4º Trimestre de 2014
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Lição 1
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5
de Outubro de 2014
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Lição 1: Daniel, Nosso “Contemporâneo”
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TEXTO ÁUREO
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“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de
que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda)” (Mt
24.15).
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VERDADE
PRÁTICA
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Daniel é um exemplo de perseverança na fidelidade a Deus
e de integridade moral, estimulando-nos a confiar no projeto divino.
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HINOS
SUGERIDOS
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58, 61, 84.
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LEITURA
DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Daniel 1.1,2; 7.1; 12.4.
Daniel 1
1 - No ano terceiro do
reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, a
Jerusalém e a sitiou.
2 - E o Senhor
entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da
Casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e
pôs os utensílios na casa do tesouro do seu deus.
Daniel 7
1 - No primeiro ano de
Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua
cabeça; escreveu logo o sonho e relatou a suma das coisas.
Daniel 12
4 - E tu, Daniel,
fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de
uma parte para outra, e a ciência se multiplicará.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
- Conhecer panoramicamente o livro de
Daniel.
- Explicar a autoria e a história por
trás do livro de Daniel.
- Compreender os fatos que propiciaram o
exílio na Babilônia.
PALAVRA CHAVE
Providência: Ação pela qual Deus
conduz os acontecimentos e as criaturas para o fim que lhes for destinado.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Dada a importância do livro de
Daniel, nós o estudaremos sob a perspectiva da escatologia bíblica. Indiscutivelmente,
Daniel é um profeta bíblico que não ficou restrito ao passado. Ele é
contemporâneo! O seu nome, a sua vida e obra são um exemplo de perseverança em
Deus. Embora vivendo em circunstâncias adversas e numa cultura pagã, Daniel não
perdeu a fé no Deus Altíssimo e o vínculo com o seu povo. O capítulo 24 do
Evangelho de Mateus revela um dos mais importantes discursos proféticos de
Jesus. Ali, o Mestre de Nazaré cita o profeta Daniel (v.15). Conquanto as
profecias de Jesus nos remetam ao contexto de Israel, as evidências proféticas
descritas em Mateus 24 não se aplicam apenas à história do povo judeu, mas
igualmente à todas as etapas da história humana como descrita no livro de
Daniel. [Comentário: Neste último trimestre
estudaremos o incomparável livro de Daniel, e estaremos em contato com alguns
dos temas de profecia mais importantes. Daniel, estadista na corte de impérios
pagãos da Babilônia e da Pérsia, criado e formado no palácio do reino de Judá, não
exercia nenhuma atividade religiosa, já que não era da família sacerdotal, nem
era um profeta. Entretanto, sua fidelidade a Deus e o seu temor demonstrado,
deu-lhe o privilégio de ser alguém que Deus revelaria coisas profundas acerca
do futuro do seu povo exilado na Babilônia. A vida e o ministério de Daniel, o
profeta e estadista, desenvolveram-se em meio a grandes mudanças e
transformações sociais, religiosas e políticas do mundo de então. Com o
desaparecimento do Império Assírio em 606 a.C., entra no cenário o poderoso
Nabucodonosor que se tornou um dos mais famosos reis de todo o “Crescente
Fértil”, cujo reinado durou 43 anos. Nesse período, Nabucodonosor foi um
imperador tenaz e conquistador, além de ter restaurado cidades e templos em
ruínas, ele construiu canais, represas e portos, contribuindo com a civilização
daquela época. Foi ele que conquistou nações e, entre as quais, o reino de Judá
e seus príncipes e sábios. Daniel, Ananias, Misael e Azarias foram os jovens
levados cativos, dos filhos de Judá, para o Palácio da Babilônia. A estes
quatro jovens, Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e,
a Daniel, deu entendimento em toda a visão e sonhos (Dn 1.17). A
contemporaneidade de Daniel diz respeito ao fato de que as visões e revelações
concedidas por Deus a ele têm uma abrangência profética aos nossos tempos. Desde
o período do cativeiro babilônico, passaram-se aproximadamente 2.500 anos (550
a.C. — 2.014 d.C.) e o profeta Daniel é, indiscutivelmente, um profeta que não
ficou restrito ao passado. Daniel é um profeta para nossos tempos; é um profeta
contemporâneo. O nome, a vida e a obra do profeta Daniel são um exemplo de um
homem que, mesmo estando em circunstâncias adversas, em meio a uma cultura
pagã, não perdeu o vínculo com o seu povo e com a sua fé em Deus. No Evangelho
de Mateus temos um dos mais importantes discursos proféticos de Jesus no qual
Ele cita o profeta Daniel (Mt 24.15). As profecias de Jesus tinham um caráter
especial porque se referiam essencialmente ao povo de Israel. Entretanto, podemos
perceber que as evidências proféticas não se restringiam apenas a Israel, mas
tinham e têm um alcance e abrangência à toda a humanidade. A preocupação de Jesus
era responder a algumas questões que os judeus faziam quanto à vinda do Messias
para estabelecer o seu Reino na terra. Alguns biblicistas e pesquisadores da
história bíblica, ao analisarem o livro de Daniel do ponto de vista
histórica-crítica, criaram dificuldades para aceitar o conteúdo profético e
teológico do livro de Daniel. Porém, o cumprimento de algumas das profecias na
história de Israel, não só deram credibilidade ao livro, como serve de base
para o cumprimento do restante da profecia para o “fim do tempo” (Dn 8.17).
