro grupos: Lei, Históricos, Poéticos e Proféticos. Essa ordem é padronizada, aqui, no ocidente, pois em outros cânones há alterações, ainda mais nos outros ramos do cristianismo como os católicos romanos, ortodoxos, armênios, etíopes, cópticos, siríacos e nestorianos, que incluem os livros apócrifos[4], e em alguns casos os pseudo-epígrafos[5]. O Antigo testamento Hebraico não contém os apócrifos, porém, estão arranjados de forma diferente.
1. Os Profetas Maiores. A ordem dos livros proféticos é um consenso de consideração quanto à extensão, data e autoria dos livros. Isaías, Jeremias e Ezequiel, obviamente os ‘profetas maiores’, estão listados em ordem cronológica no início da coleção. Apesar de o livro de Lamentações conter apenas cinco capítulos e o de Daniel doze, ambos pertencem ao grupo dos profetas maiores.
2. Os Profetas Menores. Os livros relativamente curtos, que na Bíblia Hebraica são tidos em conjunto como um único livro, seguem os Profetas Maiores sem uma ordem cronológica rígida.
A Escritura Sagrada classifica os livros proféticos em dois grupos: maiores e menores, que têm sua autoridade escriturística reconhecida por Jesus e seus apóstolos. De uma forma ou de outra todos os profetas se empenharam numa mensagem de restauração e a promessa de uma paz eterna. Essa mensagem tem como objetivo anunciar o Messias, às vezes chamado de Emanuel, Servo do Senhor, Raiz de Jessé, ou seja, Filho de Davi. O principal objetivo da pregação nos tempos apostólicos foi por excelência identificar o Cristo de Nazaré com todos esses títulos.
[1] Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho (Tagaste, 13 de novembro de 354 — Hipona, 28 de agosto de 430), foi um bispo, escritor,teólogo, filósofo e Doutor da Igreja. Uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Ele aprofundou o conceito de pecado original e desenvolveu o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus (em um livro de mesmo nome), distinta da cidade material do homem.
[2] O Talmude (hb תַּלְמוּד, Talmud) é um registro das discussões rabínicas que pertencem à lei, ética, costumes e história do judaísmo. É um texto central para o judaísmo rabínico, perdendo em importância apenas para a Bíblia hebraica.
[3] Acrônimo ou sigla, é uma palavra formada pelas letras ou sílabas iniciais de palavras sucessivas de uma locução, ou pela maioria destas partes. A palavra acrônimo deriva do grego: άκρος, "extremo" + ὀνομα, "nome"). ὀνομαστική. O acrônimo é pronunciado como uma palavra só, respeitando a estrutura silábica da língua.
[4] O termo ‘apócrifo’ foi cunhado por Jerônimo, no quinto século, para designar basicamente antigos documentos judaicos escritos no período entre o último livro das escrituras judaicas, Malaquias e a vinda de Jesus Cristo. São livros que não foram inspirados e que não fazem parte de nenhum cânon.
[5] Pseudepigrafia (do grego ψευδεπιγραφία) é o estudo dos pseudepígrafos ou pseudo-epígrafos, que são textos antigos, aos quais é atribuída falsa autoria.
Deus considera a fé dos crentes, hoje, maior do que a daqueles que viram e ouviram Jesus pessoalmente, até mesmo depois da sua ressurreição. Os crentes de hoje, embora nunca o tenham visto, amam-no e crêem nEle pelo que nos é revelado nas Escrituras Sagradas: ‘Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada’ (1 Pe 1.10). Conforme disse Jesus, há uma bênção especial para ‘os que não viram e creram’(Jo 20.29). Vivendo por fé, recebemos a alegria como um dom de Deus para nós (Sl 16.11; Jo 16.24; Rm 15.13; Gl 5.22).
Os anúncios proféticos estão, em geral, direcionados para algum momento no futuro do povo ou da comunidade, em razão do que são entendidos como escatológicos. Não se trata, porém, de um juízo final da história, mas do anúncio de uma intervenção divina na realidade histórica, entendida como o ‘dia de Yahveh’ (Am 5,18-20), no qual a divindade promoveria transformações substanciais na história do povo. Essa intervenção divina é entendida por alguns profetas como historicamente mediada, por exemplo através de uma potência estrangeira (Assíria ou Babilônia), afirmada como braço estendido de Deus para julgar o povo (Is 10,5; Jr 36). De uma forma geral, a opressão dos pobres, viúvas, órfãos, a violência contra os humildes e o desprezo do direito divino (mishpat) e da justiça (sedaqah) são apresentados como motivos para o anúncio do juízo divino.
