Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2013 - CPAD -
Jovens e Adultos
Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes
Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes
Comentarista: José Gonçalves
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB;
Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB;
Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.
Lição 7:
Contrapondo a arrogância com a humildade
17 de
novembro de 2013
Trimestre comemorativo ao quarto ano do Blog Auxílio ao Mestre
TEXTO ÁUREO
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito
precede a queda” (Pv 16.18).
VERDADE PRÁTICA
A humildade é uma virtude que deve ser zelosamente
cultivada, pois a arrogância leva à destruição e à morte eterna.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios
8.13-21
13 - O temor do Senhor é aborrecer o mal; a soberba,
e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa aborreço.
14 - Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria; eu
sou o entendimento, minha é a fortaleza.
15 - Por mim, reinam os reis, e os príncipes ordenam
justiça.
16 - Por mim governam os príncipes e os nobres; sim,
todos os juízes da terra.
17 - Eu amo os que me amam, e os que de madrugada me
buscam me acharão.
18 - Riquezas e honra estão comigo; sim, riquezas
duráveis e justiça.
19 - Melhor é o meu fruto do que o ouro, sim, do que
o ouro refinado; e as minhas novidades, melhores do que a prata escolhida.
20 - Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das
veredas do juízo.
21 - Para fazer herdar bens permanentes aos que me
amam e encher os seus tesouros.
OBJETIVOS
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
• Dissertar sobre a relação
entre a humildade e a arrogância.
• Explicar os contrastes ilustrativos: o sábio e o insensato; o justo e o injusto; o
rico e o pobre; o príncipe e o escravo.
• Cultivar a virtude da humildade e rejeitar a arrogância.
PALAVRA-CHAVE
Humildade: Qualidade de humilde. Virtude caracterizada
pela consciência das próprias limitações.
COMENTÁRIO
introdução
A humildade, a honra e a
coragem são a base do bom relacionamento entre as pessoas. Mas a arrogância, a
desonra e a covardia são a causa de inimizades e conflitos. Nesta lição,
veremos a relação entre a humildade e a arrogância à luz de alguns contrastes
bastante didáticos e ilustrativos: o sábio e o insensato, o justo e o injusto,
o rico e o pobre, o príncipe e o escravo. Em qual grupo você se encontra? É
hora de aplicarmos à nossa vida as preciosas lições do livro de Provérbios. [Comentário: Hoje em
dia, a busca pelo poder, a ambição desmedida, o desejo de levar vantagem em
tudo, tornaram-se marca registrada da natureza humana. É só olhar à nossa
volta. O pecado de orgulho é a força motora de todos os outros pecados. A
soberba manobra o coração do adúltero; o orgulho comanda as intenções do
mentiroso; a altivez dirige a vida do ladrão. Mas não se engane, atente para o
que diz as escrituras, A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito
precede a queda” (Pv 16.18)]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. O SÁBIO VERSUS O INSENSATO
1. Sabedoria e humildade. A sabedoria é entendida como a aplicação correta do conhecimento em nosso
dia a dia. Em Provérbios, ela é vista como um antídoto contra a arrogância. Daí
a insistência do sábio em que se busque adquirir a sabedoria (Pv 16.16). A
sabedoria retratada em Provérbios demonstra ser eficaz contra a arrogância e a
soberba, pois quem é sábio age com humildade (Pv 11.2). Em o Novo Testamento, o
apóstolo Paulo sabia dessa verdade e, por isso, orou para que o Senhor
concedesse aos crentes “espírito de sabedoria e de revelação” (Ef 1.17). [Comentário: Quando
Jesus pregou o sermão que define o caráter do verdadeiro discípulo, suas
palavras iniciais foram diretas ao coração: "Bem aventurados os
humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mt 5.3). Ele
continuou a pregar durante mais três capítulos, mas muitos ouvintes não o