Portanto, o livro de Daniel não pode ser relegado a um papel secundário no
cânon das Escrituras. A igreja de Cristo reconhece o valor da história e da
profecia desse livro e proclama a Fé no Deus Todo-Poderoso que controla e
domina a história. Para entendermos o livro de Daniel em termos de história e
profecia, precisamos conhecer alguns elementos que dão consistência ao seu
estudo. Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro
de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 17-19] Convido você para mergulharmos mais fundo nas
Escrituras!
I. A
HISTÓRIA POR TRÁS DO LIVRO DE DANIEL
1. A formação histórica de Israel. A história do povo judeu começa com Abraão e Sara (Gn 12.1-3). Eles
tiveram um filho chamado Isaque, o filho da promessa de Deus (Gn 15.4; 17.18;
21.1-3). Isaque, por sua vez, gerou dois filhos, Esaú e Jacó. Do segundo filho,
Jacó, surgiu um clã de 12 filhos. O clã cresceu e multiplicou-se e,
posteriormente mudou-se para o Egito. Ali a família de Jacó aumentou em número,
tornando-se um povo altamente abundante em terra estrangeira. A partir de
então, formou-se Israel, a futura nação projetada por Deus. Mas com o passar do
tempo a família judaica perdeu as benesses que desfrutava nos anos do rei
egípcio que respeitava a liderança e a história de José no Egito. Entretanto,
através de uma intervenção divina, e sob a liderança de Moisés, os israelitas
saíram do Egito e peregrinaram pelo deserto até a terra de Canaã por quarenta
anos. A partir da libertação egípcia, Israel viveu sob a égide de um governo
teocrático, isto é, governado diretamente por Deus e através de homens chamados
por Ele para esta função. [Comentário: Deus deu início a uma nação separada para Si
chamando Abraão para andar em Sua presença. Deus, em sua presciência escolheu Abraão,
um dos personagens mais extraordinários da Bíblia Sagrada, para ser o protótipo
de um projeto que o colocaria na história. Abraão e sua mulher Sara (Gn 12.1-3)
seriam o ponto de partida para o cumprimento desse projeto. De Abraão sairia
uma família, uma raça, uma etnia especial que representaria os interesses de Deus
na terra. Abraão e Sara, na sua velhice, geraram um filho especial chamado
Isaque, o filho da promessa (Gn 15.4; 17.18; 21.1-3). Isaque se casa com Rebeca
e gera dois filhos, os gêmeos Esaú e Jacó. Do segundo filho Jacó, com uma prole
de 12 filhos foi formada uma nação, a nação projetada por Deus. A família de 12
filhos cresceu e, por esse modo, os desígnios de Deus para a semente de Abraão
se cumpriam historicamente. Obedecendo ao propósito divino, esta família
mudou-se, posteriormente, para o Egito. Naquela terra, a família aumentou em
número tornando-se um povo gigantesco. Com a morte do antigo Faraó e morto,
também, José, a família proliferou-se na terra do Egito, mas perdeu as benesses
do tempo de José e passaram a viver como escravos por quatrocentos anos, até
que Deus os tirou do Egito com mão forte e poderosa. Os filhos de Jacó
tornaram- se conhecidos como os filhos de Israel. Saíram do Egito, por uma
intervenção divina e viveram no deserto por quarenta anos sob a liderança de
Moisés. A partir de então, esse povo viveu sob a égide de um governo
diretamente de Deus, um governo teocrático, através de homens chamados para
esse mister. Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do
Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 19-20. Hernandes
Dias Lopes, escreve em sua obra DANIEL Um
homem amado no céu (Editora Hagnos): A família tornou-se uma nação. Esta
desceu ao Egito, onde permaneceu quatrocentos anos. Deus tirou Israel do
cativeiro com mão forte e poderosa. Dez pragas vieram sobre o Egito,
desbancando as divindades do maior império do mundo. Israel perambulou no
deserto quarenta anos sob a liderança de Moisés. Durante sete anos conquistou a
terra, sob a liderança de Josué. Surge a Teocracia no período dos juízes. Esse
tempo durou cerca de trezentos anos, quando Israel oscilou entre pecado, juízo,
arrependimento e restauração. Depois da Teocracia veio a Monarquia. Cento e
vinte anos de Reino Unido sob Saul, Davi e Salomão. Com a morte de Salomão em
931 a.C., sob o governo de seu filho Roboão, o reino se dividiu em: reino do
Norte e Reino do Sul. O Reino do Norte, formado por dez tribos teve dezenove
reis, com 8 dinastias (uma sequência de governantes considerados como membros
da mesma família). Por causa de sua obstinação e desobediência foram levados
