Pb Francisco Barbosa
TEXTO PRINCIPAL
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade […].” (Dn 9.24)
Entenda o Texto Principal:
- Essa
profecia altamente complexa e surpreendentemente precisa em suas afirmações,
responde à oração de Daniel, não com relação à história próxima, mas ao
apresentar o futuro de Israel no final das eras. Deus prometeu que haverá duas
etapas, cada uma com três realizações.
Em Primeiro
lugar, as relacionadas ao pecado, ou seja:
1) fazer cessar a transgressão, isto
é, restringir os pecados de Israel, em particular a sua antiga tendência à apostasia
como se vê no v. 11;
2) para dar fim aos pecados, ou seja,
puni-lo de modo a acabar com ele (Hb 9.26); e
3) para expiar a iniquidade
significa fornecer uma base real para cobrir os pecados por uma expiação plena,
o sangue do Cristo crucificado, o qual foi "morto" (v. 26), o que
afeta as duas primeiras realidades (cf. a fonte, em Zc 13.1).
Em segundo
lugar, as relacionadas à justiça, que são:
1) trazer a justiça eterna, a eterna
justiça do povo de Daniel em sua grande mudança depois de séculos de apostasia;
2) para selar a visão, ou seja, as
revelações não são mais necessárias e Deus levará nossas antecipações a seu
cumprimento pleno na bênção a Israel como nação;
3) para ungir o Santos dos Santos,
consagrar o Santo lugar num futuro templo que se tornará o centro de culto e
adoração no reino do milênio (cf: Ez 40—48). Claramente, isso deve ser
compreendido como acabar com o poder pagão e o tempo do Anticristo imediatamente
antes da segunda vinda de Cristo. Em resumo, as três primeiras se realizam
inicialmente na primeira vinda de Cristo e plenamente em sua segunda vinda. As
últimas três completam o plano na sua segunda vinda.
Meu trabalho aqui
é gratuito. Ele é mantido por pequenas ofertas. Se você faz uso deste material,
CONSIDERE fazer uma contribuição. Qualquer valor é importante!
Chave PIX: assis.shalom@gmail.com
RESUMO DA LIÇÃO
Deus
revela os seus planos, mas os fiéis devem buscar entendimento e interceder pelo
povo da promessa.
Entenda o Resumo da Lição:
- A
resposta de Deus a Daniel foi pronta e imediata (v. 20,21). Ele pediu urgência
na resposta a sua oração (Dn 9.19) e somos informados que enquanto Daniel
orava, a resposta chegou (Dn 9.20,21). Esta é a promessa de Deus:
“E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu
responderei; e estando eles ainda falando, eu os ouvirei” (Is 65.24). Gabriel
informou a Daniel que logo que ele começou a orar, Deus já despachou seu
pedido.
TEXTO BÍBLICO
Daniel
9.1-4; 4.20-24
1. No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da
nação dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus.
– No primeiro ano. C. 539
a.C. foi constituído rei. Isso podo significar que Dario (um título e não um
nome próprio) ê uma referência a Ciro, que foi coroado rei com a permissão de
Deus (cf. Sl 75.6-71). Uma vez que Ciro foi o primeiro monarca do Império
Medo-Persa, o tempo acima anotado deve ser o primeiro ano depois da morte de
Belsazar, quando a Babilônia caiu.
2. No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi
pelos livros que o número de anos, de que falou o SENHOR ao profeta Jeremias,
em que haviam de acabar as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.
– setenta anos. O estudo de
Daniel dos livros (rolos do AT) pôs o foco nos anos que haviam sido profetÍzados
por Jeremias para o cativeiro em Jr 25.11-12; 29.10. Como o final desse período
estava próximo, ele orou pelo próximo movimento de Deus em favor de Israel. Cf.
2Cr 36.21, onde está indicado que os 70 anos de exílio tinham a intenção de
restaurar o descanso sabático que Israel havia ignorado por tantos anos (cf. Lv
25.4-5; 26.34-43).
3. E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o
buscar com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza.
– Então dirigi meu rosto…para o
buscar com oração. Ele descobriu que o tempo da libertação prometida
não estava longe; e, como não via nada que indicasse um fim rápido do cativeiro
opressivo deles, ficou muito afligido e pediu a Deus sinceramente para colocar
um fim rápido nele; e quão seriamente ele busca, as suas próprias palavras
demonstram-no. Ele orou, suplicou, jejuou, vestiu o seu corpo com saco e
colocou cinzas na sua cabeça. Ele usa esse tipo de oração prescrita por Salomão
em sua oração na dedicação do templo. Ver 1Reis 8:47-48. [Clarke]
4. E orei ao SENHOR, meu Deus, e confessei, e disse:
Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia
para com os que te amam e guardam os teus mandamentos.
– 9.4-19 Orei ao SENHOR. Vários
aspectos dessa passagem nos dão rica instrução a respeito da oração. Uma oração
verdadeira é: em resposta à Palavra (v. 2), caracterizada pelo fervor e
autonegação (v. 3), identificada de maneira desinteressada com o povo de Deus
(v. 5), fortalecida pela confissão (vs. .5-15), dependente do caráter de Deus (vs.
4,7,9,15) e tem como seu objetivo a glória de Deus (vs. 16-19).
20. Estando eu ainda falando, e orando, e confessando o
meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a
face do SENHOR, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus.
– o homem Gabriel. Esse
anjo, chamado de "homem" por causa da aparência humana que tinha,
também apareceu em 8.16. Cf. o anjo Miguel em 10.13,21; 12.1. hora
do sacrifício da tarde. Esse era o segundo dos dois sacrifícios diários
(cf. 8.14), que era feito às três horas da tarde, um horário comum para a
oração (Ed 9.5).
21. Estando eu, digo, ainda falando na oração, o varão
Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando
rapidamente e tocou-me a hora do sacrifício da tarde.
