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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!

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27 de junho de 2011

Lição 1 – O Projeto Original do Reino de Deus

3 de julho de 2011

Texto Áureo

“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

O texto de ouro desta primeira lição enseja que devemos fazer do governo soberano de Deus, e do correto relacionamento com Ele, a mais alta prioridade da nossa vida. Ao invés de gastar-se por bens materiais, a ambição daquele que teme ao Senhor deve ser 'buscar primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça'. Ele comprometeu-se a responder com lealdade: 'e todas essas coisas vos serão acrescentadas'.

Verdade Prática

O Reino de Deus consiste numa vida de amor, justiça, devoção, paz e alegria no Espírito Santo.

Leitura Bíblica em Classe

Marcos 4.1-3, 10-12; Lucas 17.20,21

Objetivos

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Compreender oconceito bíblico de Reino de Deus;
- Saber que que o Reino de Deus está presente nas Escrituras, e
- Explicar as manifestações do Reino de Deus.

Palavra-Chave

- REINO: Monarquia governada por um rei; soberania, poder real e domínio, ambito.

Comentário

(I. Introdução)

Pela misericórdia do Senhor, iniciamos o terceiro trimestre de 2011, e temos sido brindados com um tema instigante: O Reino de Deus. Não obstante ser este tema o cerne de nossa pregação, não são poucos os que desconhecem e/ou não compreendem o conceito bíblico de Reino de Deus. Pelos próximos tres meses, pesa sobre nossos ombros a responsabilidade de refletirmos biblicamente e contextualmente sobre o que é a missão integral da Igreja de Cristo e como ela deve ser agente do Reino de Deus no mundo; analisarmos criticamente nosso modelo de eclesiologia sobre como o povo de Deus se relaciona com o Senhor, como se organiza organicamente e como se relaciona com o mundo em missão, e por fim, pensar sobre como a Igreja e o Reino de Deus devem ser vividos nestes dias entre a ascenção do Senhor e o Arrebatamento da Igreja. O comentarista deste trimestre é o Pastor Wagner Tadeu dos Santos Gaby, o novo Presidente da Assembléia de Deus em Curitiba-PR, eleito por ocasião do falecimento do presidente daquela Igreja, Pr. José Pimentel de Carvalho no dia 24 de fevereiro de 2010, este homem de Deus é Major R/1 Capelão Evangélico do Exército Brasileiro, tendo sido o primeiro Capelão pentecostal das Forças Armadas (passou para a reserva remunerada em 31 de julho de 2000); comentarista de Lições Bíblicas de Escola Dominical da CPAD, escritor, membro da Casa de Letras Emílio Conde e da Academia Evangélica de Letras, e célebre palestrante em Escolas Bíblicas de Obreiros pelo Brasil. Aproveitemos bem este trimestre e aprendamos acerca da missão integral da Igreja com o Pr Wagner Gaby. Boa aula!

(II. Desenvolvimento)

I. CONCEITO BÍBLICO DE REINO DE DEUS

1. Definição de Reino de Deus. Nos evangelhos sinóticos(*), a mensagem pregada por Jesus é identificada como “o evangelho do reino” (Mt 4.23; 9.35; 24.14; Mc 1.14-15; Lc 4.43; 8.1; 16.16). Esse reino é o “Reino de Deus” ou sua expressão sinônima “Reino dos céus”, que ocorre somente em Mateus (3.2; 4.17, etc.; ver, porém, 12.28; 19.24; 21.31,43). O Evangelho de João usa poucas vezes a expressão “Reino de Deus” (só em 3.3,5), possivelmente substituindo-a por conceitos equivalentes, como “vida eterna”. Ao todo, a expressão ocorre mais de 80 vezes nos evangelhos. Paulo faz uma apresentação da natureza desse Reino em Romanos 14.17, e começa seu ensino dizendo primeiro o que não é reino de Deus: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. Estas são transitórias, mas o Reino de Deus é eterno; comida e bebida falam dos prazeres da carne, Reino fala do que é espiritual, do que é do alto! A palavra grega basileia, usada nos evangelhos para “reino”, e as palavras correspondentes no hebraico e aramaico, tais como Malkuth e Memlakhah, como muitas outras palavras em nossa língua, podem designar o mesmo conceito de dois pontos de vista distintos. Elas podem indicar o reino como algo abstrato, o reinado ou governo exercido pelo rei. Podem, também, descrever o reino como algo concreto, o território, a soma total dos súditos e possessões sobre os quais se reina, incluindo quaisquer direitos, privilégios e vantagens que são desfrutados nessa esfera. Agora, surge a questão: em que sentido nosso Senhor falou do “Reino de Deus”? [1]