cativos em 722 a.C., pela Assíria, e jamais foram restaurados. O Reino do Sul,
formado pelas tribos de Judá e Benjamim, procedia da dinastia davídica. Esse
reino teve vinte reis e experimentou altos e baixos, momentos de glória e
tempos de calamidade, reis piedosos no trono e reis perversos e maus. Esse
reino alternou momentos de volta para Deus e momentos de rebeldia. Porque o
povo abandonou a Deus e não quis ouvir sua Palavra, Deus enviou seu juízo sobre
a nação. Os caldeus vieram contra eles, e Deus os entregou nas mãos de
Nabucodonosor, rei da Babilônia. LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem
amado no céu. Editora Hagnos. pag. 18-19.].
2. O governo teocrático. Moisés morreu e o seu substituto foi Josué. Sob o seu comando, Israel
conquistou a terra de Canaã e instituiu um governo em que a autoridade
governamental vinha de Deus — a teocracia. Esse período perdurou
aproximadamente trezentos anos, incluindo o período dos juízes. Foi um tempo
difícil porque Israel afastou-se da direção divina e “cada um fazia o que
parecia reto aos seus olhos” (Jz 21.25). [Comentário: Teocracia (do grego Teo:
Deus + kratos: governo) é o sistema de governo em que as ações políticas,
jurídicas e policiais são submetidas às normas de alguma religião. O poder
teocrático pode ser exercido direta ou indiretamente pelos clérigos de uma
religião http://pt.wikipedia.org/wiki/Teocracia.
Atualmente, Israel que é oficialmente um Estado judeu (Israel opera sob um
sistema parlamentar como uma república democrática com sufrágio universal, mas
o judaísmo recebe privilégios do governo, por representar 81% da população
israelita). Frequentemente descrito como sendo um Estado teocrático. Durante o
período que Israel caminhou pelo deserto, o povo aprendeu a depender de DEUS
sob uma liderança teocrática através de Moisés. Quando Moisés morreu, Deus
levantou Josué para substituí-lo e, sob o seu comando, Israel conquista a terra
de Canaã. O período seguinte corresponde o dos juízes que dura aproximadamente
trezentos anos, quando o governo teocrático continua. O período dos Juízes foi
um período difícil porque Israel afastou-se da direção divina preferindo a
Monarquia. Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do
Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 20. Pfeiffer vai
dizer que “Um dos principais elementos da
aliança entre Deus e Israel é a soberania de Deus. Este fato tem sido explicado
e enfatizado nos últimos anos pela descoberta de algumas semelhanças entre a
escravidão hitita, ou tratados de suserania, e a aliança de Israel com Deus
(veja Meredith Kline, Treaty ofthe Great King, Eerdmans, 1963). No NT, a ideia
do governo de Deus é tirada da esfera política, e se torna um sinônimo do reino
de Deus, que é constituído pelo governo de Deus entre os cristãos (e dentro de
cada cristão), mas que só poderá ser visto literalmente no final, quando Jesus Cristo
retornar para inaugurar o reino milenial”. PFEIFFER .Charles F.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1909]
3. O governo monárquico. O reino de Israel esteve sob a liderança de Saul, Davi e Salomão por
cento e vinte anos. O rei Salomão morreu em 931 a.C. marcando assim a
decadência política, moral e religiosa da monarquia. Roboão, o seu filho,
assumiu o reino, mas acabou dividindo-o em dois: o do Norte e o do Sul. O reino
do Norte constituía-se de dez tribos. O do Sul, de apenas duas tribos, Judá e
Benjamim. No ano de 722 a.C. o Império Assírio dominou o reino do Norte e
subjugou o seu rei, os príncipes e todo o povo. O reino do Sul teve momentos de
glória, mas igualmente de calamidades. Constituído por alguns reis piedosos e
outros ímpios, acabou por ser invadido pelo Império da Babilônia. Entre os anos
606 a.C. e 587 a.C., Nabucodonosor levou em cativeiro os nobres de Jerusalém:
príncipes, intelectuais e homens de guerra, etc., deixando em Judá apenas os
pobres e os deficientes. Toda esta história propiciou a intervenção divina na
vida de Israel para preservação do projeto original de Deus. [Comentário: Não era
a vontade divina que Israel tivesse um rei como as outras nações? Embora o rei
para eles não fosse uma escolha errada em si, os israelitas estavam exigindo
isso de maneira equivocada. O povo claramente expôs seus motivos para querer um
rei. Primeiro, os hebreus queriam seguir as práticas das nações vizinhas (1 Sm
8.5). Segundo, eles queriam um rei para liderá-los nas batalhas (1 Sm 8.20).
