Lição 13
27 de Setembro de 2015
A Manifestação da Graça da Salvação
TEXTO ÁUREO
"Porque a graça de Deus se há manifestado,
trazendo salvação a todos os
homens." (Tt 2.11)
VERDADE PRÁTICA
A graça de Deus emanou do seu coração amoroso para
salvar o homem perdido, por meio do sacrifício vicário de Cristo Jesus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Ef
2.8
O homem é salvo pela graça, por meio da fé
Terça - Jo
5.24
Aquele que ouve e crê tem a vida eterna e não
entrará em condenação
Quarta - At
20.24
Dando testemunho do "evangelho da graça de
Deus"
Quinta - Mc
1.15
É necessário que o pecador se arrependa e pela fé
creia em Jesus Cristo
Sexta - 2 Co
5.17
Todos os que estão em Jesus Cristo são novas
criaturas
Sábado - Hb
12.14
Sem santificação ninguém verá o Senhor
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tito 2.11-14; 3.4-6
Tt 2.11 - Porque a graça de Deus se há manifestado,
trazendo salvação a todos os homens,
12 - ensinando-nos que, renunciando à impiedade e
às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e
piamente,
13 - aguardando a bem-aventurada esperança e o
aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo,
14 - o qual se deu a si mesmo por nós, para nos
remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas
obras.
Tt 3.4 - Mas, quando apareceu a benignidade e o
amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens,
5 - não pelas obras de justiça que houvéssemos
feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração
e da renovação do Espírito Santo,
6 - que abundantemente ele derramou sobre nós por
Jesus Cristo, nosso Salvador
OBJETIVO GERAL
Ensinar que a Graça de Deus é a mais extraordinária
e maravilhosa manifestação do seu amor pela humanidade, por intermédio de Jesus
Cristo, o seu Filho.
HINOS SUGERIDOS: 35, 205, 396 da Harpa
Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Explicar
as diversas manifestações da graça de Deus.
Esclarecer
a relação do crente em relação às autoridades e ao próximo.
Propor
uma experiência de boas obras e o trato com os "hereges".
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, chegamos ao final de mais um
trimestre. Este momento deve ser uma oportunidade para analisar os passos
educativos dados até aqui. Avalie o seu método. Ele alcançou os objetivos das
aulas? Permitiu a você alcançar o objetivo do trimestre? Seus alunos cresceram
espiritual e culturalmente? São perguntas que só você pode fazer e buscar as
respostas com muita humildade. A tarefa do professor da Escola Dominical sempre
será uma tarefa inacabada, pois sabemos que poderíamos dar mais, ensinar melhor
e prover conhecimentos que fazem sentido à vida dos nossos alunos. Aproveite
esse tempo para refletir mais conscientemente a sua prática educativa.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre estudaremos a
respeito da graça divina. A graça de Deus é a mais extraordinária manifestação
do seu amor para com a humanidade. Mas esta só pode usufruir os benefícios
desse recurso divino, se reconhecer o seu estado miserável, em termos
espirituais, e converter-se mediante a aceitação de Cristo como Salvador. [Comentário: Segundo a
Bíblia, todos nós pecamos (Ec 7.20, Rm 3.23, 1Jo 1.8). Como resultado do
pecado, todos nós merecemos a morte (Rm 6.23) e julgamento eterno do lago de
fogo (Ap 20.12-15). Com isso em mente, todo dia que vivemos é um ato de misericórdia
de Deus. Posto que a graça traz salvação, é crucial compreender o que a graça
significa. A graça de Deus é seu favor ativo em outorgar o maior dom aos que
merecem o maior castigo. Essa graça penetrou em nossas trevas morais e
espirituais. Difere de misericórdia, embora algumas vezes as Escrituras usem a
graça como um sinônimo de misericórdia. Graça é favor imerecido. O termo no
original grego é charis, que deriva
de charizomai. Esta palavra significa
“mostrar favor para” e assume a bondade do doador e a indignidade do receptor.
Quando charis é usada para indicar a
atividade de Deus, significa “favor não merecido”; assim, dizemos que nós
recebemos a graça de Deus. Estamos dizendo, ao mesmo tempo, que somos indignos
dela e que não podemos trabalhar por ela. Desta maneira, definimos graça como
ela é usada no Novo Testamento, ou seja, "O eterno e absolutamente livre
favor de Deus concedido a pessoas indignas e culpadas na doação de bênçãos
espirituais e eternas".] Vamos
pensar maduramente sobre a fé cristã?
PONTO CENTRAL
A graça de Deus alcançou-nos por
intermédio do sacrifício vicário de Jesus.
I. A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE
DEUS
1. A graça
comum. Graça vem da palavra hebraica hessed, e do termo grego charis, cujo
sentido mais comum é o de "favor imerecido que Deus concede ao homem, por
seu amor, bondade e misericórdia". A partir dessa conceituação, podemos
ver a "graça comum", pela qual Deus dá aos homens as estações do ano,
o dia, a noite, a própria vida, ou seja, todas as coisas" (At 17.25 b). [Comentário: Graça comum é
um conceito teológico do protestantismo, primariamente em círculos calvinistas
ou reformados, que se refere à graça de Deus que é comum a toda a humanidade.