– Eu tinha visto na visão no início
– ou seja, na visão anterior pelo rio Ulai (Daniel 8:1,16). voando
apressadamente – literalmente, “com cansaço”, isto é, mova-se
rapidamente como se estivesse sem fôlego e cansado com uma corrida rápida
(Gesenius). Versão inglesa é melhor (Isaías 6:2; Ezequiel 1:6; Apocalipse
14:6). tempo de … oblação da noite – a nona hora, três horas (compare
1Reis 18:36). Como antigamente, quando o templo ficava, essa hora era dedicada
a sacrifícios, e agora à oração. Daniel, durante todo o cativeiro até o último,
com patriotismo piedoso nunca esqueceu o culto do templo de Deus, mas fala de
seus ritos há muito abolidos, como se ainda estivessem em uso. [Fausset,
aguardando revisão]
22.
E me instruiu, e falou comigo, e disse: Daniel, agora saí para fazer-te
entender o sentido.
– entender o sentido –
Daniel 8:16,26 mostra que a visão simbólica não havia sido entendida. Deus,
portanto, agora dá “informação” diretamente, em vez de por símbolo, que requer
interpretação. [Fausset, aguardando revisão]
23. No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu
vim, para te declarar, porque és mui amado; toma, pois, bem sentido na palavra
e entende a visão.
– No início de suas súplicas, etc
– A promulgação do decreto divino foi feita no céu para os anjos, logo que
Daniel começou a orar. saiu – do trono divino; assim Daniel
9:22. tu és muito querido – literalmente, “um homem de desejos”
(compare Ezequiel 23:6,12); o objeto do deleite de Deus. Como o profeta
apocalíptico do Novo Testamento era “o discípulo a quem Jesus amava”, também o
profeta apocalíptico do Antigo Testamento era “grandemente amado” por Deus. a
visão – a revelação adicional sobre o Messias em conexão com a profecia
de Jeremias de setenta anos de cativeiro. A acusação de “entender” é a mesma
que em Mateus 24:15, em que Roma, principalmente, e Anticristo, em última
análise, é referida (compare Nota, ver em Daniel 9:27). [Fausset, aguardando
revisão]
24. Setenta semanas estão determinadas sobre o teu
povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos
pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a
profecia, e para ungir o Santo dos santos.
– Setenta semanas – ou
seja, de anos; literalmente, “Setenta setes”; setenta heptads ou hebdomads;
quatrocentos e noventa anos; expressa em uma forma de “limitação oculta”
[Hengstenberg], uma maneira usual com os profetas. O cativeiro babilônico é um
ponto de virada na história do reino de Deus. Terminou a livre teocracia do
Antigo Testamento. Até aquela época, Israel, embora oprimido às vezes, era;
como regra, livre. Do cativeiro babilônico, a teocracia nunca recuperou sua
plena liberdade até sua total suspensão por Roma; e este período de sujeição de
Israel aos gentios é continuar até o milênio (Apocalipse 20:1-15), quando
Israel será restaurado como chefe da teocracia do Novo Testamento, que irá
abraçar toda a terra. A livre teocracia cessou no primeiro ano de Nabucodonosor
e a quarta de Jeoiaquim; o ano do mundo 3338, o ponto em que os setenta anos do
cativeiro começam. Até então, Israel tinha o direito, se subjugado por um rei estrangeiro,
de se livrar do jugo (Juízes 4:1 à 5:31; 2Reis 18:7) como sendo ilegal, na
primeira oportunidade. Mas os profetas (Jeremias 27:9-11) declararam ser a
vontade de Deus que eles se submetessem à Babilônia. Por isso todo esforço de
Jeoiaquim, Jeconias e Zedequias de se rebelar era vã. O período dos tempos do
mundo, e da depressão de Israel, do cativeiro babilônico ao milênio, embora
mais abundante em aflições (por exemplo, as duas destruições de Jerusalém, a
perseguição de Antíoco e aquelas sofridas pelos cristãos), contém todas as isso
foi bom nos precedentes, resumido em Cristo, mas de um modo visível apenas aos
olhos da fé. Desde que Ele veio como servo, Ele escolheu para Ele aparecer o
período mais escuro de todos quanto ao estado temporal de Seu povo. Sempre há
novos perseguidores, cujo fim é a destruição, e assim será com o último
inimigo, o Anticristo. Como a época davídica é o ponto da mais alta glória do
povo da aliança, também o cativeiro é o da humilhação mais baixa.
Consequentemente, os sofrimentos das pessoas são refletidos na imagem do
Messias sofredor. Ele não é mais representado como o rei teocrático, o antítipo
de Davi, mas como o Servo de Deus e Filho do homem; ao mesmo tempo, a cruz é o
caminho para a glória (compare Daniel 9:1-27 com Daniel 2:34-35,44; 12:7). No
segundo e no sétimo capítulo, a primeira vinda de Cristo não é notada, pois o
objetivo de Daniel era profetizar para sua nação todo o período desde a
destruição até o restabelecimento de Israel; mas este nono capítulo prevê minuciosamente
a primeira vinda de Cristo e seus efeitos sobre o povo da aliança. As setenta
semanas datam treze anos antes da reconstrução de Jerusalém; pois então o
restabelecimento da teocracia começou, a saber, no retorno de Esdras a
Jerusalém, 457 b.c. Assim, os setenta anos de cativeiro de Jeremias começam em
606 aC, dezoito anos antes da destruição de Jerusalém, pois então Judá deixou
de existir como uma teocracia independente, tendo caído sob a influência da
Babilônia. Dois períodos são marcados em Esdras: (1) O retorno do cativeiro sob
o reinado de Jesua e Zorobabel e a reconstrução do templo, que foi a primeira
angústia da nação teocrática. (2) O retorno de Esdras (considerado pelos judeus
como segundo Moisés) da Pérsia para Jerusalém, a restauração da cidade, a
nacionalidade e a lei. Artaxerxes, no sétimo ano de seu reinado, deu-lhe a
comissão que praticamente inclui permissão para reconstruir a cidade, depois
confirmada e realizada por Neemias no vigésimo ano (Esdras 9:9; 7:11, etc.).).