ouviram porque nunca passaram da linha de partida. Mesmo hoje, a maior parte da
mensagem do evangelho cai em ouvidos surdos de homens e mulheres arrogantes que
não querem mesmo reconhecer a posição de Jesus como Senhor. Mas Jesus não
reduziu os padrões. Ele não abriu uma porta extra para entrarem os arrogantes
ou os "quase" humildes. Ele manteve intacto o seu requisito fundamental
porque ele reflete a exigência eterna de Deus. Deus nunca aceitou o homem cheio
de orgulho que pensava fazer as coisas a seu próprio modo. Ao contrário de toda
a sabedoria dos homens carnais, tendentes a adquirir poder e posição, Deus
aceita exclusivamente os humildes. Uma geração depois de Uzias, o profeta
Miquéias pegou perfeitamente a ideia quando ele citou as palavras de Deus:
"Ele te declarou, ó homem, o que é bom e o que é que o Senhor pede de
ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o
teu Deus" (Mq 6.8). As Escrituras deixam perfeitamente claro que não
há outra maneira de caminhar com Deus. Ou andamos humildemente com nosso Deus,
ou não andamos de modo nenhum com ele! Jesus andou no meio de homens carnais e
enfrentou tremendo desafio. Como poderia ele capturar seus corações para
moldá-los como os servos humildes que o Pai busca? Não foi uma tarefa fácil.
Ele falava frequentemente de humildade, e mostrava em sua vida de serviço o que
significa elevar os outros acima de nós mesmos. Quem poderia exemplificar
melhor a humildade voluntária do que o próprio Deus, que deixou sua habitação
celestial para servir e mesmo morrer pelos homens pecadores? (Esta é a essência
do apelo irresistível de Paulo em Filipenses 2.3-8)].
2. Insensatez, arrogância e altivez. Na visão de Provérbios, o arrogante é uma pessoa
insensata e desprovida de qualquer lucidez e bom senso. Verdadeiramente, o
arrogante está pronto a fazer o mal, pois age com soberba e altivez (Pv 6.18).
É uma pessoa inexperiente, sem domínio próprio (Pv 25.28), ingênuo (Pv 27.12),
sem bom-senso (Pv 27.7) e que se comporta como um animal ou um bêbado (Pv
26.3,9). Por isso, o insensato não pode ser designado para um serviço (Pv
26.6,10). Ele é fanfarrão, preguiçoso e incorrigível (Pv 25.14; 26.11,13-26;
27.22). Sua presença é um perigo, pois além de falso e maldizente é ignorante
(Pv 26.18-22). Ele não age com a razão e não sabe controlar a própria vontade,
sendo, portanto, uma abominação para o Senhor (Pv 16.5). [Comentário: Arrogância (Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F.
Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea - CPAD) : A palavra grega physiosis (2Co 12.20) ocorre em uma lista de
pecados relacionados ao ato de falar, e refere-se especificamente a estar
dominado pela "presunção" ou "arrogância".
Está escrito que a boca dos falsos mestres pronuncia "coisas mui
arrogantes" (2Pe 3.18; Jd 16), onde a palavra grega hyperogkos
(literalmente, superinchado) significa algo "bombástico" ou
"arrogante". A palavra grega alazoneia (presunção em
palavras ou soberba) se refere à pretensão e arrogância do alazon
("soberbo", Rm 1.30; 2Tm 3.2), o jactancioso que usa as palavras em
seu próprio benefício e promete o que não pode cumprir. Ela descreve o homem
que ignora a soberania de Deus, que tenta controlar a sua vida atual (1Jo 2.16)
e modelar o seu próprio futuro. A palavra grega hyperephania (orgulhoso
e arrogante em pensamentos) descreve o homem que exalta a si próprio acima dos
outros, não através de atos exteriores de bazófia, mas com uma atitude interior
do coração, que ergue um altar a si próprio em seu íntimo onde realiza o seu
próprio culto ("orgulho", Rm 1.30; 2Tm 3.2; Lc 1.51; Tg 4.6; 1Pe 5.5;
cf. Mc 7.22). Arrogância, orgulho (em hebraico zed, ou "insolente,
altivo"), como no Salmos 19.13 quando se fala sobre "pecados de presunção"
que nascem de uma orgulhosa autoconfiança, e assim tais rebeldes deveriam ser
rigorosamente castigados. A palavra zed é encontrada em Salmos 86.14;
119.21,51,69,78,85,122; Provérbios 21.24; Isaías 13.11; Jeremias 43.2;
Malaquias 3.15; 4.1 significando muitas vezes "orgulho, impiedade, insolência".
