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4º Trimestre de 2014
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Lição 2
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12
de Outubro de 2014
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Lição 2: A firmeza do caráter moral e espiritual de Daniel
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TEXTO ÁUREO
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“E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a
porção do manjar do rei, [...] portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe
concedesse não se contaminar” (Dn 1.8).
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VERDADE
PRÁTICA
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A integridade de caráter implica uma disposição interior
para se manter fiel aos princípios da vida cristã.
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HINOS
SUGERIDOS
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107, 162, 186.
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LEITURA
DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Daniel 1.1-8,17,20.
1 - No ano terceiro do
reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a
Jerusalém e a sitiou.
2 - E o Senhor
entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da
Casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e
pôs os utensílios na casa do tesouro do seu deus.
3 - E disse o rei a
Aspenaz, chefe dos eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da
linhagem real, e dos nobres.
4 - jovens em quem não
houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a
sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem
habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas
letras e na língua dos caldeus.
5 - E o rei lhes
determinou a ração de cada dia, da porção do manjar do rei e do vinho que ele
bebia, e que assim fossem criados por três anos, para que no fim deles pudessem
estar diante do rei.
6 - E entre eles se
achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
7 - E o chefe dos
eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel pôs o de Beltessazar, e a
Hananias, o de Sadraque, e a Misael o de Mesaque, e a Azarias, o de Abede-Nego.
8 - E Daniel assentou
no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho
que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se
contaminar.
17 - Ora, a esses
quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e
sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda visão e sonhos.
20 - E em toda matéria
de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez
vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu
reino.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
- Fazer uma retrospectiva da
situação moral e política de Israel.
- Explicar a força do caráter de
Daniel.
- Analisar as atitudes de Daniel e seus amigos na corte
babilônica.
PALAVRA CHAVE
Determinação: Na lição é a forte inclinação
de Daniel e seus amigos em não se contaminar com as iguarias do rei.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A lição de hoje retrata a história
de quatro jovens judeus levados cativos para a Babilônia. Dos quatro rapazes —
Daniel, Hananias, Misael e Azarias — a pessoa de Daniel é quem tem maior ênfase
nessa narrativa. A sua fidelidade a Deus e integridade moral são demonstradas
em meio a uma cultura pagã. Fruto da formação moral e espiritual recebida de
seus pais, as atitudes de Daniel fizeram-no desafiar a ordem do rei da
Babilônia, a maior autoridade do mundo de outrora. Estamos no século 21, um
tempo marcado pelo paganismo. Ao lermos a história de Daniel e a de seus
amigos, somos desafiados a ter firmeza de caráter. Adotando uma postura moral
que jamais negue a fé e a ética cristãs no mundo. A integridade moral de Daniel
tem muito a nos ensinar. [Comentário: O que estes quatro jovens têm a
nos ensinar? A ‘época em que viveram tem alguma similaridade com a atual? Estes
jovens revelaram uma capacidade de se manterem fieis a Deus mesmo quando as
circunstâncias se mostram adversas. N”ao se corromperam nem assimilaram a
cultura pagã na qual viviam exilados. Dos quatro rapazes judeus, Daniel,
Ananias, Misael e Azarias, levados cativos para a Babilônia e desafiados na sua
fé em YAHWEH, Daniel se sobressai pela demonstração de sua fé, fidelidade e
integridade em meio a uma situação instável e oposta a tudo que conhecia no meio
do seu povo. A firmeza de caráter demonstrada por estes jovens, lhes deu a capacidade
de enfrentar o desafio à sua fé em YAHWEH, o Deus de Israel. Certamente nossa época
se assemelha àquela que eles vivenciaram, época desafiadora e que nos cobra
integridade como cristãos, nos chama a uma postura que jamais renegue a nossa
fé cristã e vida pautada nas Sagradas Escrituras.] Convido você para mergulharmos mais fundo nas
Escrituras!
I. UMA
RESTROSPECTIVA HISTÓRICA
1. A situação moral e política de
Judá. Após a deposição do seu irmão
Jeoacaz, Jeoaquim (Dn 1.1) ascendeu ao trono de Judá por intermédio de Neco, o
faraó do Egito (2Rs 23.34). Perversidades e rebeliões contra Deus fizeram parte
do antecedente histórico do rei de Judá. No ano 606 a.C., Nabucodonosor invadiu
e dominou a cidade de Jerusalém levando para a Babilônia os tesouros do Templo.
