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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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15 de setembro de 2024

EBD JOVENS| Lição 12: Estudo, oração e as setenta semanas de Daniel |3° Trimestre de 2024

 Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO PRINCIPAL

Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade […].” (Dn 9.24)

Entenda o Texto Principal:

- Essa profecia altamente complexa e surpreendentemente precisa em suas afirmações, responde à oração de Daniel, não com relação à história próxima, mas ao apresentar o futuro de Israel no final das eras. Deus prometeu que haverá duas etapas, cada uma com três realizações.

Em Primeiro lugar, as relacionadas ao pecado, ou seja:

            1) fazer cessar a transgressão, isto é, restringir os pecados de Israel, em particular a sua antiga tendência à apostasia como se vê no v. 11;

            2) para dar fim aos pecados, ou seja, puni-lo de modo a acabar com ele (Hb 9.26); e

            3) para expiar a iniquidade significa fornecer uma base real para cobrir os pecados por uma expiação plena, o sangue do Cristo crucificado, o qual foi "morto" (v. 26), o que afeta as duas primeiras realidades (cf. a fonte, em Zc 13.1).

Em segundo lugar, as relacionadas à justiça, que são:

            1) trazer a justiça eterna, a eterna justiça do povo de Daniel em sua grande mudança depois de séculos de apostasia;

            2) para selar a visão, ou seja, as revelações não são mais necessárias e Deus levará nossas antecipações a seu cumprimento pleno na bênção a Israel como nação;

            3) para ungir o Santos dos Santos, consagrar o Santo lugar num futuro templo que se tornará o centro de culto e adoração no reino do milênio (cf: Ez 40—48). Claramente, isso deve ser compreendido como acabar com o poder pagão e o tempo do Anticristo imediatamente antes da segunda vinda de Cristo. Em resumo, as três primeiras se realizam inicialmente na primeira vinda de Cristo e plenamente em sua segunda vinda. As últimas três completam o plano na sua segunda vinda.

 

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RESUMO DA LIÇÃO

Deus revela os seus planos, mas os fiéis devem buscar entendimento e interceder pelo povo da promessa.

Entenda o Resumo da Lição:

- A resposta de Deus a Daniel foi pronta e imediata (v. 20,21). Ele pediu urgência na resposta a sua oração (Dn 9.19) e somos informados que enquanto Daniel orava, a resposta chegou (Dn 9.20,21). Esta é a promessa de Deus:

E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei; e estando eles ainda falando, eu os ouvirei” (Is 65.24). Gabriel informou a Daniel que logo que ele começou a orar, Deus já despachou seu pedido.

 

TEXTO BÍBLICO

Daniel 9.1-4; 4.20-24

1. No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da nação dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus.

No primeiro ano. C. 539 a.C. foi constituído rei. Isso podo significar que Dario (um título e não um nome próprio) ê uma referência a Ciro, que foi coroado rei com a permissão de Deus (cf. Sl 75.6-71). Uma vez que Ciro foi o primeiro monarca do Império Medo-Persa, o tempo acima anotado deve ser o primeiro ano depois da morte de Belsazar, quando a Babilônia caiu.

2. No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.

setenta anos. O estudo de Daniel dos livros (rolos do AT) pôs o foco nos anos que haviam sido profetÍzados por Jeremias para o cativeiro em Jr 25.11-12; 29.10. Como o final desse período estava próximo, ele orou pelo próximo movimento de Deus em favor de Israel. Cf. 2Cr 36.21, onde está indicado que os 70 anos de exílio tinham a intenção de restaurar o descanso sabático que Israel havia ignorado por tantos anos (cf. Lv 25.4-5; 26.34-43).

3. E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza.

Então dirigi meu rosto…para o buscar com oração. Ele descobriu que o tempo da libertação prometida não estava longe; e, como não via nada que indicasse um fim rápido do cativeiro opressivo deles, ficou muito afligido e pediu a Deus sinceramente para colocar um fim rápido nele; e quão seriamente ele busca, as suas próprias palavras demonstram-no. Ele orou, suplicou, jejuou, vestiu o seu corpo com saco e colocou cinzas na sua cabeça. Ele usa esse tipo de oração prescrita por Salomão em sua oração na dedicação do templo. Ver 1Reis 8:47-48. [Clarke]

4. E orei ao SENHOR, meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos.

– 9.4-19 Orei ao SENHOR. Vários aspectos dessa passagem nos dão rica instrução a respeito da oração. Uma oração verdadeira é: em resposta à Palavra (v. 2), caracterizada pelo fervor e autonegação (v. 3), identificada de maneira desinteressada com o povo de Deus (v. 5), fortalecida pela confissão (vs. .5-15), dependente do caráter de Deus (vs. 4,7,9,15) e tem como seu objetivo a glória de Deus (vs. 16-19).

20. Estando eu ainda falando, e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do SENHOR, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus.

o homem Gabriel. Esse anjo, chamado de "homem" por causa da aparência humana que tinha, também apareceu em 8.16. Cf. o anjo Miguel em 10.13,21; 12.1. hora do sacrifício da tarde. Esse era o segundo dos dois sacrifícios diários (cf. 8.14), que era feito às três horas da tarde, um horário comum para a oração (Ed 9.5).

21. Estando eu, digo, ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente e tocou-me a hora do sacrifício da tarde.

