Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
Título: Uma jornada de fé — A formação do povo de Israel e sua herança
espiritual
Comentarista: Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no
Brasil, Campina Grande-PB;
Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.
1º
Trimestre de 2014
Lição 12
A consagração dos sacerdotes
23 de março
de 2014
TEXTO ÁUREO
“E
quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem
derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22).
VERDADE PRÁTICA
O
sacrifício expiador de Cristo no Calvário foi perfeito, único e capaz de nos
purificar de todo pecado.
HINOS SUGERIDOS
363,
423, 432.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 28.1
A instituição do sacerdócio
Terça - Êx 29.1-9
A cerimônia de consagração
Quarta - Lv 16.11-14
A oferta do sacerdote pelo seu pecado
Quinta - Hb 6.20
Jesus, nosso Sumo Sacerdote eterno
Sexta - Hb 4.15,16
Jesus, Sumo Sacerdote compassivo
Sábado - Hb 9.11
Jesus, Sumo Sacerdote dos bens
futuros
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Êxodo 29.1-12.
1 - Isto é
o que lhes hás de fazer, para os santificar, para que me administrem o
sacerdócio: Toma um novilho, e dois carneiros sem mácula,
2 - e pão
asmo, e bolos asmos amassados com azeite, e coscorões asmos untados com azeite;
com flor de farinha de trigo os farás.
3 - E os
porás num cesto e os trarás no cesto, com o novilho e os dois carneiros.
4 - Então,
farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás
com água;
5 - depois,
tomarás as vestes e vestirás a Arão da túnica, e do manto do éfode, e do éfode
mesmo, e do peitoral; e o cingirás com o cinto de obra de artífice do éfode.
6 - E a
mitra porás sobre a sua cabeça; a coroa da santidade porás sobre a mitra;
7 - e
tomarás o azeite da unção e o derramarás sobre a sua cabeça; assim, o ungirás.
8 - Depois,
farás chegar seus filhos, e lhes farás vestir túnicas,
9 - e os
cingirás com o cinto, a Arão e a seus filhos, e lhes atarás as tiaras, para que
tenham o sacerdócio por estatuto perpétuo, e sagrarás a Arão e a seus filhos.
10 - E
farás chegar o novilho diante da tenda da congregação, e Arão e seus filhos
porão as mãos sobre a cabeça do novilho;
11 - e
degolarás o novilho perante o Senhor, à porta da tenda da congregação.
12 -
Depois, tomarás do sangue do novilho, e o porás com o teu dedo sobre as pontas
do altar, e todo o sangue restante derramarás á base do altar.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
·
Explicar
como se dava a cerimônia de consagração sacerdotal.
·
Citar
os elementos do sacrifício de posse.
·
Compreender
que Cristo é o perpétuo e o mais perfeito Sumo Sacerdote.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra
Chave
Consagração: Ação de
dedicar-se a Deus; dedicação, sagração.
