18 de setembro de 2011
Texto Áureo
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2Tm 3.16,17). – O texto de ouro apresenta a palavra grega ‘theopneustos’ que literalmente significa tendo assimilado Deus’, sendo esta a declaração mais importante da Escritura sobre si mesma e nos informa que ela é produto da mente divina, e é apropriadamente chamada de a ‘Palavra de Deus’. Claro que Paulo afirma apenas a inspiração divina eximindo-se de tratar acerca do seu processo, que por sua vez o faz em outros lugares explicando a atuação do Espírito Santo na produção da palavra escrita (1Co 2.9-15).
Verdade Prática
A verdadeira doutrina cristã supre plenamente as necessidades da alma humana.
Leitura Bíblica em Classe
2 Timóteo 3.14-17; Tito 2.1,7,10
Objetivos
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Compreender que a doutrina bíblica produz vida;
- Saber que na atualidade muitos resistem à sã doutrina, e
- Conscientizar-se de que precisamos ser fiéis a sã doutrina.
Palavra-chave
DOUTRINA
Ensino sistematizado das verdades encontradas na Bíblia Sagrada.
Comentário
(I. Introdução)
A Bíblia, a Palavra de Deus, é a única fonte conclusiva de sabedoria, conhecimento e compreensão em relação às realidades definitivas e constitui-se numa ‘mina de ouro’ de princípios práticos (Sl 19.10). Sabedor dessa verdade, Paulo dirige estas palavras á seu amado filho Timóteo, as quais contêm a mais preciosa instrução para cada um dos que são chamados por Deus: ‘Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persiste nela, pois fazendo isto, te salvarás a ti mesmo e aos que te ouvem’ (1Tm 4.16). Primeiramente, deveria ele cuidar de si mesmo, e logo cuidar do ensinamento ou doutrina. Nós, hoje, também somos chamados por Deus para cuidar da doutrina. A Bíblia chama a doutrina de sã, saudável. É uma doutrina que cura, que transforma que levanta a pessoa. Essa exortação de Paulo é importante porque a tendência é ela ser permeada com falsidades. Precisamos ter zelo pela doutrina da Graça de Deus, não aceitar qualquer palavra, não aceitar até, muitas vezes, o que se diz que é Evangelho e não é: ‘Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios’ (1Tm 4.1). Boa Aula!
(II. Desenvolvimento)
I. A DOUTRINA BÍBLICA E O HOMEM
1. Alimentando a alma. “Não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor; e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus” (2Co 4.5). Jamais devemos perder de vista o tão importante fato moral de que o mestre deve viver a verdade que ensina. Moralmente, é extremamente perigoso que um homem ensine em público o que sua vida prática desmente – perigoso para si mesmo, desonroso para o testemunho e prejudicial para aqueles a quem ensina. "Prega a palavra!" foi a admoestação do apóstolo a Timóteo. "Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina" (2 Tm 4.2). Esse mandamento, por si mesmo, é suficientemente forte para fazer que pastores se aprumem e percebam a grande ênfase colocada na pregação e no ensino. Paulo, entretanto, continuou escrevendo para fortalecer essa admoestação com um argumento bastante perturbador. O motivo pelo qual os pastores têm de pregar e ensinar a Palavra são porque "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas" (2Tm 4.3-4). A respeito de quem Paulo está falando? Quem são essas pessoas? Ele não estava se referindo às pessoas que se encontravam fora da igreja. Estava falando sobre membros de igreja que ouvem o ensinador. A razão pela qual Timóteo precisava pregar a Palavra com autoridade era a inevitável tendência íntima dos homens no sentido de resistirem à sã doutrina. A exposição da Palavra é o meio ordenado por Deus para combater essa tendência. Um dos deveres principais do dirigente é alimentar as ovelhas mediante o ensino da Palavra de Deus. Ele deve ter sempre em mente que o rebanho que lhe foi entregue é a congregação de Deus, que Ele comprou para si com o sangue precioso do seu Filho amado (At 20.28; 1Co 6.20; 1Pe 1.18,19; Ap 5.9). Em At 20.19-27, Paulo descreve de que maneira serviu como pastor da igreja de Éfeso; tornou patente toda a vontade de Deus, advertindo e ensinando fielmente os cristãos efésios (At 20.27). Daí, ele poder exclamar: “estou limpo do sangue de todos” (At 20.26); “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.28).