Arrogância (heb., zadon, "orgulho, presunção"), personificada
pela Babilônia que agiu com arrogância contra Deus ao queimar seu Templo e
levar seu povo prisioneiro (Jr 50.31,32). Presunção (em hebraico b'yad rama,
"com arrogância"), que em Números 15.30 significa
"desafiar", ou rebelar-se abertamente contra Deus. Tal pessoa deveria
ser eliminada (Gn 17.14) sem a possibilidade de perdão porque havia desprezado
a Palavra do Senhor (Nm 15.31)].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A alegria do Senhor, a que Paulo se
refere, se manifesta em meio às preocupações e as aflições da vida
II. O JUSTO VERSUS O INJUSTO
1. Justiça e humildade. Em Provérbios,
a humildade e a justiça são inseparáveis. Ali, o princípio de vida proposto
pelo sábio é simples: quem é justo deve agir com humildade, quem é humilde deve
agir com justiça. Salomão, ainda bem jovem, pediu humildemente sabedoria a Deus
para governar Israel com justiça (1Rs 3.7-10). Ele queria que a justiça
alcançasse todo o seu reino (Pv 1.1-3). A pessoa humilde e justa sabe que a
justiça vem diretamente de Deus (Pv 29.26). Por isso, ela deve ser amorosa e
sabiamente exercitada. [Comentário: Na
sociedade de nossos dias, essas duas palavras, humildade e justiça, não são
muito indicadas para aqueles que querem “se dar bem na vida”, “progredir”. A
pessoa que tem comportamento humilde, preferindo o bem dos outros em detrimento
do seu próprio bem ou, aquele que busca promover justiça, que luta para que
reine a verdade nos seus relacionamentos sociais e profissionais corre grande
risco de acabar prejudicado. Viver os preceitos divinos, defendendo e
promovendo a justiça, não significa que precisamos fazer papel de bobo perante
os outros! O crente deve sim promover um comportamento humilde e justo, suas
palavras e ações devem ter autoridade tal que ecoem no mais íntimo do coração
das pessoas. Seguir a humildade e justiça é fundamental para uma vida cristã
autêntica, que dá evidência da glória de Deus em nós. No sermão do monte,
Cristo nos afirma que se vivermos dessa forma em relação à forma que o mundo
vive, teremos uma grande recompensa, que no meu entendimento, é a melhor de
todas. “Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos” (Mt
5.5,6). Que promessa maravilhosa! Que incentivo para buscarmos verdadeiramente
a humildade e a justiça! Passarmos pór esta vida tendo a plena certeza que
herdaremos a terra e que seremos eternamente saciados. Qualquer um de nós
possui sonhos e aspirações, desejo de galgar sucessos nesta vida, e isso não é
errado, os bens materiais são importantes para nossa vida enquanto estivermos
debaixo do sol, lembrando que somos mordomos e aquilo que o Senhor entregou em
nossas mãos pertence a ele, mas essas coisas devem ocupar um segundo plano em
nossas vidas. O primordial aqui, enquanto neste mundo vivermos, deve ser
construir nossas vidas sobre os princípios eternos de Cristo, isso sim é viver
plenamente!].