Deus ordenou que Moisés separasse
Arão e seus filhos para o sacerdócio. O vestiário, bem como o modo de proceder
dos sacerdotes, foram dados por orientações do próprio Deus. Antes de oferecer
sacrifícios em favor do povo, Arão deveria oferecer sacrifício para a remissão
dos seus próprios pecados. Na lição de hoje, estudaremos a respeito do ato de
consagração e purificação do sacerdócio, conforme as determinações de Deus. [Comentário: Na continuidade do estudo do livro de
Êxodo, estudaremos o capítulo 29, onde o Senhor descreve a Moisés o ritual da
consagração dos sacerdotes. Até o momento, temos visto como o próprio Deus
resgatou Israel do Egito, proveu um líder forte, uma lei sem comparação; agora,
YAHWEH requer uma adoração orientada por Ele mesmo; ensina-lhes a respeito do
ofício Sacerdotal e separa a família de Arão e os levitas para esta obra. Esses
filhos de Arão eram responsáveis por oferecer sacrifícios a Deus em busca do
perdão dos pecados do povo. Eram eles e só eles, então, ministros de Deus. A
cerimônia da consagração dos sacerdotes é uma belíssima lição sobre o
sacerdócio do cristão. O termo "sacerdote" ficou exclusivo para um
tipo de ministério, que se tornou amplo para incluir os músicos, os porteiros,
os metalúrgicos, os reis e os profetas, entre outros indivíduos que se
colocavam nas mãos de Deus para ajudar o povo a crescer. O salmista chega a
chamar de ministros a todos que fazem a vontade do Senhor (Salmo 103.21). O
profeta Isaías espera por um tempo em que o povo de Deus (isto é, todos quanto
levam Deus a sério) sejam chamados de sacerdotes e ministros do Senhor (Isaías
61.6).]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. A CONSAGRAÇÃO DE ARÃO E SEUS FILHOS
1. A lavagem com água. “Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e
os lavarás com água” (Êx 29.4). Muitos eram os rituais de preparação que os
sacerdotes deveriam realizar antes de se achegarem à presença de Deus. Uma
parte dos rituais era a lavagem com água, que simbolizava pureza e perfeição.
Deus é santo e requer santidade do seu povo: “Santos sereis, porque eu, o
Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2). Atualmente o crente é limpo pela
Palavra (Jo 15.3) e pelo sangue de Cristo (1Jo 1.7). Sem pureza e santidade não
podemos nos achegar à presença de Deus.
Uma importante razão pela qual o crente deve
santificar-se é que a santidade de Deus, em parte, é revelada através do
procedimento justo e da vida santificada do crente. [Comentário:
A purificação
ritual lidava com purificação exterior de uma pessoa. Essa lavagem prefigura o
batismo do Novo Testamento. Estas cerimônias de consagração dos sacerdotes
estão descritas em Êxodo 29 e Levítico 8. Era parte desse ritual a lavagem do
corpo, unção, vestimenta e sacrifícios. C. H. Mackintosh, em seu livro “Estudos
Sobre O Livro De Êxodo” (Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé), afirma
que “Nos primeiros versículos deste capítulo é dado o primeiro lugar a Arão.
"Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e
os lavarás com água" (versículo 4). A lavagem da água tornava Arão
simbolicamente aquilo que Cristo é intrinsecamente, isto é: santo. A Igreja é
santa em virtude de estar ligada a Cristo na vida de ressurreição. Ele é a
definição perfeita daquilo que ela é perante Deus. O ato cerimonial da lavagem
da água representa a ação da palavra de Deus (Ef 5.26). "E por eles me
santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade"
(Jo 17.19), disse o Senhor Jesus. Separou-Se para Deus no poder de uma perfeita
obediência, orientando-Se em todas as coisas, como homem, pela Palavra,
mediante o Espírito eterno, a fim de que todos aqueles que são d'Ele pudessem
ser inteiramente separados pelo poder moral da verdade” (C. H. MACKINTOSH.
Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé).
Russell Norman CHAMPLIN afirma que o método usado para esta lavagem do corpo era
o da imersão, mesmo que não disponhamos de um texto de prova a respeito. Ele
cita, ainda, que muitos intérpretes cristãos veem aqui, um símbolo para o
batismo, já que a lavagem aqui era do corpo inteiro (cf. Jo 13.10; Hb 10.22), e
não somente das mãos e dos pés (Êx 30.19-21). O Targum de Jonathan diz-nos que
essa lavagem foi realizada em quarenta grandes receptáculos, cheios de água
extraída de mananciais correntes, e que esses receptáculos eram grandes o
bastante para que o corpo inteiro dos sacerdotes fosse imerso. Jarchi também
alude a como o corpo inteiro de cada sacerdote foi mergulhado na água. A
lavagem mesma era um emblema da corrupção retirada, para que a santidade
pudesse ser derramada sobre os sacerdotes. Temos aqui a primeira menção bíblica
à ablução cerimonial. A água é um símbolo natural da pureza e de um agente
natural de purificação. (citação extraída de: CHAMPLIN, Russell Norman,
Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.