2. Doutrina é vida. Doutrinar é ensinar as verdades fundamentais da Bíblia, organizadamente. É o conjunto de princípios que servem de base ao cristianismo, compreendendo desde o ensinamento, pregação, opinião das lideranças religiosas, desde que embasadas em Textos de obras Bíblicas escritas, como Regra de fé, preceito de comportamento e norma de conduta social, referente a Deus, a Jesus, ao Espírito Santo e Salvação. A nossa conduta deve se harmonizar com a doutrina que pregamos. Por isso o cuidado de nós mesmos estarmos vinculados ao cuidado da doutrina. Paulo discipulando Timóteo alerta-o quanto ao cuidado consigo mesmo e com a doutrina. A vida pessoal dos ministros de Deus deveria ser pura tanto quanto a doutrina que pregam. A influência de Deus pode se afastar do coração do homem através da negligência, e nossas mentes podem perder a intensidade de seu chamado. Paulo deve ter observado que os falsos mestres desviaram-se justamente por falhar nestes pontos e, portanto, de onde cristãos geralmente podem se desviar. “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho” (2Jo 1.9). O principal objetivo da doutrina bíblica é aprofundar o nosso conhecimento de Deus (Os 6.3). Se não o conhecermos experimental e redentivamente, como haveremos de colocar-nos a seu serviço? (1Sm 3.7). O Israel do Antigo Testamento caiu na apostasia por não conhecer a Jeová. Através de Oséias, o Senhor amoroso, lamenta: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” (Os 4.6).
3. Doutrina e cultura. Quando se expõe algo, nossa base não pode ser o julgamento próprio, mas, por meio da verdade, apresentada pela Bíblia. Tendo conhecimento da doutrina, devemos praticá-la: “Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes“ (Jo 13.17); “Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm 3.13). ‘O nosso viver diário é uma conseqüência natural da filosofia de vida que adotamos. Nada mais evidente que isso. Obviamente a nossa vida religiosa é da mesma natureza que a doutrina que pregamos ou professamos. O procedimento de cada indivíduo é decorrente da doutrina religiosa ou filosófica que adota. Ele age em função dos princípios que constituem a sua vivência ou integram a sua personalidade no meio em que vive. O modo de viver de cada um é a expressão da doutrina que professa ou da sua própria irreligiosidade. A boa doutrina gera boa conduta. Doutrina correta tem como conseqüente uma vida correta. Por isso a doutrina bíblica é essencial na vida do crente, para que o seu viver esteja em perfeita harmonia com a Bíblia’[1] (disponível em: EleitosdeDeus.Org). A situação presente do mundo é simplesmente uma conseqüência do abandono das Sagradas Escrituras. As doutrinas exóticas, humanistas e liberais que as igrejas modernas estão pregando em nossos dias, são responsáveis por essa lassidão moral que caracteriza o nosso século. Quando Paulo argumenta com os Romanos para que não se conformassem com o mundo (literalmente ‘era’, referindo-se a um sistema ateu), referia-se a conformar-se com o estilo ou aparência externos, acomodando-se a um modelo ou padrão. Para Paulo, qualquer conformidade aparente ou superficial com o presente sistema corrupto ou qualquer tipo de acomodação com seus costumes seria fatal para a vida cristã[2]. “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade [alguns manuscritos acrescentam: e da pureza] que há em Cristo” (2Co 11.3). Paulo, como um pastor zeloso, teme que seus convertidos se afastem de Cristo, assim como Eva foi enganada por Satanás e afastou-se de Deus. Ele sabia que os falsos apóstolos eram uma perigosa ameaça espiritual, comparável à Serpente de Gênesis. Seus ensinamentos pareciam bons, mas na realidade corrompiam a mensagem do evangelho com suas inserções humanas, filosóficas e gnósticas de apego a exigências legalistas e de concessões (2Co 3.6; 6.14-7.1; 10.5). Esse perigo não ficou restrito àquela época da Igreja, ele é tão real hoje quanto foi para a Igreja de Corinto. Por isso, a advertência de Paulo deve ser o norteador de todo crente para não se apartar da simplicidade e da pureza que há em Cristo[3].