Ela é comum porque seus benefícios se estendem a todos os seres humanos sem
distinção. Ela é graça porque é concedida por Deus em Sua soberania. Neste
sentido, a graça comum distingue-se da concepção calvinista de graça especial
ou graça salvadora, que se estende somente aos escolhidos por Deus para a
redenção. Wayne Grudem assim explica a Graça Comum: “Podemos definir graça comum da seguinte maneira: Graça comum é a graça
de Deus pela qual Ele dá às pessoas bênçãos inumeráveis que não são parte da
salvação. A palavra comum aqui significa algo que é dado a todos os homens e
não é restrito aos crentes ou aos eleitos somente”. Nos círculos
Arminianos, o termo correto seria Graça Preveniente, vista como sendo uma graça
universal, ou graça comum. Porém, o termo graça comum tem conotações bem
diferentes, especialmente quando estudado à luz da fé reformada (Calvinista),
que expressa a idéia de que esta graça se estende a todos os homens, em
contraste com a graça particular, que
limita a uma parte da humanidade, a saber, os eleitos. A graça preveniente é uma doutrina arminiana crucial,
na qual os calvinistas também acreditam, mas os arminianos a interpretam
diferentemente. A graça preveniente é simplesmente aquela graça de Deus que
convence, chama, ilumina e capacita, e que precede a conversão e torna o
arrependimento e a fé possíveis. Os calvinistas a interpretam como irresistível
e eficaz; a pessoa em quem ela opera irá crer e arrepender-se para salvação. Os
arminianos a interpretam como resistível; as pessoas são sempre capazes de
resistir à graça de Deus, como a Escritura chama a atenção (At 7.51). Mas sem a
graça preveniente, elas inevitavelmente e inexoravelmente resistirão à vontade
de Deus por causa de sua escravidão ao pecado.].
2. A graça
salvadora. "Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo
salvação a todos os homens" (2.11). Está à disposição de "todos os
homens", mas só é alcançada por aqueles que creem em Deus, e aceitam a
Cristo Jesus como seu único e suficiente Salvador. Por intermédio dela, Deus
salva, justifica e adota o pecador como filho (Jo 1.12). [Comentário:
A graça salvadora é aquela que vem sobre o homem, “morto em seus delitos e
pecados” (Ef 2.1), incapaz de ter qualquer reação em relação a tudo que diz
respeito a Deus para “vivificá-lo juntamente com Cristo (pela graça sois
salvos)” (Ef 2.5). É a graça que confere salvação (At 15.11; Rm 3.24; 5.15;
11.6; Tt 2.11). A graça salvadora confere ao homem habilidades em todos os
campos e esferas da vida, capacita-o a fazer boas obras e o leva a um
compromisso mais sério com Deus e o sagrado. Muito embora, alguns, hoje em dia,
têm tentado baratear a graça salvadora de Deus, oferecendo salvação como se
fosse mercadoria estendida em um balcão, o que se percebe de bíblico e
teológico nesse conceito é que a graça salvadora de Deus é oferecida para a
justificação e vem atrelada a uma mudança de iniciativa e postura. O apóstolo
Paulo escreveu que “é pela graça que sois salvos” (Ef 2.8). Isso quer dizer que
o homem nada fez e nada faz nesse processo de salvação. Ele é paciente, o
agente é Deus em sua graça. Pode-se concluir que salvação é graça de Deus
derramada na vida dos eleitos em Cristo (Ef 1.4). Nitidamente, não se trata de
uma graça dispensada a todos os homens, mas a um grupo especial, e especial em
Cristo. Paulo, em vários textos, refere-se à igreja como eleita. Perceba que a
igreja não elege, mas é eleita, ou seja, mais uma vez depara-se com o favor imerecido
de Deus – com a graça. Mas, uma graça que não se iguala à comum, pois não é
outorgada a todos os homens. A essa graça, os teólogos chamam graça salvadora.].
3. Graça
justificadora e regeneradora. A Graça de Deus é a fonte da justificação do
homem (Rm 3.21-26). Uma vez nascida de novo, a pessoa passa a ser "nova
criatura" (2 Co 5.17), tomando parte na família de Deus: "Assim que
já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da
família de Deus" (Ef 2.19). [Comentário:
Justificação é o ato de Deus pelo qual Ele declara justo aquele que crê em
Jesus Cristo. O homem, que era culpado e condenado perante Deus, agora é
absolvido e declarado justo pelo próprio Deus (justificado), por meio de Jesus
Cristo (Rm 5.1). Nos que estão em Cristo, a justiça de Deus é manifestada (2Co 5.21)
e por Ele obtemos o perdão dos pecados (Ef 1.7). Regeneração e Adoção –
regenerar significa gerar de novo. O homem, morto em transgressões e ofensas,
precisa de uma nova vida em Cristo, sendo esta concedida pelo ato divino do
novo nascimento (Jo 1.12,13; 3.3-5). Sugere uma cena familiar. O crente é um
com Cristo, em virtude de sua morte expiatória e do Seu Espírito vivificante.