2. Injustiça e arrogância. A insensatez e a arrogância são categorias morais que aparecem associadas
à prática da injustiça. Nenhum arrogante agirá com humildade e tampouco o
injusto procederá com justiça. O arrogante possui uma escala de valores
distorcida e não se dá conta dos malefícios das suas ações. O pior é que ele
não possui humildade para reconhecer o fato. A palavra hebraica para
“arrogante” é gabahh, que significa orgulhoso, alto e exaltado. Por outro lado,
o termo hebraico traduzido como “humildade” vem da raiz de um vocábulo que
significa afligir, oprimir e humilhar. Na prática, a Bíblia nos mostra que quem
se sente acima dos outros pode ser tentado a pisá-los, oprimí-los e
humilhá-los, e essas são atitudes impensáveis para um servo de Deus. [Comentário: Arrogância (CHAMPLIN, R.N. O
Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo - CPAD) - Os homens, de modo geral, caracterizam-se
por esse atributo negativo, mas especialmente os ímpios, destituídos de toda
espiritualidade. Eles se transformam em pequenos deuses e se esquecem de sua
mortalidade (Sl 9.20). O julgamento de Deus pode trazê-los de volta a uma
estimativa ponderada sobre as coisas. Os ímpios são arrogantes; perseguidores
dos pobres e jactanciosos. A glória deles está na sua vergonha; são
gananciosos; eles renunciaram ao Senhor e aos Seus caminhos; são orgulhosos;
não buscam a Deus; são ateus práticos, se não mesmo teóricos. Seus caminhos são
ofensivos e espalham destruição; eles são soberbos e resistem à justiça e ao
julgamento de Deus; pensam que nem Deus nem os homens podem impedi-los de
continuar em seus caminhos de destruição; supõem que nunca se levantará
adversário que os faça parar. A boca deles é cheia de maldição, engano e
opressão; eles falam o que é errado e o que é iníquo e põem por obras o erro e
a iniquidade. Preparam armadilhas para apanhar os que de nada suspeitam; armam
embustes e esperam, ocultos, para assassinar; escondem-se em lugares secretos
como o leão esperando por uma vítima, e assim apanham o pobre para tirar-lhe a
vida; esmagam vítimas inocentes. Pensam que Deus não vê nem se lembra da
iniquidade deles; acreditam que Deus está escondido, ou se mostra indiferente
para com o que eles fazem; e, de fato, estão certos de que a retribuição divina
nunca ocorrerá].
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
Segundo o livro dos Provérbios, do justo
se espera justiça e humildade, mas do injusto, injustiça e arrogância.
III. O RICO VERSUS O POBRE
1. Riqueza e arrogância. Uma
primeira leitura de Provérbios deixa claro que Deus condena tanto a riqueza
adquirida por meios injustos, como a pobreza gerada pela preguiça. Por isso, a
riqueza pode ser fruto da justiça, e a pobreza, às vezes, resultado da
indolência e do ócio (Pv 28.19,20; 29.3). Ninguém, portanto, deve ser elogiado
meramente por ser pobre nem tampouco estigmatizado por ser rico. Salomão,
contudo, sabe que os muitos bens do rico podem levá-lo à prepotência e à
arrogância (Pv 18.23). [Comentário: A
arrogância. Este é outro dos pecados que Deus abomina. Figura entre as sete
coisas que são odiadas em 6.16 ss., sob o título olhos altivos (vs. 17). O
orgulho, ou soberba, e a arrogância são ideias aparentadas e derivam-se de
palavras hebraicas similares, gerah e gaon, as quais falam do orgulho em todas
as suas expressões. Ver sobre Orgulho, no Dicionário, quanto a detalhes. O
orgulho, como já dissemos, é um dos principais pecados, considerado por alguns
estudiosos como um dos pecados mortais, se é que é legítimo fazer distinções
entre pecados mortais e veniais, como diz a Igreja Católica Romana. Ver na
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia o artigo intitulado Sete Pecados
Mortais.].