Sinopse do Tópico (1)
A doutrina bíblica é como chuva que rega a terra. Ela produz vida.
RESPONDA
1. O que é doutrina?
2. Qual o principal objetivo da doutrina?
3. Qual o principal dever de um pastor?
II. RESISTÊNCIA À SÃ DOUTRINA
1. A inversão de valores. Estamos vivenciando uma época de relativismo moral com a rejeição de Deus e dos valores cristãos. A verdade absoluta particular está sendo paulatinamente abandonada, a sociedade ergue a bandeira do pluralismo e evita a idéia que há realmente o certo e o errado (Relativismo é a teoria filosófica que se baseia na relatividade do conhecimento e repudia qualquer verdade ou valor absoluto. Ela parte do pressuposto de que todo ponto de vista é válido. Essa filosofia afirma ainda que todas as posições morais, todos sistemas religiosos, todos movimentos políticos, etc., são verdades que são relativas ao indivíduo). Há uma frase atribuída a Martinho Lutero que diz: "Não é a Igreja que deve determinar o que deve ser ensinado das Escrituras, mas são as Escrituras que determinam o que deve ser ensinado na Igreja". 'O resultado da flexibilidade doutrinária e da posição adogmática de uns e do antidogmatismo de outros, tem refletido na vida de homens e mulheres de forma bem acentuada, comprometendo a estrutura social do país e a estrutura eclesiástica da igreja. É triste observar que as famílias vivem do amanhecer à noite como se Deus não existisse. O domingo é um dia para um sono extra, para passeios ou para se ler e estudar livros diversos. Se nada se ensina de Deus às crianças nas escolas, se dEle não se fala nos lares, só poderemos esperar no futuro uma sociedade não cristã'[4]. O profeta Isaías denunciou a atitude daqueles que fazem das trevas luz e da luz trevas; do amargo doce e do doce amargo (Is 5.20). Os que postulam essa inversão de valores estão debaixo de um “ai” de maldição. A corrupção e a decadência dos valores morais tornaram-se tão gritantes que os homens não apenas se distanciaram da verdade, mas tornaram a verdade em mentira e a mentira em verdade. Quando as pessoas deixam de perceber a diferença entre o bem e o mal, logo se encontram frente a frente com a ruína. Quando se deixa o padrão moral de Deus, todas as escolhas morais tornam-se confusas. Sem a presença de Deus, a sociedade estará a beira de um colapso e de muito sofrimento.
2. Desviando os ouvidos da verdade. A cada dia surgem novas doutrinas que fazem com que crentes que não estão bem equipados para o uso da espada, a palavra da verdade, venham a desviar seus ouvidos da verdade e pior voltarem-se para as fábulas, ritualismos ou ordenanças que na verdade promovem doutrinas falsas e negam as verdades básicas da fé Cristã (2Tm 4.1-5). Louis Berkhof em sua Teologia Sistemática falando acerca das marcas distintivas da Igreja assevera: “A fiel pregação da Palavra. Esta é a mais importante marca da Igreja. [...] A fiel pregação da Palavra é o grande meio para a manutenção da Igreja e para habilitá-la a ser a mãe dos fiéis. Que esta é uma das características da Igreja transparece em passagens como Jo 8.31, 32, 47; 14.23; 1Jo 4.1-3; 2Jo 9”[5].