Daniel 9:25, “desde a saída do mandamento de construir Jerusalém”, prova que o
segundo dos dois períodos é referido. As palavras em Daniel 9:24 não são
“determinadas na cidade santa”, mas “no teu povo e na tua santa cidade”; assim,
a restauração da política nacional religiosa e da lei (o trabalho interno
realizado por Esdras, o sacerdote), e a reconstrução das casas e muros (a obra
exterior de Neemias, o governador), estão ambos incluídos em Daniel 9:25,
“Restaure e construa Jerusalém”. “Jerusalém” representa a cidade, o corpo e a
congregação, a alma do estado. Compare com o Salmo 46:1-11; 48:1-14; 87:1-7. O
ponto de partida das setenta semanas datado de oitenta e um anos depois de
Daniel recebeu a profecia: o objetivo era não fixar para ele definitivamente o
tempo, mas para a Igreja: a profecia lhe ensinou que a redenção messiânica, que
ele pensava próximo foi separado dele por pelo menos meio milênio. A
expectativa foi suficientemente mantida pela concepção geral da época; não
apenas os judeus, mas muitos gentios esperavam que algum grande senhor da terra
surgisse da Judéia naquele mesmo tempo [Tácito, Histórias, 5,13; Seutonius,
Vespasian, 4]. A colocação de Daniel de Esdras no cânon imediatamente antes de
seu próprio livro e de Neemias foi, talvez, devido ao seu sentimento de que ele
próprio provocou o começo do cumprimento da profecia (Daniel 9:20-27)
(Auberlen).
determinadas –
literalmente, “cortado”, ou seja, de todo o curso do tempo, para Deus lidar de
uma maneira particular com Jerusalém.
teu … teu – Daniel
teve em sua oração frequentemente falado de Israel como “Teu povo, Tua santa
cidade”; mas Gabriel, em resposta, fala deles como povo e cidade de Daniel
(“teu … teu”), Deus assim insinuando que até a “justiça eterna” deveria ser
introduzida pelo Messias, Ele não poderia possuí-los completamente como Seus [Tregelles]
(compare Êxodo 32:7). Antes, como Deus está desejando consolar Daniel e os
judeus piedosos, “as pessoas pelas quais você está tão ansiosamente orando”;
tal peso Deus dá às intercessões dos justos (Tiago 5:16-18).
terminar –
literalmente, “cale a boca”; remover da visão de Deus, isto é, abolir (Salmo
51:9) [Lengkerke]. Os setenta anos de “exílio foi um castigo, mas não uma
completa expiação, pelo pecado do povo; isso viria somente depois de setenta
semanas proféticas, através do Messias.
faça um fim – A
leitura hebraica, “roubar”, isto é, esconder-se fora da vista (do costume de
selar coisas para serem escondidas, compare Jó 9:7), é melhor suportada.
faça a reconciliação para –
literalmente, “cobrir”, sobrepor (como no campo, Gênesis 6:14). Compare o Salmo
32:1.
trazer a justiça eterna – ou seja,
a restauração do estado normal entre Deus e o homem (Jeremias 23:5-6); para
continuar eternamente (Hebreus 9:12; Apocalipse 14:6).
selar … visão … profecia – literalmente,
“profeta”. Dar o selo de confirmação ao profeta e sua visão pelo cumprimento.
ungir o Santo dos santos –
primeiramente, “ungir”, ou consagrar depois de sua poluição “o lugar
Santíssimo”, mas principalmente o Messias, o antítipo para o lugar Santíssimo
(Jo 2:19-22). O propiciatório no templo (a mesma palavra grega expressa o
propiciatório e propiciação, Romanos 3:25), que os judeus procuraram na
restauração da Babilônia, terá sua verdadeira realização apenas no Messias.
Pois é somente quando o pecado é “feito um fim” que a presença de Deus pode ser
perfeitamente manifestada. Quanto a “ungir”, compare Êxodo 40:9,34. O Messias
foi ungido com o Espírito Santo (Atos 4:27; 10:38). Então, daqui em diante, o
Deus-Messias “ungirá” ou consagrará com Sua presença o lugar santo em Jerusalém
(Jeremias 3:16-17; Ezequiel 37:27-28), depois de sua poluição pelo Anticristo,
da qual a festa da dedicação após a poluição por Antiochus era um tipo.
[Fausset, aguardando revisão]
- OBS.: Todos os comentários,
exceto os com citações, são da Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, Edição de
Janeiro de 2017)
- Caso deseje, poderá baixar o
MyBible: https://play.google.com/store/apps/details?id=ua.mybible.
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, estudaremos o capítulo 9 do livro de Daniel, ocasião em que o profeta se
acha profundamente preocupado com o destino de seu povo e de Jerusalém. Ele
busca entender o plano de Deus para a restauração de Israel e o fim do exílio,
Com fervor espiritual, orou a Deus buscando respostas, e sua oração sincera e
atendida por uma revelação profunda por meio do anjo Gabriel Esta revelação
divina contém a profecia das Setenta Semanas, por meio da qual Deus faz saber
sobre um período de tempo decretado para o seu povo e sua cidade santa. Neste
episódio, além de aprendermos mais uma vez com a postura piedosa de Daniel
veremos a história redentora que se desdobra na Bíblia, incluindo a vinda do
Messias, sua morte e o subsequente destino de Jerusalém.
- No capítulo 9, Daniel fez uma grande descoberta ao examinar Jeremias 29.10-14.