Mas as pretensões de Nabucodonosor não eram somente de cunho material, e sim
igualmente cultural, pois ele levou os nobres da casa real versados no
conhecimento, dentre os quais estavam Daniel, Hananias, Misael e Azarias. [Comentário: Nos anos
608 a 597 a.C., reinava em Jerusalém Jeoaquim, que havia sido empossado por
Neco, faraó do Egito (2Rs 23.34). Naqueles dias, duas nações lutavam pelo
domínio da região: a Assíria e o Egito. Neco, rei do Egito, subira para
batalhar contra o rei da Assíria (2Rs 23.29). Josias, rei de Judá, temendo pela
segurança de seu reino, achou melhor atacar o exército egípcio, mas morreu na
batalha de Carquemis, em 608 a.C. Neco, que agora estava com todos os trunfos
na mão, destituiu a Jeoacaz, filho de Josias, quando este havia reinado apenas
três meses, impôs pesado tributo a Judá, e constituiu rei a Jeoaquim, irmão do
deposto Jeoacaz (2Rs 23.31-35). O castigo de DEUS foi retardado, mas não evitado
(2Rs 23.26,27). Jeoaquim foi um rei ímpio. Seu pai Josias rasgou suas roupas em
sinal de contrição e arrependimento. Ao contrário, Jeoaquim rasgou e queimou o
rolo da Palavra de DEUS que continha as mensagens do profeta Jeremias e mandou
prender o mensageiro (Jr 36.20-26). Jeoaquim era também assassino. Porque as
mensagens do profeta Urias eram contrárias aos seus interesses, ele mandou
matá-lo. Urias fugiu para o Egito, mas Jeoaquim mandou sequestra-lo. Ele foi
trazido à sua presença e morto à espada (Jr 26.20-23).
O cenário político ao redor de Judá
No ano 606 a.C., novos acontecimentos vieram
modificar o cenário político-militar da conturbada região. Uma vitória de
Nabucodonosor, rei da Babilônia, sobre o faraó Neco, consolidou a Babilônia
como nova potência mundial em ascensão. O Egito e a Assíria haviam disputado o
predomínio, mas a luta enfraquecera a ambos. Assim, a Babilônia foi quem mais
ganhou com essas brigas. Quando dois cães brigam por um osso, pode aparecer um
terceiro e levá-lo com a maior facilidade. Nabucodonosor fez três incursões
sobre Jerusalém: em 606 a.C., levou os nobres (dentre eles Daniel) e os vasos
do templo. Em 597 a.C., noutra incursão, levou mais cativos. O rei Jeoaquim
rendeu-se sem resistência. Nesse tempo, também, foi ao cativeiro o profeta
Ezequiel (2Rs 24.8). Em 586 a.C., após dezoito meses de sítio, os exércitos do
rei da Babilônia saquearam a cidade de Jerusalém. Arrasaram-na totalmente,
destruindo também o templo. O rei Zedequias foi capturado quando tentava fugir
e levado à presença de Nabucodonosor. Seus filhos foram mortos em sua presença,
seus olhos foram vazados, e ele levado cativo para a Babilônia com o seu povo
(2Rs 25). LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora
Hagnos. pag. 19-20.]
2. A situação espiritual de Judá. Depois da grande reforma política e religiosa em Judá, promovida pelo
rei Josias, os filhos deste se desviaram do Deus de Israel. Os sacerdotes, a
casa real e todo o povo perverteram-se espiritualmente. O rei Zedequias, por
exemplo, “endureceu a sua cerviz e tanto se obstinou no seu coração, que se não
converteu ao Senhor, Deus de Israel” (2Cr 36.13). Judá permitiu que a casa de
Deus fosse profanada pelas abominações gentílicas. O reino do Sul conseguiu
entristecer o coração do Senhor! [Comentário: Depois da reforma de
Josias, Judá voltou a se esquecer de Deus. Os filhos de Josias não temiam a Deus
como ele. Os reis foram homens ímpios. Eles não aceitavam mais ouvir a Palavra
de Deus. Alguns profetas e sacerdotes se corromperam. Os profetas de Deus foram
perseguidos, presos e mortos. Em vez de haver quebrantamento, arrependimento e
volta para Deus, o rei, os sacerdotes e o povo se endureceram ainda mais. Contudo
o rei: "... endureceu a sua cerviz e se obstinou no seu coração, para não
voltar ao Senhor, Deus de Israel” (2Cr 36.13). Diz ainda a Palavra de Deus que:
“... todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam cada vez mais a sua
infidelidade, seguindo todas as abominações dos gentios; e profanaram a casa do
Senhor, que ele tinha santificado para si em Jerusalém” (2Cr 36.14). LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 21.]
