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3º Trimestre de 2014
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Lição 3
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20
de Julho de 2014
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A importância
da sabedoria humilde
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TEXTO ÁUREO
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“Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a e
ela te conservará” (Pv 4.6). Note a estrutura
paralela deste versículo, onde a segunda linha diz quase a mesma coisa que a
primeira, no entanto, com algum desenvolvimento do pensamento. “Não
desampares” torna-se a injunção positiva para “amar”. A sabedoria é muito
mais do que um acumulo de fatos. Envolve confiança e comprometimento.
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VERDADE
PRÁTICA
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A
sabedoria que procede de Deus é humilde, por isso, equilibra o crente em
todas as circunstâncias da vida.
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HINOS
SUGERIDOS
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423,
482, 592.
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LEITURA DIÁRIA
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago 1.5; 3.13-18.
Tiago 1
5 - E, se algum de vós
tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o
lança em rosto; e ser-lhe-á dada.
Tiago 3
13 - Quem dentre vós é
sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de
sabedoria.
14 - Mas, se tendes
amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem
mintais contra a verdade.
15 - Essa não é a
sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.
16 - Porque, onde há
inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa.
17 - Mas a sabedoria
que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável,
cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.
18 - Ora, o fruto da
justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
- Descrever a sabedoria que vem de Deus.
- Demonstrar na prática a sabedoria humilde.
- Compreender a distinção entre a verdadeira sabedoria e a arrogante.
PALAVRA CHAVE
Sabedoria
Humilde: Nesta lição, um tipo de sabedoria que só pode vir de Deus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos os
ensinamentos da Palavra de Deus acerca da importância da sabedoria divina para
o nosso viver diário. Tiago inicia a temática em tom de exortação, enfatizando
a necessidade da sabedoria divina como condição básica de levar a igreja a
viver a Palavra de Deus com alegria, coerência, segurança e responsabilidade. E
isso tudo sem precisar fugir das tribulações ou negar que o crente passa por
problemas. A nossa expectativa é que você abrace o estilo de vida proposto pelo
Santo Espírito nesta carta. Não fugindo da realidade da vida, mas enfrentando-a
com sabedoria do alto e na força do Espírito Santo. [Comentário: A lição
de hoje está direcionada à sabedoria, não a sabedoria do mundo, mas aquela
doada por Deus, aquela que foi perdida em decorrência da rebelião do ser humano
contra Deus; rebelião que deixou o pensamento humano “obscurecido” (Rm 1.21; Ef
4.18), pelo pecado que se coloca como uma parede entre nós e Deus. De qualquer
modo, nesse aspecto o pensamento desvinculado de Deus, autocrático e arbitrário
do ser humano encontra-se no caminho falso (Rm 1.22; 1Co 1.19,27; 1Co 2.14).
Não somente o querer da pessoa natural, mas igualmente seu pensar foi condenado
e “cruzado” pela cruz de Jesus, que na realidade representa o juízo de Deus
sobre nós. Por nova sabedoria “espiritual”, no entanto, a Bíblia compreende o
reconhecimento concedido e produzido por meio do Espírito de Deus: o
reconhecimento daquilo que Deus faz e do que ele espera que o ser humano faça
(1Co 1.24; 2.6s; 12.8; Ef 1.17; Cl 1.9; Tg 3.13,17). O cristão não vive
isolado, mas na companhia de outros, na comunidade em que Deus o colocou. Essa
comunidade é, em primeiro lugar, a igreja de Jesus Cristo. Conforme sua
vocação, a igreja está no mundo para fazer brilhar a luz do evangelho. Para
atuar de modo correto em seus respectivos lugares, o cristão e a igreja
precisam de sabedoria e entendimento. Na parte introdutória de sua epístola,
Tiago diz ao leitor como obter sabedoria: “deve pedir a Deus, que dá generosamente
a todos sem encontrar culpa, e lhe será dada” (1.5). Ninguém pode viver sem
sabedoria, pois ninguém deseja ser tolo. Assim, a sabedoria é muito bem
guardada por aqueles que a têm e procurada por aqueles que dela são desprovidos] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. A
NECESSIDADE DE PEDIRMOS SABEDORIA A DEUS (Tg 1.5)
1. A sabedoria que vem de Deus. Tiago fala da sabedoria que vem do alto para distingui-la da humana, de
origem má (Tg 3.13-17). Irrefutavelmente, a sabedoria que vem de Deus é o meio