Ambas as razões apontavam para a rejeição a Deus como seu Rei (1 Sm 8.7). O
Senhor demonstrou em inúmeras ocasiões que Ele pelejaria as batalhas de Israel.
Desde a miraculosa queda das muralhas de Jericó (Js 6.20) até a fuga do
exército dos midianitas de Gideão (Jz 7.19-22), Deus livrou o Seu povo inúmeras
vezes dos seus inimigos. Por que os israelitas precisariam de um rei agora para
liderá-los nas batalhas? Além disso, Deus deu ao povo a Sua Palavra, os
profetas e os juízes para guiá-lo. Mas a trágica história dos juízes demonstra
que o povo de Deus ignorou a Sua orientação e aderiu às práticas de seus
vizinhos (Jz 3,7). Mais uma vez, os hebreus estavam seguindo seus vizinhos, em
vez de seguir o Deus vivo e a Palavra que Ele tinha dado a eles. Embora Samuel
tenha claramente lhes falado sobre o alerta de Deus, eles teimaram e preferiram
a sua própria vontade em detrimento da vontade o Senhor. Por fim, Deus permitiu
que os israelitas tivessem o que queriam. O Senhor lhes deu um rei como aqueles
vistos nas outras nações. O alto e belo Saul teria sido a escolha perfeita para
um rei. Mas, mediante o reinado trágico de Saul, Deus ensinou aos israelitas
que eles precisavam de um rei que não fosse igual aos reis das outras nações. Eles
precisavam de um rei que obedecesse à Palavra de Deus, em vez de seguir a sua
própria vontade; um rei que confiasse no Senhor, e não em si mesmo. À sombra
dos erros de Saul, Deus treinou o jovem Davi para andar nos Seus caminhos de
maneira que ele pudesse finalmente liderar a nação em retidão. EarI D.
Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo
Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 468. ]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Deus
chamou Abraão e a partir dele deu início à história do povo judeu.
II. OS FATOS QUE PROPICIARAM O EXÍLIO NA BABILÔNIA
1. O contexto político do reino de
Judá. Em 606 a.C. Nabucodonosor
invadiu Jerusalém e, além da nobreza, tomou da cidade todos os utensílios do
Templo: ouro, prata e pedras preciosas. Jeoaquim, rei de Judá, não resistiu e
tornou-se tributário da Babilônia, perdendo o domínio do seu reino e também a
confiança dos seus valentes. Entre os cativos expatriados para Babilônia estava
o profeta Ezequiel (Ez 1.1-3). O exército de Nabucodonosor destruiu o Templo,
saqueou Jerusalém e arrasou política, moral e espiritualmente o reino de Judá.
Babilônia se impôs como império por mais de quatro décadas. Israel foi
humilhado, passando de nação próspera à tributária da Babilônia! [Comentário: Russell
Norman Champlin escreve em sua obra intitulada “Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo” (Editora Hagnos), que “Antes do cativeiro babilônico de Judá, houve o cativeiro assírio que
envolveu a nação do norte, Israel. A queda de Samaria, capital do reino do
norte, ocorreu em 722 a.C. O domínio assírio sobre Judá começou em 721 a.C.,
quando caiu o reino do norte, mas Judá nunca se tornou uma província assíria,
embora tivesse pago tributo regularmente aos reis assírios. Com o surgimento do
reino caldeu, sob Nabucodonosor (605— 562 a.C.), a situação de Judá piorou
rapidamente. Em 598 a.C., Nabucodonosor invadiu Judá e levou para o cativeiro o
seu rei, Jeoaquim, e muitos dos principais cidadãos dessa nação. O trecho de II
Reis 24.15 mostra-nos que Ezequiel se encontrava entre esses exilados. Os
eruditos discordam quanto ao modo geral e ao número das deportações.
