THINKING
MATURELY ABOUT THE CRISTIAN FAITH
Lição 12
21 de Junho de 2015
A Morte de Jesus
TEXTO ÁUREO
"E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos
entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou." (Lc 23.46) [Alguns intérpretes
encaram a grande voz como indicativa que Jesus morreu tanto de exaustão física
e quanto de agonia espiritual. As palavras de Jesus são de Sl 31.5, uma oração
de confiança ensinada às crianças judias.Mateus e Marcos acentuam quão terrível
foi a morte de Jesus. Lucas não nega isto, mas registra as palavras de Jesus,
mostrando que sua morte está de acordo com a vontade do Pai]
VERDADE PRÁTICA
Jesus não morreu como mártir ou herói, mas como o
Salvador da humanidade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 22.39-46
Momentos que antecederam a crucificação de Jesus
Terça - Lc 22.2-6
Judas, por ambição, negociou com os judeus a traição do Filho de Deus
Quarta - Jo 11.47-53
O porquê da crucificação de Jesus na esfera
religiosa
Quinta - Jo 18.31
O motivo da crucificação de Jesus na esfera política
Sexta - Lc 23.21-23
O método terrível de execução para os condenados à morte
Sábado - Is 53.11
O real significado da crucificação do Senhor Jesus Cristo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 23.44-50
44 - E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à
hora nona,
45 - escurecendo-se o sol; e rasgou-se ao meio o véu do templo.
46 - E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos
entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou.
47 - E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a
Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo.
48 - E toda a multidão que se ajuntara a este espetáculo, vendo o
que havia acontecido, voltava batendo nos peitos.
49 - E todos os seus conhecidos e as mulheres que juntamente o
haviam seguido desde a Galileia estavam de longe vendo essas coisas.
50 - E eis que um homem por nome José, senador, homem de bem e
justo.
OBJETIVO GERAL
Apresentar a causa primeira que levou Jesus à cruz:
os nossos pecados.
HINOS
SUGERIDOS: 163, 291, 382 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
1.
Pontuar as aflições de
Cristo de caráter interno e externo.
2.
Explicar a dramaticidade do
relato da traição de Jesus.
3.
Relacionar os dois tipos de
julgamentos de Jesus, o religioso e o político.
4.
Ensinar sobre o método e o
significado da crucificação e morte de Cristo.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O julgamento de Jesus foi o que há de mais covarde no pensamento humano
e na prática religiosa. O método e os pressupostos do julgamento de Jesus de
Nazaré demonstram o que a elite religiosa de Israel estava acostumada a fazer
em sua época, isto é, burlar a lei para a manutenção dos seus próprios
interesses. O julgamento de Jesus foi um grande teatro. Nada do que fosse dito
ou apresentado a favor do Nazareno mudaria o cenário. A classe religiosa havia
pensado pormenorizadamente nos caminhos precisos para fazerem o espetáculo
jurídico mais odioso que se ouviu dizer na história dos homens. Pensar que,
após humilharem o Senhor Jesus, castigar o seu corpo, crucificarem-no e
matarem-no, o "clero" judaico foi celebrar a Páscoa como se nada
tivesse acontecido. Imagine! Mataram uma pessoa e, logo depois,
"cultuaram" a Deus. Quando a religião fecha-se em si mesma, e nos
seus próprios interesses, é capaz das maiores perversidades, pensando estar a
serviço de Deus. Que o Senhor guarde o nosso coração!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Os momentos que antecederam à prisão e julgamento de Jesus foram
extremamente difíceis e penosos para Ele e seus seguidores. As autoridades
judaicas já haviam decidido, em concílio, pela sua morte, e esperavam apenas o
momento oportuno para isso. Não intentavam realizar o ato durante a Páscoa,
para não causar tumulto. Nesse momento surge Judas Iscariotes, um dos doze
discípulos, com a proposta de entregar Jesus a esses líderes. E foi o que ele
fez. Preso, Jesus logo é submetido a um julgamento que o condenou e o entregou
para ser crucificado! Pregado na cruz, Jesus, o homem perfeito, sentiu as dores
dos cravos e o peso do pecado da humanidade. [A morte de Jesus é
ponto central da fé cristã e precisa ser compreendida. Ela foi voluntária, de
inteira vontade do Pai (Mt 26.36-39). Quando nosso Senhor terminou de comer a
Páscoa e celebrar a ceia com seus discípulos, foi com eles ao Monte das
Oliveiras, e entrou no jardim do Getsêmani, afastando-Se dos discípulos e
ficando apenas com Pedro e os dois filhos de Zebedeu a Seu lado, foi orar.
Quando Ele ficou sozinho, mais tarde, "adiantando-se um pouco, prostrou-se
sobre o seu rosto, orando..." (Mt 26.39). Em profunda angústia, ele pedia:
"..Meu Pai, se possível, passe de
mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres"
(v. 39). Jesus não recebeu resposta. O Pai ficou em silêncio. O aparente silêncio
de Deus diante da oração de Jesus no Jardim foi uma clara resposta a essa
oração. A oração de Jesus não foi para que Sua vida fosse poupada na cruz do
Calvário. A oração de Jesus foi ter sua vida poupada para que não morresse ali
no Jardim do Getsêmani. Ele estava destinado a morrer na cruz do Calvário para
tirar os pecados do mundo. De Sua agonia de pavor, enquanto contemplava as
implicações da sua morte, Jesus emergiu com confiança serena e resoluta. Assim,
quando Pedro sacou da espada numa tentativa frenética de impedir a prisão,
Jesus pôde dizer: “Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?” (Jo
18.11). Visto que João não registrou as orações agonizantes de Jesus pedindo a
remoção do cálice, esta referencia a Ele é ainda mais importante. Jesus sabe
que o que o cálice não lhe será tirado. O Pai lho deu. Ele o beberá Stott,
John R. W. A Cruz de Cristo. Ed. Vida, São Paulo, SP, 9ª impressão 2002: p. 67.