3. O império babilônico arrasa o
reino de Judá. A sequência do texto do primeiro
versículo diz: “veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou”
(v.1). Houve três incursões do rei da Babilônia contra Judá. Na primeira, o
império babilônico levou os tesouros da casa do Senhor. Isto ocorreu no
terceiro ano do reinado de Jeoaquim (ano 606 a.C.). Na segunda incursão, no
oitavo ano do reinado de Jeoaquim, Nabucodonosor deportou os nobres da casa
real (ano 597 a.C.). A última incursão deu-se no ano 586 a.C., quando o templo
de Jerusalém foi saqueado, destruído e queimado, bem como os muros da cidade
santa, derrubados (2Rs 25.8-21). Nabucodonosor levou os utensílios da Casa de
Deus para o santuário da divindade babilônica, Marduque, chamado também de Bel,
a quem o rei babilônico atribuía todas as conquistas imperiais. [Comentário: No mês
posterior àquele em que Zedequias foi capturado e levado a Nabucodonosor em
Ribla, Nebuzaradã (8), seu general, queimou os maiores edifícios de Jerusalém
(9), derribou os muros (10) e reuniu reféns de guerra (11). Os rebeldes que se
renderam refere-se àqueles “que já haviam se rendido” (Moffatt). Ele também
levou os utensílios do Templo (14), as duas colunas (16) e o mar (a grande pia
de bronze; cf. 1 Rs 7.13-47). Estes foram cortados em pequenos pedaços, o
suficiente para serem levados para a Babilônia. De puro ouro ou de prata (15)
pode ser lido como: “O que era de ouro, o capitão da guarda levou como ouro e o
que era de prata como prata”. Talvez pelo menos alguns dos instrumentos tenham
sido derretidos e transformados em lingotes de ouro e prata. O magnífico
Templo, planejado para permanecer como uma testemunha do Senhor DEUS e daquilo
que Ele havia feito pelo seu povo, foi demolido e despojado de sua riqueza
material e de sua simples beleza. Foi transformado em um lugar que faria com
que aqueles que por ele passassem ficassem pasmados e assobiassem com
menosprezo (cf. 1 Rs 9.8). Outra Deportação, 25.18-21 (cf. Jr 52.24-30) Nebuzaradã,
o capitão da guarda (18), moveu-se, então, contra aqueles que ainda o
desafiavam. É possível que algumas informações indicassem que esses líderes em
particular tenham sido contra os babilônicos em suas atitudes e ações. Isto é
sugerido pelo modo como Nabucodonosor ficou ciente da posição pró-babilônica de
Jeremias e ordenou que ele fosse solto (Jr 39.11-18). Entre os executados
estava o sumo sacerdote (18), bem como outros sacerdotes e oficiais (18,19). Os
sessenta homens do povo da terra (cf. 21.4) talvez fossem anciãos das
províncias que representavam o povo de suas localidades. De acordo com Jeremias
(52.29), o número daqueles que foram levados ao exílio desta vez totalizou 832
pessoas. Harvey E. Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora
CPAD. Vol. 2. pag. 391.]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Judá
se encontrava espiritual e politicamente em uma situação desfavorável, o que
facilitou a invasão e o domínio de Nabucodonosor.
II. A
FORÇA DO CARÁTER
1. A tentativa de aculturamento dos
jovens hebreus (1.3,4). Os teóricos da psicologia
definem caráter como “a parte enrijecida da personalidade de uma pessoa”. Os
jovens hebreus tinham um caráter ilibado, mediante a educação e o testemunho
observado em seus pais. Para obter apoio daqueles jovens e usar a inteligência
deles ao seu favor, Nabucodonosor sabia que, obrigatoriamente, teria de
moldá-los, aculturando-os nas ciências dos caldeus. Porém, muito cedo os
babilônios perceberam que a formação cultural e, sobretudo, religiosa dos
jovens hebreus, era forte. Não seria fácil fazê-los esquecer de suas convicções
de fé. Por isso, Nabucodonosor os submeteu a processo de aculturamento. Para
esta finalidade, o imperador caldeu elaborou um programa cultural que fosse
eficaz na extinção da cultura judaica: Os jovens hebreus participariam da mesa
do rei (1.5). [Comentário: Dn 1.3 Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus
eunucos. Aspenaz figura por nome somente aqui, e não aparece em nenhum outro
trecho do Antigo Testamento. Ele é chamado de outros modos por seis vezes, por
“o eunuco" ou “o chefe dos eunucos”, em Dan. 1.7-11,18. A derivação desse
nome é incerta, mas sua versão hebraica parece significar “narina de cavalo”,
por razões desconhecidas. Ele era o chefe dos eunucos do rei Nabucodonosor. Daniel
e seus companheiros foram entregues aos seus cuidados, e ele lhes trocou os
nomes (ver Dan. 1.3,7). O tempo foi cerca de 604 A. C. A petição de Daniel, no
sentido de que não fosse compelido a comer as provisões enviadas à mesa real,
foi aceita favoravelmente, bondade que o profeta, agradecido, registrou em Dan.