2. Pobreza e humildade. Devemos
considerar, também, que há um tipo de pobreza que é resultado de um determinado
contexto sócio-histórico (Pv 28.6). Em Provérbios é evidente que os sábios
demonstram uma preferência pelo pobre. Este, mesmo não tendo uma vida econômica
confortável, age com integridade e justiça (Pv 28.11). Tal pobre é identificado
como sábio, pois ele sabe que os valores divinos são melhores que as riquezas
(Pv 22.1; 23.5). [Comentário: Riquezas e honra estão comigo. As verdadeiras
riquezas e a honra estão com a Senhora Sabedoria em sua casa, em contraste com
as riquezas do mundo, como prata, ouro e joias. As riquezas da sabedoria são
permanentes, em contraste com as riquezas do mundo. Essa ideia tem sido
cristianizada para falar das recompensas ganhas após o sepulcro, no pós-vida.
Mas o autor sagrado está falando sobre uma longa vida, plena de honrarias,
prosperidade e bem-estar, agora mesmo na terra, a herança de Israel. Em vez de
“justiça”, algumas traduções dizem “prosperidade, çedhaqah, que pode
significar isso ou “boa sorte, dada por Deus ao homem” (Charles Fritsch, in
loc.). “A retidão é associada às riquezas duráveis, em contraste com as
riquezas deste mundo, que perecem, são mal ganhas e logo se perdem” (Fausset,
in loc.). Cf. Mt 6.33. Em Cristo existem riquezas duráveis (Ef 3.8; 1Co 1.30).
Quanto às riquezas permanentes, ver também (Pv 14.24; 15.6; 22.4). Na sua casa
há prosperidade e riqueza, e a sua justiça permanece para sempre (Sl 112.3)].
SINOPSE
DO TÓPICO (III)
Uma leitura de Provérbios deixa claro
que Deus condena tanto a riqueza adquirida por meios injustos, quanto à pobreza
gerada pela preguiça.
IV. O PRÍNCIPE VERSUS O ESCRAVO
1. Realeza: arrogância e humildade. Quando o livro de Provérbios foi escrito, a nação de
Israel era uma monarquia. Nesta, a figura do rei recebe destaque especial. Em
Israel, isso não seria diferente. Salomão era rei e sabia que, para governar,
precisava da sabedoria divina, a fim de discernir entre o bem e o mal (1Rs
3.1-10). A sabedoria (Pv 17.7) e a sobriedade (Pv 31.4) são elementos indispensáveis
ao rei para exercer a justiça e promover o bem-estar social de seu povo (Pv
29.4). O governante que teme a Deus dará mais atenção ao pobre e ao humilde.
Agindo assim, será abençoado perpetuamente (Pv 29.14). Mas o que não teme ao
Senhor procederá arrogante e perversamente (Pv 29.2). [Comentário: A
sabedoria retrocede ao tempo da criação, tendo sido um instrumento da criação.
Naturalmente, a sabedoria já estava com Deus antes da criação, e fazia parte da
doutrina judaica padrão que a lei incorporava essa sabedoria, que não começou
com a lei de Moisés. Isso significa que a lei de Moisés foi um reflexo da
eterna sabedoria de Deus. A sabedoria já existia antes da criação, sendo mencionada
por cinco vezes nesta passagem: vss. 22 (duas vezes), 23, 25 e 26. A sabedoria
estava presente quando Deus criou todas as coisas: vss. 24,27-29. Por sete
vezes, o quando é declarado. Era apenas natural que uma passagem como a
presente se refira ao Verbo (ver João 1.1), como que para descrever o Filho
preexistente. Essa teoria é maculada, entretanto, pela palavra criar (de acordo
com certas versões; e, talvez, por isso, em nossa versão portuguesa tenhamos o
verbo “possuir”) no vs. 22: “O Senhor me possuía no início de sua obra”; temos
o comentário da Scofield Reference Bible: “Essa sabedoria é mais do que uma
personificação de um dos atributos de Deus, ou da vontade de Deus como a melhor
vontade para o homem, é antes um prefigurar distinto de Cristo, como algo firme
na mente divina. Cf. Pv 8.22-26 com João 1.1-3 e Cl 1.17. Só pode estar em
pauta o Eterno Filho de Deus” (in loc.)].