Eu tinha visto na visão no início – ou seja, na visão anterior pelo rio Ulai (Daniel 8:1,16). voando apressadamente – literalmente, “com cansaço”, isto é, mova-se rapidamente como se estivesse sem fôlego e cansado com uma corrida rápida (Gesenius). Versão inglesa é melhor (Isaías 6:2; Ezequiel 1:6; Apocalipse 14:6). tempo de … oblação da noite – a nona hora, três horas (compare 1Reis 18:36). Como antigamente, quando o templo ficava, essa hora era dedicada a sacrifícios, e agora à oração. Daniel, durante todo o cativeiro até o último, com patriotismo piedoso nunca esqueceu o culto do templo de Deus, mas fala de seus ritos há muito abolidos, como se ainda estivessem em uso. [Fausset, aguardando revisão]

22. E me instruiu, e falou comigo, e disse: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido.

entender o sentido – Daniel 8:16,26 mostra que a visão simbólica não havia sido entendida. Deus, portanto, agora dá “informação” diretamente, em vez de por símbolo, que requer interpretação. [Fausset, aguardando revisão]

23. No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para te declarar, porque és mui amado; toma, pois, bem sentido na palavra e entende a visão.

No início de suas súplicas, etc – A promulgação do decreto divino foi feita no céu para os anjos, logo que Daniel começou a orar. saiu – do trono divino; assim Daniel 9:22. tu és muito querido – literalmente, “um homem de desejos” (compare Ezequiel 23:6,12); o objeto do deleite de Deus. Como o profeta apocalíptico do Novo Testamento era “o discípulo a quem Jesus amava”, também o profeta apocalíptico do Antigo Testamento era “grandemente amado” por Deus. a visão – a revelação adicional sobre o Messias em conexão com a profecia de Jeremias de setenta anos de cativeiro. A acusação de “entender” é a mesma que em Mateus 24:15, em que Roma, principalmente, e Anticristo, em última análise, é referida (compare Nota, ver em Daniel 9:27). [Fausset, aguardando revisão]

24. Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos.

Setenta semanas – ou seja, de anos; literalmente, “Setenta setes”; setenta heptads ou hebdomads; quatrocentos e noventa anos; expressa em uma forma de “limitação oculta” [Hengstenberg], uma maneira usual com os profetas. O cativeiro babilônico é um ponto de virada na história do reino de Deus. Terminou a livre teocracia do Antigo Testamento. Até aquela época, Israel, embora oprimido às vezes, era; como regra, livre. Do cativeiro babilônico, a teocracia nunca recuperou sua plena liberdade até sua total suspensão por Roma; e este período de sujeição de Israel aos gentios é continuar até o milênio (Apocalipse 20:1-15), quando Israel será restaurado como chefe da teocracia do Novo Testamento, que irá abraçar toda a terra. A livre teocracia cessou no primeiro ano de Nabucodonosor e a quarta de Jeoiaquim; o ano do mundo 3338, o ponto em que os setenta anos do cativeiro começam. Até então, Israel tinha o direito, se subjugado por um rei estrangeiro, de se livrar do jugo (Juízes 4:1 à 5:31; 2Reis 18:7) como sendo ilegal, na primeira oportunidade. Mas os profetas (Jeremias 27:9-11) declararam ser a vontade de Deus que eles se submetessem à Babilônia. Por isso todo esforço de Jeoiaquim, Jeconias e Zedequias de se rebelar era vã. O período dos tempos do mundo, e da depressão de Israel, do cativeiro babilônico ao milênio, embora mais abundante em aflições (por exemplo, as duas destruições de Jerusalém, a perseguição de Antíoco e aquelas sofridas pelos cristãos), contém todas as isso foi bom nos precedentes, resumido em Cristo, mas de um modo visível apenas aos olhos da fé. Desde que Ele veio como servo, Ele escolheu para Ele aparecer o período mais escuro de todos quanto ao estado temporal de Seu povo. Sempre há novos perseguidores, cujo fim é a destruição, e assim será com o último inimigo, o Anticristo. Como a época davídica é o ponto da mais alta glória do povo da aliança, também o cativeiro é o da humilhação mais baixa. Consequentemente, os sofrimentos das pessoas são refletidos na imagem do Messias sofredor. Ele não é mais representado como o rei teocrático, o antítipo de Davi, mas como o Servo de Deus e Filho do homem; ao mesmo tempo, a cruz é o caminho para a glória (compare Daniel 9:1-27 com Daniel 2:34-35,44; 12:7). No segundo e no sétimo capítulo, a primeira vinda de Cristo não é notada, pois o objetivo de Daniel era profetizar para sua nação todo o período desde a destruição até o restabelecimento de Israel; mas este nono capítulo prevê minuciosamente a primeira vinda de Cristo e seus efeitos sobre o povo da aliança. As setenta semanas datam treze anos antes da reconstrução de Jerusalém; pois então o restabelecimento da teocracia começou, a saber, no retorno de Esdras a Jerusalém, 457 b.c. Assim, os setenta anos de cativeiro de Jeremias começam em 606 aC, dezoito anos antes da destruição de Jerusalém, pois então Judá deixou de existir como uma teocracia independente, tendo caído sob a influência da Babilônia. Dois períodos são marcados em Esdras: (1) O retorno do cativeiro sob o reinado de Jesua e Zorobabel e a reconstrução do templo, que foi a primeira angústia da nação teocrática. (2) O retorno de Esdras (considerado pelos judeus como segundo Moisés) da Pérsia para Jerusalém, a restauração da cidade, a nacionalidade e a lei. Artaxerxes, no sétimo ano de seu reinado, deu-lhe a comissão que praticamente inclui permissão para reconstruir a cidade, depois confirmada e realizada por Neemias no vigésimo ano (Esdras 9:9; 7:11, etc.).). Daniel 9:25, “desde a saída do mandamento de construir Jerusalém”, prova que o segundo dos dois períodos é referido. As palavras em Daniel 9:24 não são “determinadas na cidade santa”, mas “no teu povo e na tua santa cidade”; assim, a restauração da política nacional religiosa e da lei (o trabalho interno realizado por Esdras, o sacerdote), e a reconstrução das casas e muros (a obra exterior de Neemias, o governador), estão ambos incluídos em Daniel 9:25, “Restaure e construa Jerusalém”. “Jerusalém” representa a cidade, o corpo e a congregação, a alma do estado. Compare com o Salmo 46:1-11; 48:1-14; 87:1-7. O ponto de partida das setenta semanas datado de oitenta e um anos depois de Daniel recebeu a profecia: o objetivo era não fixar para ele definitivamente o tempo, mas para a Igreja: a profecia lhe ensinou que a redenção messiânica, que ele pensava próximo foi separado dele por pelo menos meio milênio. A expectativa foi suficientemente mantida pela concepção geral da época; não apenas os judeus, mas muitos gentios esperavam que algum grande senhor da terra surgisse da Judéia naquele mesmo tempo [Tácito, Histórias, 5,13; Seutonius, Vespasian, 4]. A colocação de Daniel de Esdras no cânon imediatamente antes de seu próprio livro e de Neemias foi, talvez, devido ao seu sentimento de que ele próprio provocou o começo do cumprimento da profecia (Daniel 9:20-27) (Auberlen).