Assim como num jardim a auto-complacência de Adão nos arruinou, também em outro
jardim as agonias do segundo Adão deveria nos restaurar.] Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?
I. AS ÚLTIMAS ADVERTÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES
1. Aflição interior. Sabendo que era
chegada a sua hora, Jesus trata de dar as últimas advertências e recomendações
aos seus discípulos. Todos os evangelistas registram a advertência que Jesus
fez a Pedro (Mt 26.31-35; Mc 14.27-31; Lc 22.31-34; Jo 13.36-38). Faltava pouco
para o Mestre ser preso, e tanto Ele quanto seus discípulos iriam passar por um
conflito interior sem precedentes. Daí a necessidade de estarem preparados
espiritualmente para esse momento (Mt 26.41). Pedro é avisado de que Satanás o
queria peneirar (Lc 22.31-34). No Monte das Oliveiras, pouco antes de sua
prisão, Ele advertiu a todos sobre a necessidade da oração para suportar as
provações que se avizinhavam (Lc 22.39-46). Podemos falhar e muitas vezes
falhamos, entretanto, não é por falta de aviso. [No jardim do
Getsêmani, pouco distante de Jerusalém, Jesus sabia exatamente o que estava
vindo e começou a orar. Seu coração quase não podia suportar tamanho peso: “A
minha alma está cheia de tristeza até a morte” (Mateus 26.38). Então, a
multidão apareceu com espadas e porretes. Judas beijou Jesus, e o prenderam. Meditando
na cena da agonia no Getsêmani, somos obrigados a dar-nos conta que nosso
Salvador suportou ai uma tristeza desconhecida em qualquer outra etapa de Sua
vida, portanto, vamos começar nosso discurso fazendo a seguinte pergunta: QUAL
ERA A CAUSA DESSA TRISTEZA ESPECIAL DO GETSÊMANI? Nosso Senhor era “varão de
dores e experimentado no sofrimento” ao longo de toda Sua vida, no entanto,
ainda que soe paradoxo, penso que dificilmente existiu sobre a face da terra um
homem mais feliz que Jesus de Nazaré, pois as dores que Ele teve que suportar
foram compensadas pela paz da pureza, a calma da comunhão com Deus, e a alegria
da benevolência. Todo homem bom sabe que a benevolência é doce e seu nível de
doçura aumenta em proporção a dor suportada voluntariamente quando se cumprem
seus amáveis desígnios. Fazer o bem sempre produz alegria. Mais ainda, Jesus
tinha uma perfeita paz com Deus todo o tempo; sabemos que isso era assim porque
Ele considerava essa paz como uma herança especial que Ele podia deixar a seus
discípulos, e antes de morrer disse-lhes: “A paz os deixo, a minha paz os dou.”
Ele era manso e humilde de coração, e, portanto sua alma possuía o descanso;
Ele era um dos mansos que herdam a terra; um dos pacificadores que são e que
devem ser abençoados. Estou certo que não me equivoco quando afirmou que nosso
Senhor estava longe de ser um homem infeliz. Porem, no Getsêmani, tudo parece
ter mudado. Sua paz o abandonou, Sua calma se converteu em tempestade. Depois
da ceia, nosso Senhor tinha cantado um hino, porem no Getsêmani não havia
cantos. Descendo pela encosta que levava de Jerusalém a torrente do Cedrom, Ele
falava com muita vivacidade, dizendo: “eu sou a videira, vós os ramos,” e essa
maravilhosa oração com que orou com Seus discípulos depois desse sermão, está
repleta de majestade: “Pai, aqueles que me tens dado, quero que onde eu esteja,
também eles estejam comigo.” É uma oração muito diferente dessa oração dentro
dos muros do Getsêmani, onde clama: “ Pai, se possível, passe de mim esse
cálice.” Observem que dificilmente ao largo de toda sua vida o observam com uma
expressão de angustia, e no entanto, aqui Ele fala, não só mediante suspiros e
suor de sangue, mas também por meio das seguintes palavras: “Minha alma está
muito triste, até a morte.” No jardim, o homem que sofria não podia ocultar sua
angustia, e dá a impressão que não queria fazê-lo. A Agonia no Getsêmani, Sermão pregado no Domingo, 18 de Outubro de 1874,
por Charles Haddon Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres http://www.projetospurgeon.com.br/2012/03/a-agonia-no-getsemani/]
2. Aflição
exterior. O texto de Lucas 22.35-38 tem chamado a atenção dos estudiosos da
Bíblia. Estaria Jesus aqui pregando a luta armada? Não! Isso pelo simples fato
de que o uso da força como parte do seu Reino é frontalmente contrário aos seus
ensinos (Mt 5.9, 22.38-47). Jesus cita a profecia de Isaías 53.12 como se
cumprindo naquele momento, e os discípulos, solidários com a sua missão,
sofreriam as suas consequências. Assim como o seu Mestre, eles também seriam
afligidos exteriormente com as consequências da prisão. Deveriam, portanto,
estar preparados para aquele momento. Jesus seria contado com os malfeitores e
seus discípulos seriam identificados da mesma forma (Mc 14.69). [As condições
mudarão após a crucificação, e eles devem estar preparados para encontrar ódio
e perseguição. Jesus não sugere que seus seguidores devem usar a força ao
divulgarem o evangelho, mas que eles precisariam de vigilância perpétua, usando
todos os recursos ao seu alcance.]