Nele somos feitos novas criaturas, com uma nova vida (2Co 5.17). O novo homem,
em Cristo, torna-se herdeiro de Deus e membro de Sua família (Rm 8.14-17).].
4. Graça
santificadora. A graça de Deus só pode ser eficaz, na vida do convertido,
se ele se dispuser a negar-se a si mesmo para ter uma vida de santidade. A
falta de santificação anula os efeitos da regeneração e da justificação. Diz a
Bíblia: "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor" (Hb 12.14). [Comentário:
A salvação é um processo que se inicia na conversão e termina na
ressurreição de nossos corpos, no dia da vinda do Senhor Jesus Cristo. Assim, a
“santificação”, como parte da salvação, está relacionada à separação da
propriedade exclusiva de Deus (que somos nós) para uma vida que O glorifique
(Rm 12.1-2). Tendo paz com Deus, e tendo recebido uma nova vida, o novo homem,
dessa hora em diante, dedica-se ao serviço de Deus. Comprado por elevado preço
(1Pe 1.14-19), já não é dono de si mesmo; não mais vive na prática do pecado,
mas serve a Deus de dia e de noite (Lc 2.37). Tal pessoa é santificada por Deus
e, por sua própria vontade, entrega-se a Ele para viver em santificação e em
novidade de vida. Somos santificados (1Co 1.2), e Ele é feito para nós
santificação (1Co 1.30). Ele é o autor da salvação eterna (Hb 12.2). O homem
salvo, portanto, é aquele cuja vida foi harmonizada com Deus, foi adotada na
família divina, e agora dedica-se a servi-Lo. Em outras palavras, sua
experiência da salvação, ou seu estado de graça, consiste em “justificação,
regeneração, adoção e santificação. Sendo justificado, ele pertence aos justos;
sendo regenerado, ele é filho de Deus; sendo santificado, ele é santo,
literalmente uma pessoa santa”. A santificação está consubstanciada na salvação
formando um conjunto integralizado, conforme vemos em Hb 12.14, assim: "Segui a paz com todos, e a santificação, sem
a qual ninguém verá o Senhor".].
SÍNTESE DO TÓPICO I
Nas Escrituras, a graça de Deus se manifesta como
"graça comum", "graça salvadora", "graça justificadora
e regeneradora" e "graça santificadora".
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, explique aos alunos o conceito de
"graça comum", dizendo que se trata de uma abordagem eminentemente da
teologia reformada. É uma tentativa de se responder uma questão angustiante
observada na existência dos santos, bem como observou o salmista Asafe (Sl 73).
Se o salário do pecado é a morte, por que as pessoas que pecam não morrem
imediatamente e não vão definitivamente para o inferno, mas desfrutam de
bênçãos incontáveis na terra? Ainda, como pode Deus dispensar bênçãos a
pecadores que merecem apenas, e somente, a morte, mesmo as pessoas que serão
condenadas para sempre ao inferno? Neste contexto é que a doutrina da
"graça comum" traz uma resposta bíblica acerca da questão. É uma
graça pela qual Deus dá aos seres humanos bênçãos ou dádivas inumeráveis que
não fazem parte da salvação. Ou seja, não significa que quem as recebe já é
salvo. A base bíblica para esse entendimento é a graça manifestada por Deus na
esfera física da vida (Gn 3.18; Mt 5.44,45; At 14.16,17); na esfera intelectual
(Jo 1.9; Rm 1.21; At 17.22,23); na esfera da criatividade (Gn 4.17,22); na
esfera da sociedade (Gn 4.17,19,26; Rm 13.3,4); na esfera religiosa (1 Tm 2.2;
Mt 7.22; Lc 6.35,36). Ou seja, não é porque o mal reinante no ser humano é
fruto do pecado original que ele fará somente obras más. Não, a Graça de Deus
opera em todos os homens e faz com que eles façam coisas boas também.
CONHEÇA MAIS
*Graça
"O conceito de graça é multiforme e sujeito a
desdobramentos nas Escrituras. No AT, hen, 'favor', é o favor imerecido de um
superior a um subalterno. No caso de Deus e do homem, hen é demonstrado por
meio de bênçãos temporais, embora também o seja por meio de bênçãos espirituais
e livramentos, tanto no sentido físico quanto no espiritual (Jr 31.2; Êx
33.19). Hesed, 'benevolência', é a firme benevolência expressada entre as
pessoas que estão relacionadas, e particularmente em alianças nas quais Deus
entrou com seu povo e nas quais sua hesed foi firmemente garantida (2 Sm 7.15;
Êx 20.6)." Para conhecer mais leia Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD,
p. 876.
II. A CONDUTA DO SALVO EM JESUS
1. Sujeição
às autoridades (v. 1). O cristão sincero deve obedecer aos governantes e
autoridades constituídas, desde que estes não desrespeitem a Lei de Deus. Jesus
mandou dar "a César o que é de César" e "a Deus o que é de
Deus" (Mt 22.21).
[Comentário:
Nossa obediência às autoridades não é servil. Deve ser positiva e crítica.