Ele descobre que o cativeiro babilônico teve a duração de setenta anos. Também
no capítulo 9, Daniel faz uma grande oração, em que adorou a Deus, faz
confissão do seu pecado e dos pecados do povo e pede a Deus a restauração de
sua cidade. Finalmente, Daniel, no capítulo 9, recebe uma grande revelação,
acerca das setenta semanas que haveriam de vir sobre seu povo. Examinaremos o
texto de Daniel 9 e veremos alguns aspectos importantes da oração que move o
céu.
I. ESTUDO E INTERCESSÃO
DE DANIEL
1. Estudando
as profecias. O reino dos caldeus
havia chegado ao fim com a queda da Babilônia (Dn 5.30-31), e agora Israel
encontrava-se sob o domínio do império Medo-Persa, sob o governo de Dario.
Consciente acerca das visões que Deus lhe dera, a mente de Daniel se volta para
o seu povo, dedicando-se ao estudo das antigas profecias por meio das
Escrituras (v.2). Ele se recordou da referência de Jeremias, profeta que
vaticinou sobre o cativeiro babilônico. Este tinha convicção de que Deus falava
com Jeremias e que podia falar com ele também. Tendo estudado os livros, os
pergaminhos trazidos de Jerusalém. Daniel teve entendimento acerca do
cumprimento da desolação de Jerusalém no período de setenta anos. Esta profecia
encontra-se nos capítulos 25 e 29 de Jeremias, referindo-se ao período de
provação dos israelitas sob domínio estrangeiro.
- Agora, Daniel já não é mais um jovem, ele tem 82 anos. Encontramo-nos
no ano 536 a.C., o primeiro de Dario, o medo. Daniel orou quando era
adolescente (Dn 1), orou com seus amigos (Dn 2.17,18), orava três vezes ao dia
com as janelas abertas para Jerusalém. Daniel aqui, no capítulo 9, ora. O
decreto de Deus era que o cativeiro seria de setenta anos, mas a determinação
de Deus passaria pela oração de quebrantamento do Seu povo. Aqueles anos de cativeiro
ainda não tinham trazido quebrantamento ao povo. O sofrimento não o fizera
voltar-se para Deus. Daniel não se sentiu desanimado de orar por causa do
decreto, ao contrário, ficou mais encorajado para fazê-lo. Daniel leu nos
livros que o cativeiro do povo duraria setenta anos, mas ele se pôs na brecha
da oração em favor do povo. Essa oração de Daniel é uma das mais importantes da
Bíblia. Daniel foi um homem dedicado ao estudo da Palavra de Deus. Nesse
capítulo vemos Daniel estudando os livros. Daniel tinha visões, mas nunca
abandonou a Bíblia. Ele examinava os rolos do Livro de Jeremias, quando
descobre o profeta falando do cativeiro e da libertação (Jr 25.8-11; 29.10-14).
A vida de Daniel é construída sobre esses dois pilares: a oração e a Palavra.
2. Persiste em ler. É interessante perceber o zelo de Daniel em ler e estudar o
ensino ministrado por outros profetas. O verdadeiro profeta, afinal, jamais
despreza o estudo sistematizado das Escrituras. Daniel era um homem de oração e
também dos livros, tinha visões, mas nunca abandonou a Palavra escrita de Deus,
Eis um dos segredos de como viver na Babilônia, sem que a ‘Babilônia’ viva em
você. Isso nos lembra de que a leitura da Bíblia e de livros de bons autores e
vital para o entendimento do cristão sobre as questões espirituais. Por isso,
Paulo aconselha o jovem Timóteo a persistir na leitura (1 Tm 4.12).
- Ronald Wallace comenta acerca da influência da Palavra de Deus sobre o
povo no cativeiro babilônico da seguinte maneira:
“Para toda a com unidade da
Babilônia foram os livros que conservaram sua tradição, sua teologia e sua
adoração íntegras, vivas e fiéis. Eles não tinham templo algum. Havia, com
certeza, algum as vozes proféticas vivas que lhes podiam trazer um a palavra
direta e nova da parte do Senhor. Sua principal inspiração, porém, vinha do
estudo, leitura e interpretação das Sagradas Escrituras”. Ronald S. W allace. A mensagem de Daniel, Editora A BU . São Paulo SP.
1985: p. 155. Foi nesse
período do cativeiro que surgiram as sinagogas, locais em que os judeus se
reuniam para estudar a lei de Deus. Desde essa época, as sinagogas exercem um
papel fundamental na vida religiosa do povo judeu. Jesus e Seus apóstolos
frequentavam as sinagogas, e elas foram estrategicamente fundamentais no
processo de evangelização em todo o mundo.
3. Oração e jejum. Ao compreender a mensagem, Daniel buscou o Senhor em oração
e súplicas, com jejum (v.3). Ele estava empenhado em uma busca profunda e
sincera pela ajuda divina. Ao longo de sua jornada de fidelidade, Daniel sempre
se mostrou um homem de oração. Ele orou por livramento; orou para agradecer, e
agora orava para interceder. Daniel tinha convicção de que era preciso
voltar-se ao Senhor com um coração contrito e arrependido por causa da sua
nação. Por isso, ele põe-se a interceder pelo povo de Judá, de Jerusalém e de
todo o Israel. O uso do pano de saco e as cinzas simboliza arrependimento. A
oração do profeta foi, sobretudo, uma confissão de reconhecimento de culpa
(vv.4-14). Embora íntegro, Daniel não se pôs acima do povo, mas na mesma
condição. Ele não apresenta desculpas ou justificativas, antes reconhece a
justiça do Senhor e suplica pelo seu perdão (vv.15-19). Com este exemplo
bíblico, um verdadeiro modelo de influência que devemos seguir, somos
inspirados em nossos dias a compreender o valor da oração intercessória e do
jejum (Ef 6.18; 1Ts 1.2; 1Tm 2.1,2; Mt 6.16-18).