PONTO CENTRAL
Jesus Cristo foi crucificado e morto pelos pecados
de toda a humanidade.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Antes de ser preso, Jesus deu advertências e recomendações para seus
discípulos, pois sabia das aflições internas e externas que eles padeceriam.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"As palavras finais de Jesus aos discípulos no cenáculo os fazem
lembrar de dificuldades à frente (Lc 22.35-38). Anteriormente, Ele os tinha
enviado de mãos vazias para pregar o evangelho (Lc 9.1-6; 1.3,4). Eles fizeram
uma viagem curta e levaram consigo providências limitadas, mas suas
necessidades tinham sido providas. Nos dias tranquilos da missão galileia, eles
tinham confiado na hospitalidade das pessoas. Agora os tempos mudaram, e eles
enfrentarão dificuldades como nunca antes. Logo, Jesus será executado como
criminoso, e os discípulos serão vistos como comparsas no crime. Deus ainda
estará com os discípulos, mas daqui em diante eles têm de tomar providências e
buscar proteção para a viagem. Eles terão de se defender contra os inimigos do
evangelho, contra Satanás e contra as forças das trevas. Eles devem obter uma
espada. [ ]
Alguns tomam a palavra 'espada' literalmente, significando que os
discípulos devem comprar espadas para usar em conflito físico. Mais tarde,
alguns estarão preparados para defender Jesus com espadas, mas Ele detém essa
tentativa antes de qualquer coisa (vv. 49-51). O que Jesus realmente quer é que
os discípulos provejam as próprias necessidades e se protejam sem derramar
sangue. Eles se encontrarão cada vez mais lançados numa luta espiritual e
cósmica. A compra de espadas serve para lembrá-los daquela batalha iminente.
Empreender esse tipo de guerra requer armas especiais, inclusive 'a espada do
Espírito, que é a palavra de Deus' (Ef 6.11-18).
Os discípulos parecem não entender (Lc 22.38). Eles informam que têm
duas espadas. Jesus diz: 'Basta', provavelmente com a intenção de repreensão irônica
por pensarem assim. Eles encetarão uma guerra cósmica; os recursos humanos
nunca são suficientes para esse tipo de luta" (ARRINGTON, French L. Lucas.
In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004,
pp.463-64). [ ]
CONHEÇA MAIS
*A crucificação
"Os cidadãos romanos, via de regra, não tinham de enfrentar a
crucificação, a menos que fossem condenados por alta traição. A cruz estava
reservada para os não cidadãos romanos, sujeitos das províncias em que eram
criminosos perigosos, líderes revolucionários e escravos." Leia mais em
Guia Cristão de Leitura da Bíblia, CPAD, p. 94.
II. JESUS É TRAÍDO E PRESO
1. A ambição. A traição de Jesus é um dos relatos
mais dramáticos e tristes que o Novo Testamento registra. Jesus foi traído por
alguém que compartilhava da sua intimidade (Sl 41.9). Judas, conforme relata
Lucas, foi escolhido pelo próprio Cristo para ser um dos seus apóstolos (Lc
6.16).
O que levou, portanto, Judas a agir dessa forma? Os textos paralelos
sobre o relato da traição mostram que Judas era avarento, amava o dinheiro e a
ambição o levou a entregar o Senhor (Jo 12.4-6). [Embora não
possamos ter certeza absoluta do motivo pelo qual Judas traiu a Jesus, algumas
coisas são certas. Primeiro, temos que reconhecer que, embora Judas tenha sido
escolhido de forma consciente para ser um dos doze (João 6:64), as Escrituras
apontam ao fato de que ele nunca realmente acreditou que Jesus era Deus, e ele
provavelmente nunca tinha sido convencido de que Jesus era o Messias. Ao
contrário dos outros discípulos que chamaram Jesus de "Senhor" (que é
de grande importância em várias formas), Judas nunca utilizou este título para
Jesus e ao invés o chamou de "Rabi"; isso afirmava apenas que ele via
Jesus como nada mais do que um professor. Enquanto outros discípulos várias
vezes fizeram grandes profissões de fé e de lealdade (João 6:68, 11:16), Judas
não só nunca fez isso, mas permaneceu bastante silencioso em todas as
narrativas bíblicas. Esta falta de fé em Jesus é o alicerce para todas as
outras considerações abaixo. O mesmo vale para nós. Se não reconhecermos Jesus
como Deus encarnado e, portanto, a uma única pessoa que pode oferecer salvação
eterna e perdão pelos nossos pecados, então seremos sujeitos a vários outros
problemas que resultam de uma visão errada da Deus. Leia mais:
http://www.gotquestions.org/Portugues/Judas-trair-Jesus.html#ixzz3dBPhh8vC]
2. A negociação. Há muito, os líderes religiosos
procuravam uma oportunidade para matar Jesus, mas além de não encontrá-la, eles
ainda temiam o povo (Mt 26.3-5; Lc 22.2). Lucas mostra que o Diabo entra em
cena para afastar esse obstáculo (Lc 22.3-6). O terceiro Evangelho já havia
mostrado, por ocasião da tentação, que o Diabo tinha se apartado de Jesus até o
momento oportuno (Lc 4.13). Sabendo que Judas estava dominado pela ambição,
Satanás incita-o a procurar os líderes religiosos para vender Jesus (Lc
22.2-6). O preço foi acertado em 30 moedas de prata (Mt 26.15). Quando o
responsabiliza por seu ato, a Escritura mostra que Judas não estava
predestinado a ser o traidor de Jesus (Mc 14.21). Ele o fez porque não vigiou
(Lc 6.13; 22.40). Quem não vigia termina vendendo ou negociando a sua fé. [Judas foi consumido
por ganância, a ponto de trair a confiança não só de Jesus, mas também dos
outros discípulos, como vemos em João 12:5-6. Judas talvez teve o desejo de
seguir a Jesus simplesmente porque ele viu que pessoas importantes também
estavam seguindo a Jesus; ou talvez ele tenha acreditado que poderia tirar
proveito das coletas para o grupo. O fato de Judas ter sido o encarregado da
bolsa de dinheiro aparenta indicar o seu interesse e experiência com dinheiro
(João 13:29). Judas, como a maioria das pessoas naquela época, acreditava que o
Messias iria acabar com a ocupação romana e assumir uma posição de poder para
reinar sobre a nação de Israel. Talvez Judas seguiu a Jesus com a intenção de
tirar vantagem da sua associação com ele como o novo poder político. Não há
qualquer dúvida de que ele esperava fazer parte da elite dominante quando isso
viesse a se realizar. Ao chegar o momento da traição de Judas, Jesus já tinha
deixado claro que ele planejava morrer e não iniciar uma rebelião contra Roma.