Calvino afirma que a igreja deve ser a consciência do Estado, alertando-o
sempre de seu papel. O poder das autoridades possui balizas e limites. O Estado
não pode ser absolutista, divinizado, encabrestando as consciências e
violentando e determinando o foro íntimo das pessoas. A atitude a assumir em
face das autoridades é sujeição. O termo “hypotalassesthai”
não implica de modo algum um servilismo. Trata-se de uma sujeição como convém
no Senhor. Essa sujeição visa evitar a desordem e promover a paz. Conforme o v.
5, a obediência à autoridade não tem o caráter de resignada submissão inspirada
pelo temor ou medo, seja de multa, seja de prisão. Sua obediência não é só por
medo de conseqüências. Você obedece por questão de consciência, pois aceita que
a autoridade vem de Deus e quando obedece a autoridade, obedece a Deus - Deus é
a fonte de toda autoridade e os que exercem autoridade na terra o fazem por
delegação divina. A autoridade precisa reconhecer que sua autoridade é
delegada. Quem exerce autoridade, a exerce debaixo da autoridade de Deus. Está
subalterno à autoridade de Deus. Foi constituído por Deus para governar de
conformidade com a justiça. Deus é o protótipo e o arquétipo da autoridade. É a
autoridade de Deus que se exerce, quando exercem as autoridades civis sua
autoridade a serviço do bem. Leia este interessante artigo do Ver
Hernandes Dias Lopes: http://hernandesdiaslopes.com.br/2004/05/a-autoridade-civil/#.VgCc8n0T8Q0].
2. O
relacionamento do cristão (v. 2). Aqui, vemos quatro comportamentos éticos,
exigidos dos cristãos. Vejamos:
a) Não
infamar a ninguém. É pecado muito grave caluniar alguém, seja na igreja,
seja fora dela. É passível de sanção judicial ou condenação na justiça humana.
Muito mais, na Lei de Deus. Normalmente, a infâmia é ditada com intenção de
prejudicar o outro. O cristão deve cultivar o fruto do Espírito da "benignidade",
que é a qualidade de quem só faz o bem (Gl 5.22). [Comentário:
Segundo o dicionário Michaelis da Língua Portuguesa, "difamar"
vem do latim "diffamare", e significa "falar mal de". Enredo,
intriga, bisbilhotice, chocarrice, desordem, balbúrdia. Difamação quer dizer
também mentira, embuste. Porque; ora fala-se de um erro na vida de uma pessoa,
ora inventa-se ou aumenta-se. Mexerico é também uma maneira covarde de se falar
da vida alheia porque ocorre na ausência daquele de quem se fala. O mexerico
não leva assinatura, não implica em responsabilidades. O difamador teme as
implicações das suas palavras porque no fundo não sabe se é verdade aquilo que
diz. Ao espalhar contendas, fomentar divisões e discórdias no meio do povo de
Deus o difamador age como instrumento do diabo, praticando abominação contra o
Senhor. Deus condena esta prática: "Quem,
Senhor, habitará no Teu tabernáculo? Quem há de morar no Teu santo monte?
...Aquele que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança
injúria contra o seu próximo" (Sl 15.1-3); "O que encobre o ódio tem lábios falsos, e o que difama é um insensato"
(Pv 10.18); "O homem perverso
levanta a contenda , e o difamador separa os maiores amigos" (Pv 16.28).].
b) Não ser
contencioso. Contendas nas igrejas geralmente têm resultados muito
prejudiciais. Infelizmente em algumas reuniões, até mesmo de ministros
cristãos, vemos pessoas contendendo umas com as outros, por causa de interesses
políticos ou pessoais. Isso não agrada a Deus (2 Tm 2.24). [Comentário:
“Mas, se alguém quiser ser
contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus” (1Co 11.16). É
muito comum na vida cotidiana de uma Igreja Local a ocorrência de conflitos.
Por vezes surgem divergências entre os irmãos, ou mesmo entre a própria
liderança. Em Tiago 4.1-10 lemos acerca de “Guerras e contendas”, duas palavras
que denotam que estava havendo divisões, rixas e competições dentro da Igreja
de Cristo (Será que esse era um problema só do tempo de Tiago?). Donde vem então
as guerras e contendas? - pergunta Tiago. Ele mesmo responde: “Dos vossos
deleites”, ou seja, o espírito de contenda entre os irmãos é produto da
carnalidade humana, da carne trabalhada pelo intenso desejo de prazer, de
satisfação. Então Tiago enumera uma série de atitudes erradas daqueles irmãos: -
Cobiça: Desejar melhores condições de vida não é errado. É uma legítima
aspiração humana. Mas “cobiçar” aqui não é uma aspiração legítima.É um desejo
não inspirado por Deus . - Inveja: Significa aqui “arder em ciúmes “pelas
posses alheias. - Pedidos mal feitos: Lembremo-nos das palavras de Jesus em Mt
7.7,8. Muitas vezes pedimos e não recebemos porque pedimos mal. São os
deleites, os prazeres que nos levam a pedir mal, de forma desfocada da vontade
divina. - Amor ao mundo: Importa lembrar aqui que “mundo” não são as pessoas.