- Daniel, em sua preparação para a oração, nos ensina quatro coisas
importantes:
1) uma busca intensa.
Ele voltou o rosto para o Senhor. Isso demonstra a intensidade de sua oração.
Ele tinha vida de oração metódica e regular, mas agora esse homem se concentra em
oração.
2) um clamor fervoroso.
Daniel ora e suplica. O decreto de Dario o leva a ser mais enfático em sua
oração e clamor.
3) uma urgência
inadiável. Daniel ora e jejua. Quem jejua tem pressa. Quem jejua não pode protelar.
Daniel tem urgência em seu clamor. Faltam apenas mais dois anos para o cumprimento
da profecia e ele não vê em seu povo o quebrantamento necessário. Ele sabe que
a profecia passa pelo arrependimento do povo. Por isso, ora com tanta urgência.
Em quarto lugar, um quebrantamento profundo. Ele se humilha. Veste-se com pano
de saco e cinza. Ele era um homem do palácio, mas despoja-se de sua posição.
PENSE! Você tem se
dedicado à leitura da Bíblia para compreender as profecias?
PONTO IMPORTANTE! Daniel tinha convicção de
que era preciso voltar-se ao Senhor com um coração contrito e arrependido por
causa da sua nação.
SUBSÍDIO 1
Professor (a), explique aos alunos
que “Daniel entendeu, a partir das profecias de Jeremias, que o exílio na
Babilônia duraria setenta anos (Dn 9.2; Jr 25.11; 29.10). Ele reconheceu que a
restauração dependia do arrependimento nacional (Jr 29.10-14), de modo que
Daniel intercedeu pessoalmente por Israel com penitência e petições. Ele orou
especificamente pela restauração de Jerusalém e do Templo (Dn 9.3-19).
Aparentemente, Daniel esperava o cumprimento imediato e completo da restauração
de Israel com a conclusão do cativeiro dos setenta anos. No entanto, a resposta
que lhe foi entregue por Gabriel (a profecia dos setenta anos) revelou que a
restauração de Israel seria progressiva e se cumpriria definitivamente somente
no tempo do fim.”
II. DEUS REVELA O FUTURO DO SEU POVO
1. A resposta da oração. Antes mesmo de terminar a sua intensa oração, o anjo Gabriel aparece
repentinamente diante dele (v.21). Este ser angelical, o mesmo registrado no
capítulo 8, é mencionado na Bíblia como mensageiro de Deus (Lc 1.19.20, 26).
Foi enviado nesta ocasião em resposta à súplica do profeta, para lhe dar
entendimento sobre a visão (vv. 22.23). Apesar do espanto, Daniel deve ter
experimentado um conforto indescritível ao ouvir a voz do anjo. Seu pedido
moveu o céu. Muitas vezes, em nossas vidas, não recebemos uma resposta divina
rápida, daí a necessidade da perseverança (Cl 4.2). No caso de Daniel, porém, o
Senhor apressou-se em atender ao seu servo, porque era ele ‘mui amado” (v.23). A
verdade maravilhosa é que Deus tem prazer em ouvir a oração dos seus filhos,
sobretudo quando se concentram na glória do seu nome!
- A resposta de Deus a Daniel foi
pronta e imediata (v. 20,21). Ele pediu urgência na resposta a sua oração (Dn 9.19)
e somos informados que enquanto Daniel orava, a resposta chegou (Dn 9.20,21).
Esta é a promessa de Deus: “E acontecerá
que, antes de clamarem eles, eu responderei; e estando eles ainda falando, eu
os ouvirei” (Is 65.24). Gabriel informou a Daniel que logo que ele começou
a orar, Deus já despachou seu pedido. A resposta de Deus veio por intermédio de
um anjo (v. 21).
2. Oração aos anjos? Você deve notar que Daniel dirigiu a sua oração a Deus e não ao anjo
Gabriel Em lugar algum das Escrituras temos autorização para orar aos seres
angelicais. Esse tipo de prática é chamada de angelolatria, ou seja, idolatria
aos anjos. Embora eles sejam seres espirituais com poderes extraordinários
superiores aos homens (Sl 8.4,5; 103.20; 2 Pe 2.11), são criaturas limitadas.
Não são oniscientes (1 Pe 1.12) e recusam a adoração (Ap 22.8.9), antes, adoram
a Deus e a Cristo (Ap 511.12). Eles são espíritos ministradores, enviados para
servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14). Assim,
supostas mensagens angelicais não podem perverter o Evangelho revelado em sua
Palavra (Gl 18). Por essas mesmas razões, conforme consta em nossa Declaração
de Fé das Assembleias de Deus no Brasil, a ideia de que todas as pessoas
possuem um anjo da guarda designado para acompanhá-las durante toda a sua vida
não tem sustentação bíblica.
- A doutrina dos anjos, é
fundamentalmente o estudo dos ministros da providência de Deus (são os agentes
especiais de Deus). Como em toda doutrina, há uma negligência muito grande
desta, nas igrejas e entre os Teólogos, que chega a ser verdadeira rejeição.
Considerado pelos estudiosos contemporâneos como a mais notável e difícil das
matérias. Marco da implantação de grandes seitas e heresias, do mundo atual. Os
anjos não existem desde a eternidade, eles foram criados por Deus no momento de
sua criação (Ne 9.6 – Sl 148.2; Cl 1.16). A bíblia não indica com precisão em
que parte foram criados, mas podemos entender que isso deve ter acontecido
imediatamente após ter criado os céus e antes de ter criado a terra, segundo
podemos ver em Jó 38.4-7 – Gn 1.1; 2.1. Não podemos também definir número, mas
sabemos que um "exercito" compreende grande quantidade, uma
1"legião" compreende um número grandioso (Dn 7.10; Mt 26.53; Hb 12.22).