determinadas – literalmente, “cortado”, ou seja, de todo o curso do tempo, para Deus lidar de uma maneira particular com Jerusalém.

teu … teu – Daniel teve em sua oração frequentemente falado de Israel como “Teu povo, Tua santa cidade”; mas Gabriel, em resposta, fala deles como povo e cidade de Daniel (“teu … teu”), Deus assim insinuando que até a “justiça eterna” deveria ser introduzida pelo Messias, Ele não poderia possuí-los completamente como Seus [Tregelles] (compare Êxodo 32:7). Antes, como Deus está desejando consolar Daniel e os judeus piedosos, “as pessoas pelas quais você está tão ansiosamente orando”; tal peso Deus dá às intercessões dos justos (Tiago 5:16-18).

terminar – literalmente, “cale a boca”; remover da visão de Deus, isto é, abolir (Salmo 51:9) [Lengkerke]. Os setenta anos de “exílio foi um castigo, mas não uma completa expiação, pelo pecado do povo; isso viria somente depois de setenta semanas proféticas, através do Messias.

faça um fim – A leitura hebraica, “roubar”, isto é, esconder-se fora da vista (do costume de selar coisas para serem escondidas, compare Jó 9:7), é melhor suportada.

faça a reconciliação para – literalmente, “cobrir”, sobrepor (como no campo, Gênesis 6:14). Compare o Salmo 32:1.

trazer a justiça eterna – ou seja, a restauração do estado normal entre Deus e o homem (Jeremias 23:5-6); para continuar eternamente (Hebreus 9:12; Apocalipse 14:6).

selar … visão … profecia – literalmente, “profeta”. Dar o selo de confirmação ao profeta e sua visão pelo cumprimento.

ungir o Santo dos santos – primeiramente, “ungir”, ou consagrar depois de sua poluição “o lugar Santíssimo”, mas principalmente o Messias, o antítipo para o lugar Santíssimo (Jo 2:19-22). O propiciatório no templo (a mesma palavra grega expressa o propiciatório e propiciação, Romanos 3:25), que os judeus procuraram na restauração da Babilônia, terá sua verdadeira realização apenas no Messias. Pois é somente quando o pecado é “feito um fim” que a presença de Deus pode ser perfeitamente manifestada. Quanto a “ungir”, compare Êxodo 40:9,34. O Messias foi ungido com o Espírito Santo (Atos 4:27; 10:38). Então, daqui em diante, o Deus-Messias “ungirá” ou consagrará com Sua presença o lugar santo em Jerusalém (Jeremias 3:16-17; Ezequiel 37:27-28), depois de sua poluição pelo Anticristo, da qual a festa da dedicação após a poluição por Antiochus era um tipo. [Fausset, aguardando revisão]

 

 

- OBS.: Todos os comentários, exceto os com citações, são da Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, Edição de Janeiro de 2017)

- Caso deseje, poderá baixar o MyBible: https://play.google.com/store/apps/details?id=ua.mybible.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Nesta lição, estudaremos o capítulo 9 do livro de Daniel, ocasião em que o profeta se acha profundamente preocupado com o destino de seu povo e de Jerusalém. Ele busca entender o plano de Deus para a restauração de Israel e o fim do exílio, Com fervor espiritual, orou a Deus buscando respostas, e sua oração sincera e atendida por uma revelação profunda por meio do anjo Gabriel Esta revelação divina contém a profecia das Setenta Semanas, por meio da qual Deus faz saber sobre um período de tempo decretado para o seu povo e sua cidade santa. Neste episódio, além de aprendermos mais uma vez com a postura piedosa de Daniel veremos a história redentora que se desdobra na Bíblia, incluindo a vinda do Messias, sua morte e o subsequente destino de Jerusalém.