Anannias e Safira (At 5.1-11) foram um modelo negativo, um exemplo de como Deus vela pelo cumprimento de sua Palavra. Pela hipocrisia de Ananias, Deus trouxe o castigo merecido; uma resposta imediata, severa e final. ‘Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votares e não cumprires.’ (Ec 5. 4,5), Conferir também Dt 23.21-23). Deus leva a sério a pureza da igreja. Essa foi uma lição precoce e inesquecível acerca de como Deus vê o pecado na comunhão dos crentes. Em essência, Deus estava dizendo: ‘Eu não estou brincando de igreja; não brinco com pecadores; não estou interessado em ser amigável. Desejo retidão, verdade e corações sinceros’. Com isso, Ele testemunhou estar realmente falando com sinceridade. A igreja não é um ‘clube’ social. O resultado desse episódio foi: ‘E sobreveio grande temor a toda a igreja’ (At 5.11). Naquele dia houve um cuidadoso auto-exame entre todos os que estavam ligados à Igreja de Jerusalém. Muita gente, para agradar o próximo e ter sua aprovação, sacrifica sua fé, suas convicções e age contrariamente à Palavra. Os tais estão prontos para juntar-se à maioria (cf. Dn 11.32,34) e ficar ao lado da opinião dos grandes ou das massas. O crente não pode obter vitória sobre o receio dos homens e o desejo de reconhecimento da parte deles sem a fé (1 Jo 5.4); a fé que vê a Deus, a Cristo, o céu, o inferno, o juízo e a eternidade, como realidades básicas (Ef 3.16-19; Rm 1.20; Hb 11). Esse alicerce é fortalecido pelo escrutínio sistemático das Sagradas Escrituras. Em Romanos 10.17: ‘A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus’, e o mesmo texto diz: "16 Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; pois Isaías diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação? 17 De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. 18 Mas digo: Porventura não ouviram? Sim, por certo, pois Por toda a terra saiu a voz deles, E as suas palavras até aos confins do mundo. 19 Mas digo: Porventura Israel não o soube? Primeiramente diz Moisés: Eu vos porei em ciúmes com aqueles que não são povo, Com gente insensata vos provocarei à ira. 20 E Isaías ousadamente diz: Fui achado pelos que não me buscavam, Fui manifestado aos que por mim não perguntavam. 21 Mas para Israel diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente’. É preciso compreendermos não só a organização dos livros proféticos mas, de toda a Bíblia, a fim de que tenhamos uma base sólida para prosseguir na carreira que nos foi proposta. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas!
N’Ele, que me leva a refletir: "Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.” (Rm 10.4),
Francisco A Barbosa
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- Lições Bíblicas 3º Trim – Livro do Mestre – versão eletrônica, CPAD (http://www.cpad.com.br);
- Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;
- MacArthur, John. Com Vergonha do Evangelho, Editora Fiel, 1997;
- Bíblia de Estudo de Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e SBB, 1999;
- Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, p. 852
- Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Editora Objetivo, Rio de Janeiro, 2001
- SOARES, Ezequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, CPAD, 2003, p.234;
- Bíblia de Estudo Plenitude, SBB;
- http://www.slideshare.net/gotchalk/profetismo;
- Imagem: (Isaiah's_Lips_Anointed_with_Fire.jpg).
1. Qual o primeiro livro dos Profetas Maiores e dos Profetas Menores? R. Os livros de Isaías e Oseias. 2. Qual é a ordem dos livros proféticos R. Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel. Profetas menores: Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. 3. Por que esses livros são chamados de "Profetas Maiores" e "Profetas Menores"? R. Porque estas designações estão de acordo com o conteúdo literário dos livros. 4. Como é considerado o material literário dos profetas menores no Cânon Judaico? R. Como um só livro. 5. Quais os profetas maiores e menores mencionados por nome R. Maiores: Isaías, Jeremias e Daniel; Menores: Oseias, Jonas e Joel. |