434). O Comentário Bíblico Beacon traz a informação de que “os sacerdotes
usavam a pia de cobre (30.17-21) para este propósito”.Leo G. Cox.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 217.].
2. A unção com azeite (Êx 30.23-33). O azeite da unção deveria ser derramado sobre a cabeça de Arão e seus
filhos. O azeite é símbolo do Espírito Santo que viria habitar no crente pelo
ministério intercessor de Jesus (Jo 14.16,17,26), bem como o batismo com o
Espírito Santo (At 1.4,5,8). Assim também a igreja recebeu o penhor do Espírito
(2Co 1.21,22), mas alguns de seus membros são individualmente separados para
ministérios específicos, segundo os propósitos de Deus. [Comentário: "E tomarás o azeite da unção e o derramarás sobre a sua cabeça"
(v. 7); Arão e seus filhos representam CRISTO e a Igreja. Arão foi ungido antes
de o sangue ser derramado, justamente por representar a figura de Cristo, que,
em virtude daquilo que era em Sua Própria Pessoa, foi ungido com o Espírito
Santo muito antes do Calvário. Note-se que seus filhos só foram ungidos depois
de ser espargido o sangue. Para os crentes da Nova Aliança, o sangue vertido na
cruz é o fundamento de tudo. Como escreve C. H. Mackintosh na obra supracitada,
“Ela não podia ser ungida com o Espírito Santo até que a sua Cabeça
ressuscitada tivesse subido ao céu e depositado sobre o trono da Majestade
divina o relato do sacrifício que havia oferecido. "Deus ressuscitou a
este Jesus, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela
destra de Deus, e tendo recebido do Pai e promessa do Espírito Santo, derramou
isto que vós agora vedes e ouvis" (At 2.32-33); comparem-se também Jo 7.39;
At 19.1 - 6). Desde os dias de Abel que haviam sido regeneradas almas pelo
Espírito Santo e experimentado a Sua influência, sobre as quais operou e a quem
qualificou para o serviço; porém a Igreja não podia ser ungida com o Espírito
Santo até que o Seu Senhor tivesse entrado vitorioso no céu e recebesse para
ela a promessa do Pai. A verdade desta doutrina é ensinada, da forma mais
direta e completa, em todo o Novo Testamento; e a sua integridade estreita é
mantida, em figura, no símbolo que temos perante nós, pelo fato claro que,
embora Arão fosse ungido antes de o sangue haver sido derramado (versículo 7),
contudo os seus filhos não o foram, e não podiam ser ungidos senão depois
(versículo 21). C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora
Associação Religiosa Imprensa da Fé. Em Israel era questão muito séria
como esse azeite era preparado e usado (Êx 30.22-23). Devia ser resguardado de
qualquer profanação, e somente os sacerdotes sabiam como prepará-lo com
exatidão. Era usado para propósitos e para pessoas específicos. Um homem comum
não podia ser ungido com o óleo santo. As mais finas especiarias eram tão
valiosas quanto o ouro. Podiam ser usadas como presentes mais seletos, sendo
dados até à realeza (1Rs 10.2,10,15). A receita do óleo da unção é a mais
antiga fórmula perfumista que se tem conhecimento. Os intérpretes judeus
dizem-nos que as essências eram primeiramente extraídas dos materiais naqueles
pesos respectivos, e, então, essas essências eram misturadas com o azeite. Parte
das responsabilidades dos sacerdotes levíticos era preservar a fórmula do óleo
da unção, não permitindo que o mesmo fosse alterado ou corrompido. Sua profanação
do azeite da unção era tida como um crime, e tão grave que o indivíduo que
ousasse fazer isso, seria eliminado. E esse óleo santo também não podia ser
usado para fins profanos (Êx 30.32). Nenhum óleo similar ao óleo santo podia
ser preparado, a fim de que permanecesse sem igual, não podendo ser confundido
com qualquer outra composição do perfumista - pode haver muitas imitações da
unção do Espírito; há fogo estranho e óleo estranho, como o próprio Cristo
ensinou: Mt 7.21 ss. Cf. 1Jo 4.1. As especiaria aromáticas, por terem propriedades
curativas e fragrância, tornavam a substância perfumada apropriadamente típica
do Espírito Santo, que santifica e unge o povo de Deus. O Espírito Santo é
figura desta combinação de substâncias odoríferas e óleo! Ele perfuma e cura a
alma ungida; torna santo todos que o recebem; não pode ser falsificado e quem
procura substituí-lo cai na condenação de DEUS; não é dado ao mundo, mas a quem
é redimido pelo sangue de CRISTO; e sempre é o mesmo. Leo G. Cox.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 221-222.].