pelo qual o homem alcança o discernimento da boa, agradável e perfeita vontade
divina (Pv 2.10-19; 3.1-8,13-15; 9.1-6; Rm 12.1,2). Sem esta sabedoria, o ser
humano vive à mercê de suas próprias iniciativas, dominado por suas emoções,
sujeitando-se aos mais drásticos efeitos das suas reações. Enfim, a Palavra de
Deus nos orienta a vivermos com prudência. Todavia, quando nos achamos em meio
às aflições é possível que nos falte sabedoria. Por isso, o texto de Tiago
revela ainda a necessidade de o crente desenvolver-se, adquirindo maturidade
espiritual. [Comentário: Sabedoria
é o uso correto do conhecimento. Tiago enxerga a sabedoria como sendo uma
necessidade para as pessoas, mas faz questão de mostrar os tipos de sabedoria
que podemos encontrar à nossa volta. E para o apóstolo, mais do que ter, ou
não, sabedoria, é imprescindível saber a quem pedir, é preciso utilizá-la. Uma
pessoa pode ser culta e tola. Hoje se dá mais valor à inteligência emocional do
que a inteligência intelectual. Uma pessoa pode ter muito conhecimento e não
saber se relacionar com as pessoas. Ela pode saber muito e não saber viver com
ela e com os outros. Sabedoria é também olhar para a vida com os olhos de Deus
– A pergunta do sábio é: em meus passos, o que faria Jesus? Como ele falaria,
como agiria, como reagiria? Cristo não foi um mestre da escola clássica. Ele
ensinou os seus discípulos na escola da vida. Ensinar a sabedoria é mais
importante do que ensinar fórmulas de matemática. Há uma sabedoria que vem do
alto e outra que vem da terra. Há uma sabedoria que vem de Deus e outra
engendrada pelo próprio homem. A Bíblia traz alguns exemplos da tolice da
sabedoria do homem: 1) A torre de Babel parecia ser um projeto sábio, mas
terminou em fracasso e confusão; 2) Pareceu sábio a Abraão descer ao Egito em
tempo de fome em Canaã, mas os resultados provaram o contrário (Gn 12.10-20);
3) O rei Saul pensou que estava sendo sábio que colocou a sua armadura em Davi;
4) Os discípulos pensaram que estavam sendo sábios quando despediram a multidão
no deserto, mas o plano de Cristo era alimentá-la por meios deles; 5) Os
experts em viagens marítimas pensaram que era sábio viajar para Roma e por isso
não ouviram os conselhos de Paulo e fracassaram. A verdadeira sabedoria vem de
Deus, do alto, visto que ela é fruto de oração (1.5), ela é dom de Deus (1.17).
Essa sabedoria está em Cristo: Cristo é a nossa sabedoria (1 Co 1.30). Em Jesus
nós temos todos os tesouros da sabedoria escondido (Cl 2.3). Essa sabedoria
está na Palavra, visto que ela nos torna sábios para a salvação (2 Tm 3.15).
Ela nos é dada como resposta de oração (Ef 1.17; Tg 1.5). O crente que é
verdadeiramente sábio ora continuamente a Deus em nome de Jesus. Na oração, ele
está em comunhão com a fonte de sabedoria, pois o próprio Deus a dará
liberalmente a qualquer um que lhe pedir (Tg 1.5). Assim como o rei Salomão
pediu sabedoria para DEUS, nós também podemos pedir.]
2. Deus é o doador da sabedoria. O texto bíblico não detalha a maneira pela qual Deus concede sabedoria.
Tiago apenas afirma que o Altíssimo a dá. Juntamente com a súplica pela
sabedoria que fazemos ao Pai em oração, a epístola fornece riquíssimos
ensinamentos (v.5): [Comentário: Tiago estava
aprendendo com seu Senhor e Mestre. Ele mostrou-nos a grande e maravilhosa
possibilidade, a saída para toda a perplexidade: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai,
e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7.7). A oração pedindo sabedoria
divina é a oração pelo Espírito de Deus, porque a sabedoria é um dos efeitos do
Espírito (Ef 1.17). Nosso Senhor reservou uma promessa especial à oração pelo
Espírito (Lc 11.13). Os dons exteriores também são concedidos por Deus a quem
não os pede a ele (Mt 5.45). Contudo, ele não despeja simplesmente seu
Espírito, a si mesmo, sua salvação sobre as cabeças das pessoas. Não impõe a
ninguém os dons interiores. Nesse aspecto ele requer ser rogado.]
a) O
Senhor é que dá sabedoria. Jesus ensina que o Pai atende às orações daqueles que
o pedirem (Mt 7.7,8).
b) O
Senhor dá todas as coisas. Neste sentido, dizem as Sagradas Escrituras: “Aquele
que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como
nos não dará também com Ele todas as coisas?” (Rm 8.32 cf. Jó 2.10).
c) O
Senhor dá a todos os homens. Ele não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11;
Ef 6.9; Tg 2.1,9).
d) O
Senhor dá liberalmente. É de graça! Nosso Deus não vende bênçãos apesar de
pessoas, em seu nome, “comercializá-las”.
e) O
Senhor dá sem lançar em rosto. A expressão é sinônima do adágio popular “jogar
na cara”. O Pai Celeste não age dessa forma. [Comentário:
“Deus dá de bom grado.” A palavra grega para o modo como Deus dá
significa “simplesmente”, “despretensiosamente”, “sem segundas intenções”.