Deus certamente criou todos de uma só vez, pois os anjos não tem capacidade de
propagar-se como o homem (Mt 22.30). O anjo Gabriel é o mensageiro de Deus que
assiste diante de Deus. Os anjos são espíritos ministradores em favor dos
salvos. Eles confortaram a Jesus no deserto e no Getsêmani. Ezequias orou e um
anjo derrotou os exércitos da Assíria. Cornélio orou e um anjo o orientou para
enviar um mensageiro a Pedro. A igreja de Jerusalém orou e um anjo foi enviado
à prisão para libertar Pedro. Eliseu orou para que Deus abrisse os olhos do seu
moço a fim de ver a hoste de anjos que estava acampada ao seu redor.
3. A revelação das
Setenta Semanas e o Messias. A mensagem de
explicação do anjo celeste revela um tempo determinado de setenta semanas
decretadas por Deus para o seu povo e sua cidade santa (v. 24). Fazendo uma
contagem histórica da profecia de Jeremias, Daniel compreendia que o cativeiro
estava terminando. Isso viria a se cumprir por intermédio do Decreto de Ciro,
não muito tempo depois. Contudo, o anjo dá um entendimento mais profundo e apocalíptico
das Setenta Semanas, que se aplica não somente a Israel, mas a todo o mundo.
Semelhantemente a Daniel, Deus quer que você amplie o seu entendimento e tenha
uma dimensão mais profunda da sua Palavra e da vida espiritual. As Setenta
Semanas simbólicas destacam sobretudo o tempo e a obra do Messias. Ele é
descrito como o Ungido e o Príncipe (vv. 25.26). O verso 24 apresenta seis
aspectos da sua obra redentora: acabar com a transgressão. dar fim ao pecado,
expiar a iniquidade. trazer a justiça eterna, selar a visão e a profecia, e
ungir o lugar santíssimo.
- Daniel recebe revelação sobre o
tempo do Messias, as setenta semanas (v. 24-27). Alguns pontos aqui merecem
destaque:
Veja
acerca da divisão das setenta semanas (v. 25,26). Gabriel fala a Daniel que
setenta semanas estão determinadas sobre seu povo (v. 24). As setenta semanas
são divididas em três períodos de sete: 1) o primeiro período de sete “setes”;
2) o segundo período de sessenta e dois “setes”; 3) o terceiro período: a
septuagésima semana. Assim temos 7 + 62 + 1 = 70. O primeiro período, as sete
semanas de anos, compreende o tempo que vai da saída do cativeiro babilônico à
reconstrução de Jerusalém. O segundo período, as sessenta e duas semanas,
descreve o tempo que vai da reconstrução de Jerusalém até Jesus. O terceiro período,
a septuagésima semana, acontece no tempo da morte do Messias.
Observe
o início das setenta semanas (v. 25). O marco para o início do primeiro período
é a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém. Flávio Josefo diz
que quando o rei Ciro leu a profecia de Isaías a seu respeito (Is 44.28;
45.13), ele mandou reconstruir o templo que os babilônios haviam destruído.
Contudo, a ordem para reconstruir a cidade se deu em 445 a.C., no reinado de
Artaxerxes (Ne 2.5-8).
Note,
agora a septuagésima semana propriamente dita. Essa semana é dividida em três
períodos:
1)
o primeiro período: 445-49 (7 semanas de anos) = 396 a.C. (da ordem de
Artaxerxes à restauração de Jerusalém). Essa reconstrução, conforme relato de
Neemias, foi angustiante.
2)
o segundo período: 396-434 (62 semanas de anos) = 38 d.C. O ano do nascimento
de Cristo foi estabelecido, por meio de cálculos, só em 525 d.C., pelo abade
Dionísio Exíguo, e passou a valer como o ano 1 da era cristã. Estabeleceram-se,
então, os conceitos “antes de Cristo” (a.C.) e “depois de Cristo” (d.C.) na
contagem dos anos. A partir do século 17, com os recursos da astronomia, novos
cálculos foram feitos e chegou-se à conclusão de que Dionísio havia se enganado
por 4 a 7 anos. Assim, a rigor, o nascimento de Cristo deu-se por volta do ano 4
a.C. Dessa forma chegamos ao ministério de Cristo no período de 31 a 34 d.C.
Isso está de acordo com o relato bíblico que nos informa que Cristo iniciou seu
ministério aos 30 anos (Lc 3.23); e 3) o terceiro período: a septuagésima
semana.
SUBSÍDIO 2
Professor (a), mostre aos seus
alunos as principais escolas escatológicas: Preterista, Progressista e
Futurista. A “Preteristo, interpreta as profecias de Daniel e do Apocalipse
como já cumpridas, com exceção de umas poucas Progressista como o próprio nome
já indica, interpreta Daniel e o Apocalipse como o desenvolvimento histórico do
mundo e a Futurista, segundo essa escola. quase todas as profecias de Daniel e
do Apocalipse se cumprirão durante os sete anos que se seguirão ao
arrebatamento da Igreja, que, por sua vez ocorrerá repentinamente (ALMEIDA, A
Israel. Gogue e o Anticristo 11 ed. Rio de Janeiro CPAD 1999, pp.122.123)
III. ENTENDENDO AS SETENTA SEMANAS
1. Semanas de anos. Na Bíblia o número setenta possui um sentido profético Nesta profecia,
das Setenta Semanas são semanas de anos, não de dias. A leitura da passagem
(vv. 24-27) mostra que as semanas estão divididas em três grupos Sendo semanas
de anos, totalizam 490 anos.