3. Animais são imolados como sacrifício (Êx 29.10-18). Era necessário que antes de ministrar em favor
do povo, o sacerdote oferecesse sacrifícios de holocausto por sua própria vida.
Arão e seus filhos deveriam levar um cordeiro, sem mancha ou defeito, diante do
altar. O cordeiro morto tipificava a morte vicária de Jesus Cristo, que “morreu
por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Co 15.3). A morte vicária de
Cristo proporciona ao homem pecador a reconciliação com Deus. Jesus morreu para
expiar os nossos pecados (1Pe 1.18,19). [Comentário: Partes do corpo do animal, inclusive
a gordura, eram queimadas sobre o altar e o restante era levado para fora do
acampamento, a fim de ser queimado (13,14), tipificando Cristo que “padeceu
fora da porta” (Hb 13.11,12). Esta oferta representava a entrega das pessoas a
Deus para servi-lo em espírito de adoração. O sumo sacerdote realizava o mais central desses
sacrifícios, mas no caso presente foi Moisés quem ofereceu o sacrifício em
favor do sumo sacerdote, o qual, por ser homem, também tinha a necessidade de
seu pecado ser removido, para que estivesse apto para cumprir os deveres de seu
ofício. Também foi feito um sacrifício pelo pecado em favor dos sacerdotes, e
pelas mesmas razões. Notemos o fato da imposição de mãos na cabeça do animal a
ser sacrificado, desse modo, identificavam-se com o novilho. Assim, o que
acontecia ao novilho, acontecia, em tipo e espiritualmente, ao sacerdote (Êx
29.10). Temos aqui uma ideia vicária, tal como Cristo, o Cordeiro de Deus que
foi morto, tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Talvez esta figura aponte para a
transferência dos pecados do sacerdote para o novilho e com a morte do animal
punha fim à questão (Lv 16.21,22). O animal, por ter ficado simbolicamente com
os pecados do homem, era maldito; mas a sua morte e o derramamento de seu
sangue deixavam o homem em liberdade (Gl 3.13; Rm 6.23; Ap 5.6,12; 13.8)]. O
Dicionário Unger afirma que “o animal
inteiro, por ser um sacrifício pelo pecado, era considerado impuro, servindo somente
para ser queimado. No caso de todos os demais sacrifícios, certas porções do
animal sacrificado podiam ser comidas pelos sacerdotes e pelos adoradores. “No
caso de sacrifícios ligados aos cultos regulares do santuário, aqueles que eram
oferecidos em ocasiões festivas e em favor do povo todo, os animais eram
abatidos, esfolados e cortados em pedaços pelos sacerdotes... certas porções
eram comidas pelos sacerdotes e por aquele que trouxera o animal a ser
sacrificado” Unger, Dictionary, sobre Sacrifícios. Ver Lev. 8.31 e
Êxo. 29.32. A aspersão do sangue provavelmente era feita mediante o uso
de um ramo de hissopo, comumente usado para essa finalidade, dessa maneira, o
sangue era aplicado de forma plena, e o sacrifício mostrava-se totalmente
eficaz].