Presumivelmente, antes disso, em cerca de 605 a.C., houve outra deportação, de
tal modo que a deportação de Ezequiel foi a segunda de três deportações. Na
Babilônia, Ezequiel continuou a advertir aos que tinham sido deixados na Judéia
de que o pior ainda estava por vir. Os pecados nacionais, mormente a idolatria,
eram as causas espirituais de todos esses infortúnios. O governo de Zedequias,
em Judá, sob as ordens de Nabucodonosor, foi incapaz de controlar os rebeldes
líderes do estado judeu. A revolta irrompeu contra o domínio estrangeiro, em
588 a.C.. Nabucodonosor não perdeu um instante. Em 586 a.C., a terra inteira de
Judá jazia arruinada, Jerusalém estava destruída e saqueada e o templo não
existia mais. E muitos outros milhares de judeus foram então deportados (na
terceira deportação)”. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3197]
2. Israel no exílio babilônico. Quando uma liderança perde a intimidade com Deus e, por consequência, a
credibilidade entre os homens, como aconteceu com os últimos reis de Israel e
de Judá, a tragédia espiritual e moral é inevitável. O cativeiro de 70 anos na
Babilônia, profetizado por Jeremias, foi cabalmente cumprido (2Cr 36.21). Por
outro lado, Deus nos ensina a conhecer os seus desígnios. Foi no exílio
babilônico que Israel aprendeu a conhecer a Deus e não aceitar outro deus em
seu lugar. O cativeiro propiciou a volta do povo de Deus à comunhão com o
Altíssimo. A partir desse panorama histórico compreenderemos o livro do profeta
Daniel. Para isto, precisamos igualmente conhecer os aspectos gerais e a
importância do livro e da pessoa do chamado “profeta do cativeiro”. [Comentário: Os
caldeus mataram jovens e velhos sem demonstrar misericórdia, demoliram
completamente o Templo e a cidade e levaram o povo cativo para a Babilônia. Só
então a terra passou a ter os sábados de descanso. Estas palavras de Jeremias
sugerem que o ano sabático não foi observado durante o período da monarquia.
Elas lembraram o povo de que havia pelo menos duas razões para o cativeiro: (1)
a idolatria; e (2) a falha em manter o ano do jubileu. Por esta razão o
cativeiro (606-536 a.C.) deveria durar setenta anos - um sábado de repouso (cf.
Jr 25.12; 29.10). Robert L. Sawyer. Comentário Bíblico Beacon I e II
Crônicas. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 475. Elienai Cabral, em obra de
apoio à revista deste trimestre, Integridade
Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje (Editora
CPAD), escreve: “No plano geral da revelação divina o livro de Daniel ocupa um
lugar de suma importância. Sua parte histórica é cheia de experiências
marcantes que revelam a soberania de Deus e o seu cuidado com aqueles que lhe
são fieis. A parte profética contém predições escatológicas cujo cumprimento
ainda não tem chegado. Essa parte ocupa os últimos seis capítulos os quais
trazem o registro de quatro visões proféticas dada especialmente a Daniel.
Essas visões apresentam figuras simbólicas dos reinos gentílicos envolvendo
tempos distintos nos quais Deus fará valer sua soberania no mundo,
especialmente, com as nações que unirão para massacrar a Israel no tempo do
Fim. Algumas dessas profecias já tiveram seu cumprimento na história e outras
que se cumprirão no tempo que Deus estabeleceu para se cumprirem. Ao longo do
estudo dessas profecias constataremos essas predições. As visões, portanto, se
estendem para o futuro”. Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O
Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 23.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O
povo de Deus se rebelou contra o Senhor e como não se arrependeu, sofreu com o
exílio na Babilônia.