Lutero traduz “singelamente”. Ao dar, Deus não faz ressalvas e é cheio de
bondade. Não se comporta como as pessoas, nem como os gentios pensavam a
respeito de seus deuses. –“Ele dá sem repreender”: estamos acostumados à versão
alemã de Lutero - “Ele não pressiona ninguém.” Não priva ninguém. Não coloca a
cesta do pão fora de alcance (p. ex., para mostrar quem é chefe na casa).
Literalmente o sentido é: “Ele não critica.” Nós também damos, mas não raro
criticamos ao mesmo tempo, a começar por nossos próprios filhos. Por exemplo:
“Você vem pedir ajuda depois que arrumou encrenca. Deveria ter pensado melhor
antes.” Ou: “Depois de todas as suas atitudes para comigo, eu não deveria lhe
dar mais nada!” DEUS não faz sermões nem críticas. Não nos prende ao que
passou. “Sua misericórdia é nova a cada manhã” sobre nós “e sua fidelidade é
grande” (Lm 3.22s). Fritz Grünzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago.
Editora Evangélica Esperança. Tiago compartilha essa percepção. Se algum
de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus. Tiago pode fazer isso com
confiança total em que Deus a todos dá liberalmente. Aqui, Tiago apela à
tradição a respeito de Jesus (os ensinos de Jesus ainda não escritos que, mais
tarde, formariam os evangelhos), pois o Senhor prometera que Deus concederia a
seus filhos o que lhe pedissem (Mateus 7:7-11; Marcos 11:24; Lucas 11:9-13;
João 15:7). Que dádiva melhor poderiam pedir do que a sabedoria de que
necessitassem a fim de resistir às provações que estavam enfrentando? Deus...
dá porque ele é doador; Deus dá liberalmente, o que significa que dá sem
reservas mentais, dá com simplicidade, com um coração singelo. Não está
procurando um lucro escondido da parte dos crentes; o Senhor não abriga motivos
desprezíveis, tampouco sentimentos mesquinhos. Na verdade, não só o Senhor dá
generosamente, mas não censura. Isso significa que Deus não se queixa do dom
concedido, nem de seu custo. Peter H. Davids. Comentário Bíblico Contemporâneo.
Editora Vida. pag. 45.]
3. Peça a Deus sabedoria. Ainda no versículo cinco, Tiago estimula-nos a fazermos as seguintes
perguntas: Falta-nos sabedoria espiritual? Sentimental? Emocional? Nos
relacionamentos? Caso ache em si falta de sabedoria em alguma área, não
desanime! Peça-a a Deus, pois é Ele quem dá liberalmente. E mais: não lança em
rosto! Ouça as Escrituras e ponha em prática este ensinamento. Fazendo assim,
terás sabedoria do alto. [Comentário: Não é
incomum nos aproximarmos de Deus para pedir dEle bênçãos. Não é errado desejar
ser abençoado por Deus, pois mesmo as pessoas que não tem em Jesus o seu Senhor
desejam igualmente receber bênçãos dos céus. Pois bem, se cremos que Deus pode
nos abençoar, porque não pedimos a Deus sabedoria? Tiago nos deixa evidente
duas coisas: A sabedoria é uma bênção, e ela deve ser pedida a Deus. E Deus se
importa com esse tipo de pedido? Sim, pois o apóstolo mostra o motivo máximo
pelo qual devemos pedir a sabedoria a DEUS: “... e ser-lhe-á dada”. Deus tem
prazer em oferecer aos seus filhos a sabedoria, e Tiago deixa claro que Ele nos
dará a sabedoria que pedimos. A sabedoria que Deus tem para dar não é custosa.
Quando oramos de acordo com a vontade de Deus, temos a certeza de que
receberemos respostas de nossas orações e uma dessas respostas sem dúvida é a
sabedoria como um presente divino. Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e
Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 38.
Quando somos provados precisamos pedir sabedoria (1.5-8). Quando estamos sendo
provados, precisamos de discernimento e sabedoria (1.5; 3.13-18). O que é
sabedoria? E mais que conhecimento. Sabedoria é o uso correto do conhecimento.
Conhecimento pode ser definido, nesse contexto, como conhecer bem a Bíblia.
Sabedoria é usar bem a Bíblia. Sabedoria é olhar para a vida com os olhos de
Deus. O sábio busca maturidade e não prazer.
Há
pessoas cultas e tolas. Há pessoas que têm erudição, mas não sabem viver a vida
nem fazer escolhas certas. Quando estamos sendo provados, precisamos de
sabedoria para não desperdiçar as oportunidades que Deus está nos dando para
chegarmos à maturidade. A sabedoria nos ajuda a entender como usar as provas
para nosso bem e para a glória de Deus. LOPES. Hernandes Dias. TIAGO
Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 20-21.]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
A sabedoria vem de Deus. Nós temos a necessidade de pedirmos a Ele, pois
o Altíssimo é o doador.