1.16. Os eruditos subentendem do fato que o homem era o chefe dos eunucos, e
Daniel e seus companheiros hebreus também foram feitos eunucos. Mas esse ponto
é disputado. Além disso, o chefe dos eunucos nem sempre era castrado. Aspenaz
tinha o dever de preparar jovens promissores para o serviço especial ao rei, e
Daniel estava entre aqueles que foram escolhidos para esse mister. Assim da
linhagem real como dos nobres. Quase incidentalmente, aprendemos algo do
nascimento real ou nobre de Daniel. Mas não é dada nenhuma genealogia, o que
seria comum, sabendo-se da importância atribuída à questão pelos hebreus.
Quanto a comentários sobre o pano de fundo de Daniel, ver a seção II da
Introdução. Josefo (Antiq. X.10.1) diz-nos que Daniel e seus companheiros
pertenciam à família de Zedequias, mas não sabemos se essa informação é
correta, ou se ele supôs que tal informação fosse correta devido à declaração
deste versículo. Dn 1.4 Jovens sem nenhum defeito, de boa aparência. Daniel e
seus amigos nobres (ou reais) eram espécies físicos perfeitos. Ademais, embora
jovens, eram conhecidos por sua sabedoria e erudição, pelo que também se
distinguiam intelectualmente. Conforme a narrativa se desdobra, descobrimos que
eles eram homens espirituais especiais, que levavam a sério sua fé religiosa.
Portanto, foi apenas natural que tivessem sido escolhidos pelo rei da Babilônia
para receber um treinamento especial, a fim de que fossem empregados em algum
serviço que lhes fosse planejado, em benefício do império. Essa história me faz
lembrar do “dreno de cérebros” em que os Estados Unidos da América está
envolvido. Intelectuais de muitos países, que ali vão para receber treinamento,
terminam ficando no país e servindo a América do Norte, e não seus próprios
países. Notemos que aqueles jovens também eram “simpáticos”, pelo que os homens
bonitos sempre têm alguma vantagem, e tanto mais quando possuem outras
qualidades que acompanham a beleza física. Para assistirem no palácio do rei.
Literalmente, diz o hebraico: “para se porem de pé perante o rei”. O texto fala
em “serviço da corte” (ver I Sam. 16.21; I Reis 12.6), mesma expressão usada
para indicar os atendentes angelicais que estão de pé na presença de Deus, em
Dan. 7.10. Esses homens extraordinários seriam usados em toda a espécie de
serviço divino. E lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus. Note o
leitor a ênfase sobre a educação e a cultura. Esses homens bons tornar-se-iam
ainda melhores por uma boa educação que incluiria sério estudo da linguagem.
Como eles deveriam servir na Babilônia, teriam de falar o idioma do lugar. “O
programa educacional provavelmente incluiu o estudo da agricultura, da
arquitetura, da astrologia, da astronomia, das leis, da matemática e da difícil
língua acádica” (J. Dwight Pentecost, in loc.). Nenhum prêmio é oferecido à
ignorância. Um pai cuidará para que seus filhos obtenham uma boa educação. Não
basta fazê-los ler a Bíblia. O acádico, conforme aprendemos em Jer. 5.15, era o
neobabilônico. Embora fosse um idioma semítico, não era entendido pelos judeus.
Abraão, naturalmente, veio de Ur, antiga cidade babilônica. Ver o artigo sobre
Babilônia, no Dicionário. Até mesmo um judeu esperto teria pouco conhecimento
em comparação com os homens bem-educados da Babilônia. Os judeus eram
especialistas nos campos da religião e da literatura, mas pouco sabiam sobre as
ciências e seus muitos ramos. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3373-3374.]
2. O caráter colocado à prova
(1.5-8). Daniel e os seus amigos foram
colocados à prova em uma cultura diferente de uma terra igualmente estranha. A
formação desses jovens chocava-se com a cultura babilônica. Em outras palavras,
eles eram firmes em seu caráter! Em especial, no caso de Daniel, o seu caráter
íntegro tinha a ver com a sua personalidade. Ele assentara em seu coração não
se contaminar com as iguarias do rei que, como se sabe, eram oferecidas aos
deuses de Babilônia. Daniel e os seus companheiros, apesar de serem bem jovens,
demonstraram maturidade suficiente para reconhecer que o exílio babilônico era
fruto do pecado cometido pelo povo de Judá e seus governantes.