Os três grupos são: a) 7 semanas (49 anos), b) de 62
semanas (434 anos), c) uma semana (7 anos).
a) Sete semanas (49 anos): O início deu-se com o
decreto da reconstrução de Jerusalém (v.25). Os principais estudiosos do
assunto concordam que se trata do decreto de Artaxerxes Longímano, baixado em
445 aC. (cf. Ne 2).
b) Sessenta e duas semanas (434 anos! Refere-se ao
período do advento do Messias, Jesus de Nazaré (vv.25.26) Neste tempo o Senhor
foi morto e mais tarde Jerusalém foi novamente destruída através da liderança
do general do exército romano. Tito, em 70 d.C
c) Uma semana (7 anos) Esta semana ainda não
aconteceu (v. 27). Compare Daniel 9.27 com Mateus 24.15 e veja como se trata de
uma profecia que ainda não se cumpriu. Esta última semana refere- -se, então,
ao período que implicará o advento do Anticristo e o início do tempo de
tribulação para Israel e para o mundo A Grande Tribulação será o período de
maior angústia da história humana (Ap 6.15-17), quando o mundo testemunhará a
ira do Senhor (Jr 30.7). Essa etapa da A história foi determinada por Deus para
fazer justiça contra a rebelião dos moradores da Terra e preparar a nação de
Israel para o encontro com o seu Messias.
- Como interpretar a septuagésima
semana? Duas correntes se destacam nessa interpretação:
O entendimento dos pré-milenistas. Eles
entendem que essa septuagésima semana é um lapso de tempo entre a primeira e a segunda
vinda de Cristo, o intervalo da igreja, o tempo dos gentios. Portanto, a
septuagésima semana é uma lacuna profética. Os dispensacionalistas crêem que a septuagésima
semana foi adiada para o fim do mundo.
O entendimento dos amilenistas acerca dessa
septuagésima semana de Daniel. Eles entendem que Cristo morreu não na sexagésima
nona semana, mas depois dela, ou seja, na septuagésima semana. A corrente
amilenista não crê na chamada lacuna profética. Não crê que a igreja é apenas
um parêntesis da história. Não crê que o tempo dos gentios (Rm 11.25; Lc 21.24)
faça uma distinção entre Israel e igreja. Cristo morreu na septuagésima semana,
fazendo a expiação dos nossos pecados (Dn 9.26; Is 53.8). O amilenismo crê que
a septuagésima semana está ligada à primeira vinda, e não à segunda vinda,
visto que fala da morte do Ungido.
Claramente se vê que esta lição
defende a visão dispensacionalisata/pré-milenista, visão abraçada pela maior
parte da Igreja cristã evangélica.
2. As duas metades da
septuagésima semana. A Septuagésima
Semana pode ser dividida em duas metades distintas. A primeira metade será
marcada pelo reinado absoluto do Anticristo – o príncipe”, de acordo com Daniel
9.26b. Ele enganará Israel fazendo uma aliança com o povo judeu (Dn 9.27a), e
buscará a adoração como se fora Deus (2 Ts 2.4b), profanando o santuário, o
lugar santo para o povo de Israel, como alertou o próprio Senhor Jesus (Mt
24.15). A segunda metade terá inicio quando Israel se negar a adorá-lo, e então
o Anticristo quebrará o acordo de paz – depois de três anos e meio (Dn 9.27b)-
e perseguirà o povo judeu. Essa segunda metade é A Grande Tribulação
propriamente dita (1 Ts 5.3: Jr 30.7). Ao final do período de sete anos,
aparecerá o Libertador de Israel “E, assim, todo o Israel será salvo (Rm
11.26).
- Isso é, claramente, o fim de
uma era, o julgamento do segundo advento, porque a entrada da justiça não
ocorre antes de sete anos depois da morte do Messias, nem a destruição de
Jerusalém se encaixa no período de sete anos (ocorrendo 37 anos depois). Esse é
o futuro período de sete anos que acabará com a punição final do pecado e com o
reino de justiça de Cristo, ou seja, o retorno de Cristo e o estabelecimento de
seu governo. Esses sete anos constituem as 70 semanas de Daniel. Ele fará firme
a aliança. "Ele" é o último príncipe mencionado (v. 26), líder na
esfera romana (caps. 2 e 7), o Anticristo que virá nos últimos dias. O período
é o da grande tribulação de "uma semana", ou seja, os últimos sete
anos do v. 24. Ele confirma (lit., fará prevalecer) uma aliança de sete anos, um
pacto que ele próprio firmará com Israel para que disso resulte realmente um
período menor. O líder dessa aliança é o "pequeno chifre" de
7.7-8,20-21,24-26 e o líder perverso da profecia do Novo Testamento (Mc 13.14;
2Ts 2.3-10; Ap 13.1-10). Que ele está no futuro, mesmo depois da primeira vida
de Cristo, pode ser visto em: 1) Mt 24.15; 2) peias referências de tempos que
conferem (7.2.5; Ap 11.2-3; 12.14; 13.5); e 3) pelo tempo final que aqui se
estende até a segunda vinda de Cristo, o que confere com a duração de tempo
mencionado em Daniel (2.35,45; 7.15ss. 12.1-3). Na metade da semana, esse é exatamente
o meio desse tempo de 70 semanas de anos, ou seja, sete anos que levam à
segunda vinda de Cristo. O Anticristo quebrará a aliança feita com Israel (v.
27a), que havia retomado seu antigo regime de sacrifícios. Três anos e meio de
tribulação permanecem, concordando com o tempo visto em outras Escrituras
(7.25; Ap 11.2-3; 12.14; 13.5, chamado de "a grande tribulação". cf.