II. A
DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA DA SABEDORIA HUMILDE (Tg 3.13)
1. A sabedoria colocada em prática. Tiago conclama os servos de Deus, mais notadamente aqueles que exercem
alguma liderança na igreja local, a demonstrarem sabedoria divina através de
ações concretas (Dt 1.13,15; 4.6; Dn 5.12). A sabedoria é a virtude que devemos
buscar e cultivar em nossos relacionamentos neste mundo (Mt 5.13-16). O tempo
do verbo “mostrar”, utilizado por Tiago em 3.13, indica uma ação contínua em
torno da finalidade ou do resultado de uma obra. Desta maneira, a Bíblia está
determinando uma atuação cristã que promova as boas obras no relacionamento
humano. [Comentário: Assim como Tiago exorta os crentes a
demonstrarem sua fé através das obras, ele também pede uma demonstração de
sabedoria através de uma vida piedosa. A sabedoria nada será a menos que se
manifeste na forma de boas obras e de uma vida moral e espiritual correta.
Também precisa ser frutífera e poderosa, tal como se espera que seja a fé
cristã (ver Tia. 2:14 e ss.), porquanto, de outro modo, será algo morto e
inútil. Mediante sua vida boa e pacífica, o homem demonstrará a origem piedosa
e divina de sua sabedoria. Portanto, o sábio é convidado a demonstrar a
validade de sua sabedoria pelas suas obras de mansidão. A sabedoria que não é
comprovada desse modo é uma sabedoria falsa: e mostra-se ainda mais falsa
quando se torna motivo de orgulho e de contenda. «Tiago compartilha do conceito
bíblico geral que a sabedoria não
consiste apenas no conhecimento, na astúcia e na habilidade, mas antes,
em uma profunda compreensão sobre o que é e deve ser a vida piedosa. Tal
sabedoria produz concórdia e harmonia entre as pessoas e os grupos. Faz agudo contraste
com o egoísmo calculista que é a causa de ‘desordem social e de todas as
‘práticas vis’... O astuto, o esperto, o manipulador habilidoso, está
convencido que sua sagacidade superior é o que os sofisticados denominam de
‘egoísmo iluminado‘, o ‘conhecimento’, a manipulação de homens e de
circunstâncias, para a satisfação de sua ganância. Para obter a sua finalidade,
o homem astuto não mostra escrúpulos em mentir, desunir, enganar ou subornar,
se pensa que poderá evitar ser apanhado. Uma boa parte da astúcia de que ele se
orgulha e a sua habilidade de ‘encobrir‘ de ‘passar despercebido‘. Se a sua
ambição só puder ser satisfeita mediante a deslealdade para com seus amigos, ou
mediante a crueldade para com suas vítimas, isso é lamentável, mas é o preço que
o ‘realista paga para ganhar o único sucesso que vale a pena ter neste mundo‘*.
(Easton, in loc.). «...proceder...» No grego é usado o termo *anastrophe·,
«conduta», «comportamento», o caráter geral de uma vida, algo que é indicado,
nas páginas do N.T.. pela metáfora do «andar», que é de uso mui frequente. O
«sábio» crente deve ser pessoa de uma conduta repleta de boas obras, efetuadas
em mansidão. Somente a sabedoria divina, uma qualidade divinamente transmitida,
pode tornar bem-sucedida a vida do crente. É algo por demais exigente para a
personalidade humana sem ajuda. «Ações, ações, ações, é o clamor de Tiago.
‘Isto deveríeis ter feito, sem deixardes de fazer aquelas outras'. Sem a
prática cristã, todas as outras coisas que alguém professe possuir é sal que já
perdeu o sabor». (Plummer, in loc.). CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo
Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag.
39.]
2. A humildade como prática cristã. Instruída pela Palavra de Deus, a humildade cristã promove as boas obras
na vida do crente (Tg 1.17-20; cf. Mt 11.29; 5.5). Quem é portador dessa
humildade revela a verdadeira sabedoria, produzindo para si alegria e
edificação (Mt 5.16). A fim de redundar em honra e glória ao nome do Senhor
Jesus, a humildade deve ser uma virtude contínua. Isso a torna igualmente uma
porta fechada para o crente não retornar às velhas práticas. O homem natural,
dominado pelo pecado, não tem o temor de Deus nem o compromisso de viver para a
honra e glória dEle. Porém, o que nasceu de novo e, portanto, “ressuscitou com
Cristo”, busca ajuda do alto para viver em plena comunhão e humildade com o seu
semelhante (Cl 3.1-17). [Comentário: O sinal da sabedoria é um espírito manso
e humilde. Como a arrogância e a insensatez andam juntas, assim também a
humildade e a sabedoria. Comentando Mt 11.29, Russell Norman Champlin afirma: “Manso
e humilde de coração. Evidentemente se refere às ideias de Zac. 9:9, que fala
da humildade do Messias. Primeiramente o Messias humilhou-se na encarnação—«...a
si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de
homens» (Fil. 2:7). No seu ministério, JESUS sempre apresentou provas de sua
simpatia pelo estado e sofrimento da humanidade. Operou curas não para provar
seu próprio poder e grandeza, mas porque anelava aliviar o sofrimento dos
homens. Ressuscitou aos mortos porque simpatizou com a tristeza dos que estavam
em luto. Pregou o evangelho, especialmente aos pobres, porque sentiu a
desesperadora condição produzida pelo pecado. JESUS não assumiu posição de
autoridade e grandeza, como o faziam alguns líderes dos judeus, nem procurou
qualquer privilegio pessoal ante o governo. Viveu como homem pobre, no meio dos
pobres, como homem humilde no meio dos humildes. Finalmente, submeteu-se à
morte na cruz, uma morte vergonhosa e horrível, conforme se lê, ...humilhou-se,
tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz (Fil. 2:8)”. CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 1. pag. 382.]