O mundo
hoje oferece um banquete vistoso para contaminar os discípulos de Cristo.
Entretanto, devemos nos ater ao exemplo de Daniel e dos seus amigos. Aprendamos
com eles, pois as suas vidas não consistiam em meras tradições religiosas, mas em
uma profunda comunhão com Deus. Eles eram fiéis ao Deus de Israel e guardavam a
sua Palavra no coração para não pecar contra Ele (Sl 119.11). [Comentário: Essa prova começou com a troca de seus nomes
hebreus, os quais tinham significados especiais de louvor ao Deus de Israel. A
Daniel, cujo nome significa “Deus é meu juiz”, deram-lhe o nome de Beltsazar, nome
dedicado ao deus Bel; a Misael que significa: ’’Quem é como Jeová”?, deram-lhe
o nome de Mesaque, homenagem ao deus “Aku”; a Ananias, cujo nome significa:
“misericordioso é Jeová”, chamaram-lhe Sadraque, em homenagem ao deus Marduc; e
Azarias, chamaram-lhe Abede-Nego, “servo de Nego”. Eram nomes pagãos com o
propósito de apagar o nome de Jeová na formação moral e religiosa desses
jovens. Mas não conseguiram. A fé estava plantada no coração deles. Na verdade,
Daniel e seus amigos foram colocados à prova numa terra estranha, com uma
cultura que se chocava frontalmente com aquela que haviam recebido em
Jerusalém. Essa provação não diminuiu a integridade moral e espiritual da vida
desses jovens. Ora, que significa integridade? Pode-se definir integridade como
solidez de caráter. Pode, também, significar o estado de ser inteiro, ser
completo. Na história do livro, Daniel, em especial, a sua integridade
resultava de sua formação de caráter. Ele assentou em seu coração não se
contaminar com as iguarias da mesa do rei, que acima de tudo, eram iguarias
oferecidas aos deuses do rei Nabucodonosor. Daniel e seus companheiros apesar
de serem jovens, ainda bem novos, tinham a consciência de tudo quanto estavam
vivendo naqueles dias, desterrados e humilhados era consequência do pecado do
seu povo e do seu rei e nada tinha a ver com o Deus de Israel. O mundo de hoje
oferece muitas iguarias mundanas para contaminar os servos de Deus, mas devemos
nos exemplificar em Daniel e seus amigos. A fidelidade ao Deus de Israel e a integridade
moral e espiritual desses jovens demonstraram que, a despeito do pecado do seu
rei e do seu povo, eles permaneciam fiéis a Deus. Aprendemos com Daniel e seus
amigos que a vida espiritual deles não consistia em meras tradições religiosas,
mas consistia numa vida de comunhão com Deus. Eles mantinham a fidelidade ao
seu Deus e guardavam a palavra de Deus no coração para não pecar contra Deus
como viram o seu rei pecar (SI 119.11). Elienai Cabral. Integridade Moral
e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD.
pag. 31-32.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Daniel
e seus amigos tinham um caráter imaculado e não se deixaram seduzir pelas
ofertas malignas de Nabucodonosor.
III. A ATITUDE DE DANIEL E DE SEUS AMIGOS
1. Uma firme resolução: não se
contaminar (Dn 1.8). Quando Aspenaz, chefe dos
eunucos, recebeu ordens de Nabucodonosor para preparar os jovens hebreus, ele
os reuniu e deu-lhes ordens quanto à dieta diária (1.5). Em seguida,
trocou-lhes os nomes hebreus por outros babilônicos: Daniel foi chamado
“Beltessazar”; Hananias, “Sadraque”; Misael, “Mesaque” e Azarias, “Abede-Nego”.
Porém, cuidadosa e inteligentemente, Daniel propôs outra dieta a Aspenaz e o
convenceu. Como as iguarias do rei da Babilônia eram oferecidas aos deuses,
Daniel e seus amigos não quiseram se contaminar. Essa corajosa atitude
representava muito e tinha um profundo significado na fé de Daniel e dos seus
amigos. Eles sabiam que seriam protegidos do mal! [Comentário: Quando Aspenaz, chefe dos eunucos recebeu
ordens expressas de Nabucodonosor quanto a preparação daqueles jovens, não
discutiria essa determinação palaciana. Reuniu os jovens hebreus e deu-lhes a
ordem (1.5,6). Além da troca de seus nomes para apagar de vez com os vínculos
religiosos que eles mantinham, Aspenaz lhes deu novos nomes pelos quais eles
seriam identificados (Dn 1.7). Mas Daniel, apoiado por seus companheiros
exilados, com atitude inteligente e prudente, convenceu a Aspenaz a aceitar a
proposta de outra dieta alimentar que daria o mesmo resultado requerido. Daniel
e seus amigos, inteligentemente não revelaram as razões de sua rejeição à dieta
da mesa do Rei, mas, na verdade, eles propuseram entre si não queriam
contaminar-se com as iguarias da mesa do rei que eram oferecidas aos deuses.