Por isso Judas pôde ter assumido, tal como fizeram os fariseus, que uma vez que
ele não iria acabar com a ocupação romana, ele provavelmente não era o Messias
que estavam esperando. Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/Judas-trair-Jesus.html#ixzz3dBQ4czVQ]
SÍNTESE DO TÓPICO II
A ambição de Judas fez com que ele negociasse a
prisão do Mestre e, finalmente, o traísse.
III. JULGAMENTO E CONDENAÇÃO DE JESUS
1. Na esfera
religiosa. Os conflitos entre Jesus e os líderes religiosos de Israel começaram
muito cedo (Mc 3.6). As libertações, as curas e autoridade com que transmitia a
Palavra de Deus fez com que as multidões passassem a seguir a Jesus (Lc 5.1).
Essa popularidade entre as massas provocou inveja e ciúme dos líderes
religiosos que perdiam espaço a cada dia (Jo 12.19). Para esses líderes, alguma
coisa deveria ser feita e com esse intuito reuniram o Sinédrio. A decisão foi
pela morte de Jesus (Jo 11.47-57). O passo seguinte foi fazer um processo
formal contra Jesus, onde Ele seria falsamente acusado de ser um sedicioso que
fizera Israel se desviar. [Houve seis partes dos julgamentos de
Jesus: três estágios em um tribunal religioso e três estágios perante um
tribunal romano. Jesus foi julgado diante de Anás, o antigo sumo sacerdote;
Caifás, o atual sumo sacerdote, e o Sinédrio. Nestes julgamentos
"eclesiásticos", Ele foi acusado de blasfêmia por ter alegado ser o
Filho de Deus, o Messias. Os julgamentos diante das autoridades judaicas, ou
seja, os julgamentos religiosos, mostraram em que grau os líderes judeus o
odiavam porque descuidadamente desconsideraram muitas de suas próprias leis. De
acordo com a própria lei judaica, houve várias ilegalidades envolvidas nestes
julgamentos: (1) Nenhum julgamento era para ser realizado durante o tempo de
festa, e Jesus foi julgado durante a Páscoa. (2) Cada membro do tribunal era
para votar individualmente para condenar ou absolver, mas Jesus foi condenado
por aclamação. (3) Se a pena de morte fosse dada, era necessário que pelo menos
uma noite se passasse antes da sentença ser executada, porém, apenas algumas
horas se passaram antes de Jesus ser crucificado. (4) Os judeus não tinham
autoridade para executar ninguém, mas mesmo assim projetaram a execução de
Jesus. (5) Nenhum julgamento era para ser realizado à noite, mas este
julgamento foi realizado antes do amanhecer. (6) O acusado era para receber
conselho ou representação, mas Jesus não teve nada. (7) Não deviam ter feito
perguntas auto-incriminatórias a Jesus, mas Ele foi perguntado se era o Cristo.