III. DANIEL, O AUTOR E O LIVRO
1. O homem Daniel. Há pouca informação histórica sobre a família de Daniel, senão a de que
ele era da linhagem real de Israel (Dn 1.3). Levado para a Babilônia ainda
muito jovem, Daniel destacava-se como um judeu inteligente e bem instruído. Ele
possuía firmes convicções no Deus de Israel e era contemporâneo de dois importantes
profetas da nação israelita: Jeremias e Ezequiel. Certamente esses profetas
deixaram seus exemplos como legados para a vida do jovem Daniel. Em 597 a.C.,
Ezequiel havia sido levado para a Babilônia (Ez 43.6,7). Ali esse experiente
profeta chega a citá-lo em seu livro, descrevendo Daniel como um homem de
sabedoria e de justiça (Ez 14.14). [Comentário: Daniel "assentou em
seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho
que ele bebia" (1.8). Como uma concessão ao seu pedido, Daniel e seus
amigos tiveram permissão de apenas comer vegetais e beber água durante dez
dias, e demonstraram ter ficado mais saudáveis que os demais companheiros. Os
supervisores perceberam que esses jovens judeus possuíam grande habilidade e
sabedoria. Ao final de seu período de treinamento foram reconhecidos pelo rei
como superiores a todos os homens sábios da corte real. Através da divina
revelação, Daniel contou o sonho que o rei havia esquecido e também deu a
interpretação, que incluía a destruição do reino de Nabucodonosor (Dn 2). O rei
elogiou Daniel, honrou o seu Deus e o recompensou com presentes preciosos
(2.46,47) e também "o pôs por governador de toda a província de Babilônia,
como também por principal governador de todos os sábios de Babilônia"
(2.48). Mais tarde, Daniel interpretou outro sonho de Nabucodonosor e disse ao
rei que, durante algum tempo, ele perderia seu trono, mas que este seria
recuperado depois que ele tivesse se humilhado completamente (Dn 4). Deus
revelou, através de Daniel, certos aspectos do reino messiânico que poderiam
interferir no curso da história e da eternidade. Mais de 20 anos (561-539 a.C.)
nada foi registrado a respeito de Daniel; pode ser que ele tenha perdido sua
posição e o favor real. Então, na festa de Belsazar (q.v), que era o co-regente
com seu pai Nabonido, a rainha (provavelmente mãe de Belsazar, e filha de
Nabucodonosor) lembrou-se de Daniel, que foi convocado para interpretar uma
estranha inscrição na parede (Dn 5.10-28). De acordo com sua interpretação, a
Babilônia seria conquistada naquela noite (539 a.C.) por Dário, o medo. Embora
a história secular não tenha, até o momento, conhecido um personagem medo com o
nome de Dário, ele foi identificado por competentes estudiosos como sendo
Gobryas, governador da Babilônia no reinado de Ciro (John C. Whitcomb, Darius
the Mede). Dário reconheceu a habilidade de Daniel e o fez chefe de um conselho
de três presidentes e "pensava constituí-lo sobre todo o reino" (Dn
6.3). Em sua religião, Daniel manifestava a mesma fidelidade incondicional. Ele
desafiou o decreto de Dário e orava a Deus ao invés de fazer petições ao rei.
Foi lançado na cova dos leões e milagrosamente salvo (Dn 6). Ele nunca
transigiu as suas convicções, nem hesitou em sua lealdade a Deus. Viveu até o
terceiro ano do reinado de Ciro (536 a.C), chegando, provavelmente, a 90 anos
de idade e ainda bastante ativo. Ezequiel se referia a Daniel como um homem de
grande sabedoria e piedade (Ez 28.3) e o colocava ao lado de pessoas tão dignas
quanto Noé e Jó (Ez 14.14,20), homens de renomada virtude. Jesus se referiu a
Daniel pelo menos uma vez (Mt 24.15). PFEIFFER .Charles F. Dicionário
Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 519-520.].
2. A importância do livro. O livro de Daniel possui dois conteúdos: o histórico e o profético. No
plano geral da revelação divina, o livro de Daniel ocupa um lugar de suma
importância. Do capítulo 1 ao 6 o conteúdo é histórico, e do 7 ao 12,
profético. O conteúdo histórico do livro contém experiências que revelam a
soberania e o cuidado de Deus para com aqueles que lhe são fiéis. Já o conteúdo
profético traz predições escatológicas, em sua maioria, ainda não cumpridas.
Por este último conteúdo cremos na “contemporaneidade” de Daniel. [Comentário: O livro
também mostraria que Deus, embora juiz dos judeus, já que os deixou ir para o
exílio, haveria de restaurá-los, por causa de sua misericórdia. Naturalmente, o
arcabouço histórico poderia ter sido utilizado pelo autor como uma lição
objetiva, destinada a um povo posterior, que estivesse enfrentando um conjunto
inteiramente diverso de dificuldades. O Comentário Bíblico Beacon afirma que “O
livro de Daniel foi um livro para Daniel e para o atribulado povo remanescente
de Deus dos seus dias, mas esse também é um livro para todas as gerações,
designado para manter a história em perspectiva. O livro continua sendo
relevante para os nossos dias. Certamente, estamos mais próximos do tempo da
consumação do Reino de Deus do que qualquer povo que viveu antes de nós. Em
dias de profunda escuridão e conflitos cruciais, vamos extrair esperança e
coragem da mensagem transmitida a Daniel”. Roy E. Swim. Comentário Bíblico
Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 500.]