SINOPSE
DO TÓPICO (I)
A consagração do sacerdócio de Arão e de seus filhos decorria pela
passagem da água, a unção com azeite e a imolação de animais como sacrifício.
II. O SACRIFÍCIO DA POSSE
1. O segundo carneiro da consagração (Êx
29.19-35). Era necessário que
outro animal inocente fosse morto. Segundo o Comentário Bíblico Beacon, “parte
do sangue era colocada primeiramente na orelha direita, no dedo polegar da mão
direita e no dedo polegar do pé direito”. O restante do sangue deveria ser
derramado sobre o altar. Sem derramamento de sangue não há remissão de pecado
(Hb 9.22). Tudo apontava para o Calvário, onde Cristo derramou seu sangue por
nós. [Comentário: O primeiro animal sacrificado, nos
ritos de consagração de sacerdotes, era o novilho, uma oferta pelo pecado (vss.
10 ss.). O segundo animal sacrificado era o primeiro carneiro, oferecido como
oferta de louvor e consagração (vs. 15). O terceiro animal sacrificado era o
segundo carneiro. Esse carneiro era oferecido como sacrifício de consagração do
sacerdote (vs. 22). O trecho de Levítico 8.22 chama esse animal de “o carneiro
da consagração”. Era consagrado a Deus; e o homem que o tinha oferecido era
assim também cerimonialmente consagrado a Deus. Seu sangue era usado,
juntamente com o azeite, tendo em vista a consagração dos sacerdotes (vss.
20,21). Suas porções mais sagradas foram postas por Moisés nas mãos dos
sacerdotes, de tal modo que eles ofereciam com elas a sua primeira oferenda a
Deus. Era uma espécie de ato coroado da cerimônia. Tudo isso fazia parte da
consagração de sacerdotes. O segundo carneiro chegou a ser chamado de “carneiro
do enchimento”, porque estava associado ao último estágio do rito, “o
enchimento das mãos” do sacerdote com as oferendas de cereais (vss. 23-25).
Tudo isso simbolizava a autoridade, a graça, os dons e os poderes próprios do
oficio sacerdotal. Os intérpretes veem vários sentidos na aplicação do sangue,
bem como nos lugares onde o sangue era posto: (1). O sangue era posto em
lugares estratégicos, dando a entender, metaforicamente, uma aplicação
completa, ou seja, uma completa consagração. (2). Especificamente: A ponta da
orelha direita. Um sacerdote era alguém que devia estar preparado para ouvir
tudo quanto Yahweh ordenasse, a fim de cumprir Suas ordens. O polegar das suas
mãos direitas. Um sacerdote devia estar preparado para fazer tudo quanto Yahweh
ordenasse, visto que as mãos são o instrumento de ação. O polegar dos seus pés
direitos. Um sacerdote devia andar pelos caminhos de Yahweh, pois caminhar é
aquilo que fazemos com os nossos pés. (3). É possível que, originalmente, tais
ritos tivessem por intuito prover completa proteção contra os ataques de
poderes demoníacos sinistros, falando assim sobre uma plena proteção divina,
diante de qualquer mal. O sangue era então aspergido sobre o altar, como no
caso do primeiro carneiro (ver 0 vs. 16). Ficava assim simbolizada a total
aplicação do sangue, exibindo a total eficácia do sacrifício. A unção das
vestes de Arão e de seus filhos sacerdotes foi feita com azeite e com sangue.