(*)Os exegetas chamam evangelhos sinópticos aos de Mateus, Marcos e Lucas; desde que a exegese começou a ser aplicada à Bíblia ainda no século XVIII que os especialistas se aperceberam que, dos quatro evangelhos, os três primeiros apresentavam grandes semelhanças em si, de tal forma que se colocados em três grelhas paralelas - donde vem o nome sinóptico, do grego συν, "syn" (junto) e οψις, "opsis" (ver) -, os assuntos neles abordados correspondiam quase inteiramente. Por parecer que quase teriam ido beber as suas informações a uma mesma fonte, como os primeiros grandes exegetas eram alemães, designaram essa fonte por Q, abreviatura de Quelle, que significa precisamente 'fonte' em alemão[2].

2. Os apéctos do Reino de Deus. Nos evangelhos, o reino num certo sentido já estava presente (Mt 12.28; Lc 17.21); todavia, a ênfase principal está na iminência da sua chegada (Mt 3.2; 4.17; 10.7; Mc 1.15; 9.1; Lc 9.27; 10.9,11; 19.11; 21.31). Muitas passagens falam do reino como uma realidade futura, escatológica (Mt 8.11s; 13.43; 26.29; Mc 14.25; Lc 13.28s; 14.15; 22.16,18; 23.42; 1 Co 15.50; 1 Ts 2.12; 2 Tm 4.1,18; Tg 2.5; 2 Pe 1.11; Ap 11.15; 12.10).

a) Presente. Paulo escreve aos Colocensses: “O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13), fazendo ele, uso de uma linguagem que lembra a libertação de Israel da escravidão do Egito primeiro e, depois, do cativeiro da Babilonia. Paulo está contemplando a humanidade fora de Cristo como estando irremediavelmente sob o ‘poder de trevas’, o governo malígno de Satanás (cf Ef 2.1-3, 6.11). Os crentes são resgarados deste estado universal (Gl 1.4) e trazidos para permanecer sob o domínio e a proteção do Filho de Deus. A imagem da luz. A transferencia do crente, do domínio das trevas para a autoridade de Cristo, é descrita por Paulo como um movimento em direção a outro reino e no decorrer deste capítulo, descreve-se a redenção de Cristo como algo que nos leva a um estado de perfeição, isto é, de adequação, autoridade ou capacidade para viver vitoriosamente sobre e acima dos poderes invisíveis das trevas (vs. 14-16, 2.6-10) [3].

b) Futuro. A segunda vinda de Cristo completará a colheita da ressurreição. Tendo vencido todos os inimigos, Cristo passará as rédeas do governo divino a Deus, o Pai. Na perícope de 1Co 15.24-28, Paulo argumenta que a ressurreição não é um evento isolado, com repercussão isolada, antes, é um acontecimento integrado e culminante no governo soberano de Deus sobre a história. A redenção estará completa até que Cristo “haja posto todos os inimigos debaixo dos pés” (v 25), uma referencia clara a Sl 110.1[4].

3. O governo do Reino. Deus é soberano sobre a sua criação, e esta é dependente dele para sua existencia, porque Ele cria e sustenta tudo quanto existe pelo poder do seu próprio ser. A oração do Senhor é um bom ponto de partida para se refletir sobre o reino de Deus. Nessa oração, Jesus coloca Deus em primeiro lugar, como o centro dos nossos interesses e afeições, e relaciona isso com o reino. “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.9-10). O reino de Deus torna-se presente quando os crentes se unem para invocar a Deus como Pai, quando reconhecem a sua soberania sobre suas vidas, quando o reverenciam e se submetem a ele, quando procuram fazer a sua vontade na terra como ela é feita no céu. Para que a igreja seja uma verdadeira agente do reino, primeiramente ela precisa refletir sobre a sua relação com Deus, fazer disso a sua prioridade máxima, identificar-se com os seus propósitos, associar-se a ele em sua obra de restauração da criação. A igreja precisa ser teocêntrica, a começar do seu culto. Quando o culto e a vida da igreja são voltados em primeiro lugar para a satisfação de necessidades humanas, e não para a glória e o louvor de Deus, a igreja deixa de ser teocêntrica, e em assim fazendo, não pode ser agente do reino de Deus no mundo[5].

Sinópse do Tópico (1)

O Reino de Deus é a soma de “todas as bençãos, promessas e alianças que o Todo-Poderoso destinou aos que recebem a Cristo Jesus”.