3. Obras em mansidão de sabedoria. Vivemos em um tempo onde as pessoas se aborrecem por pouca coisa, onde
tudo é motivo para desejar o mal ao outro. Vemos descontrole no trânsito, o
destempero na fila, a pouca cordialidade com o colega de trabalho e coisas
afins. Parece que as pessoas não convivem espontaneamente com as outras. Apenas
se toleram! Nesse contexto, o ensino de Tiago é de sobremodo relevante:
“Mostre, pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria” (v.13).
Amor, cordialidade e solidariedade são valores éticos absolutos reclamados no
Evangelho. Ouçamos a sua voz! [Comentário:
Sabedoria em Tiago tem mais que
ver com uma conduta que reflete a natureza e a vontade de Deus do que com um
intelecto aguçado. Tiago lança um desafio: “Quem é sábio e tem entendimento
entre vocês?” Tanto sabedoria como entendimento andam bem juntos. Sabedoria
direciona os passos, e entendimento informa o destino das decisões. Segundo
Tiago, ela é demonstrada pelo bom procedimento. A questão não é o quanto
sabemos na nossa mente, mas quanto esse conhecimento é refletido no nosso
procedimento. Por exemplo, quem não acharia um tanto estranho ver um médico que
orienta pacientes na disciplina de uma vida regrada, mas que não passa de uma
chaminé ambulante de tanto que fuma? O cristão deve demonstrar pelas suas boas
obras a mansidão que a sabedoria genuína requer. Como em 2.18, as obras
comprovam a fé genuína. A humildade mostra a verdadeira sabedoria que o cristão
tem. Thomas Manton diz: “Um cristão é mais bem conhecido pela sua vida do que
pelo seu discurso”. O Senhor Jesus convidou os cansados e sobrecarregados a
tomar sobre eles o jugo dele para aprender com ele que é manso e humilde de
coração. Quando tratamos pessoas com paciência e amor, mesmo aqueles que não
têm posição de destaque na sociedade, imita-se a sabedoria e a humildade de Cristo.
Jesus incluiu mansidão nas bem-aventuranças. A felicidade dos mansos inclui
herdar a terra (Mt 5.5). Em Tiago, mansidão deve certificar a origem da
sabedoria que se professa. Na antiguidade, sabedoria e humildade eram
praticamente inimigas. A visão grega da sabedoria pressupunha o orgulho. Uma
pessoa “sábia” tinha que se orgulhar de sua posição. Para Tiago, porém, afirmar
que se prova ser uma pessoa sábia executando obras com humildade era algo
totalmente contra aquela cultura. Algo que é também contra nossa cultura hoje.
A tendência que temos é de exaltar-nos e orgulhar-nos de nossos próprios
feitos. O oposto se mostra na sabedoria dos homens que não conhecem a Deus. É o
caso dos que “dizendo-se sábios, tornaram se loucos e trocaram a glória do Deus
imortal por imagens” (Rm 1.22,23). A
sabedoria que não tem respaldo na Bíblia é carente de mansidão. Sem
entendimento, os intelectuais do nosso tempo carecem, na maioria dos casos, da
sabedoria que o temor do Senhor produz (SI 111.10). Especular sobre as origens
do universo, sobre as origens das espécies, carecem de humildade e sabedoria.
Excluir o Criador de todos as explicações das maravilhas da natureza parece
loucura do mais alto grau. Certamente, Manton está certo ao afirmar: “O mais
evidente da sabedoria verdadeira é que seu possuidor é manso” (op. cit. p.
300). Russell
P. Shedd,. Edmilson F. Bizerra. Uma
Exposição De Tiago A Sabedoria De DEUS. Editora Shedd Publicações.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
A sabedoria deve ser colocada em prática como uma ação concreta através
da humildade.