3. A autoria e as características do
livro. Indiscutivelmente, foi o próprio
Daniel quem escreveu o livro entre os anos 606 e 536 a.C. Ele iniciou sua obra
escrevendo na Babilônia e, posteriormente, encerrou-a no palácio de Susã (Dn
8.2). O livro contém doze capítulos, majoritariamente escrito em hebraico,
excetuando a seção 2.4 até 7.28, que foi escrita em dialeto aramaico. Além de
histórico, o livro de Daniel contém revelações proféticas cumpridas e outras
que ainda vão se cumprir no futuro. São revelações concernentes ao povo de
Israel e aos gentios. Deus revelou a Daniel o futuro das nações através da
linguagem alegórica. Portanto, pode-se classificar o livro de Daniel como
gênero apocalíptico porque desvenda o futuro do mundo trazendo esperança para o
povo de Deus, pois ali, Israel é o ponto convergente dos fatos futuros. [Comentário: Desde a antiguidade a
tradição judaico-cristã tem declarado que Daniel escreveu esse livro durante o
exílio no século 6 a.C. O fato de os homens da Grande Sinagoga terem escrito o
livro de Daniel durante o período de Esdras e Neemias, de acordo com o Talmude,
significa apenas que eles o copiaram. O livro pretende revelar uma historia
séria e afirma que Daniel pronunciou as profecias ali contidas. JESUS
referiu-se à "abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel"
em Mateus 24.15. Até o momento, a opinião tradicional tem sido seriamente questionada.
O livro provavelmente data do século VI. A descoberta do nome de Belsazar
(q.v.) nas tábuas de argila da Babilônia, e a provável identificação feita por
Whitcomb em relação a Dário, o medo (q.v.) com sendo Gubaru (em grego,
Gobryas), foram muito longe para reivindicar a precisão histórica desse livro
para o século VI. Supostos problemas linguísticos e exegéticos têm sido mais
que adequadamente respondidos por estudiosos conservadores (SOTI, pp. 368ss.).
Fragmentos de Qumran do livro de Daniel (150 a.C.) também estão exercendo forte
pressão para localizar a data de sua autoria dentro de uma opinião
conservadora. PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora
CPAD. pag. 520-522.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Umas
das razões da importância do livro de Daniel está no fato de que, em sua
maioria, as predições escatológicas ainda não se cumpriram.
CONCLUSÃO
O livro de Daniel nos mostra o
compromisso de um homem que se dispõe a servir a Deus, mantendo a sua
integridade moral e espiritual sem fazer concessões ao sistema idólatra e
opressor da Babilônia. Aprendemos igualmente que a história humana não é
casual, mas dirigida pelo Deus soberano, que faz todas as coisas contribuírem
para o bem daqueles que amam ao Senhor. [Comentário: O livro
de Daniel consolida a literatura apocalíptica e trata sobre a soberania de Deus
em um mundo hostil a Ele. O que o livro de Daniel nos ensina sobre o Deus que
adoramos? Tome como exemplo as profecias contidas nele — as que já se cumpriram
e as que ainda se cumprirão. De maneira bem vívida, elas mostram que YAHWEH é
Aquele que cumpre a palavra! (Is 55.11).]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e
isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!
Hoje, em Campina Grande-PB
Outubro de 2014.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy (Ed). Teologia do Antigo
Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de
Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013
EXERCÍCIOS
1. Com quem tem início a história do povo judeu?
R. A história do povo judeu começa com Abraão e Sara (Gn 12.1-3).
2. Quantas tribos constituíam os reinos do Norte e
do Sul?
R. O reino do Norte constituía-se de dez tribos. O do Sul, de apenas duas
tribos, Judá e Benjamim.
3. Quanto tempo durou o cativeiro de Israel?
R. Setenta anos.
4. Daniel era contemporâneo de quais profetas?
R. De Jeremias e Ezequiel.
5. Quais são os dois conteúdos distintos do livro
de Daniel?
R. O livro de Daniel possui dois conteúdos: o histórico e o profético.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Hermeneutico
“Uma correta interpretação de Daniel esclarece a revelação
de que Deus tem um futuro para Israel. Um raciocínio crítico acerca da mensagem
profética de Daniel cria uma concepção fictícia da importância do livro.
Tamanho erro na interpretação exclui o significado das profecias e torna o
livro de Daniel em um conto de fadas.