Não se sabe se o sangue foi misturado ou não com o azeite. O fato é que assim
elas foram consagradas. O vs. 7 já havia falado sobre a unção com azeite, mas
temos aqui um outro tipo, em adição àquele. Portanto, o culto de consagração
incluía dois tipos. Os estudiosos cristãos veem nisso a unção dos crentes em
Cristo, a outorga de autoridade e de graças para cumprirem sua missão. Como é
claro, dispomos do poder e dos dons do Espírito, representados no azeite, bem
como dos poderes justificadores e santificadores de Cristo, representados no
sangue (Sl 45.8; Ap 7.14). Nessa dupla unção, alguns eruditos veem a
justificação e a santificação simbolizadas. O trecho de Lv 8.30 parece indicar
apenas uma unção, e alguns críticos pensam que o vs. 21 deste capítulo foi uma
adição posterior feita sobre o relato original.].
2. Sacrifícios diários. Diariamente eram oferecidos sacrifícios pelo
pecado. Pela manhã e a tarde havia sacrifícios e um animal inocente era morto
em resgate da vida de alguém. O sacrifício de Cristo foi perfeito e único. Por
isso, hoje podemos nos achegar a Deus para adorá-lo livremente.
No Tabernáculo, tudo deveria estar
sempre pronto a fim de que o culto diário a Deus nunca fosse interrompido. Os
sacerdotes cuidavam para que o fogo do altar nunca se apagasse. A cada manhã,
este era alimentado com nova lenha e novos holocaustos (Lv 6.12,13). Da mesma
forma Deus quer que nos apresentemos a Ele, prontos e renovados espiritualmente
(2Co 4.16).
[Comentário: Lv
6.12,13: “O fogo... sempre arderá sobre o altar”. As chamas sobre o altar eram
perenes. Esses dois versículos dão-nos duas afirmações garantindo-nos que não
podiam apagar-se as chamas sobre o altar de bronze. Os sacerdotes estavam
encarregados de garantir que essas chamas nunca se apagassem. O sacerdote tinha
de usar de cuidado ao remover as cinzas, a fim de não perturbar os pedaços de
gordura que continuassem queimando. Pela manhã, o fogo era avivado com lenha,
para que as chamas não se apagassem Uma madeira santa era escolhida para esse
mister, pelo que sempre havia em depósito bastante lenha com esse propósito (Lv
1.7). O vs. 13 repete a questão do fogo santo. Levítico 9.24 afirma que foi o
Senhor quem enviara o fogo do céu, e o homem era agora responsável por sua
continuidade. Durante os dias do segundo templo, o fogo perpétuo consistia em
três partes ou pilhas separadas de lenha sobre o altar, mas isso representava
uma complicação da ordenança original. As maiores fogueiras eram usadas nos
holocaustos diários; a segunda fogueira supria os incensários e a queima do
incenso; e a terceira era o fogo perpétuo, que alimentava continuamente as
outras duas fogueiras. Esse fogo nunca se apagava, até que Nabucodonosor forçou
o fim desse fogo continuo, devido ao cativeiro babilônico. A mitologia diz que
os sacerdotes judeus foram capazes de manter as chamas vivas em algum lugar
oculto, e que, nos dias de Neemias, elas foram renovadas publicamente. CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 496. O texto de Êxodo 29.38,39 nos informa que um holocausto
era oferecido pela manhã e outro à tardinha. Era a gordura do sacrifício da
tarde que mantinha o fogo do altar queimando a noite toda. Uma chama permanente
queimando diante da deidade não é exclusividade da religião bíblica. E
expressão da intuição humana que louvor e adoração contínuos devam subir do
homem para Deus. Se esta realidade é sentida por quem conhece pouco da graça
divina, quanto mais relevante que o coração do crente seja cheio de oração
incessante e louvor permanente].
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
O sacrifício da posse consistia na consagração do
segundo carneiro e nos sacrifícios diários.
III. CRISTO, PERPÉTUO SUMO SACERDOTE
1. Sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque.
A primeira referência
a Melquisedeque como sacerdote encontra-se no livro de Gênesis 14.18. Poucos
sabemos a respeito de Melquisedeque: “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não
tendo princípio de dias nem fim de vida” (Hb 7.3). Melquisedeque é um tipo de
Cristo.