Essa atitude corajosa de Daniel e seus amigos representava toda a fé que tinham
no seu Deus a quem serviam e sabiam que seriam guardados do mal. Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 33.]
2. Daniel, um modelo de excelência. Mesmo sendo levado muito jovem para o exílio babilônico, Daniel conhecia
verdadeiramente o Deus do seu povo. Daniel tinha convicção de que alimento
algum, por melhor que fosse, teria mais valor que o relacionamento entre ele e
Deus. A exemplo de outros jovens descritos na Bíblia — Samuel (1Sm 3.1-11),
José (Gn 39.2), Davi (1Sm 16.12) e Timóteo (2Tm 3.15) —, Daniel é um modelo de
excelência para a juventude que busca uma vida de retidão e compromisso com o
Evangelho e a sua ética. A devoção de Daniel é inspiradora para todos que
desejam conciliar a vida cultural, em uma sociedade sem Deus, com uma vida de
oração e de compromisso com o Evangelho (Dn 6.10). [Comentário: Mesmo tendo sido levado
muito jovem para o exílio babilônico, Daniel conhecia a Deus e não o trocaria
por iguaria alguma que lhe fosse oferecida. É um modelo para os jovens (Ec
12.1), como também foram outros jovens na história bíblica como Samuel (1 Sm
3.1-11), José (Gn 39.2), Davi (1 Sm 16.12) e Timóteo (2 Tm 3.15). Durante toda
a sua vida, Daniel foi um exemplo de fidelidade e de oração, pois orava três
vezes ao dia, continuamente (Dn 6.10). Elienai Cabral. Integridade Moral e
Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag.
34.]
3. Daniel: modelo de integridade x
sociedade corrupta. A imponência dos templos
babilônicos, o poder político do Estado e a classe sacerdotal dos caldeus
escondiam o processo de corrupção sistemática que, mais tarde, culminaria na
queda daquele império. Em meio a toda aquela cultura pagã, o jovem Daniel
manteve-se íntegro, crente, honrando a Deus nas atividades políticas e
respeitando as autoridades superiores. Ele cumpriu os deveres esperados de um
bom cidadão babilônico. Todavia, quando Daniel foi desafiado pelos ministros do
império a abandonar a fé, o profeta não se dobrou, antes, continuou
perseverante na fé uma vez dada aos santos. Mesmo que isto custasse a sua
integridade física. Daniel manteve-se fiel! [Comentário: Apesar de todo o esforço de seus exatores que
os trouxeram para uma terra estranha, com costumes e hábitos, dedicados a
outros deuses, Daniel soube, durante toda a sua vida, manter-se íntegro moral e
fisicamente. Embora a tentativa inimiga de apagar e neutralizar a força de sua
fé, o jovens hebreu permaneceu firme e disposto a não render-se, senão a Deus
com sua própria vida. A mudança de nome não o fez esquecer de sua fé e seu Deus
Vivo e Poderoso (Dn 1.6,7). Nas atividades políticas soube conduzir-se,
respeitando as autoridades superiores, sem trair a sua fé em Deus. Sabia
cumprir seus deveres e, quando foi desafiado na sua fé a deixar de orar, ele
não traiu o seu Deus. A superação pela fidelidade a Deus (1.17) Neste versículo
a poderosa mão de Deus dirigiu todo o curso dos acontecimentos (vv.2, 9) , bem
como, a saúde física, o vigor intelectual e a capacidade de superar
inteligências comuns. O texto diz que “Deus lhes deu” tudo aquilo que os outros
príncipes do palácio não tinham. Deus era a fonte de todo o conhecimento
concedido aos jovens hebreus, além da capacidade de discernir o certo do
errado. Mais que a cultura babilônica era a cultura geral que os jovens hebreus
receberam para saber se conduzir no palácio e gozar da confiança do Rei
Nabucodonosor (além disso Daniel recebeu de Deus revelação de sonhos e visões -
capacidade espiritual). (1.18-20) Os jovens hebreus demonstraram a
Nabucodonosor serem “dez vezes mais doutos que os demais” (v.20). Na realidade,
essa constatação do Rei demonstrou a sua admiração por esses jovens. Mas havia
em tudo isso, o dedo de Deus dirigindo a vida desses hebreus, de modo a que seu
nome fosse glorificado diante da glória efêmera de Nabucodonosor. “E Daniel
permaneceu até ao primeiro ano do rei Ciro” (1.21). É interessante notar que
esse capítulo tem um caráter histórico no qual o autor relata os aspectos