3. Fábulas e mitos. As fábulas são fantásticas para captar a atenção dos interesses e dos sentimentos humanos. Seu estilo literário se caracteriza por narrações, nas quais, seres irracionais, e mesmo objetos inanimados, são representados como agindo e falando, para ensinar lições morais, e manipular a capacidade de atenção e concentração, tomando conta da identificação idealizada em detrimento da realidade. As fábulas e novelas têm poder na captação objetiva do interesse e na fixação das lições que estão sendo propostas. Paulo escreve que, nos últimos tempos, a própria Igreja estará se desviando dos propósitos de Jesus Cristo, distorcendo o evangelho de modo a aceitar o que é ilícito como se fosse normal, desviando as pessoas do genuíno evangelho do Senhor Jesus Cristo. O termo apostatar-se significa desviar-se ou afastar-se. Esse sinal já está acontecendo nos dias de hoje. Muitas autoridades das igrejas têm distorcido o verdadeiro evangelho, dando lugar ao orgulho, conforme alguns exemplos: Tim Lahaye e Jerry B. Jenkins, em seu livro Estamos vivendo os últimos dias? citam o bispo episcopal de New Jersey (EUA) John Shelby Spong, que escreveu o livro Why Cristianity should change or die (Por que o Cristianismo deve mudar ou morrer), onde ele afirma que:
- A ressurreição de Cristo não foi real, mas uma lenda;
- Não houve túmulo vazio, nem anjos, nem aparições;
- Nenhuma pessoa racional pode crer na interpretação literal da Bíblia;
- A virgem de uma Bíblia literal, Belém e a manjedoura, têm de sumir;
- A igreja deve apoiar ativamente, e até celebrar relações extraconjugais.
A Palavra de Deus nos alerta que as igrejas apóstatas infelizmente terão seus seguidores, além dos falsos mestres, conforme 2Tm 4.3-4: "Porque virá tempo em que [as pessoas] não suportarão (agüentarão) a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos [por algo prazeroso e gratificante], amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas"[6]. A Bíblia, no entanto, em muitas passagens, adverte o cristão a respeito do perigo de abandonar os valores morais da Bíblia. A Palavra de Deus afirma que “o mundo passa, com tudo aquilo que as pessoas cobiçam; porém aquele que faz a vontade de Deus vive para sempre” (1 Jo 2.17; Tg 4.4; 2 Pe 2.20-22 - NTLH).
Sinopse do Tópico (2)
Na atualidade, muitos têm resistido à sã doutrina, dando ouvido a fábulas e mitos.
RESPONDA
4. A vida abundante que Cristo nos dá envolve quais aspectos?
III. ATITUDES EM RELAÇÃO À SÃ DOUTRINA
1. Fidelidade a Deus. “Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele, Arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças” (Cl 2.6-7 6). O apóstolo insiste que devemos andar de acordo com o evangelho, a fim de ficarmos arraigados, edificados e firmados na Palavra de Deus. Independente do que os legalistas façam ou digam, independente do que os tele-pregadores e cantores do gospel espalhem como verdade, a igreja deve preservar a sã doutrina, deve continuar com a doutrina saudável do evangelho. É preciso estar preocupados com que a sã doutrina, que é segundo o evangelho, seja transmitida e que haja o comprometimento para com a mesma. O Senhor adverte-nos, em sua Palavra, de que nos últimos tempos haveria grande rebeldia e apostasia: "Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios" (1 Tm 4.1). Paulo continua observando em geral por que os cristãos deveriam viver de acordo com a sã doutrina (Tt 2.11-14). Deus demonstrou sua graça para com a humanidade enviando seu Filho para morrer na cruz. Jesus morreu para redimir os homens de sua iniqüidade, assim provendo para ele próprio um povo especial purificado e zeloso das boas obras (Ef 5.25-27). A mensagem do evangelho é que podemos tornar-nos parte deste povo especial se quisermos deixar a impiedade e as paixões pecaminosas do mundo e viver de acordo com a sã doutrina.