III. O
VALOR DA VERDADEIRA SABEDORIA E A ARROGÂNCIA DO SABER CONTENCIOSO (Tg 3.14-18)
1. Administrando a sabedoria. A sabedoria mencionada por Tiago assinala a vontade de Deus para a vida
do crente. Uma vez dada por Deus, tal sabedoria constitui-se parte da natureza
do crente. É resultado do novo caráter lapidado pelo Espírito Santo. É um novo
pensar, um novo sentir, um novo agir. Deus dá ao homem essa sabedoria para que
ele administre as bênçãos, os dons e todas as esferas de relacionamentos da
vida humana. Quando Jesus de Nazaré expressou “assim brilhe a vossa luz diante
dos homens” (Mt 5.16), Ele estava refletindo sobre o propósito divino de o
crente viver a inteireza do Reino de Deus diante dos homens. [Comentário: Ainda
citando o comentário de Russell Norman Champlin, em Mt 5.16 ele afirma: “«Assim brilhe também a vossa luz·. Esse versículo considera os crentes
em geral como luzes. A luz. do cristão deve ser constante como a luz da
candeia, porque sem esse tipo de luz não haveria luz no mundo, e nem mesmo na
casa de Deus. ou no escabelo de Deus, que é a terra (Mt 5.35 e Is 66.1). A luz
do crente são suas boas obras (ver o vs. 14 sobre os outros usos do termo).
Essas boas obras redundam em glória a Deus. Remover a luz e, portanto, a glória
de Deus, é algo seríssimo. «Vosso Pai». Esta é a primeira vez que, nas palavras
de Jesus, vemos o ensino de que Deus é Pai. Essa ideia era bem comum entre os
judeus, c assim sendo, Jesus não estava introduzindo alguma doutrina nova, mas
utilizava-se da compreensão que 0 povo já tinha para dar ênfase à necessidade
de deixar a luz de Deus brilhar cm suas personalidades. Deus Pai tem prazer nas
boas obras de seus filhos, porque tais obras provam que os discípulos são
filhos de Deus. c também revelam algo sobre a natureza de Deus. Jesus foi o
exemplo mais desenvolvido e elevado da natureza de Deus que já houve sobre a
terra. Os rabinos usavam com frequência a frase: «Nosso c vosso Pai, que está
nos céus». Nos escritos judaicos (Bammidbar Rabba, s. 15) lemos estas palavras:
«Os israelitas disseram ao santo e bendito Deus: Tu mandas que acendamos
lâmpadas para Ti; mas Tu és a Luz do Mundo e contigo mora a luz. O SANTO DEUS
replicou: Não ordeno isso porque precise de luz, mas para que vós reflitais luz
sobre mim, como eu vos tenho iluminado. Assim 0 povo poderá dizer: Eis como os
israelitas O ilustram, isto é. Aquele que os ilumina à vista de toda a terra»”.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Candeias. Vol. 1. pag. 310.]
2. Sabedoria verdadeira e a
arrogância do saber. Há pessoas orgulhosas que, por
se julgarem sábias, não admitem serem aconselhadas ou advertidas. Sobre tais
pessoas as Escrituras são claras (Jr 9.23). Entre os filhos de Deus não há uma
pessoa que seja tão sábia que possa abrir mão da necessidade de aconselhar-se
com alguém. O livro de Provérbios descreve que há sabedoria e segurança na
multidão de conselheiros, pois do contrário: o povo perece (11.14). O rei
Salomão orou a Deus pedindo-lhe sabedoria para entrar e sair perante o povo
judeu (2Cr 1.10). Disto podemos concluir que lidar com o povo sem depender dos
sábios conselhos de Deus é um pedantismo trágico para a saúde espiritual da
igreja. Portanto, leve em conta a sabedoria divina! É um bem indispensável para
os filhos de Deus. Para quem sente falta de sabedoria, Tiago continua a
aconselhar: “peça-a a Deus”. [Comentário: A Única Verdadeira Razão para a Jactância (9.23-24) Jr 9.23-24 Assim diz
o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria. Os pseudo-sábios, dos quais
Jerusalém este tão repleto (ver o vs. 12), e os verdadeiramente sábios, dos
quais havia tão poucos, não podiam jactar-se em sua falsa sabedoria ou em sua
sabedoria autêntica; nem os fortes podiam gloriar-se em sua força; nem os ricos
podiam jactar-se em suas riquezas e no poder que esta trazia. Todos os homens,
sem importar a sua classe, tinham apenas uma razão válida para gloriar-se:
conhecer e obedecer a YAHWEH (vs. 24), a fonte de toda a verdadeira sabedoria,
de toda a força e de autênticas riquezas, Aquele que poderia ter impedido a
matança provocada pelos babilônios, contanto que os judeus se aproximassem Dele
em humildade e arrependimento. Muitos convites de Yahweh tinham exortado Judá a
arrepender-se, mas foram todos inúteis. Houvera disponível muita gentileza
amorosa (no hebraico, hesedh, o famoso amor de Deus). Mas o réprobo povo de
Judá preferiu a ruína. Em Deus há amor, gentileza, justiça e retidão, e nessas
coisas YAHWEH se deleitava. Judá, entretanto, preferiu a horrenda combinação de
idolatria-adultério-apostasia, o que significa que foram cortadas todas as
graças divinas. Cf. estes versículos com Mq 6.8 e 7.18. Deus se deleita na
misericórdia, mas o povo de Judá insistia nas chamas do julgamento. Se a
sabedoria, a força ou as riquezas são a tua parte, Não te glories, mas sabe que
não são realmente tuas. Somente um Deus, de quem todos os dons procedem, É
sábio, é poderoso e é realmente rico. (Focilides, antigo poeta pagão) Cf. I Co
1.31 e II Co 10.17. Esses versículos ensinam que os homens colhem aquilo que
semeiam, mas também que podem escolher aquilo que vão semear. Se fizerem um
trabalho bom, encontrar-se-ão com o Deus amoroso, misericordioso e beneficente
que haverá de abençoá-los. O direito de escolha é genuíno, porquanto, de outro
modo, não haveria responsabilidade moral. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo
Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3017.]