- No capítulo 9, Daniel fez uma grande descoberta ao examinar Jeremias 29.10-14. Ele descobre que o cativeiro babilônico teve a duração de setenta anos. Também no capítulo 9, Daniel faz uma grande oração, em que adorou a Deus, faz confissão do seu pecado e dos pecados do povo e pede a Deus a restauração de sua cidade. Finalmente, Daniel, no capítulo 9, recebe uma grande revelação, acerca das setenta semanas que haveriam de vir sobre seu povo. Examinaremos o texto de Daniel 9 e veremos alguns aspectos importantes da oração que move o céu.

 

I. ESTUDO E INTERCESSÃO DE DANIEL

 

1. Estudando as profecias. O reino dos caldeus havia chegado ao fim com a queda da Babilônia (Dn 5.30-31), e agora Israel encontrava-se sob o domínio do império Medo-Persa, sob o governo de Dario. Consciente acerca das visões que Deus lhe dera, a mente de Daniel se volta para o seu povo, dedicando-se ao estudo das antigas profecias por meio das Escrituras (v.2). Ele se recordou da referência de Jeremias, profeta que vaticinou sobre o cativeiro babilônico. Este tinha convicção de que Deus falava com Jeremias e que podia falar com ele também. Tendo estudado os livros, os pergaminhos trazidos de Jerusalém. Daniel teve entendimento acerca do cumprimento da desolação de Jerusalém no período de setenta anos. Esta profecia encontra-se nos capítulos 25 e 29 de Jeremias, referindo-se ao período de provação dos israelitas sob domínio estrangeiro.

- Agora, Daniel já não é mais um jovem, ele tem 82 anos. Encontramo-nos no ano 536 a.C., o primeiro de Dario, o medo. Daniel orou quando era adolescente (Dn 1), orou com seus amigos (Dn 2.17,18), orava três vezes ao dia com as janelas abertas para Jerusalém. Daniel aqui, no capítulo 9, ora. O decreto de Deus era que o cativeiro seria de setenta anos, mas a determinação de Deus passaria pela oração de quebrantamento do Seu povo. Aqueles anos de cativeiro ainda não tinham trazido quebrantamento ao povo. O sofrimento não o fizera voltar-se para Deus. Daniel não se sentiu desanimado de orar por causa do decreto, ao contrário, ficou mais encorajado para fazê-lo. Daniel leu nos livros que o cativeiro do povo duraria setenta anos, mas ele se pôs na brecha da oração em favor do povo. Essa oração de Daniel é uma das mais importantes da Bíblia. Daniel foi um homem dedicado ao estudo da Palavra de Deus. Nesse capítulo vemos Daniel estudando os livros. Daniel tinha visões, mas nunca abandonou a Bíblia. Ele examinava os rolos do Livro de Jeremias, quando descobre o profeta falando do cativeiro e da libertação (Jr 25.8-11; 29.10-14). A vida de Daniel é construída sobre esses dois pilares: a oração e a Palavra.

2. Persiste em ler. É interessante perceber o zelo de Daniel em ler e estudar o ensino ministrado por outros profetas. O verdadeiro profeta, afinal, jamais despreza o estudo sistematizado das Escrituras. Daniel era um homem de oração e também dos livros, tinha visões, mas nunca abandonou a Palavra escrita de Deus, Eis um dos segredos de como viver na Babilônia, sem que a ‘Babilônia’ viva em você. Isso nos lembra de que a leitura da Bíblia e de livros de bons autores e vital para o entendimento do cristão sobre as questões espirituais. Por isso, Paulo aconselha o jovem Timóteo a persistir na leitura (1 Tm 4.12).

- Ronald Wallace comenta acerca da influência da Palavra de Deus sobre o povo no cativeiro babilônico da seguinte maneira:

Para toda a com unidade da Babilônia foram os livros que conservaram sua tradição, sua teologia e sua adoração íntegras, vivas e fiéis. Eles não tinham templo algum. Havia, com certeza, algum as vozes proféticas vivas que lhes podiam trazer um a palavra direta e nova da parte do Senhor. Sua principal inspiração, porém, vinha do estudo, leitura e interpretação das Sagradas Escrituras”. Ronald S. W allace. A mensagem de Daniel, Editora A BU . São Paulo SP. 1985: p. 155. Foi nesse período do cativeiro que surgiram as sinagogas, locais em que os judeus se reuniam para estudar a lei de Deus. Desde essa época, as sinagogas exercem um papel fundamental na vida religiosa do povo judeu. Jesus e Seus apóstolos frequentavam as sinagogas, e elas foram estrategicamente fundamentais no processo de evangelização em todo o mundo.

3. Oração e jejum. Ao compreender a mensagem, Daniel buscou o Senhor em oração e súplicas, com jejum (v.3). Ele estava empenhado em uma busca profunda e sincera pela ajuda divina. Ao longo de sua jornada de fidelidade, Daniel sempre se mostrou um homem de oração. Ele orou por livramento; orou para agradecer, e agora orava para interceder. Daniel tinha convicção de que era preciso voltar-se ao Senhor com um coração contrito e arrependido por causa da sua nação. Por isso, ele põe-se a interceder pelo povo de Judá, de Jerusalém e de todo o Israel. O uso do pano de saco e as cinzas simboliza arrependimento. A oração do profeta foi, sobretudo, uma confissão de reconhecimento de culpa (vv.4-14). Embora íntegro, Daniel não se pôs acima do povo, mas na mesma condição. Ele não apresenta desculpas ou justificativas, antes reconhece a justiça do Senhor e suplica pelo seu perdão (vv.15-19). Com este exemplo bíblico, um verdadeiro modelo de influência que devemos seguir, somos inspirados em nossos dias a compreender o valor da oração intercessória e do jejum (Ef 6.18; 1Ts 1.2; 1Tm 2.1,2; Mt 6.16-18).