principais dessa história. O reinado do rei Ciro, da Pérsia, conhecido como “o
Grande”, é um vislumbre do futuro de 70 anos depois de Nabucodonosor. Ciro
conquistou a Babilônia em 539 a.C. De sua juventude quando foi exilado para a
Babilônia por Nabucodonosor haviam se passado 70 anos e Daniel já era de
aproximadamente 85 anos quando os persas conquistaram a Babilônia. Os capítulos
5 e 6 do livro retratam esse tempo. “e Daniel permaneceu até...” (1.21). Por um
desígnio de Deus, Daniel permaneceu como oficial do império de Nabucodonosor
até Ciro da Pérsia durante todos esses anos do cativeiro de 70 anos dos judeus
em terra estrangeira, porque estava predito em profecias, especialmente, de
Jeremias. Nestes 70 anos de cativeiro, Jerusalém foi invadida e saqueada da sua
riqueza. Houve deportação em massa dos judeus e tudo isso porque “Joaquim, rei
de Judá, fez o que era mau aos olhos do Senhor” (2 Rs 24.8,9). Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 34-36.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Daniel
estava no exílio, mas seu relacionamento com Deus não foi afetado. Ele
manteve-se fiel ao Senhor e às suas leis.
CONCLUSÃO
Como preservar um caráter puro em
meio a uma sociedade corrompida? Esta pergunta pode ser respondida à luz da
vida de Daniel e seus amigos. Elas estimulam-nos a ver a vida com o olhar de
Deus, o nosso Pai. Fomos chamados por Deus a ser sal da terra e luz deste
mundo. Para isso, precisamos guardar o nosso coração e viver uma vida de
comunhão com Deus. Testemunhando o Evangelho para todos quantos necessitam
desta verdade libertadora. [Comentário: Nossos dias em nada diferem daqueles vividos por
Daniel e seus amigos. Presenciamos uma crise de integridade na família, nas
instituições públicas, na educação, na política e a igreja, conseqüentemente,
acaba envolvida. A integridade anda ausente não só no meio político, mas
fecharam a porta para ela também nos tribunais e em grandes denominações
evangélicas. Nossos dias apresentam questionamentos dos absolutos morais, dos
critérios da verdade. O Ver Hernandes Dias Lopes citando Gene Edward Veith,
diz: “O que nós temos hoje não é apenas um comportamento imoral, mas uma perda
de critérios morais”. Davi expressa essa angústia, quando pergunta: “Quando os
fundamentos são destruídos, que pode fazer o justo?” (SI 11.3) LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 13-14.
Daniel e seus amigos são exemplos fortes que precisamos para enfrentar este
momento - Daniel viveu num tempo em que a verdade estava sendo pisada, os
valores morais estavam sendo escarnecidos e a religião tinha perdido sua
integridade. Que o Eterno se compadeça de Sua Igreja!]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e
isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!
Hoje, em Campina Grande-PB
Outubro de 2014.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B (Ed). Teologia do Antigo
Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de
Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013.
EXERCÍCIOS
1. Quem subiu ao trono de Judá depois
da deposição de Jeoacaz?
R. O rei Jeoaquim.
2. Faça um breve comentário da situação
espiritual em que se encontrava Judá.
R. Depois da grande reforma política e religiosa em Judá, promovida
pelo rei Josias, os filhos deste se desviaram do Deus de Israel. Os sacerdotes,
a casa real e todo o povo perverteram-se espiritualmente.
3. Quantas incursões Nabucodonosor fez
a Jerusalém?
R. Houve três incursões do rei da Babilônia contra Judá.
4. Como os teóricos da psicologia
definem caráter?
R. Os teóricos da psicologia definem caráter como “a parte enrijecida
da personalidade de uma pessoa”.
5. Qual foi a atitude de Daniel e seus
amigos diante das iguarias do rei?
R. Daniel e seus amigos não quiseram se contaminar.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Bibliológico
“Que tivessem habilidade para viver no palácio do rei
Quando Deus permitiu a
Nabucodonosor a vitória sobre Jeoaquim em 605 a.C., o monarca babilônico levou
alguns vasos do templo e também alguns escolhidos dentre os príncipes e nobres.