[Comentário: As
referências veterotestamentárias a Melquisedeque aparecem em Gn 14.18 e Sl
110.4. No Novo Testamento, todas as referências acham-se na epístola aos
Hebreus (5.6,10; 6.20; 7.1,10,11,15,17,21). O honorável sacerdote-rei de Salém
(Jerusalém), deu comida e bebida aos vencedores e pronunciou uma bênção a Abrão
(19). O nome DEUS ALTÍSSIMO era, naqueles dias, designação comum para Deus na
Palestina. Em atenção aos atos do sacerdote-rei, Abraão deu o dízimo de tudo a
Melquisedeque. O autor da epístola aos Hebreus faz dele um tipo de Cristo, o
originador do tipo de sacerdócio que Cristo tinha, que já existia antes do
sacerdócio aarônico e até lhe era superior].
2. O sacrifício perfeito de Cristo. Arão e seus descendentes deveriam oferecer
diariamente sacrifícios por seus pecados e também do seu povo. Hoje não
precisamos fazer esses tipos de sacrifícios, pois o sacrifício de Cristo foi
único, perfeito e perpétuo (Hb 7.25-28). [Comentário: As ações sacerdotais de Jesus são
infinitas e imutáveis, permitindo-lhe trazer a salvação que não carece de nada.
A salvação total exige um sumo sacerdote perfeito e um perfeito sacrifício para
os pecados. Essa obra é tão superior ao ministério dos sacerdotes judeus que,
através dela, o antigo sistema é suprimido, substituído pelo sacerdócio
absoluto, eterno e perfeito de Cristo. Cristo desenvolve seu ministério no
verdadeiro santuário, não na terra, mas no céu. Como sacerdote e rei, ele ocupa
o lugar do poder supremo! Hebreus contrasta as alianças de Deus através de
Moisés e de Cristo. A aliança mosaica realizava sacrifícios com animais que
traziam alívio temporário à culpa do homem e demonstravam as lições da justiça
de Deus. A aliança através de Moisés fornecia uma ligação pelo sangue de
animais. Esses sacrifícios, entretanto, tinham de ser repetidos anualmente no tabernáculo,
que era apenas um símbolo para o altar eterno e celeste de Deus. Entretanto,
Jesus Cristo entrou na história como um sacerdote eterno para oferecer um
sacrifício eterno pelo pecado. O derramamento do seu sangue forneceu um
sacrifício permanente e uma ligação permanente entre Deus e o homem. Seu sangue
não foi meramente aplicado a um altar terreno, mas ao próprio altar de Deus no
céu, onde, de uma vez por todas, obteve redenção dos pecados a todos os que têm
fé nele (Is 1.11;Gn 3.21)].
3. O sacrifício eterno de Cristo. “Mas este, porque permanece eternamente, tem
um sacerdócio perpétuo” (Hb 7.24). O vocábulo “perpétuo” significa
“inalterável”. Jesus não pertencia à tribo de Levi, mas seu sacerdócio era
segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 5.6,10; 7.11,12), logo, seu sacerdócio era
superior ao de Arão. O sacerdócio de Cristo é superior, eterno e imutável. [Comentário: Todas as declarações que o apóstolo
fez na comparação entre o sacerdócio de Arão e o sumo sacerdócio de Jesus, o
sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque, culminam nessa única frase: Por
isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo
sempre para interceder por eles. O que a lei e o sacerdócio do Antigo Testamento
não puderam realizar, isto Jesus realiza com base em sua vida divina eterna:
pode salvar integralmente! Ele “pode socorrer!” (Hb 2.18). Foi isto o que o
apóstolo havia ressaltado primeiramente como efeito do serviço de sumo sacerdócio
de Jesus. Agora ele avança mais um passo em sua declaração. Jesus nos trouxe a
redenção total.