Os julgamentos perante as autoridades romanas começaram com Pilatos (João
18:23) depois de Jesus ser espancado. As acusações apresentadas contra Ele eram
muito diferentes das acusações nos julgamentos religiosos. Ele foi acusado de
incitar as pessoas à revolta, proibindo o povo a pagar os seus impostos, e
afirmando ser rei. Pilatos não encontrou nenhuma razão para matar Jesus, por
isso o enviou a Herodes (Lucas 23:7). Herodes permitiu a ridicularização de
Jesus, mas, querendo evitar a responsabilidade política, enviou-o de volta a
Pilatos (Lucas 23:11-12). Este foi o último julgamento, enquanto Pilatos
tentava apaziguar a animosidade dos judeus ao ter Jesus flagelado. O flagelo
romano é uma terrível surra, possivelmente de 39 chicotadas. Em um esforço
final para liberar Jesus, Pilatos ofereceu que o prisioneiro Barrabás fosse
crucificado e Jesus liberado, mas sem sucesso. As multidões pediram que
Barrabás fosse solto e Jesus fosse crucificado. Pilatos atendeu ao seu pedido e
entregou Jesus à vontade do povo (Lucas 23:25). Os julgamentos de Jesus
representam o escárnio supremo da justiça. Jesus, o homem mais inocente na
história do mundo, foi considerado culpado de crimes e condenado à morte por
crucificação. Leia mais:
http://www.gotquestions.org/Portugues/julgamentos-Jesus.html#ixzz3dBR2taxX]
2. Na esfera
política. Para os líderes religiosos, Jesus era um herege, acusado de ter
blasfemado, e que deveria ser tirado de cena a qualquer custo, mesmo que fosse
a morte. Todavia, Israel nos dias de Jesus estava sob a dominação romana e os
líderes judeus não poderiam conquistar o seu intento sem a aprovação do Império
(Jo 18.31). Lucas deixa claro que a acusação dos líderes judeus feita a Jesus
era tríplice: desviar a nação; proibir os judeus de pagarem impostos a Roma e
afirmar que Ele, e não César, era rei (Lc 23.2,5,14). Em outras palavras, Jesus
foi acusado de sedição. Desviar os judeus de sua fé não era crime para Roma,
mas a sedição, fazer o povo se levantar contra o império, era! Jesus, portanto,
estaria levando os seus discípulos a uma revolta política. Os romanos não
toleravam nenhuma forma de levante contra o Estado e estipulavam para esse tipo
de crime a pena capital. [A tarefa de Pilatos, como governador romano, era a de exercer justiça.
Mesmo nos territórios de ocupação romana esperava-se que a justiça
prevalecesse. O processo judicial romano reconhecia o direito de ficar em
silêncio e a inocência do acusado até que se provasse o contrário. Antigos
registros daquela época, transcritos de processos civis romanos, demonstram uma
semelhança impressionante com o processo judicial nas cortes de justiça atuais:
a presença dos advogados, a apresentação das provas documentais e testemunhais,
bem como a formulação de elaborados argumentos legais. Pilatos, porém,
desconsiderou todas as salvaguardas, ao permitir – e até mesmo ordenar – a
execução de um homem que ele mesmo já tinha declarado inocente de qualquer
crime passível de morte (Lc 23.14-15,22). A última interrogação de Pilatos a
Jesus registrada nos Evangelhos, pergunta essa que deve ter sido feita num tom
de frustração e arrogância ultrajante, foi a seguinte: “Não sabes que tenho
autoridade [poder] para te soltar e autoridade para te crucificar?” (Jo 19.10).
Mas a resposta de Jesus a Pilatos deve ter penetrado até a medula, quando ele
lembrou ao governador romano que Deus é o Outorgante Supremo da autoridade (v.
11). A partir de então, Pilatos redobrou seus esforços para evitar que o fiasco
legal e político se desenrolasse na sua presença, mas tudo foi em vão (v. 12).
http://www.beth-shalom.tv.br/artigos/jesus_pilatos.html. Então eles
entregaram Jesus ao governador romano, Pilatos, ainda no começo da sexta-feira.
Depois do interrogatório, Pilatos o enviou ao Rei Herodes, que estava na cidade
e esperou ver Jesus fazer um milagre. Herodes e seus soldados trataram Jesus
com desrespeito, colocaram-lhe uma veste real para ultrajá-lo, e o enviaram de
volta para Pilatos.
De acordo com um estranho costume, Pilatos ofereceu libertar um
prisioneiro e dar à multidão a escolha entre Jesus e Barrabás, um notório
terrorista que “tinha num motim cometido uma morte” (Marcos 15.7). A multidão
escolheu Barrabás e gritou para que Jesus fosse crucificado. Eles fizeram-no
ser uma ameaça ao império, que reivindicava ser um rei. “Se soltas este, não és
amigo de César; qualquer que se faz rei é contra César” (João 19.12). Pilatos
estava na parede. Deveria matar um homem inocente ou arriscar a aparência de
sedição?
Pilatos tomou sua decisão. Lavou suas mãos, numa tentativa inútil de
remover sua culpa por ter libertado Barrabás e entregue Jesus aos soldados.
“Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso.”, ele disse (Mateus
27.24). O aconteceu nas horas seguintes está além de descrição ou ilustração.
Os meros fatos não contam a história inteira. Porém, eles são cruciais.
Jesus foi oprimido. A palavra não é capaz de transmitir a realidade da
tortura.
Açoitamento era uma preliminar legal a toda execução romana, e somente
mulheres, senadores e soldados (exceto em caso de deserção) eram excluídos. O
instrumento usual era um chicote curto (flagrum ou flagellum), de diversas
formas, apenas uma ou muitas tiras de couro, de tamanhos diferentes, com
esferas de metal ou garras feitas com ossos bovinos amarrados nelas. Para o
castigo, o homem tinha suas roupas rasgadas e suas mãos eram amarradas. As
costas, quadris e pernas eram chicoteados por dois soldados ou um, em diversas
posições. Não se sabe se o número de açoites foi limitado a 39, de acordo com a
lei judaica [1].
Depois da tortura, o batalhão inteiro de soldados se reuniu ao redor
deste homem fraco e sangrando, e colocaram uma capa escarlate nele. Pressionado
pelo peso da túnica sobre seus ombros dilacerados, Jesus recebeu uma cana em
sua mão direita e ajoelharam-se diante dele, zombando “Salve, Rei dos Judeus”.