Depois da destruição de Nínive, sete anos antes, o império babilônico começou a
crescer tão rapidamente que não dispunha de números suficientes de babilônios
cultos para a cúpula governamental. Por isso, Nabucodonosor levou para a
Babilônia jovens saudáveis de boa aparência e de alto nível cultural a fim de
ensinar-lhes a cultura e a língua dos caldeus e, assim, torná-los úteis no
serviço real. Entre eles estavam Daniel e seus três amigos” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1244).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bibliológico
“Jovens de Caráter (1.6-16)
Os quatro heróis de Daniel se sobressaíram entre
todos os vencedores do rigoroso exame. Esses pertenciam aos filhos de Judá e
tinham a reputação de serem da linhagem de Davi. Eles eram Daniel, Hananias,
Misael e Azarias. Esses quatro jovens de Judá, por intermédio dos seus nomes,
testemunhavam do único e verdadeiro Deus. Quaisquer que tivessem sido as
limitações do seu ambiente religioso em Judá, seus pais lhe deram nomes que
serviam de testemunho ao Deus que serviam: Daniel significava: ‘Deus é meu
juiz’; Hananias significava: ‘O Senhor tem sido gracioso ou bondoso’; Misael
significava: ‘Ele é alguém que vem de Deus’ e Azarias declarava: ‘O Senhor é
meu Ajudador’. A continuação da história claramente indica que, embora outros
pais em Judá pudessem ter falhado em relação à educação dos seus filhos, os
pais desses meninos tinham dado a eles uma base sólida em relação às convicções
e responsabilidades dignas dos seus nomes. Seu treinamento piedoso havia
cultivado profundas raízes de caráter” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 4. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2005, p.503).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A firmeza do caráter moral e espiritual de Daniel
Quem era o jovem Daniel? Quem eram Hananias, Misael e
Azarias, seus amigos? O livro de Daniel inicia a história desses jovens situando-os
no processo de deportação de Jerusalém para a Babilônia de Nabudonosor. A
respeito desses quatro jovens, a Bíblia descreve cinco características
importantes: Eram “de linhagem real, dos nobres”; “sem defeito algum”;
“formosos de aparência”; “instruídos em toda a sabedoria”; “sábios em ciência”.
A identidade dos quatro jovens
Flávio Josefo, historiador judeu de linhagem sacerdotal
(37-103 d.C), em sua célebre obra, História dos Hebreus, editada pela CPAD,
confirma a linhagem real e nobre de Daniel e dos seus três amigos: “Dentre
todos os filhos da nação judaica, parentes do rei Zedequias e outros de origem
mais ilustre, Nabucodonosor escolheu os que eram mais perfeitos e competentes”.
Outro apontamento de Josefo chama-nos a atenção: “Dentre os moços que eram
parentes de Zedequias, havia quatro perfeitamente honestos e inteligentes:
Daniel, Hananias, Misael e Azarias”. Tanto pela Bíblia quanto por fonte extra,
está claro que esses jovens pertenciam à realeza e à nobreza de Israel. Ambos
eram parentes do rei Zedequias. Entretanto, as características mais importantes
destacadas pela Bíblia e, igualmente por Josefo, eram a honestidade, firmeza e
integridade no caráter.
Educados na Lei de Deus, os jovens levavam a sério a ética
social da Torá na cultura paganizada da Babilônia. Prova disso foi a tentativa
de Nabudonosor em apagar a identidade social e religiosa deles. Ele trocou os
nomes dos rapazes para nomenclaturas pagãs: a Daniel deu o nome de Beltessazar;
Hananias o chamou Sadraque; a Misael, Mesaque; a Azarias, Abede-Nego.
A firmeza do caráter
Frequentemente, o termo caráter é conceituado como um tipo
ou sinal convencionado numa sociedade. Refere-se à índole, ao temperamento e a
forma moral. A família, a escola e a religião de um grupo social contribuem
para formar o caráter de uma pessoa.
Ao impor a troca dos
nomes de Daniel e os seus três amigos o rei Nabucodonosor estava “mudando” a
identidade deles, tanto cultural quanto religiosa, advinda da Lei de Deus. Mas
o que fizeram os jovens rapazes? Resistiram sabiamente, propondo outra
estratégia para viverem no palácio da Babilônia sem desonrar a Deus e
conservando a integridade de caráter herdado do seu povo.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos; Título:
Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja hoje.
Comentarista: Elienai Cabral
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
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