02 DE MAIO DE 2010 |
TEXTO ÁUREO
"E, quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito" (1 Sm 12.23). Será que é pecado deixarmos de orar uns pelos outros? As palavras de Samuel indicam que sim. Suas atitudes ilustram duas das responsabilidades do povo de Deus: (a) deveriam orar de forma consistente uns pelos outros (Ef 6.18) e (b) deveriam ensinar aos outros o caminho certo para chegar a Deus (2Tm 2.2). Na nova organização de governo de Israel, Samuel ficaria responsável pela intercessão e instrução do povo. Samuel discordava do pedido dos israelitas por um rei, mas assegurou-lhes que continuaria a orar por eles e ensiná-los. Podemos discordar das pessoas, mas não devemos parar de orar por elas. (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD) |
VERDADE PRÁTICA
Orar é preciso; interceder é a obrigação de todo o povo de Deus. |
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jeremias 14.1-3; 7, 8, 10; 15.1 |
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Compreender o que é intercessão segundo os padrões bíblicos.
- Explicar por que Jeremias intercedia por Judá, mesmo sabendo que o povo estava afastado de Deus.
- Saber que a intercessão é uma recomendação bíblica.
PALAVRA-CHAVE
INTERCESSÃO |
- Do lat. intercessionem. Súplica em favor de outrem; Intervenção conciliadora; Sofrer com os que sofrem; chorar com os que choram. |
COMENTÁRIO
(I. INTRODUÇÃO)
Os grandes personagens bíblicos também foram homens de oração. O texto Áureo apresenta Samuel indicando que deixar de interceder seria um pecado, frisando pelo menos duas obrigações para o crente: orar uns pelos outros e instruir o caminho do Senhor. Interceder é suplicar a fovor de outrem e pleitear a sua causa, como se fora sua própria. É estar entre Deus e os homens, numa intervenção conciliadora, tomando seu lugar e sentindo sua necessidade de tal maneira que luta em oração até a vitória na vida daquele por quem intercede. "Orai uns pelos outros" (tg. 5:16): Abraão interveio por Ló; Moisés interveio pelo apóstata Israel e foi ouvido; Samuel orou constantemente pela nação; Daniel orou pela libertação do seu povo do cativeiro; Davi suplicou pelo povo; toda a Igreja é convocada a exercer a intercessão. Caro leitor, temos hoje a oportunidade de estudar a respeito da intercessão do profeta Jeremias em favor de Judá. Induzido ao erro por falsos ensinos, Judá tem em Jeremias um intercessor em seu favor e dia e noite, suplicava por seu povo e não se mostrava indiferente à sorte da sua nação. Pode-se traçar um paralelo entre a nossa época e aquela; temos um avanço do Reino de Deus em nossa pátria, e o joio se juntamente com o trigo. É chegado, pois, o momento de nos desfazermos em contínuos e amorosos rogos, para que o Senhor apiede-se de nossa nação e reavive a sua Igreja. "A oração abre o seu coração para o poder transformador do Espírito Santo." Jim George REFLEXÃO
(II. DESENVOLVIMENTO)
I. O QUE É A INTERCESSÃO
É uma oração para que a vontade de Deus seja feita na vida de outros; é descobrir o que está no coração de Deus e orar para que isso se manifeste. O intercessor é o que vai a Deus não por causa de si mesmo, mas por causa dos outros. É o que exerce súplica numa posição de sacerdote entre Deus e o homem, para pleitear a sua causa. Interceder é ser colaborador com Cristo, partilhar de seu ministério (Hb 7.25). O Espírito Santo traz ao nosso coração aquilo que Jesus ora diante do Pai e nós passamos a orar em linha com Ele.
1. Definição. Do grego entunchano; Strong 1793: Concordar, encontrar para conversar. Dessa descrição de um encontro casual, a palavra progride para a idéia de discutir com uma pessoa em nome de outra, embora algumas vezes a petição possa ser contra outro (At 25.24; Rm 11.2) (Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, pág 1288). Interceder é mais bem entendido como, ser colaborador com Cristo, partilhar de seu ministério (Hb 7.25). O Espírito Santo traz ao nosso coração aquilo que Jesus ora diante do Pai e nós passamos a orar em linha com Ele.
II. JEREMIAS INTERCEDE POR JUDÁ
O capítulo 14 apresenta profecias que foram dadas durante o período de grande estiagem que atingiu Judá. Jeremias intercede mas obtém uma resposta desfavorável, pois o povo não se arrependeu de sua idolatria.
2. Deus rejeita a intercessão de Jeremias. Nem mesmo a ameaça de cativeiro removeu a dureza de coração de Judá, em conseqüência, Deus envia a terrível seca e recusa-se a responder as orações do povo que, acuado pelas conseqüências devastadoras da estiagem, clamara à Deus. Seu apelo foi rejeitado por não haver sinceridade no seu arrependimento. O povo queria apenas o livramento.
III. POR QUE DEVEMOS INTERCEDER
“Já cogitava em exterminá-los se Moisés, seu eleito, não intercedesse junto dele para impedir que sua cólera os destruísse.” (Sl 106.23 Versão Católica) Interceder é pedir algo a favor de alguém. É a obra de alguém que se coloca entre um que tem uma necessidade e aquele que pode supri-la, mesmo que aquele que tem a necessidade não tenha conhecimento que o outro está intercedendo. Talvez seja uma obra maior, justamente a intercessão feita em prol daqueles que ignoram o perigo que correm e não sentem nenhuma necessidade de ajuda. A intercessão não requer reconhecimento. Mesmo que haja total indiferença à ajuda que tanto precisam, temos um vocacionamento à missão de orarmos em intercessão por todos. A Palavra de Deus, do Gênesis ao Apocalipse, nos exorta a intercedermos. SINOPSE DO TÓPICO (3)
1. É uma recomendação bíblica. O Calvário nos deu a oportunidade de irmos diretamente a Deus para recebermos perdão e diante dEle podemos exercer a função de sacerdote para os demais irmãos em Cristo (1 Pe 2.9). Tiago ressalta a natureza eficaz da oração feita por um justo, a idéia básica é a de uma súplica que tem energia.