Os soldados bateram nele com suas próprias mãos. Eles cuspiram nele. Fizeram
uma coroa cheia de espinhos – provavelmente não aqueles que vemos em rosas, mas
um tipo mais longo, parecido com lâminas. Então, eles não apenas colocaram a
coroa, mas bateram em sua cabeça – cravando os espinhos em seu crânio (Marcos
15.17-19). http://www.monergismo.com/textos/cristologia/piper_momentos_sublimes.htm]
SÍNTESE DO TÓPICO III
O julgamento de Jesus deu-se em duas esferas: a
religiosa e a política
IV. A CRUCIFICAÇÃO E A MORTE DE JESUS
1. O método. A pena capital
imposta pelo Império Romano aos condenados se dava através da crucificação. Os
pesquisadores são unânimes em afirmar que essa era a mais cruel e dolorosa
forma de execução! Josefo, historiador judeu, informa que antes da execução, os
condenados eram açoitados e submetidos a todo tipo de tortura e depois
crucificados do lado oposto dos muros da cidade. Cícero, historiador romano, ao
se referir à crucificação, afirmou que não havia palavra para descrever ato tão
horrendo. A mensagem do Império Romano era clara - isso aconteceria com quem se
levanta contra o Estado. Jesus, portanto, sofreu os horrores da cruz. De acordo
com os Evangelhos, Ele foi açoitado, escarnecido, ridicularizado, blasfemado,
torturado, forçado a levar a cruz e por fim crucificado (Jo 19.1-28). [Eles o levaram
para uma montanha chamada Gólgota (latim: Calvário), fora da cidade, e o
pregaram numa cruz. Martin Hengel escreveu um estudo histórico-científico sobre
a crucificação no mundo antigo. Ele cita Lucius Seneca, em meados do primeiro
século, que escreveu sobre uma variedade de crucificações: “Eu vejo cruzes, não
apenas de um tipo, mas feitas de diferentes maneiras; algumas têm suas vítimas
de ponta-cabeça, algumas empalam as suas partes íntimas; outros têm seus braços
quebrados no madeiro” [2]. Hengel cita outra fonte antiga (Pseudo-Manetho)
sobre o método de crucificação: “Punidos com os braços estendidos, eles viam a
estaca como seu destino; eles eram fixados e pregados no mais doloroso
tormento, uma comida maligna para aves de rapina e cães” [3]. Em suma, Hengel diz
que “era uma sensação terrivelmente ofensiva, ‘obscena' no sentido original da
palavra” [4]. E entre os judeus, a maldição divina era adicionada ao escândalo
humano, porque na lei judaica, o Torá, diz-se: “porquanto o pendurado [num
madeiro] é maldito de Deus” (Deuteronômio 21.23). “E era a hora terceira, e o
crucificaram” (Marcos 15.25). Isto quer dizer 9 horas da manhã. Pilatos ordenou
uma placa sobre sua cabeça: “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus” (João 19.19).
Transeuntes o ridicularizavam: “Tu, que destróis o templo, e em três dias o
reedificas, salva-te a ti mesmo. Se és Filho de Deus, desce da cruz” (Mateus
27.40). Os soldados o humilharam. Os príncipes dos sacerdotes com os escribas e
anciãos uniram-se ao coro: “Salvou os outros, e a si mesmo não pode salvar-se.
Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e crê-lo-emos” (Mateus 27.42). E
mesmo os criminosos que estavam crucificados com ele, insultavam-no. Jesus
bebeu o cálice de sofrimentos variados, e rejeitou qualquer anestésico contra a
dor. “Deram-lhe a beber vinagre misturado com fel; mas ele, provando-o, não
quis beber” (Mateus 27.34). Por volta do meio-dia, próximo ao fim, ele gritou
“Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?” (Mateus 27.46). Surpreendentemente, estas aparentes palavras sem
esperança são as exatas palavras no início do Salmo 22, do Antigo Testamento,
que então termina como um Salmo de grande esperança. O salmista, que parece
começar em desespero, finalmente exulta em Deus e diz: “Então declararei o teu
nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação” (v.22). A igreja
primitiva não perdeu a conexão entre as palavras agonizantes de Jesus e a
esperança final deste salmo. Eles aplicaram estas próprias palavras de triunfo
à Cristo, depois de sua ressurreição (Hebreus 2.12). Sim, havia um tipo de
abandono da parte de Deus na cruz, mas o abandono não foi total. Depois de três
horas na cruz, Jesus morreu. Seus discípulos viram um espantoso e transformador
momento de diferentes ângulos e os sumarizaram de diferentes formas. Mateus
diz: “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito” (Mateus
27.50). João escreve: “E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado.