- Daniel, em sua preparação para a oração, nos ensina quatro coisas importantes:

            1) uma busca intensa. Ele voltou o rosto para o Senhor. Isso demonstra a intensidade de sua oração. Ele tinha vida de oração metódica e regular, mas agora esse homem se concentra em oração.

            2) um clamor fervoroso. Daniel ora e suplica. O decreto de Dario o leva a ser mais enfático em sua oração e clamor.

            3) uma urgência inadiável. Daniel ora e jejua. Quem jejua tem pressa. Quem jejua não pode protelar. Daniel tem urgência em seu clamor. Faltam apenas mais dois anos para o cumprimento da profecia e ele não vê em seu povo o quebrantamento necessário. Ele sabe que a profecia passa pelo arrependimento do povo. Por isso, ora com tanta urgência. Em quarto lugar, um quebrantamento profundo. Ele se humilha. Veste-se com pano de saco e cinza. Ele era um homem do palácio, mas despoja-se de sua posição.

 

PENSE! Você tem se dedicado à leitura da Bíblia para compreender as profecias?

PONTO IMPORTANTE! Daniel tinha convicção de que era preciso voltar-se ao Senhor com um coração contrito e arrependido por causa da sua nação.

 

SUBSÍDIO 1

Professor (a), explique aos alunos que “Daniel entendeu, a partir das profecias de Jeremias, que o exílio na Babilônia duraria setenta anos (Dn 9.2; Jr 25.11; 29.10). Ele reconheceu que a restauração dependia do arrependimento nacional (Jr 29.10-14), de modo que Daniel intercedeu pessoalmente por Israel com penitência e petições. Ele orou especificamente pela restauração de Jerusalém e do Templo (Dn 9.3-19). Aparentemente, Daniel esperava o cumprimento imediato e completo da restauração de Israel com a conclusão do cativeiro dos setenta anos. No entanto, a resposta que lhe foi entregue por Gabriel (a profecia dos setenta anos) revelou que a restauração de Israel seria progressiva e se cumpriria definitivamente somente no tempo do fim.”

 

II. DEUS REVELA O FUTURO DO SEU POVO

1. A resposta da oração. Antes mesmo de terminar a sua intensa oração, o anjo Gabriel aparece repentinamente diante dele (v.21). Este ser angelical, o mesmo registrado no capítulo 8, é mencionado na Bíblia como mensageiro de Deus (Lc 1.19.20, 26). Foi enviado nesta ocasião em resposta à súplica do profeta, para lhe dar entendimento sobre a visão (vv. 22.23). Apesar do espanto, Daniel deve ter experimentado um conforto indescritível ao ouvir a voz do anjo. Seu pedido moveu o céu. Muitas vezes, em nossas vidas, não recebemos uma resposta divina rápida, daí a necessidade da perseverança (Cl 4.2). No caso de Daniel, porém, o Senhor apressou-se em atender ao seu servo, porque era ele ‘mui amado” (v.23). A verdade maravilhosa é que Deus tem prazer em ouvir a oração dos seus filhos, sobretudo quando se concentram na glória do seu nome!

- A resposta de Deus a Daniel foi pronta e imediata (v. 20,21). Ele pediu urgência na resposta a sua oração (Dn 9.19) e somos informados que enquanto Daniel orava, a resposta chegou (Dn 9.20,21). Esta é a promessa de Deus: “E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei; e estando eles ainda falando, eu os ouvirei” (Is 65.24). Gabriel informou a Daniel que logo que ele começou a orar, Deus já despachou seu pedido. A resposta de Deus veio por intermédio de um anjo (v. 21).

2. Oração aos anjos? Você deve notar que Daniel dirigiu a sua oração a Deus e não ao anjo Gabriel Em lugar algum das Escrituras temos autorização para orar aos seres angelicais. Esse tipo de prática é chamada de angelolatria, ou seja, idolatria aos anjos. Embora eles sejam seres espirituais com poderes extraordinários superiores aos homens (Sl 8.4,5; 103.20; 2 Pe 2.11), são criaturas limitadas. Não são oniscientes (1 Pe 1.12) e recusam a adoração (Ap 22.8.9), antes, adoram a Deus e a Cristo (Ap 511.12). Eles são espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14). Assim, supostas mensagens angelicais não podem perverter o Evangelho revelado em sua Palavra (Gl 18). Por essas mesmas razões, conforme consta em nossa Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil, a ideia de que todas as pessoas possuem um anjo da guarda designado para acompanhá-las durante toda a sua vida não tem sustentação bíblica.

- A doutrina dos anjos, é fundamentalmente o estudo dos ministros da providência de Deus (são os agentes especiais de Deus). Como em toda doutrina, há uma negligência muito grande desta, nas igrejas e entre os Teólogos, que chega a ser verdadeira rejeição. Considerado pelos estudiosos contemporâneos como a mais notável e difícil das matérias. Marco da implantação de grandes seitas e heresias, do mundo atual. Os anjos não existem desde a eternidade, eles foram criados por Deus no momento de sua criação (Ne 9.6 – Sl 148.2; Cl 1.16). A bíblia não indica com precisão em que parte foram criados, mas podemos entender que isso deve ter acontecido imediatamente após ter criado os céus e antes de ter criado a terra, segundo podemos ver em Jó 38.4-7 – Gn 1.1; 2.1. Não podemos também definir número, mas sabemos que um "exercito" compreende grande quantidade, uma 1"legião" compreende um número grandioso (Dn 7.10; Mt 26.53; Hb 12.22). Deus certamente criou todos de uma só vez, pois os anjos não tem capacidade de propagar-se como o homem (Mt 22.30). O anjo Gabriel é o mensageiro de Deus que assiste diante de Deus. Os anjos são espíritos ministradores em favor dos salvos. Eles confortaram a Jesus no deserto e no Getsêmani. Ezequias orou e um anjo derrotou os exércitos da Assíria. Cornélio orou e um anjo o orientou para enviar um mensageiro a Pedro. A igreja de Jerusalém orou e um anjo foi enviado à prisão para libertar Pedro. Eliseu orou para que Deus abrisse os olhos do seu moço a fim de ver a hoste de anjos que estava acampada ao seu redor.