2. É uma demonstração do amor cristão. "Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens" (1 Tm 2.1 - ARA); "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo" (Tg 5.16 - ARA).
O intercessor se coloca entre Deus e os homens, para pleitear sua causa, como se fosse própria, visa alterar circunstâncias contrárias à vontade perfeita de Deus, levando-as a se harmonizarem com a mesma. Todo crente é chamado a exercer o sacerdócio levando suas necessidades à presença do Eterno (“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” 1Pe 2.9 – ARA).
3. É um exercício de piedade. Interceder é ver a necessidade da intervenção de Deus nas mais diversas situações. É captar a mente de Cristo, de modo a ver as circunstâncias como Cristo as vê, e unir-se a Ele em súplica para que Deus se mova de tal maneira que Sua vontade e propósito Divinos sejam cumpridos nas vidas dos homens e das nações. A intercessão deve ser uma das prioridades da vida do cristão. Todo crente é chamado a interceder. Há pessoas que têm um ministério de intercessão, com uma unção especial para tanto, mas cada crente tem uma vocação de Deus para interceder; É um imperativo. Quem não o faz, não exerce seu sacerdócio. Paulo é enfático ao dizer: "Exorto, pois, antes de tudo, que se façam súplicas, orações, intercessões, ações de graças por todos os homens," (1 Tm 2.1 - ARA).
“Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza” (Dn 9.3 – ARA). Pode-se definir a intercessão como a oração contrita e reverente, com fé e perseverança, mediante a qual o crente suplica a Deus em favor de outrem que extremamente necessite da intervenção divina. Daniel ora contritamente em favor da restauração de Jerusalém e de todo o povo de Israel numa verdadeira intercessão. A Bíblia nos fala da intercessão de Cristo e do Espírito Santo, e de numerosos santos, homens e mulheres do antigo e do novo concerto.
A oração de Jesus em Jo 17 é a mais longa que foi registrada, nela, intercede por todos os discípulos para que eles fossem um só. Ele orou pela mais íntima unidade: "como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti". Devemos desejar esta unidade e sermos diligentes para mantê-la, porque é a oração sincera e expressa de nosso Senhor.
Jeremias deu vazão à sua tristeza a respeito do estado da nação. Mas, de alguma maneira, a angústia do profeta também é uma expressão da profunda tristeza de Deus. 'Os meus olhos derramem lágrimas de noite e de dia [...] a virgem, filha do meu povo, está ferida [...] de chaga mui dolorosa' (v. 17). Encorajado pela própria tristeza de Deus, Jeremias irrompe em novas lamentações. O profeta tem esperança somente no Deus vivo e declara sua intenção de esperar no Senhor. "E, quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito" (1 Sm 12.23); Deixar de interceder, segundo as palavras de Samuel, é um pecado contra o SENHOR. O crente assume duas das responsabilidades: orar de forma consistente uns pelos outros (Ef 6.18) e ensinar aos outros o caminho certo para chegar a Deus (2Tm 2.2). Samuel discordava do pedido dos israelitas por um rei, mas assegurou-lhes que continuaria a orar por eles e ensiná-los; Jeremias discordava da liderança de Judá e da atitude do povo em geral, mas lamentou e intercedeu por eles. O crente pode discordar das pessoas, mas não pode parar de orar por elas. O papel de mediador em oração era prevalecente no Velho Testamento. No Novo Concerto, Cristo foi constituído como o intercessor supremo (Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem - 1 Tm 2.5). "Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós" (Rm 8:34).
Temos crido de uma maneira falaciosa que aqueles que oferecem oração intercessória por outras pessoas são uma classe especial de crentes, vocacionados para um ministério de intercessão. Todos temos recebido o Espírito Santo e, da mesma forma como Ele intercede por nós de acordo com a vontade de Deus (Rm 8.26-27), devemos interceder uns pelos outros. Esse privilégio não está limitado; é um chamado para todos. Na verdade, deixar de interceder a favor de outras pessoas é pecado. Que privilégio maravilhosissimo e importante temos em poder nos aproximar corajosamente do trono de Deus, numa atitude altruísta, em orações e súplicas por todos.
N’Ele,
Francisco A Barbosa
(*) Louis Berkhof (1873-1957) é um teólogo sistemático reformado cujas obras têm sido muito influentes na teologia calvinista da América do Norte e da América Latina. Sua Teologia Sistemática tem sido, durante décadas, o livro-texto utilizado em muitas faculdades protestantes de teologia no Brasil. Ele nasceu nos Países Baixos e mudou-se, ainda pequeno, para os Estados Unidos.
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD;
- Louis Berkhof – Teologia Sistemática – p. 404.
- Imagem: http://www.projeto-k.com/wp-content/uploads/maos-unidas.jpg
EXERCÍCIOS
RESPONDA
1. O que é a intercessão?
R. A intercessão é a oração que fazemos a Deus em favor de outrem.
2. Por que a oração intercessória é eficaz?
R. Porque através dela, demonstramos amor e altruísmo; provamos que o bem-estar do semelhante está acima do nosso.
3. Quais foram os maiores intercessores do Antigo Testamento?
R. Samuel e Moisés.
4. Qual o maior exemplo de intercessão que temos na Bíblia?
R. Jesus no Getsêmani.
5. Por que devemos orar intercessoriamente.
R. Porque é uma demonstração do amor cristão.
BOA AULA!