II. O REINO DE DEUS NAS ESCRITURAS

1. No Antigo Testamento. O conceito do reinado ou senhorio de Deus era familiar aos ouvintes de Jesus, estando presente no Antigo Testamento. Desde o início, Deus deixou claro que ele era o verdadeiro rei de Israel. Quando o povo pediu um rei humano, o Senhor manifestou o seu desagrado (1 Sm 8.5-7). A idéia de Deus como rei está presente em todas as Escrituras Hebraicas (Dt 33.5; Jz 8.23; Is 43.15; 52.7), em especial nos Salmos (10.16; 22.28; 24.7-10; 47.2,7-8; 93.1; 97.1; 99.1,4; 103.19; 145.11-13). Algumas passagens identificam o reino de Deus com o reino de Davi (1 Cr 17.14; 28.5; 29.11; Jr 23.5; 33.17). Esse reino será eterno e só alcançará a sua consumação em um tempo futuro, assumindo feições escatológicas (Dn 2.44).

2. No Novo Testamento. Nos dias de Jesus, os judeus piedosos esperam a vinda do reino (Mc 15.43; Lc 23.51). Após séculos de dominação estrangeira, havia a tendência de se entender o reino politicamente – a restauração do antigo reino de Israel. A vinda do reino seria a repentina intervenção de Deus na vida do seu povo, libertando-o de seus opressores e restaurando a sua liberdade, independência e prosperidade como nos dias de Davi. Até mesmo os discípulos de Jesus tinham essa expectativa (Mt 20.21; Mc 11.10; Lc 19.11; At 1.6).

a) Na pregação de João Batista. A mensagem de João, o Batizador, apresenta o tema do ensino de Jesus. Marcos e Lucas o denominam “Reino de Deus”; João proclamou que o tempo de espera tinha acabado e que o Rei em pessoa tinha chegado.

b) No ensino de Jesus. O ministério tríplice de Cristo (pregar, ensinar e curar) era sinal de que o reino já tinha vindo. Além de anunciar o reino (Lc 9.11; At 1.3) e revelar os seus mistérios (Mt 13.11; Mc 4.11), Jesus incumbiu os seus discípulos de fazerem o mesmo (Mt 10.7; 24.14; Lc 9.2,11,60); a igreja primitiva fez isso (At 8.12; 19.8; 20.25; 28.23,31; Cl 4.11).

3. Reino de Deus ou Reino dos Céus. A designação reino dos céus é bem apropriada. Ela reforça lindamente a explicação que Jesus deu a Pilatos a respeito de seu reino, quando disse:“O meu reino não é deste mundo”(Jo 18.36). Positivamente, “O reino veio do céu; seu governo, suas leis, seu modo de vida, de pensamento e de adoração são aqueles do céu; a grande nação da qual os santos são cidadãos está agora centrada no céu (Fp 3.20); e olha para o céu como seu lar, sua pátria”. O Dicionário VINE diz que a palavra traduzida como reino é principalmente um substantivo abstrato significando soberania, poder real e domínio...; e daí, transformando-se num substantivo concreto para indicar o território ou o povo sobre quem o rei domina... É usado especialmente para o reino de Deus e de Cristo. O reino de Deus é:

a) a esfera do domínio de Deus,...

b) a esfera em que a qualquer dado momento, seu domínio é reconhecido. Anthony A Hoekema afirma o seguinte: “Embora alguns tenham tentado encontrar uma difença de sentido entre estas duas expressões, deve ser mantido que Reino dos céus e Reino de Deus são sinônimos em seu significado. Uma vez que os judeus evitavam o uso do nome divino, na prática judaica ulterior, a palavra céus era usada frequentemente como um sinônimo para Deus; porque Mateus estava escrevendo primeiramente para leitores judeus. Podemos entender sua preferência por esta expressão (embora até Mateus utilize o termo Reino de Deus quatro vezes)”.

Sinópse do Tópico (2)

As expressões “Reino de Deus” e “Reino dos Céus” nos Evangelhos sinóticos – Mateus, Marcos e Lucas – são sinonimas e intercambiáveis.

III. AS MANIFESTAÇÕES DO REINO DE DEUS

1. No passado. No Antigo Testamento, em que um Reino é atribuído a Jeová, o sentido abstrato é o que prevalece, com a exceção de Ex 19.6, onde os israelitas são chamados de “um reino de sacerdotes” e, portanto, o sentido é concreto, o de um corpo de súditos que são governados. O Reino de Deus é sempre seu reinado, seu governo, nunca seu domínio geográfico. Quando Obadias prediz que “o Reino será do Senhor”, o sentido é que no futuro a supremacia pertencerá a Jeová. A maneira em que a supremacia de Israel sobre as nações é associada com a idéia de reino revela que esse era também o uso judaico comum no tempo do nosso Senhor. A idéia de Deus como rei está presente em todas as Escrituras Hebraicas (Dt 33.5; Jz 8.23; Is 43.15; 52.7), em especial nos Salmos (10.16; 22.28; 24.7-10; 47.2,7-8; 93.1; 97.1; 99.1,4; 103.19; 145.11-13).