E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (João 19.30). Lucas, que não
estava lá, mas que pôde ter conseguido esta informação com a mãe de Jesus,
escreve: “E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o
meu espírito. E, havendo dito isto, expirou” (Lucas 23.46). Para ter certeza de
que ele estava morto, um soldado romano “lhe furou o lado com uma lança” (João
19.34). Ele foi retirado da cruz por sua família e amigos, e colocado em um
túmulo comprado, numa caverna. Pilatos deu ordem para que o túmulo fosse selado
e guardado. Uma grande pedra foi usada para fechar a entrada da tumba e
soldados ficaram de guarda. Lá, o corpo repousou até o começo da manhã de
domingo. http://www.monergismo.com/textos/cristologia/piper_momentos_sublimes.htm]
2. O significado. Para muitos críticos, Jesus não
passou de um mártir como foram tantos outros líderes judeus que viveram antes
dEle. Todavia, a teologia lucana depõe contra essa ideia. O que se espera da
morte de um mártir não pode ser encontrado na narrativa da morte de Jesus. Para
Lucas, Jesus morreu vicariamente pela humanidade. A relação que Lucas faz do
relato da paixão com a narrativa do Servo Sofredor de Isaías 53 mostra isso. O
Servo sofredor, Jesus, justifica a muitos. O caráter universal da salvação
presente em Isaías 53 aparece também em Lucas. Jesus, portanto, é o Servo
Sofredor que se humilha até à morte de cruz, mas é exaltado e glorificado por
Deus pela obra que realizou. [A morte física de Jesus aconteceu
“segundo as Escrituras” (1 Co 15.3). Ela já estava prevista no Antigo
Testamento. Salmos 22 e Isaías 53 descrevem os pormenores dessa morte. Jesus
afirmou que a Lei de Moisés e os Profetas se convergem nEle, sendo sua paixão e
morte o cumprimento das Escrituras Sagradas (Lc 24.26, 27; 44-46). Os quatro
Evangelhos apontam essa morte como cumprimento dos profetas (Mt 27.35; Mc
15.24; Lc 23.34; Jo 19.24,36,37). O sacrifício de Jesus é a conclusão dos
ensinamentos do Antigo Testamento. Até a natureza foi afetada com a morte do
Filho de Deus. O Sol negou a sua luz em pleno dia. Houve trevas em toda a Terra
desde o meio-dia até às três horas da tarde. Isso aconteceu em todo o planeta e
não foi um eclipse solar; tratava-se de uma escuridão sobrenatural. Quando
Jesus morreu, o véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo. O “véu
do templo” era a cortina que separava o lugar Santo do lugar Santíssimo, onde
somente o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, no dia da expiação (Êx 26.33;
30.10; Lv 16.15). O véu rasgado revela que a morte de Jesus abriu a todos os seres
humanos o caminho para Deus (Hb 6.19,20; 10.19,20). O significado espiritual
desse acontecimento se afirma claramente em Hebreus 9.1-14; 10.19-22. Lucas foi
o único escritor que registrou as últimas palavras de Jesus citadas antes de
entregar o espírito ao Pai. O relato de Lucas mostra de maneira inconfundível
que Jesus entregou-se por nós. Ele deu sua vida pelos pecadores, como havia
prometido. A minha vida, disse, “ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a
dou” (Jo 10.18). Jesus entregou o espírito com “grande brado” (Mc 15.37) ou com
“grande voz” (Lc 23.46; Mt 27.50). O termo “está consumado” (Jo 19.30), tanto
em grego como em aramaico, é uma só palavra. O brado de Jesus na cruz,
declarando haver concluído a obra da redenção e entregando ao Pai o espírito,
indica triunfo. Ele foi crucificado, mas vitorioso, cumpriu a sua missão
gloriosamente. A morte de Jesus foi um acontecimento ímpar. O centurião
reconheceu haver crucificado um homem justo, e a multidão “voltava batendo nos
peitos” (v.48) como gesto de aturdimento. Estavam ali participando de um
espetáculo de zombaria, mas de repente, as palavras de Jesus e os miraculosos
sinais da natureza, que acompanharam a morte de nosso Senhor na cruz,
despertaram as consciências daquelas pessoas, levando-as a uma profunda
lamentação por aquele crime sem precedentes na História. Era uma manifestação
coletiva de culpa e vergonha; a reação foi um preparativo para o povo receber a
mensagem de Pedro no dia de Pentecostes (At 2.23). Historiadores judeus e
romanos atestaram o sacrifício de Jesus. O fato foi registrado por Flávio
Josefo, historiador judeu do primeiro século da Era Cristã. A literatura
judaica antiga também menciona a morte de Jesus. A morte vicária de Jesus
proporciona ao crente reconciliação com Deus. Jesus é a única provisão de Deus
para a salvação do homem. O termo “vicário” significa “o que faz as vezes de
outro; substituto”. A morte vicária significa morte substitutiva, pois Jesus
morreu, derramando o seu sangue, em nosso lugar. Os apóstolos entenderam o
significado teológico da morte de Jesus. O apóstolo Paulo ensinava que Cristo
morreu em nosso lugar (1 Co 15.3; Cl 2.20), e, que Deus propôs o sangue de seu
Filho como propiciação pelos nossos pecados (Rm 3.25). Esse era também o ensino
dos demais apóstolos (1 Pe 3.18; 1 Jo 2.1,2). O Antigo Testamento anunciava a
vinda de Jesus, sua paixão e morte, apresentando também a importância do
sangue, no sacrifício do Calvário: “... é o sangue que fará expiação pela alma”
(Lv 17.11). Isso é confirmado no Novo Testamento: “... sem derramamento de
sangue não há remissão” (Hb 9.22). Expiação significa “remir a culpa”, e, por
extensão, “reconciliação”. É a restauração de uma relação quebrada. Na cruz
fomos reconciliados com Deus (2 Co 5.19; Ef 2.11-19). A Bíblia ensina que
“todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23) e que o homem é
incapaz de salvar-se (Is 64.6; Ef 2.8,9) e de ir para o céu pela sua própria
força, justiça e bondade. Deus proveu a salvação de maneira que a paz e a
justiça se encontrassem (Sl 85.10). O sacrifício de Jesus satisfez toda a
justiça da Lei e dos profetas. Os muçulmanos negam terminantemente a morte de
Jesus. O Corão ensina que Jesus não morreu. Essa é a mais grotesca negação do
cristianismo. Rechaçar a História, afirmando que Jesus não morreu, é um
disparate. A confirmação bíblica e histórica da morte de Jesus é fato
incontestável. A verdade é que a cruz de Cristo sempre foi escândalo para os
que perecem (1 Co 1.23).]