O livro de Daniel é a
chave de todas as profecias bíblicas. Sem ele, remotas revelações escatológicas
e seu escopo profético são inexplicáveis. As grandes profecias do Senhor, no
discurso do monte das Oliveiras (Mt 24,25; Mc 13; Lc 21), bem como 2
Tessalonicenses 2 e o livro de Apocalipse (ambos mencionam o Anticristo de
Daniel 11), só podem ser compreendidas com a ajuda das profecias de Daniel”
(LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD,
2013, p.175).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Hermenêutico
“Uma correta
interpretação do livro de Daniel
A fim de interpretar
corretamente Daniel, duas premissas são relevantes: (1) O livro é genuíno e foi
escrito pelo profeta Daniel no século VI a.C. Muitos críticos afirmam que o
livro de Daniel faz parte daquilo que conhecemos como literatura apocalíptica,
que veio a surgir já no período helenístico. Eles sustentam que fraudes de
autoria e data são comuns neste gênero literário. Tais suposições racionalistas
são, contudo, inaceitáveis. A interpretação de qualquer livro considerado
apocalíptico não exige uma hermenêutica específica ou sistemas interpretativos
especiais. Mudar sua hermenêutica é separar a profecia bíblica de seu
cumprimento histórico. É uma tentativa liberal de se considerar a profecia como
mito ou fantasia. (2) Uma interpretação precisa depende do fato de a profecia
não ser apenas possível, mas também do fundamento dos verdadeiros e genuínos
escritos bíblicos apocalípticos. As profecias levaram muitos supostos
estudiosos a rejeitarem a genuinidade das visões de Daniel. Muitos críticos
rejeitaram de forma cabal o que é claramente uma profecia predita. A única
forma de explicarem a meticulosidade e a acurácia das profecias de Daniel é
relegando-as a uma época posterior e a um outro autor” (LAHAYE, Tim.
Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.175)
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Daniel, nosso contemporâneo
O livro de Daniel foi (e talvez ainda seja) objeto de algumas
controvérsias entre os teólogos. Não por acaso, um crente batista, Willian
Miller (ou Guilherme Miller), no ano de 1831, através de uma série de cálculos,
popularizou a interpretação de Daniel 8.14 cujo resultado previa a volta de
Jesus em 22 de Outubro de 1844. Miller errou na interpretação e até hoje o
nosso Senhor não veio!
Anteriores a Willian Miller, outros intérpretes chegaram às
conclusões semelhantes: o Jesuíta Manuel Lacunza (1731-1801); o jurista
mexicano, Gutierry de Rozas (1835); Adam Burwell, missionário canadense da
sociedade para propagação do Evangelho (1835); R. Scott, padre anglicano e, em
seguida, pastor Batista (1834); o missionário inglês, Joseph Wolff (1829). Por
que um livro bíblico, a Palavra de Deus, traria tantas discrepâncias?
O problema não está na Bíblia, mas em quem a interpreta.
Por isso, devemos considerar algumas informações ao iniciar o nosso estudo em
Daniel:
Um relato histórico. O conceito conversador e tradicional
de que o livro de Daniel é histórico e remonta os próprios dias do profeta era
unânime até aparecer a crítica moderna da Bíblia. Ainda assim, não temos razões
para mudar este conceito hoje.
O livro. O texto foi escrito em hebraico, entretanto, os
capítulos da seção 2.4 a 7.28 foram redigidos em aramaico. Derivado da Caldeia,
o aramaico era um idioma popular das relações internacionais do período
imperial babilônico.
O Esboço. Este nos ajuda a compreender a unidade literária
do livro de Daniel. A estrutura da obra bíblica consta assim: (I) História
[1-6] e (II) Profecia [7-12].
(I) História: Daniel na Babilônia [1]; as duas imagens — o
sonho e a estátua de Nabucodonosor [2 e 3]; Dois reis sob disciplina — o
orgulho de Nabudonosor e a profanação de Belsazar [4 e 5]; O decreto de Dario
[6].
(II) Profecia: As duas visões dos animais-impérios — os
quatro animais / o bode e o carneiro [7 e 8]; A explicação das duas profecias —
os 70 anos de Jeremias e os acontecimentos dos últimos tempos [9-12].
Propósito. Revelar o
escape de Deus para o Seu povo, apesar das injustiças promovidas pelos impérios
pagãos. O profeta Daniel mostra que o Senhor julgará os poderes políticos do
mundo que institucionalizam a injustiça. Quando entendemos a unidade literária
de Daniel os símbolos e as figuras apresentadas no livro tornam-se complementos
do assunto central: a Soberania de Deus.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos; Título:
Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja hoje.
Comentarista: Elienai Cabral
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos
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