2. No presente. O Novo Testamento aponta as características do reino. É uma dádiva do Pai: Lc 12.32; equivale à vida eterna: Mc 9.47; é uma realidade interior: Lc 17.20s; é algo novo: Mt 11.11s; Lc 7.28; 16.16; agora inclui trigo e joio: Mt 13.24,47; cresce silenciosamente: Mt 13.31,33,38,41; Mc 4.26,30; representa graça e juízo: Mt 18.23; 20.1; os filhos do reino podem perdê-lo: Mt 21.31,43; 22.2; Lc 13.28s; alguns não o herdarão: 1 Co 6.9s; 15.50; Gl 5.21; Ef 5.5; não consiste em palavra, mas em poder: 1 Co 4.20. Cristo deu a Pedro e aos demais apóstolos as chaves do reino: Mt 16.19; 18.18. Há também o reino de Cristo: Mt 16.28; Lc 22.29s; Jo 18.36; 1 Co 15.24; Cl 1.13; 2 Tm 4.1. Entre os sinais da presença do reino estão: humildade: Mt 5.3; justiça: Mt 5.10; 6.33; justiça, paz e alegria: Rm 14.17; amor a Deus e ao próximo: Mc 12.34; obediência: Mt 5.19s; fazer a vontade de Deus: Mt 6.10; 7.21; 21.31,43; dependência de Deus e confiança nele (ricos e pobres): Mt 19.23s; Mc 10.23-25; Lc 6.20; solidariedade com os sofredores: Mt 25.34; fidelidade: Lc 19.11ss; vigilância: Mt 25.1; requer novo nascimento: Jo 3.3,5. A igreja é o conjunto daqueles que crêem em Cristo e que se associam uns aos outros por causa da sua fé comum. À luz das Escrituras, a igreja é uma realidade essencialmente corporativa, comunitária. Ela é descrita como o corpo de Cristo, a família da fé, o povo de Deus, um rebanho, um edifício e outras figuras que acentuam o seu caráter de comunidade e solidariedade. O Novo Testamento não identifica a igreja com o reino de Deus. Obviamente há uma relação entre ambos, mas não uma coincidência plena. A igreja tem limites claros, assume formas institucionais, tem líderes humanos. Nada disso se aplica ao reino de Deus, que é mais intangível, impalpável. Este é uma realidade que transcende os limites da igreja e que pode não estar presente em todos os aspectos da vida da igreja. É como dois círculos que se sobrepõem em parte e que se afastam em parte. Historicamente, a igreja por vezes tem se harmonizado com o reino, outras vezes tem estado em contradição com ele. Todavia, dada a importância da igreja no propósito de Deus, ela é chamada para expressar a realidade do reino, para ser o principal agente do reino de Deus no mundo. Para que isso aconteça, a igreja e seus membros precisam manifestar os sinais do reino, ser instrumentos do reino na vida das pessoas, da sociedade, do mundo. Sempre que a igreja busca em primeiro lugar a glória de Deus, fazer a vontade de Deus, viver uma vida se humildade, amor, abnegação, altruísmo, solidariedade, etc., ela se torna agente e instrumento do reino. O reino pode se manifestar, e com freqüência se manifesta, fora dos limites institucionais da igreja. Quando isso ocorre, a igreja deve se regozijar com essas manifestações, apoiá-las e incentivá-las. Todavia, existem aspectos do reino que só a igreja pode evidenciar, principalmente a proclamação do evangelho, das boas novas do amor de Deus revelado em Cristo[6].