“Deus amou o mundo...”Temos um sentido moral no termo: não é possível amar a
Deus e ao conjunto de valores pervertidos que se opõe a Ele. “Infiéis” traz
literalmente o sentido de “adultério”. O cristão deu seu coração a Jesus
Cristo. Apaixonou-se por Ele. Amar o mundo é adulterar contra Cristo, é dividir
o amor que lhe foi prometido.].
c) Ser
modesto. A modéstia deve ser evidente na vida de homens e mulheres
cristãos. Revela a simplicidade exortada por Jesus, em seu evangelho: "Eis
que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as
serpentes e símplices como as pombas" (Mt 10.16). [Comentário:
Como cristãos, nosso comportamento define o tom de como os outros nos vêem
e dão valor a nossa fé. Modéstia é o mesmo que simplicidade e temperença em
todas as coisas. Paulo convoca todo cristão a que seja “hospitaleiro, amigo do
bem, sensato, justo, consagrado, tenha domínio próprio” (Tt 1.8). E é assim que
devemos ser. Nossa vida deve ser marcada pela abstinência voluntária em meio ao
luxo extravagante. Recusamo-nos a permitir que o luxo e a ostentação penetrem
em nosso estilo de vida. Nosso uso dos recursos é sempre moderado pela
necessidade humana.].
d) Mostrar
"mansidão para com todos os homens". Deve ser característica
marcante, do servo de Deus, ser "manso e humilde de coração", como
Jesus ensinou (Mt 11.29). Além de não ser interessante a contenda, no meio
cristão, o crente precisa ser "manso para com todos, apto para ensinar,
sofredor" (2 Tm 2.24b).
[Comentário:(Mt 5.5): Esta
bem-aventurança está na contra-mão dos valores do mundo – O mundo rejeita os
valores do Reino de Deus. A humanidade pensa em termos de força, de poderio
militar, bélico, econômico, político. Quanto mais agressivo, mais forte. Esse é
o pensamento do mundo. Jesus, porém, diz que não são os fortes e os arrogantes
que são felizes; nem são eles que vão herdar a terra, mas os mansos. Ser
cristão é ser totalmente diferente. Somos uma nova criatura. Temos um novo
nome, uma nova vida, uma nova mente, um novo Reino. Ser manso não é um atributo
natural. A mansidão não é apenas uma boa índole, uma pessoa educada
socialmente. Não apenas algo externo, convencional, mas uma atitude interna,
uma obra da graça no coração, fruto do Espírito. Spurgeon dizia que “ser manso
não é virtude, é graça”. Ninguém é naturalmente manso. Só aqueles que
reconhecem que nada merecem diante de Deus e choram pelos seus próprios
pecados, podem ser mansos diante de Deus e dos homens.Extraído de http://hernandesdiaslopes.com.br/2012/11/por-que-os-mansos-sao-felizes/#.VgCnLH0T8Q0].
3. A lavagem
da renovação do Espírito Santo (v. 3). Vivíamos entregues ao pecado e longe
de Deus, mas Cristo nos salvou e nos purificou. Como novas criaturas não temos
mais prazer no pecado. Observe, a
seguir, algumas características, segundo Paulo que caracterizam o homem que
vive segundo a carne: [Comentário:
Segundo a bíblia, carnal é a pessoa dirigida, governada pela carne, isto
é, a natureza pecadora herdada de Adão, a disposição interior que é inclinada
para o pecado, para o que é mal. É chamada de Velha Natureza, Velho Homem,
Natureza Adâmica e Natureza Terrena ou Natureza carnal. Todo ser humano já
nasce com ela, independente da sua escolha. No decorrer da vida, esta natureza
carnal precisa ser regenerada e a única coisa que a regenera é o novo
nascimento Porque “o que é nascido da
carne (o que é humano) é carne...”. (Jo 3.6); “... aquele que não nascer de
novo não pode ver o Reino de Deus”. (Jo 3.3).].
a)
Insensatez. Refere-se à velha vida, plena de loucura, imprudência,
leviandade e incoerência, que leva muitos à perdição eterna. Na parábola das
dez virgens, Jesus chama a atenção para as cinco "loucas" ou
insensatas, que não se preveniram com o azeite para esperar o noivo (Mt
25.1-13). Jesus também falou sobre o homem "insensato", que edifica
sua casa sobre a areia (Mt 7.26). O desastre espiritual torna-se inevitável. [Comentário: Há um grupo de
homens e mulheres que está se perdendo e Jesus lhes disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor!
entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos
céus.” (Mt 7.21). Uma indagação desde já se coloca: O que é fazer a vontade
do Pai? É ter a comunhão, a dependência e o relacionamento com a fonte do poder
que é Cristo. E logo vem a segunda indagação: Por que você está na Igreja à
qual pertence? Por que o pastor pregou um sermão bonito? Por que sua mãe pediu?
Por que a doutrina lhe convenceu? Você está na Igreja porque os irmãos são
muito amorosos? Por que gosta do templo? Por que não gostou de outra Igreja?