3. A revelação das Setenta Semanas e o Messias. A mensagem de explicação do anjo celeste revela um tempo determinado de setenta semanas decretadas por Deus para o seu povo e sua cidade santa (v. 24). Fazendo uma contagem histórica da profecia de Jeremias, Daniel compreendia que o cativeiro estava terminando. Isso viria a se cumprir por intermédio do Decreto de Ciro, não muito tempo depois. Contudo, o anjo dá um entendimento mais profundo e apocalíptico das Setenta Semanas, que se aplica não somente a Israel, mas a todo o mundo. Semelhantemente a Daniel, Deus quer que você amplie o seu entendimento e tenha uma dimensão mais profunda da sua Palavra e da vida espiritual. As Setenta Semanas simbólicas destacam sobretudo o tempo e a obra do Messias. Ele é descrito como o Ungido e o Príncipe (vv. 25.26). O verso 24 apresenta seis aspectos da sua obra redentora: acabar com a transgressão. dar fim ao pecado, expiar a iniquidade. trazer a justiça eterna, selar a visão e a profecia, e ungir o lugar santíssimo.

- Daniel recebe revelação sobre o tempo do Messias, as setenta semanas (v. 24-27). Alguns pontos aqui merecem destaque:

         Veja acerca da divisão das setenta semanas (v. 25,26). Gabriel fala a Daniel que setenta semanas estão determinadas sobre seu povo (v. 24). As setenta semanas são divididas em três períodos de sete: 1) o primeiro período de sete “setes”; 2) o segundo período de sessenta e dois “setes”; 3) o terceiro período: a septuagésima semana. Assim temos 7 + 62 + 1 = 70. O primeiro período, as sete semanas de anos, compreende o tempo que vai da saída do cativeiro babilônico à reconstrução de Jerusalém. O segundo período, as sessenta e duas semanas, descreve o tempo que vai da reconstrução de Jerusalém até Jesus. O terceiro período, a septuagésima semana, acontece no tempo da morte do Messias.

         Observe o início das setenta semanas (v. 25). O marco para o início do primeiro período é a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém. Flávio Josefo diz que quando o rei Ciro leu a profecia de Isaías a seu respeito (Is 44.28; 45.13), ele mandou reconstruir o templo que os babilônios haviam destruído. Contudo, a ordem para reconstruir a cidade se deu em 445 a.C., no reinado de Artaxerxes (Ne 2.5-8).

         Note, agora a septuagésima semana propriamente dita. Essa semana é dividida em três períodos:

                   1) o primeiro período: 445-49 (7 semanas de anos) = 396 a.C. (da ordem de Artaxerxes à restauração de Jerusalém). Essa reconstrução, conforme relato de Neemias, foi angustiante.

                   2) o segundo período: 396-434 (62 semanas de anos) = 38 d.C. O ano do nascimento de Cristo foi estabelecido, por meio de cálculos, só em 525 d.C., pelo abade Dionísio Exíguo, e passou a valer como o ano 1 da era cristã. Estabeleceram-se, então, os conceitos “antes de Cristo” (a.C.) e “depois de Cristo” (d.C.) na contagem dos anos. A partir do século 17, com os recursos da astronomia, novos cálculos foram feitos e chegou-se à conclusão de que Dionísio havia se enganado por 4 a 7 anos. Assim, a rigor, o nascimento de Cristo deu-se por volta do ano 4 a.C. Dessa forma chegamos ao ministério de Cristo no período de 31 a 34 d.C. Isso está de acordo com o relato bíblico que nos informa que Cristo iniciou seu ministério aos 30 anos (Lc 3.23); e 3) o terceiro período: a septuagésima semana.

 

SUBSÍDIO 2

Professor (a), mostre aos seus alunos as principais escolas escatológicas: Preterista, Progressista e Futurista. A “Preteristo, interpreta as profecias de Daniel e do Apocalipse como já cumpridas, com exceção de umas poucas Progressista como o próprio nome já indica, interpreta Daniel e o Apocalipse como o desenvolvimento histórico do mundo e a Futurista, segundo essa escola. quase todas as profecias de Daniel e do Apocalipse se cumprirão durante os sete anos que se seguirão ao arrebatamento da Igreja, que, por sua vez ocorrerá repentinamente (ALMEIDA, A Israel. Gogue e o Anticristo 11 ed. Rio de Janeiro CPAD 1999, pp.122.123)

 

III. ENTENDENDO AS SETENTA SEMANAS

 

1. Semanas de anos. Na Bíblia o número setenta possui um sentido profético Nesta profecia, das Setenta Semanas são semanas de anos, não de dias. A leitura da passagem (vv. 24-27) mostra que as semanas estão divididas em três grupos Sendo semanas de anos, totalizam 490 anos.

Os três grupos são: a) 7 semanas (49 anos), b) de 62 semanas (434 anos), c) uma semana (7 anos).