Cristo conquistou uma salvação
perfeita, eternamente válida. Esta redenção eterna, de validade plena, vigora
para todas as pessoas, é oferecida a cada ser humano, sendo porém eficaz
somente para aquele que volta para Deus. De modo semelhante como em Hb 2.16, o
apóstolo também delimita aqui o círculo de pessoas em quem a salvação se
realiza. Lá ele havia afirmado: Ele “socorre a descendência de Abraão”. Aqui
ele assevera: “Jesus pode salvar aqueles que por meio dele chegam a Deus!” A
salvação dos pecados somente é concretizada naqueles que se convertem ao Senhor
com arrependimento e fé (cf. At 3.19).].
SINOPSE
DO TÓPICO (III)
O sacrifício de Cristo é perfeito, eterno e
perpétuo segundo a ordem de Melquisedeque.
CONCLUSÃO
Deus
estabeleceu o sacerdócio e as cerimônias de purificação e consagração. Estas
cerimônias apontavam para o sacrifício perfeito e o sacerdócio eterno de
Cristo. Ele se ofereceu como holocausto em nosso lugar. Sem Cristo, jamais
poderíamos nos achegar à presença santa e eterna de Deus e ter comunhão com
Ele. [Comentário: Moisés, segundo as instruções divinas,
separou a Arão e seus filhos, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar para o sacerdócio
(Êx 28.1). Todos os dias o sacerdote deveria oferecer no altar do holocausto
sacrifícios. Primeiro era necessário que um animal inocente fosse morto em
resgate da vida do próprio sacerdote, e em seguida outro animal morreria em
favor do povo de Deus. Vários eram os ritos de purificação. O sacerdócio não
apenas era imperfeito como também era interrompido pela morte. Houve muitos
sumos sacerdotes, pois nenhum sacerdote viveria para sempre. A Igreja, pelo
contrário, tem um Sumo Sacerdote, Jesus, o Filho de Deus, que vive para sempre!
Um Sacerdote imutável significa um sacerdócio imutável, o que, por sua vez,
significa segurança e confiança para o povo de Deus. "Jesus Cristo, ontem
e hoje, é o mesmo e o será para sempre" (Hb 13.8). "Tu és sacerdote
para sempre" (Sl 110.4). Hebreus 7.25 declara: "Por isso [porque ele é o Sumo Sacerdote eternamente vivo e imutável],
também pode salvar totalmente [completamente, para sempre] os que por ele se
chegam a DEUS, vivendo sempre para interceder por eles". Por certo, Cristo
pode salvar qualquer pecador que se encontra em qualquer situação, mas não é a
isso que o versículo se refere. A ênfase é sobre o fato de que ele salva
completamente e para sempre todos os que crêem nele. Uma vez que é nosso Sumo
Sacerdote para sempre, pode salvar para sempre.]. “NaquEle que me garante: "Pela
graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus"
(Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor
mio tibi offero,
Domine,
prompte
et sincere!
Campina Grande-PB
Março de 2014.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
GOWER, R. Novo Manual
dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos. 2 ed., RJ: CPAD, 2012.
Dicionário Bíblico
Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
MERRIL, E. H. História
de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as
nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. Atualmente somos limpos mediante quê?
R. Atualmente o crente é limpo pela Palavra (Jo
15.3) e pelo sangue de Cristo (1Jo 1.7).
2. O que o azeite simboliza?
R. O azeite é símbolo do Espírito Santo que viria
habitar no crente pelo ministério intercessor de Jesus (Jo 14.16,17,26).
3. O que deveria ser feito com o restante do sangue do segundo
carneiro?
R. O restante do sangue deveria ser derramado sobre
o altar.
4. Cristo era Sacerdote segundo qual ordem?
R. Ordem de Melquisedeque.
5. De acordo com a lição, qual o significado do vocábulo “perpétuo”?
R. O vocábulo “perpétuo” significa “inalterável”.
NOTAS
BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de
2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP
(Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude,
Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Defesa da Fé:
Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
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todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão
somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria,
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