3. Atitudes a serem evitadas. “Onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra
perversa” (v.16). Aqui o autor da epístola descreve o resultado de uma
“sabedoria” soberba e terrena. Classificando tal sabedoria, Tiago utiliza dois
termos fortíssimos, afirmando que ela é “animal” e “diabólica”. Animal, porque
é acompanhada por emoções oriundas de um instinto natural, primitivo,
irracional e carnal, sendo por isso destituída de qualquer preocupação
espiritual. Diabólica, porque o nosso adversário inspira pessoas a transbordarem
desejos que em nada se assemelham aos que são oriundos do fruto do Espírito,
antes, são sentimentos egoísticos, que se identificam com as obras da carne
(2Tm 4.1-3; Gl 5.19-21). Atitudes que trazem contenda, facções, divisão,
gritarias e irritabilidade devem ser evitadas em nossa família, em nossa igreja
ou em quaisquer lugares onde nos relacionarmos com o outro. O Senhor nos chamou
para paz e não para confusão. Vivamos, pois uma vida cristã sábia e em paz com
Deus! [Comentário: Tiago, no versículo 14, fornece uma lista das “obras” características da
ausência da mansidão. 1) Inveja {zelos, e no v. 16) amarga é o contrário da
mansidão. E verdade que “zelo” pode ser um termo positivo (Rm 10.2; 2Co 7.7,11;
9.2), mas, em outros textos, claramente se refere à inveja (Rm 13.13; 2Co 12.20
e G1 5.2). Como um dos pecados capitais, Richard Gordon observou: “Os
ressentidos, aqueles homens com câncer na psique, tornam-se os grandes
assassinos”. “Não há muitas pessoas capazes de reprimir o segredo da satisfação
com o infortúnio de seus amigos” (La Rochefoucauld, citado por Os Guiness, op.
cit., p. 76). Lucas explica que a raiva do sumo sacerdote e dos saduceus no
Sinédrio, que provocara a prisão dos apóstolos, brotou da inveja (At 5.17; cf.
13.45). Foram a inveja e as contendas que levaram a igreja de Corinto a rachar
em quatro partidos (ICo 3.3). Foi esse pecado que corroeu o coração de Saul.
Após Davi vencer Golias, as mulheres cantavam e dançavam, dizendo: “Saul matou
milhares, e Davi, dezenas de milhares”. Saul ficou muito irritado e aborrecido.
Daí em diante, Saul olhava com inveja para Davi (ISm 18.7). Tiago descreve a
inveja como amarga (pikria, “amarga”, “áspera”), no sentido de zelo fanático na
promoção de uma causa. Não dá abertura para outro irmão apresentar seu ponto de
vista, mas discute com veemência que a posição dele é a única que deve ser
considerada. 2) Ambição egoísta (erithian), junto com a inveja amarga, é
incluída por Tiago. Essa ambição carrega o sentido de utilizar meios indignos e
divisores para promover interesses próprios. Paulo usa essa palavra em Romanos
2.8 para descrever o egoísmo daqueles que “rejeitam a verdade e seguem a
injustiça”. Paulo temia que chegando em Corinto encontraria “brigas, invejas,
manifestações de ira, divisões [eritheiai], calúnias, intrigas, arrogância e
desordem” (2Co 2.20). Se tais atitudes e hostilidade mútua podiam aparecer na
igreja de Corinto, também poderiam surgir nas igrejas para as quais Tiago
destinou essa carta. Poderão despontar na nossa igreja! Daí a advertência
contra o perigo de se tornar um canal para ação demoníaca (v. 15). 3) “Não se
gloriem disso” (v. 14). Jactar-se e orgulhar-se por causa das divisões na
igreja, parece completamente incoerente. Possivelmente, alguém concordava com
Paulo: “Pois é necessário que haja divergências entre vocês, para que sejam
conhecidos quais dentre vocês são aprovados” (ICo 11.19). Mas a jactância que
Tiago tem em mente, sem sombra de dúvidas, não tem nada de positivo. Nesse
contexto, gloriar-se da ambição egoísta nega a verdade que se prega. Somente
amando-se uns aos outros como Cristo os amou é que todos saberão que vocês são
discípulos dele (Jo 13.34,35). Além disso, sabedoria que não tem sua origem na
revelação bíblica, que se expressa em inveja amarga e ambição egoísta, que tem
sua origem na natureza caída humana, combate a verdade do evangelho. Na oferta
da salvação a todos que creem, DEUS oferece dignidade e aceitação. As atitudes
egoístas separam e excluem. Endurecem as opiniões que podem ser falsas e
nocivas. Por isso, Tiago, “o justo”, exorta seus leitores para que demonstrem
sabedoria com mansidão. “Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão
e toda espécie de males” (v. 16). Confusão (gr. Akatastasia) significa desordem
e transtorno. O sentido se aproxima daquele de nossa palavra “anarquia”. Para a
igreja de Corinto, Paulo escreveu: “Mas tudo deve ser feito com decência e
ordem”. A confusão em Corinto foi fomentada pela ambição egoísta e pela
politicagem partidária. A igreja não se submetia à liderança de sua Cabeça.