 

a) Sete semanas (49 anos): O início deu-se com o decreto da reconstrução de Jerusalém (v.25). Os principais estudiosos do assunto concordam que se trata do decreto de Artaxerxes Longímano, baixado em 445 aC. (cf. Ne 2).

b) Sessenta e duas semanas (434 anos! Refere-se ao período do advento do Messias, Jesus de Nazaré (vv.25.26) Neste tempo o Senhor foi morto e mais tarde Jerusalém foi novamente destruída através da liderança do general do exército romano. Tito, em 70 d.C

c) Uma semana (7 anos) Esta semana ainda não aconteceu (v. 27). Compare Daniel 9.27 com Mateus 24.15 e veja como se trata de uma profecia que ainda não se cumpriu. Esta última semana refere- -se, então, ao período que implicará o advento do Anticristo e o início do tempo de tribulação para Israel e para o mundo A Grande Tribulação será o período de maior angústia da história humana (Ap 6.15-17), quando o mundo testemunhará a ira do Senhor (Jr 30.7). Essa etapa da A história foi determinada por Deus para fazer justiça contra a rebelião dos moradores da Terra e preparar a nação de Israel para o encontro com o seu Messias.

- Como interpretar a septuagésima semana? Duas correntes se destacam nessa interpretação:

          O entendimento dos pré-milenistas. Eles entendem que essa septuagésima semana é um lapso de tempo entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, o intervalo da igreja, o tempo dos gentios. Portanto, a septuagésima semana é uma lacuna profética. Os dispensacionalistas crêem que a septuagésima semana foi adiada para o fim do mundo.

          O entendimento dos amilenistas acerca dessa septuagésima semana de Daniel. Eles entendem que Cristo morreu não na sexagésima nona semana, mas depois dela, ou seja, na septuagésima semana. A corrente amilenista não crê na chamada lacuna profética. Não crê que a igreja é apenas um parêntesis da história. Não crê que o tempo dos gentios (Rm 11.25; Lc 21.24) faça uma distinção entre Israel e igreja. Cristo morreu na septuagésima semana, fazendo a expiação dos nossos pecados (Dn 9.26; Is 53.8). O amilenismo crê que a septuagésima semana está ligada à primeira vinda, e não à segunda vinda, visto que fala da morte do Ungido.

Claramente se vê que esta lição defende a visão dispensacionalisata/pré-milenista, visão abraçada pela maior parte da Igreja cristã evangélica.

2. As duas metades da septuagésima semana. A Septuagésima Semana pode ser dividida em duas metades distintas. A primeira metade será marcada pelo reinado absoluto do Anticristo – o príncipe”, de acordo com Daniel 9.26b. Ele enganará Israel fazendo uma aliança com o povo judeu (Dn 9.27a), e buscará a adoração como se fora Deus (2 Ts 2.4b), profanando o santuário, o lugar santo para o povo de Israel, como alertou o próprio Senhor Jesus (Mt 24.15). A segunda metade terá inicio quando Israel se negar a adorá-lo, e então o Anticristo quebrará o acordo de paz – depois de três anos e meio (Dn 9.27b)- e perseguirà o povo judeu. Essa segunda metade é A Grande Tribulação propriamente dita (1 Ts 5.3: Jr 30.7). Ao final do período de sete anos, aparecerá o Libertador de Israel “E, assim, todo o Israel será salvo (Rm 11.26).

- Isso é, claramente, o fim de uma era, o julgamento do segundo advento, porque a entrada da justiça não ocorre antes de sete anos depois da morte do Messias, nem a destruição de Jerusalém se encaixa no período de sete anos (ocorrendo 37 anos depois). Esse é o futuro período de sete anos que acabará com a punição final do pecado e com o reino de justiça de Cristo, ou seja, o retorno de Cristo e o estabelecimento de seu governo. Esses sete anos constituem as 70 semanas de Daniel. Ele fará firme a aliança. "Ele" é o último príncipe mencionado (v. 26), líder na esfera romana (caps. 2 e 7), o Anticristo que virá nos últimos dias. O período é o da grande tribulação de "uma semana", ou seja, os últimos sete anos do v. 24. Ele confirma (lit., fará prevalecer) uma aliança de sete anos, um pacto que ele próprio firmará com Israel para que disso resulte realmente um período menor. O líder dessa aliança é o "pequeno chifre" de 7.7-8,20-21,24-26 e o líder perverso da profecia do Novo Testamento (Mc 13.14; 2Ts 2.3-10; Ap 13.1-10). Que ele está no futuro, mesmo depois da primeira vida de Cristo, pode ser visto em: 1) Mt 24.15; 2) peias referências de tempos que conferem (7.2.5; Ap 11.2-3; 12.14; 13.5); e 3) pelo tempo final que aqui se estende até a segunda vinda de Cristo, o que confere com a duração de tempo mencionado em Daniel (2.35,45; 7.15ss. 12.1-3). Na metade da semana, esse é exatamente o meio desse tempo de 70 semanas de anos, ou seja, sete anos que levam à segunda vinda de Cristo. O Anticristo quebrará a aliança feita com Israel (v. 27a), que havia retomado seu antigo regime de sacrifícios. Três anos e meio de tribulação permanecem, concordando com o tempo visto em outras Escrituras (7.25; Ap 11.2-3; 12.14; 13.5, chamado de "a grande tribulação". cf. Mt 24.21), quando a ira de Deus se intensifica, abominações... virá o assolador. O Anticristo fará abominações contra a religião dos judeus. Essa violência irá assolar ou arruinar o que os judeus consideram como sagrado, ou seja, o seu santo templo e a gloriosa presença de Deus nele (cf. 1 Rs 9.3; 2Ts 2.4). Jesus se refere diretamente a essa passagem no seu sermão no monte das Oliveiras (Mt 24.15). Veja nota em 11.31. Deus permite essa tribulação sob a perseguição do Anticristo e no final triunfa, executando o castigo do pecado e dos pecadores em Israel (12.7) e no mundo (cf. Jr 25.31). Isso inclui o Anticristo (11.45; Ap 19.20) e todos os que merecem ser punidos (9.24; Mt 13.41-43).