Mt 24.21), quando a ira de Deus se intensifica, abominações... virá o
assolador. O Anticristo fará abominações contra a religião dos judeus. Essa
violência irá assolar ou arruinar o que os judeus consideram como sagrado, ou
seja, o seu santo templo e a gloriosa presença de Deus nele (cf. 1 Rs 9.3; 2Ts
2.4). Jesus se refere diretamente a essa passagem no seu sermão no monte das Oliveiras
(Mt 24.15). Veja nota em 11.31. Deus permite essa tribulação sob a perseguição
do Anticristo e no final triunfa, executando o castigo do pecado e dos
pecadores em Israel (12.7) e no mundo (cf. Jr 25.31). Isso inclui o Anticristo
(11.45; Ap 19.20) e todos os que merecem ser punidos (9.24; Mt 13.41-43).
3. O intervalo e a
igreja. O estudo das Escrituras demonstra um longo
intervalo de tempo que precede a septuagésima semana. A Bíblia identifica este
intervalo profético como “o tempo dos gentios” (Lc 21.24). Atualmente, estamos
no tempo da graça de Deus e temos de anunciar o ano aceitável do Senhor para o
mundo inteiro (Lc 4.18.19) É importante ressaltar que a profecia de Daniel
refere-se a Israel e a Jerusalém. A Igreja de Cristo não passará pela Grande Tribulação
(Ap 3:10), pois terá sido arrebatada. Neste período, receberemos nossos
galardões consoante ao trabalho que executamos na expansão do Reino de Deus A
promessa de Jesus à sua Igreja é a de preservá-la desse sofrimento (1 Ts 1.10:
59: Lc 21.35.36)
- A expressão "o tempo dos
gentios" é mencionada na Bíblia, em Lucas 21:24, quando Jesus fala sobre
eventos futuros, como a destruição de Jerusalém e o seu retorno. Na tradução
cristã da Bíblia, a palavra "gentio" é usada para designar os povos
que não eram hebreus, ou seja, os não-judeus ou israelitas. A palavra deriva do
termo latino gens, que significa "clã" ou "grupo de
famílias". No Antigo Testamento, não aparece a expressão exata "o
tempo dos gentios", mas há referências que parecem coincidir, como Ezequiel
30:3, que menciona "o tempo das nações" em relação ao Dia do Senhor. Quando
examinamos o livro de Apocalipse, encontramos referências semelhantes ao tempo
do domínio gentio terminando com o retorno de Cristo. Em Apocalipse 11:2, João
indica que Jerusalém estará sob o domínio dos gentios, embora o templo tenha
sido restaurado. Os exércitos da Besta são destruídos pelo Senhor em Apocalipse
19:17-19, pouco antes do início do reinado milenar de Cristo. Olhando novamente
para Lucas 21:24, vemos que Jesus menciona uma época em que Jerusalém estava
sob o domínio da autoridade gentia. A conquista de Jerusalém por Nabucodonosor
em 588 a.C. começou esse período e continua até os dias de hoje. Romanos 11:25
nos dá uma dica quanto ao propósito de Deus nos tempos dos gentios: a
propagação do evangelho por todo o mundo. A organização e as invenções das
potências mundiais pagãs têm realmente ajudado o evangelismo do mundo. Por
exemplo, no primeiro século, foi o uso generalizado da língua grega e a rede de
estradas romanas que permitiram que muitas pessoas em terras distantes ouvissem
o evangelho. Um tema de Romanos 11 é que, quando o povo judeu rejeitou a
Cristo, ele foi temporariamente privado das bênçãos de um relacionamento com
Deus. Como resultado, o evangelho foi dado aos gentios, e eles o receberam de
bom grado. Este endurecimento parcial do coração por parte de Israel não impede
que judeus individuais sejam salvos, mas que a nação aceite a Cristo como
Messias até que Seus planos sejam concluídos. Quando chegar a hora certa, Deus
restaurará toda a nação e os judeus terão fé nEle mais uma vez, encerrando “os
tempos dos gentios” (Isaías 17:7; 62:11–12; Romanos 11:26).
CONCLUSÃO
Ao
término desta aula, a profecia das Setenta Semanas de Daniel nos leva a
reconhecer a importância da dedicação ao estudo e da vigilância constante.
Aprofundar nosso entendimento dessas profecias escatológicas requer esforço
contínuo e atenção aos detalhes, pois são temas complexos que nos desafiam a ir
além da superfície. Que o Senhor nos dê graça e continue guardando a sua
igreja.
- No capítulo
9, Daniel fez uma grande descoberta ao examinar Jeremias 29.10-14. Ele descobre
que o cativeiro babilônico teve a duração de setenta anos. Também no capítulo
9, Daniel faz uma grande oração, em que adorou a Deus, faz confissão do seu
pecado e dos pecados do povo e pede a Deus a restauração de sua cidade. O
estudo desse tema deve despertar em nós temor e alegria. O Senhor reina!
Maranata! Ora vem Senhor Jesus!
_______________
Francisco
Barbosa (@Pbassis)
Graduado
em Gestão Pública;
Teologia
pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
Pós-graduando
em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva
(J.P./PB);
Professor de Escola Dominical
desde 1994.
Pastor da Igreja de Cristo no
Brasil em Campina Grande/PB
Servo, barro nas mãos do Oleiro.
_______________
Quer falar
comigo? Tem alguma dúvida?
WhatsApp:
8398730-1186
Esse artigo foi útil? Nosso
trabalho te ajudou?
Considere fazer uma
contribuição. Qualquer valor é importante! Oferte para Chave PIX;
HORA DA REVISÃO
1. Qual outro
profeta, mencionado pela lição, profetizou sobre o cativeiro?
Jeremias
2. O que simbolizava o uso de saco e as cinzas?
Simboliza arrependimento
3. Qual o nome da prática de orar aos seres
angelicais?
Angelolatria, ou seja, idolatria aos
anjos
4. Quais os grupos de anos que compõem as Setenta
Semanas de Daniel?
Os três grupos são: a) 7 semanas (49
anos), b) de 62 semanas (434 anos), c) uma semana (sete anos),
5. A septuagésima semana pode ser dividida em quantas
metades?
Em duas metades distintas