Pois bem, a meu sentir, tudo isso é edificar na areia, sua casa vai ruir. Mas
se você é cristão porque se apaixonou por Cristo, porque Jesus é tudo na sua
vida e ela passou a ser uma permanente dependência de Jesus, então você
construiu sua casa na Rocha.].
b)
Desobediência. A desobediência foi o primeiro pecado cometido pelo homem
(Rm 5.19). E desde então é a "mãe" de todos os pecados, cometidos, em
todos os tempos (Rm 11.30), por aqueles que são "filhos da
desobediência" (Ef 2.2; 5.6; Cl 3.6). [Comentário:
Todo aquele que está sem Cristo é controlado pelo “príncipe das potestades
do ar”, isto é, Satanás. Sua mente é obscurecida por Satanás, para que não veja
a verdade de Deus (cf. 1 Co 4.3,4). Tais pessoas estão escravizadas pelo pecado
e concupiscências da carne (v. 3; Lc 4.18). A pessoa irregenerada, por causa de
sua condição espiritual não poderá compreender, nem aceitar a verdade à parte
da graça de Deus (vv.5, 8; 1 Co 1.18; Tt 2.11-14).].
c) Extravio.
Sem Deus, sem a salvação em Cristo, o homem é um perdido, como ovelha sem
pastor (Mt 9.36). É uma situação difícil e por vezes desesperadora. Mas é feliz
quem faz como o "filho pródigo", que tomou a decisão sábia de
retornar humilhado à casa do pai, onde foi recebido com amor e misericórdia (Lc
15.18-24). [Comentário: A pessoa sem
Cristo é responsável pelo seu pecado, pois Deus dá a cada ser humano uma medida
de luz e graça, com a qual possa buscar a Deus e escapar da escravidão do
pecado, mediante a fé em Cristo (Jo 1.9; Rm 1.18-32; 2.1-6).].
d) Servindo
a "várias concupiscências e deleites". Outra tradução fala de "paixões e
prazeres", que dominam a vida do homem sem Deus. Os deleites da carne
impedem que o homem se converta a Deus de verdade, sufocado pelos
"espinhos" da vida (Lc 8.14). As concupiscências da vida, ou os
desejos exacerbados da carne são impedimento para uma vida de santidade e
fidelidade a Jesus (1 Pe 4.3; Jd 16). [Comentário:
Concupiscência é grande desejo de bens ou gozos materiais, apetite sensual.
A concupiscência é um vício próprio da carne e se opõe à obra do Espírito Santo
na vida do cristão. O apóstolo Paulo nos exorta dizendo: “Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne, porque a
carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se
um ao outro para que não façais o que quereis” (Gl 5.16-17). É a fonte da
corrupção deste mundo - 2Pd 1.4; é coisa vil, e não poderia ser colocada no
homem por Deus - Cl 3.5; escarnece do próprio Deus 2Pd 3.3-4. Os apóstolos
predisseram que no último tempo haveria escarnecedores que andariam segundo as
suas ímpias concupiscências. “Estes são
os que causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito” (Jd 17-19).].
e)
"Vivendo em malícia e inveja". Malícia é sinônimo de maldade,
perversidade, malignidade, o que não deve fazer parte da vida cristã (Ef 4.31;
Cl 3.8); a inveja é outro sentimento indigno para um cristão sincero. A inveja
é "a podridão dos ossos" (Pv
14.30). [Comentário: Malícia é a tendência
para julgar, dizer, agir com maldade; dolo, má-fé. O malicioso é aquele que vê
maldade em tudo o que acontece ou em tudo que ouve. Como ele é uma pessoa
maldosa, ele tem a tendência de achar que todos em sua volta também o são, e
por isso, faz prejulgamento das pessoas, baseado na sua própria experiência. O
problema da malícia é que ela faz com que a pessoa que a pratica iguale a todos
por baixo. A malícia é uma lente que faz a pessoa ver sujeira/impureza em todos
e em tudo. E, 1 Co 14.20 diz "Irmãos,
não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no
entendimento". Por que meninos na malícia? - Porque as crianças
confiam nas pessoas, não as vê como inimigas ou como perigosas. A criança é
naturalmente ingênua, pura, sincera. é assim que todo aquele que é nascido de
novo, pela Palavra deve ser e de se comportar. Inveja é o sentimento que faz a
pessoa desejar o que a outra tem (pode ser tanto bens materiais ou mesmo
qualidades inerentes ao ser). Mas, o problema é que o invejoso não deseja ter
uma coisa semelhante à que a outra pessoa tem, mas ter exatamente a mesma
coisa, ou, não sendo lhe sendo possível ter a mesma coisa, o invejoso deseja
que o bem da outra pessoa lhe seja tirado. O invejoso não suporta saber que tem
alguém no grupo que ele frequenta melhor ou maior que ele. Numa outra
perspectiva, a inveja também pode ser definida como uma vontade frustrada de
possuir os atributos ou qualidades de um outro ser, pois aquele que deseja tais
virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física,
seja pela intelectual.].
f) Odiosos,
odiando "uns aos outros". A
"lavagem da regeneração do Espírito Santo" nos faz "justificados
pela sua graça" e herdeiros da vida eterna (3.4-7). João adverte-nos ao
dizer que "qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que
nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna" (1 Jo 3.15). No Antigo
Testamento, só era homicida quem matasse alguém com algum tipo de objeto
perigoso. No evangelho da graça de Deus, é homicida quem, no coração, odeia o
seu irmão.