3. No futuro. Reino Milenar é o nome dado aos 1000 anos do reinado de Jesus Cristo na terra. Alguns buscam interpretar os 1000 anos de forma alegórica. Alguns entendem os 1000 anos meramente como uma forma figurativa de dizer “um longo período de tempo”. Disto, resulta que alguns não esperam um reinado literal e físico de Jesus Cristo na terra. Entretanto, por 6 vezes, Apocalipse 20:2-7 fala do Reino Milenar com duração específica de 1000 anos. Se Deus quisesse dizer “um longo período de tempo”, Ele poderia facilmente tê-lo feito, sem explicitamente e repetidamente mencionar o exato período de tempo. Segundo a Bíblia, quando Cristo retornar à terra, Ele Se estabelecerá como Rei de Jerusalém, sentado no trono de Davi (Lucas 1:32-33). Os pactos incondicionais exigem uma volta literal e física de Cristo para estabelecer o reino. O pacto de Abraão prometia a Israel uma terra, uma posteridade, um governante e uma bênção espiritual (Gênesis 12-1-3). O pacto da Palestina prometia a Israel a restauração e ocupação da terra (Deuteronômio 30:1-10). O pacto de Davi prometia a Israel perdão: meio pelo qual a nação poderia ser abençoada (Jeremias 31:31-34). Na segunda vinda, estes pactos serão cumpridos quando Israel for “ajuntada” das nações (Mateus 24:31), se converter (Zacarias 12:10-14) e for restaurada à terra sob a liderança do Messias, Jesus Cristo. A Bíblia fala das condições durante o Milênio como um ambiente perfeito, fisicamente e espiritualmente. Será um tempo de paz (Miquéias 4:2-4; Isaías 32:17-18); gozo (Isaías 61:7,10); conforto (Isaías 40:1-2); sem qualquer pobreza (Amós 9:13-15) ou enfermidade (Joel 2:28-29). A Bíblia também nos diz que somente os crentes terão acesso ao Reino Milenar. Por isso, será um tempo de completa justiça (Mateus 25:37; Salmos 24:3-4); obediência (Jeremias 31:33); santidade (Isaías 35:8); verdade (Isaías 65:16) e plenitude do Espírito Santo (Joel 2:28-29). Cristo governará como rei (Isaías 9:3-7; 11:1-10), com Davi como regente (Jeremias 33:15,17,21; Amós 9:11). Os nobres e príncipes também reinarão (Isaías 32:1; Mateus 19:28). Jerusalém será o centro “político” do mundo (Zacarias 8:3). Apocalipse 20:2-7 simplesmente dá o período de tempo exato do Reino Milenar. Mesmo sem estas Escrituras, há inúmeras outras que apontam para um reino literal do Messias na terra. O cumprimento de muitos dos pactos e promessas de Deus se baseia em um futuro reino literal e físico. Não há bases sólidas para que se negue uma compreensão literal do Reino Milenar e sua duração de 1000 anos[7].

Sinópse do Tópico (3)

O Reino de Deus se manifesta nas respectivas dimensões temporais: passado, presente e futuro.

(III. Conclusão)

Para que a igreja seja uma verdadeira agente do reino, primeiramente ela precisa refletir sobre a sua relação com Deus, fazer disso a sua prioridade máxima, identificar-se com os seus propósitos, associar-se a ele em sua obra de restauração da criação. Em ordem de prioridade, a relação da igreja com o mundo está em terceiro lugar, o que não significa que seja algo opcional, secundário. Assim como aconteceu com Israel, a igreja foi formada para realizar uma missão. Se ela ignorar essa missão, nega a sua razão de ser e está sujeita ao juízo de Deus, como aconteceu com Israel. A missão primordial da igreja no que diz respeito ao mundo é a proclamação do “evangelho do reino”, assim como fizeram Jesus e os seus discípulos. Corretamente entendido, esse evangelho inclui muitas coisas importantes. Em primeiro lugar, esse evangelho é um convite a indivíduos, famílias e comunidades para se reconciliarem com Deus mediante o arrependimento e a fé em Cristo. Todavia, o evangelho são as boas novas de Deus para todos os aspectos da vida, pessoal e coletiva. Assim sendo, a legítima proclamação do evangelho não vai se limitar ao aspecto religioso e à dimensão individual (experiência de conversão pessoal), mas vai mostrar o senhorio de Cristo sobre todos os aspectos da existência.

"Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)

N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),

Francisco A Barbosa

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Notas Bibliográficas

[1]. Adaptado de http://www.monergismo.com/textos/igreja/reino-Deus-ceus_g-vos.pdf;
[2].Adaptado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Evangelhos_sin%C3%B3pticos;
[3]. Adaptado de Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 2001,nota textual de Cl 1.13, p.1422; e Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 2001, Dinâmica do Reino, Cl 1.13, p. 1243;
[4]. Ibidem, nota textual de 1Co 15.23, p.1194, e nota textual de 1Co 15.24-28, p. 1367;
[5]. Extraído do texto A igreja como agente do reino de Deus, de Alderi Souza de Matos, disponível no Blog do Instituto Presbiteriano Mackenzie (http://www.mackenzie.br/7135.html);
[6].Ibidem [1];
[7].Transcrito de http://www.gotquestions.org/portugues/reino-milenar.html;

Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/, na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.

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