2. Discernindo os enganos e sutilezas. Paulo exortou a igreja de Tessalônica: "Examinai tudo. Retende o bem" (1Ts 5.21). Todo e qualquer ensino espiritual deve ser analisado, a fim de evitar os efeitos do engano e a corrupção da sã doutrina dentro da igreja. Os falsificadores simulam uma espiritualidade, sabem falar a linguagem do povo cristão, apresentam uma suposta autoridade espiritual e falam em nome de Jesus. Porém, esses mesmos pseudo-profetas não apresentam uma piedade genuína, seus frutos são carnais, e o amor está longe de seus corações. Precisamos estar atentos, porque um ensino falso pode trazer conseqüências destrutivas à vida de qualquer pessoa. O apóstolo Pedro deixou claro que a presença do verdadeiro não é suficiente para impedir a manifestação do falso. Ao falar dos autênticos profetas hebreus do Antigo Testamento, o apóstolo ressaltou que “também houve entre o povo falsos profetas” (2Pe 2.1). Ao longo dos séculos, percebeu-se que onde há o verdadeiro, há também o falso. Para cada Moisés, há um Janes e Jambres (2Tm 3.8); para cada Micaías, há um Zedequias, filho de Quenaana (1Rs 22.11); para cada Jeremias, há um Hananias, filho de Azur. O crente não pode deixar-se levar pelos sinais e manifestações sobrenaturais, sem antes ter a certeza de que a sua origem é divina (1 Jo 4.1-3).
3. Plenitude de vida. “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10.10). Neste ponto, discordo do pensamento do nobre comentarista quanto a idéia de que a vida abundante faz referencia a todos os aspectos de nosso ser: físico, espiritual, emocional e mental. Essa promessa que Ele fez é a de vida eterna, e a vida eterna é abundante. Por certo, não se refere às condições existenciais do homem. Contudo, transcrevo a seguir, o artigo O que entender por vida abundante?, de autoria do articulista Claudio Crispim, disponível no site http://www.estudobiblico.org, que trata sobre o assunto e deixo para livre interpretação dos leitores: Para compreender como alcançar a vida abundante prometida por Cristo e no que esta consiste faz-se necessário reler alguns versos bíblicos, como este de Deuteronômio: “... de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem” (Dt 8.3); “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47). Moisés deixa claro que é a palavra de Deus que concede vida ao homem e o profeta Habacuque afirmou que '…o justo viverá da fé' (Hc 2.4), apontando a mesma verdade abordada por Moisés, ou seja, o homem que vive através da palavra de Deus é declarado justo diante d'Ele. Quando mesclamos a citação de Habacuque com a de Deuteronômio, temos a seguinte leitura 'O homem justo viverá de toda a palavra que sai da boca de Deus (fé)', pois a 'fé' que o profeta Habacuque apresenta é Cristo, a fé que havia de se manifestar, a 'palavra da boca de Deus' “Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar” (Gl 3.23; Jo 1.1 e 14). Jesus mesmo disse que as suas palavras são espírito e vida: “... as palavras que eu vos disse são espírito e vida” (Jo 6.63) e, o evangelho é o poder de Deus que vivifica o homem “O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica” (2Co 3.6). O espírito que vivifica refere-se a palavra de Deus, a fé que havia de se manifestar: Cristo! Cristo, o Verbo encarnado, é a 'fé' que justifica o homem, pois é Ele quem vivifica a quem quer “Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer” (Jo 5.21); “Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste” (Jo 17.8). O espírito que vivifica é a fé que se manifestou trazendo salvação aos homens. Enquanto Adão foi criado alma vivente, Cristo foi feito espírito vivificante (1Co 15.22 e 45). A vida concedida aos que crêem possui conexão intima com a ressurreição de Cristo dentre os mortos "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos" (1Pe 1.3). Desta forma podemos compreender a seguinte exposição paulina: “E qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus” (Ef 1.19-20). A grandeza do poder sobre os cristãos se dá segundo a operação do seu poder, ou seja, do evangelho, que é poder de Deus (Rm 1.17), o mesmo poder que foi manifesto em Cristo ressuscitando-o dentre os mortos. A proposta central do evangelho de Cristo centra-se na ressurreição do Messias dentre os mortos e, como Jesus ressurgiu, a fé é firme, pois o poder que n'Ele operou, agora opera nos que crêem. O salmista também faz referência à palavra de Deus como ente vivificador por diversas vezes: “A minha alma está pegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra” (Sl 119.25 e vv. 37, 40, 88, 107, 154, 156,159), comprovando que o testemunho dos profetas é segundo o Espírito de Cristo “Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir” (1Pe 1.11); “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho” (1Jo 5.11). Para se alcançar a vida abundante que Cristo prometeu basta crer, apoiar-se, descansar, confiar na fé revelada. O apóstolo João enfatizou: “E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna” (1Jo 2.25). Todos quantos descansam nesta esperança proposta alcançaram a vida eterna “Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.15); “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47); “Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6.68); “Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna” (Tt 3.7); “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta; A qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do véu...” (Hb 6.18 -19). Basta ao homem dar ouvido à palavra de Cristo que passará da morte para a vida “Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê n'Aquele que Me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24). A morte que Cristo faz referência diz da condição do homem alienado da vida que há em Deus em decorrência da desobediência de Adão. Tal morte não faz referência à morte física, antes diz da condição do homem na condição de trevas enquanto Deus é luz “Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15.21-22). A vida com Cristo diz da nova condição do homem unido ao Criador. Por ter sido gerado de novo, da semente incorruptível, que é a palavra de Deus, o homem passa a compartilhar da glória de Deus. Qualquer que crê em Cristo passou da morte para a vida, ou seja, vive pelo Espírito, vive pela fé “Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito” (Gl 5.25); “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (Jo 3.8; Hc 2.4). Vida dentre os mortos! É isto que Cristo promete e, é por isso que o cristão deve regozijar-se, visto que o seu nome está escrito no livro da vida “... alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus” (Lc 10.20). Essa é a esperança proposta, a vida eterna, portanto, o cristão deve se alegrar nela (Rm 12.12). Cristo nos ofereceu a vida no sentido de o homem compartilhar da natureza divina, estar unido à glória de Deus “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” (Jo 17.22). Porém, muitos cristãos são atraídos pelo adjetivo pertinente a vida concedida por Cristo (Jo 10.10). Por vida em abundância interpretam 'qualidade de vida' econômica e social, e se esquecem que o reino de Deus não é comida nem bebida “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). Há também aqueles que apregoam que a vida 'abundante' ofertada por Cristo tem em vista o alívio dos sofrimentos causados pela pobreza, enfermidades, condições opressoras de trabalho, injustiças sociais, abusos dos direitos civis, etc., e que a vida prometida por Cristo tem em vista uma melhoria das questões de ordem moral. Chegam ao ponto de afirmar que a vida é para a eternidade e a vida em abundância é promessa para o presente momento, contrariando o que Cristo falou: no mundo tereis aflições (Jo 16.33). Em que consiste a abundância? Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10.10), essa promessa que Ele fez é a de vida eterna, e a vida eterna é abundante. Por certo, não se refere às condições existenciais do homem, pois todos tem uma expectativa de viver até os setenta anos, sendo que o que disso passar é canseira e enfado. Além disto, o homem comerá do suor do seu rosto, o que implica em enfado e cansaço "Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando" (Sl 90.10). Ora, os que crêem serão fartos de justiça, visto que é isto que Jesus oferece “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Mt 5.6). Como a salvação proporcionada redunda em louvor a graça de Deus, certo é que os cristãos são fartos de alegria “E vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12.3). Na vida com Cristo há fartura de alegria, justiça, consolo, paz, etc. A vida abundante refere-se ao que o reino de Deus proporciona: justiça, paz e alegria no Espírito Santo “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17), pois em tudo os cristãos foram enriquecidos: “... em toda a palavra e em todo o conhecimento” (1Co 1.5); “Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo” (Cl 2.2). O apóstolo Paulo enfatiza que os cristãos são abençoados com todas as bênçãos espirituais “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1.3), e o salmista diz que nada tem falta os que O temem "Temei ao SENHOR, vós, os seus santos, pois nada falta aos que o temem" (Sl 34.9). Se a vida abundante refere-se às questões de ordem econômica e social, jamais Cristo alertaria para que os seus ouvintes não se inquietassem pelo dia de amanha "Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?" (Mt 6.31), pois os bens que um homem possui não consiste em riquezas "E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui" (Lc 12.15). Porque Jesus prometeria riquezas pertinentes a este mundo, se os cuidados deste mundo tornam infrutíferos os homens, o que poderá levá-los a serem cortado da Oliveira? "Mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera" (Mc 4.19). É por causa destes pseudo evangelhos que hoje muitos apregoam e seguem, que Jesus fez a pergunta: "Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?" (Lc 18.8)[7].
Sinopse do Tópico (3)
Ser fiel a sã doutrina significa desfrutar da vida abundante que Jesus tem para nós.
RESPONDA
5. O que nos faz seguir as doutrinas bíblicas e os preceitos do Senhor?
(III. Conclusão)
Estamos vivendo tempos trabalhosos e a falta de interesse pelo estudo bíblico campeia em nossas igrejas. Não é difícil encontrar dentro de uma mesma igreja opiniões distintas sobre pontos básicos de nossa doutrina. O antídoto para essa anomalia é o ensino sistemático das verdades cristãs. Como poderá o crente guardar a Palavra se a desconhece ou possui um conhecimento falho? A maior necessidade da presente hora no seio da igreja é uma sólida base bíblica doutrinária para a fé!
"Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante que: "... o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28),
Francisco A Barbosa
auxilioaomestre@bol.com.br
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
1. É o ensino sistematizado das verdades encontradas na Bíblia Sagrada.
2. É levar o crente ater uma vida perfeita diante de Deus e dos homens.
3. Alimentar as ovelhas com a Palavra de Deus.
4. Todos os aspectos de nosso ser: espiritual, emocional, mental.
5. O nosso amor pelo Senhor.
Notas Bibliográficas
[1]. Extraído do artigo A Doutrina Bíblica como Preservativo Contra a Imoralidade, disponível em: http://www.eleitosdedeus.org/importancia-da-teologia/doutrina-biblica-como-preservativo-contra-imoralidade-heitor-alves.html#axzz1XVWB0BE8;
[2]. Adaptado de Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 2001,Palavra-chave ‘conformeis’, p. 1166;
[3]. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com/2011/08/licao-9-preservando-identidade-da.html;
[4]. Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org/importancia-da-teologia/doutrina-biblica-como-preservativo-contra-imoralidade-heitor-alves.html#ixzz1XVepiRN6;
[5]. BERKHOF, Louis, 1932-Teologia Sistemática, traduzido por Odayr Olivetti.-3ª edição Revisada-São Paulo-SP: Cultura Cristã 2009, p. 530;
[6]. Extraído de: http://www.tempodofim.com/sinais/sinal5.htm.;
[7]. Extraído de: http://www.estudobiblico.org/licoes-biblicas-introducao-a-teologia/o-que-entender-por-vida-abundante
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