[Comentário: Este texto responde
ao que foi escrito no texto anterior em que o autor descreve sobre a
necessidade de servos mansos no tratamento para com os outros. Se hoje nós
somos pessoas que se esforçam para vivermos uma vida mais justa, não podemos
nos esquecer de que antes de nos convertermos ao evangelho de Cristo, vivíamos
como os incrédulos vivem no mundo. De forma que eu não posso condenar os
outros, por aquilo que eu fazia quando ainda estava na mesma situação do meu
próximo. Deve haver compreensão nisto. Essas são características próprias
daqueles que ainda não se converteram pelo poder do evangelho de Cristo. O
homem natural é dominado pela malícia, se deixa levar pela inveja para com o
seu semelhante e o seu coração tem facilidade de ser infectado pelo ódio e pela
raiva. Antes de sermos transformados em uma nova criatura pela influencia do
evangelho das boas novas, o que prevalecia em nossos corações era o ódio por
aqueles que de alguma maneira nos faziam oposição ou nos contrariasse. Quem não
tem Deus em sua vida, só pensa em prejudicar o seu próximo.].
SÍNTESE DO TÓPICO II
A conduta do salvo em Cristo deve mostrar sujeição
às autoridades legalmente estabelecidas.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
A Natureza da Política
"A essência da política é a luta por poder e
influência. Todos os grupos e instituições sociais precisam de métodos para
tomar decisões para seus membros. A política nos ajuda a fazer isso. A palavra
grega da qual política é derivada é polis, que significa 'cidade'. Política no
sentido clássico envolve a arte de fazer uma cidade funcionar bem. Também ajuda
a administrar nossas organizações e governos. Quando nosso sistema político é
saudável, mantemos a ordem, provemos a segurança e obtemos a capacidade de
fazer coisas como comunidade que não poderíamos fazer bem individualmente.
Votamos as leis, fazemos a polícia impô-las, arrecadamos impostos para
estradas, sistemas de esgoto, escolas públicas e apoio nas pesquisas de câncer.
Em nossas organizações particulares, um sistema político sadio nos ajuda a
adotar orçamentos, avaliar pessoal, estabelecer e cumprir políticas e regras e
escolher líderes. No melhor dos casos, a política melhora a vida de um grupo ou
comunidade. A política toma uma variedade de formas, como eleições, debates,
subornos, contribuições de campanha, revoltas ou telefonemas para legisladores.
Como vê, alistei maneiras nobres e ignóbeis de influenciar as decisões de um
sistema político. Algumas delas são formais, como as eleições, ao passo que
outras são informais, como telefonar para vereadores, deputados e senadores e
pressioná-los a votar do nosso modo" (PALMER, Michael D. Panorama do
Pensamento Cristão. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p.447).
III. AS BOAS OBRAS E O TRATO COM
OS HEREGES
1. A prática
das boas obras (v. 8). Praticar boas obras faz parte do dia a dia do servo
ou da serva de Deus. "Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus
para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Ef
2.10). Quem está em Cristo tem prazer em praticar aquilo que é bom e agradável
ao seu próximo e a Deus. [Comentário:
praticar boas obras faz parte da nossa criação em Cristo, fomos criados
para viver com Deus e manifestar
sua presença na face da terra. Não são elas que nos justificam ou dão acesso à
salvação. Pelo contrário, são conseqüência da vida de Cristo em nós. São fruto
de alguém que já recebeu uma nova natureza e produz um novo fruto. Nosso Senhor
testificou que as boas obras do mundo são más. "O mundo não vos pode aborrecer, mas ele aborrece a mim, porquanto dele
testifico que as suas obras são más", (Jo 7.7). Ele também testificou
em relação aos fariseus, que em todas as obras que faziam eram só para serem
louvados pelos homens. "E fazem
todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largas filacterios,
e alargam as franjas dos seus vestidos" (Mt 23.5). Lemos ainda sobre
as obras mortas, as obras da carne e as obras de Satanás. Por isto precisamos
fazer uma distinção ao tratarmos sobre o assunto de boas obras. As Escrituras
tornam bem claro que ninguém, a não ser os salvos, podem fazer isto. "Porque somos feitura sua, criados em Cristo
Jesus para as boas obras" (Ef 2.10). "Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus" (Rm 8.8).
As boas obras são o fruto do Espírito, e ninguém, a não ser os salvos, tem o
Espírito. As boas obras são o resultado e não a causa da salvação. A ordem
divina é salvação, depois o serviço. Somos salvos para servir a Deus e aos
outros. Em cada campo, exceto na mecânica, é preciso que haja vida antes da
atividade. Cada homem, por natureza, está morto em pecados e alienado de Deus.
A crença que o pecador pode trabalhar para ganhar a salvação é uma das piores
heresias. "Não pelas obras de
justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela
lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo" (Tt 3.5).].