SÍNTESE DO TÓPICO IV
O método usado para matar Jesus foi a crucificação, denotando que o
Senhor morreu vicariamente pela humanidade.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A figura de um cordeiro ou cabrito sacrificado como parte do drama
da salvação e da redenção remonta à Páscoa (Êx 12.1-13). Deus veria o sangue
aspergido e 'passaria por cima' daqueles que eram protegidos por sua marca.
Quando o crente do Antigo Testamento colocava as suas mãos no sacrifício, o
significado era muito mais que identificação (isto é: 'Meu sacrifício'). Era um
substituto sacrificial (isto é: 'Sacrifico isto em meu lugar').
Embora não se deva forçar demais as comparações, a figura é claramente
transferida a Cristo no Novo Testamento. João Batista apresentou-o, anunciando:
'Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo' (Jo 1.29). Em Atos 8,
Filipe aplica às boas novas a respeito de Jesus a profecia de Isaías que diz
que o Servo seria levado como um cordeiro ao matadouro (Is 53.7). Paulo se
refere a Cristo como 'nossa páscoa' (1 Co 5.7). Pedro afirma que fomos
redimidos 'com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e
incontaminado' (1 Pe 1.19)" (HORTON, Stanley (Ed). Teologia Sistemática:
Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.352).
CONCLUSÃO
É um fato histórico
que Jesus foi condenado pelos líderes religiosos e executado pelas leis
romanas. Todavia, devemos lembrar de que a causa primeira que levou Jesus de
fato à cruz foram os nossos pecados (Is 53.5). O apóstolo Paulo também
destaca esse fato: "Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós;
para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Co 5.21). A cruz
resolveu o problema do pecado, e todos nós finalmente pudemos desfrutar a paz
com Deus (Rm 5.1). Deus seja louvado. [Jesus morreu por toda a humanidade,
a fim de expiar, diante de Deus, todos os nossos pecados. O nascimento, a morte
e a ressurreição de Jesus foram os acontecimentos mais importantes da história
da humanidade. Então, curvemo-nos diante da cruz para recebermos o perdão de
Cristo e adoremos aquEle que morreu e ressuscitou para dar-nos a vida eterna. “Você
é Especial (Rm 8.39) Desejamos saber até onde o amor de Deus resistirá... Não
apenas no domingo de Santa Ceia, quando estamos com os sapatos brilhando e os
cabelos arrumados... Não quando estou animado e confiante, e pronto para resolver
o problema da fome no mundo. Não. Sei como Ele se sente a meu respeito nestes
momentos. Até eu gosto de mim nestas horas. Quero saber o que Ele sente por mim
quando disparo contra qualquer coisa que se move, quando os meus pensamentos
estão ao nível da sarjeta, quando minha língua está afiada o suficiente para
fatiar uma rocha. Como Ele se sente a meu respeito então?... Pode alguma coisa
separar-nos do amor que Cristo tem por nós? Deus respondeu nossa pergunta antes
que a formulássemos. Para que enxergássemos a sua resposta, Ele iluminou o céu
com uma estrela. Para que a ouvíssemos, Ele encheu a noite com um coral; e para
que crêssemos nela, Ele fez que o homem algum jamais sonhara. Ele se fez carne
e habitou entre nós, morreu e ressuscitou ao terceiro dia”. (LUCADO, M.
Graça para o momento. RJ: CPAD, 2004, p.27.)] NaquEle que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Junho de 2015
PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de
Lucas, responda:
Conforme a lição, que alerta Jesus fez aos discípulos antes de ser
traído?
Pedro é avisado de que Satanás o queria peneirar (Lc 22.31-34). No Monte
das Oliveiras, pouco antes de sua prisão, Ele advertiu a todos sobre a
necessidade da oração para suportar as provações que se avizinhavam (Lc
22.39-46).
Qual foi a forma que os líderes acharam para, injustamente,
entregar Jesus?
Através de Judas, os líderes religiosos compraram Jesus (Lc 22.2-6) pelo
preço de 30 moedas de prata (Mt 26.15). Quanto à condenação capital, o acusaram
injustamente de sedição.
Quais são as duas esferas nas quais se deu a traição de Jesus?
Religiosa e política.
Qual era o método usado pelos romanos para executar os condenados?
A pena capital imposta pelo Império Romano aos condenados se dava
através da crucificação.
O que a crucificação de Jesus representa para você?
Resposta Livre
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 62, p.
42.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que
buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURA
Educação que É Cristã
Educação que É Cristã é um brilhante compêndio de educação cristã que,
em um contexto multicultural, utiliza princípios sólidos de ensino bíblico para
trazer renovo e vitalidade a esse ensino.
Quem É Jesus?
Uma ampla pesquisa irá mudar a maneira como percebemos (em grande parte,
sem contestação) o que prevalece na pseudoespiritualizada visão de mundo de
nossos dias.
Jesus: Morto ou Vivo?
O que a morte e a ressurreição de um homem, há dois mil anos, têm a ver
comigo hoje no século XXI? Essa é a pergunta que muitos têm feito nos dias de
hoje. Saiba como a morte e a ressurreição de Cristo influenciam sua vida e
pós-vida.