Acontece hoje também, motivo pelo qual a Palavra de Deus condena a “confusão e
toda espécie de males”. A palavra “males” (phaulos, vil, ruim e corrupto)
caracteriza práticas e atitudes que reconhecidamente carecem de humildade e do
amor ágape. Quando Cristo não reina no coração, todo tipo de podridão floresce
(veja Mc 7.21,22). Russell P. Shedd,. Edmilson F. Bizerra. Uma Exposição De Tiago A Sabedoria De DEUS. Editora Shedd Publicações.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
O valor da verdadeira sabedoria reflete a humildade; a arrogância, o
orgulho, a soberba e a altivez à sabedoria terrena e diabólica.
CONCLUSÃO
Após estudarmos o tema “sabedoria
humilde” é impossível ao crente admitir a possibilidade de vivermos a vida
cristã em qualquer esfera humana sem depender da sabedoria do alto. A sabedoria
divina não só garante a saúde espiritual entre os irmãos, mas da mesma maneira,
a emocional e psíquica. Ela estabelece parâmetros para o convívio social sadio
ao mesmo tempo em que nos previne para que não caiamos nos escândalos e pecados
que entristecem o Espírito Santo. Ouçamos o conselho de Deus. Que possamos
viver de forma sóbria, justa e piamente (Tt 2.12). [Comentário: Como poderemos conhecer uma pessoa sábia? Uma
pessoa sábia é sempre uma pessoa humilde. Aquele que proclama as suas próprias
virtudes carece de sabedoria. Como poderemos identificar uma pessoa que não tem
sabedoria? Suas palavras e atitudes provocarão inveja, rivalidades, divisão,
guerras. A vida cristã é uma semeadura e uma colheita. Nós colhemos o que
semeamos. O sábio semeia justiça e não pecado. Ele semeia paz e não guerra. O
que nós somos, nós vivemos e o que nós vivemos, nós semeamos. O que nós
semeamos determina o que nós colhemos. Temos que semear a paz e não problemas
no meio da família de Deus. Ló seguiu a sabedoria do mundo e trouxe problema
para a sua família. Deus dá a sabedoria para aqueles que o pedem como fez para
com Salomão. A sabedoria divina é pura, é pacifica, é cheia de misericórdia e
principalmente imparcial. A sabedoria que é um dom de Deus (1.5) reflete a
pureza do próprio Deus. Mais uma vez, a sabedoria é ligada à piedade, porque o
próprio Deus é a origem e fonte da verdadeira sabedoria.]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e
isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!
Hoje, de férias em Campina Grande-PB
Julho de 2014.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
SWINDOOL, Charles R. Vivendo
Provérbios: Sabedoria divina para os desafios da vida moderna. 1ª Edição, RJ:
CPAD, 2013.
STRONSTAD,
Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 2ª Edição, RJ: CPAD, 2004.
EXERCÍCIOS
1. Qual é o meio pelo qual o homem
alcança o discernimento da boa, agradável e perfeita vontade divina?
R. A sabedoria que vem de
Deus.
2. Sem sabedoria do alto, divina, como
viveria o ser humano?
R. Sem esta sabedoria, o ser humano viveria à mercê de suas
próprias iniciativas, dominado por suas emoções, sujeitando-se aos mais
drásticos efeitos das suas reações.
3. Quem Tiago conclama a demonstrar
sabedoria divina através de ações concretas?
R. Tiago conclama os servos de Deus, mais notadamente aqueles
que exercem alguma liderança na igreja local, a demonstrarem a sabedoria divina
através de ações concretas (Dt 1.13,15; 4.6; Dn 5.12).
4. O que indica o verbo mostrar
utilizado por Tiago em 3.13?
R. Indica uma ação contínua em torno da finalidade ou do
resultado de uma obra.
5. Segundo a lição, qual é o propósito
de Deus ao dar sabedoria ao homem?
R. De o crente viver a inteireza do Reino de Deus diante dos
homens.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos
subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e
não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um
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