2. Como
tratar com os hereges (v. 10). Paulo ensina que devemos evitar os falsos
mestres, não nos envolvendo em suas discussões tolas. Muitas vezes acabamos
discutindo e dando uma atenção demasiada aos ensinos que são contrários a
Palavra de Deus. [Comentário: Temos de lidar
com escarnecedores com sabedoria (Pv 26:4-5). Não devemos imitar os modos de um
tolo por nos envolver em discussões intermináveis; mas devemos responder
brevemente [com profundidade mas brevemente, e uma única vez] aos argumentos do
tolo, para que ele não saia por ai pensando que não há respostas e, assim,
considerar-se um sábio, em sua própria presunção. É difícil lidar com as
pessoas que estão no laço do diabo. Elas, muitas vezes, zombam da verdade e são
arrogantes e orgulhosas em relação àqueles que a pregam, e somos tentados a
responder na mesma moeda. Mas, se você os tratar de forma semelhante a como
eles nos tratam, nós só vamos incitar mais ódio neles (Pv 15.1). Veja como
Policarpo, discípulo dos apóstolos tratava um herege: “O próprio Policarpo,
quando Marcião, um dia, se lhe avizinhou e lhe dizia: “Prazer em conhecê-lo”,
respondeu: “Eu te conheço como o primogênito de Satã”; tanta era a prudência
dos apóstolos e dos seus discípulos, que recusavam comunicar, ainda que só com a
palavra, com alguém que deturpasse a verdade, em conformidade com o que Paulo
diz: “Foge do homem herege depois da primeira e da segunda correção, sabendo
que está pervertido e é condenado pelo seu próprio juízo” (Tt.3.10-11).].
SÍNTESE DO TÓPICO III
Dos versículos 8 a 10, o apóstolo expõe sobre a
prática das boas obras e como se deve tratar os "falsos mestres".
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A segunda proibição que Paulo faz é contra os
facciosos, aqueles que causam divisões por meio de discordâncias. 'Depois de
uma e outra admoestação, evita-o', ou seja, tente ajudá-lo corrigindo o seu
erro através de advertências ou aconselhamento. Tais inimigos só devem ter duas
chances e então devem ser evitados.
'A razão pela qual o 'herege' deve ser rejeitado é
justamente esta; em sua divisão, 'tal' homem demonstra que 'está pervertido e
peca, estando já em si mesmo condenado'. Ao persistir em seu comportamento
divisor, o 'falso mestre' tornou-se pervertido ou 'continua em seu pecado',
deste modo 'se autocondenando'. Isto é, por sua própria persistência no
comportamento pecaminoso, condenou a si mesmo, colocando-se de fora, sendo
consequentemente rejeitado por Tito e pela igreja" (Comentário Bíblico
Pentecostal: Novo Testamento. 1.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1515).
É feliz quem faz como o “filho pródigo”, que tomou
a decisão sábia de retornar humilhado à casa do pai, onde foi recebido com amor
e misericórdia.
CONCLUSÃO
A graça de Deus é a fonte da salvação do homem. É
favor jamais merecido por qualquer pessoa, e manifesta o seu amor e sua
benignidade para com o pecador. Essa graça é manifestada "a todos os
homens", mas só é eficaz, na vida de quem aceita a Cristo como Salvador
pessoal. [Comentário: A Graça de Deus
é um favor da parte Dele, já que não somos merecedores de nada e é a
fonte da provisão de Deus para as nossas vidas. Através dela Ele se revela em
amor, tendo sempre um comportamento justo e pelo meio da nossa fé se comunica
conosco. A graça é a única base de nossa aceitação. “Para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente
no Amado”. (Ef 1.6). Por conseguinte, qualquer ensino que ofereça fórmulas
ou técnicas para obter a aceitação de Deus, que não seja pela graça somente, é
falso. O perdão de pecados, a redenção por meio do sangue de Cristo, a
sabedoria e o entendimento e todas as bênçãos espirituais são concedidos
somente pela graça (Ef 1.1-5).].
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto
não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Setembro de 2015
PARA REFLETIR
A respeito das Cartas Pastorais:
O que é graça?
É o favor imerecido que Deus concede ao homem, por seu
amor, bondade e misericórdia.
Como podemos alcançar a graça salvadora?
Crendo em Deus e aceitando Jesus como o nosso único e
suficiente Salvador.
Qual é a fonte da justificação do homem?
A graça de Deus.
Quem é considerado homicida no evangelho da graça?
Qualquer que aborrece o seu irmão.
De acordo com a lição, como devemos tratar os
hereges?
Devemos evitá-los, não nos envolvendo em discussões tolas.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 42.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a
lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURA
Nas Garras da Graça
Pode alguma coisa separar-nos do amor que Cristo
tem por nós? O autor convida a escalar o cume da montanha da misericórdia
divina. Nas Garras da Graça recordará a você que o Deus que o criou é
suficientemente forte
para sustentá-lo.
Graça Diária para Professores
Textos devocionais que trarão mais entusiasmo,
graça e inspiração para seu dia a dia como professor.
Vincent
I e II
Publicados pela primeira vez nos EUA, no final do
século XIX, continuam sendo uma referência para todos aqueles que desejam
conhecer a ideia original dos vocábulos neotestamentários
no sentido léxico, etimológico
e histórico.