3. O intervalo e a igreja. O estudo das Escrituras demonstra um longo intervalo de tempo que precede a septuagésima semana. A Bíblia identifica este intervalo profético como “o tempo dos gentios” (Lc 21.24). Atualmente, estamos no tempo da graça de Deus e temos de anunciar o ano aceitável do Senhor para o mundo inteiro (Lc 4.18.19) É importante ressaltar que a profecia de Daniel refere-se a Israel e a Jerusalém. A Igreja de Cristo não passará pela Grande Tribulação (Ap 3:10), pois terá sido arrebatada. Neste período, receberemos nossos galardões consoante ao trabalho que executamos na expansão do Reino de Deus A promessa de Jesus à sua Igreja é a de preservá-la desse sofrimento (1 Ts 1.10: 59: Lc 21.35.36)

- A expressão "o tempo dos gentios" é mencionada na Bíblia, em Lucas 21:24, quando Jesus fala sobre eventos futuros, como a destruição de Jerusalém e o seu retorno. Na tradução cristã da Bíblia, a palavra "gentio" é usada para designar os povos que não eram hebreus, ou seja, os não-judeus ou israelitas. A palavra deriva do termo latino gens, que significa "clã" ou "grupo de famílias". No Antigo Testamento, não aparece a expressão exata "o tempo dos gentios", mas há referências que parecem coincidir, como Ezequiel 30:3, que menciona "o tempo das nações" em relação ao Dia do Senhor. Quando examinamos o livro de Apocalipse, encontramos referências semelhantes ao tempo do domínio gentio terminando com o retorno de Cristo. Em Apocalipse 11:2, João indica que Jerusalém estará sob o domínio dos gentios, embora o templo tenha sido restaurado. Os exércitos da Besta são destruídos pelo Senhor em Apocalipse 19:17-19, pouco antes do início do reinado milenar de Cristo. Olhando novamente para Lucas 21:24, vemos que Jesus menciona uma época em que Jerusalém estava sob o domínio da autoridade gentia. A conquista de Jerusalém por Nabucodonosor em 588 a.C. começou esse período e continua até os dias de hoje. Romanos 11:25 nos dá uma dica quanto ao propósito de Deus nos tempos dos gentios: a propagação do evangelho por todo o mundo. A organização e as invenções das potências mundiais pagãs têm realmente ajudado o evangelismo do mundo. Por exemplo, no primeiro século, foi o uso generalizado da língua grega e a rede de estradas romanas que permitiram que muitas pessoas em terras distantes ouvissem o evangelho. Um tema de Romanos 11 é que, quando o povo judeu rejeitou a Cristo, ele foi temporariamente privado das bênçãos de um relacionamento com Deus. Como resultado, o evangelho foi dado aos gentios, e eles o receberam de bom grado. Este endurecimento parcial do coração por parte de Israel não impede que judeus individuais sejam salvos, mas que a nação aceite a Cristo como Messias até que Seus planos sejam concluídos. Quando chegar a hora certa, Deus restaurará toda a nação e os judeus terão fé nEle mais uma vez, encerrando “os tempos dos gentios” (Isaías 17:7; 62:11–12; Romanos 11:26).

 

CONCLUSÃO

Ao término desta aula, a profecia das Setenta Semanas de Daniel nos leva a reconhecer a importância da dedicação ao estudo e da vigilância constante. Aprofundar nosso entendimento dessas profecias escatológicas requer esforço contínuo e atenção aos detalhes, pois são temas complexos que nos desafiam a ir além da superfície. Que o Senhor nos dê graça e continue guardando a sua igreja.

- No capítulo 9, Daniel fez uma grande descoberta ao examinar Jeremias 29.10-14. Ele descobre que o cativeiro babilônico teve a duração de setenta anos. Também no capítulo 9, Daniel faz uma grande oração, em que adorou a Deus, faz confissão do seu pecado e dos pecados do povo e pede a Deus a restauração de sua cidade. O estudo desse tema deve despertar em nós temor e alegria. O Senhor reina! Maranata! Ora vem Senhor Jesus!

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Francisco Barbosa (@Pbassis)

Graduado em Gestão Pública;

Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);

Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);

Professor de Escola Dominical desde 1994.

Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB

Servo, barro nas mãos do Oleiro.

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HORA DA REVISÃO

1. Qual outro profeta, mencionado pela lição, profetizou sobre o cativeiro?

Jeremias

2. O que simbolizava o uso de saco e as cinzas?

Simboliza arrependimento

3. Qual o nome da prática de orar aos seres angelicais?

Angelolatria, ou seja, idolatria aos anjos

4. Quais os grupos de anos que compõem as Setenta Semanas de Daniel?

Os três grupos são: a) 7 semanas (49 anos), b) de 62 semanas (434 anos), c) uma semana (sete anos),

5. A septuagésima semana pode ser dividida em quantas metades?

Em duas metades distintas