2. Escravidão: humildade e realeza. A verdade de Provérbios 17.2 se cumpriu quando
Jeroboão, servo de Salomão, tornou-se príncipe das dez tribos do Norte de
Israel (1Rs 12.16-25). Mas um sentido metafórico e interessante para
destacarmos nesse texto é que as pessoas provenientes de uma condição humilde,
quando agem com prudência, sobressaem-se aos arrogantes. Os que, porém, desprezam
a humildade, quando chegam ao topo agem como os soberbos. Um ditado popular
descreve isso com precisão: “Dê poder ao homem e você saberá o seu verdadeiro
caráter”. Tudo é uma questão de princípios, de atitudes e de caráter. Para que
este se forme no indivíduo não depende da sua classe social, mas dos valores
que lhe são germinados desde a mais tenra idade. Tudo é uma questão de
princípios e de atitudes! Que o pobre, ao tornar-se rico, não se esqueça de sua
origem. Os seus valores lhe dirão o que ele se tornará: uma pessoa arrogante e
egoísta ou alguém compassivo e generoso. [Comentário: Um
privilégio herdado pode ser facilmente perdido para aqueles que, mediante a
diligência, se mostram dignos de desfrutar do mesmo (Pv 11.29). Muitos ainda
confundem humildade com a falta de bens e recursos materiais. Porém, humildade
não tem nada a ver com os bens materiais que uma pessoa possui. Ser humilde é
ser consciente das fraquezas, falhas, erros, imperfeições. Humildade também não
é complexo de inferioridade. Muitos não têm uma auto-estima saudável e acabam
adoecendo e confundido humildade com baixa autoestima. Quando uma pessoa não
tem uma visão correta de si mesma, ela corre o perigo de desenvolver um
complexo de inferioridade ou de se tornar uma pessoa altiva, arrogante,
soberba. Deus pode e quer curar a forma como nos vemos.].
SINOPSE
DO TÓPICO (IV)
A monarquia caracteriza-se pela
prepotência e a exuberância do seu reino. Mas o governante que teme ao Senhor
dará maior atenção ao pobre e ao humilde.
CONCLUSÃO
Na presente lição, vimos
os contrastes entre o sábio e o insensato, entre o justo e o injusto, entre o
rico e o pobre e entre o príncipe e o escravo. Estudamos também que a humildade
ou a arrogância distinguirão uma pessoa da outra. A Bíblia nos orienta a
cultivarmos a virtude da humildade e a rejeitarmos a arrogância, pois “Deus
resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (Tg 4.6). [Comentário: O Salmo
15 pode muito bem concluir esta lição: “Quem, Senhor, habitará no teu
tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? Davi elenca, de forma
poética, as virtudes daquele que vai morar, na eternidade, com Jesus”. Sejamos,
pois, humildes, para que alcancemos a sabedoria e, com ela, a vida eterna, a
eterna companhia do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Graça e Paz a todos
que estão em Cristo!
Francisco de Assis
Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et
sincere
Meu coração te
ofereço, Senhor, pronto e sincero (Calvino)
Recife-PE
Novembro de 2013.
VOCABULÁRIO
Versus: Contra; em comparação
com; em relação a; alternativamente a.
Estigmatizado: Que ou aquele que se
estigmatizou; marcado ou cicatrizado de uma ferida.
Sócio-Histórico: Relativo aos fatos ou
circunstâncias sociais que fazem a história de uma sociedade.
Audazes: Quem realiza ações
difíceis, afronta obstáculos e situações difíceis.
Exuberância: Fartura ou
superabundância.
EXERCÍCIOS
1. Segundo a lição, como a
sabedoria é vista no livro de Provérbios?
R. Como
um antídoto contra a arrogância.
2. Quem é o arrogante na visão
do livro de Provérbios?
R. O
arrogante é uma pessoa insensata e desprovida de qualquer lucidez e bom senso.
3. Qual o princípio de vida
proposto pelo sábio?
R. Quem
é justo deve agir com humildade, quem é humilde deve agir com justiça.
4. Como os Provérbios condenam
a “riqueza” e a “pobreza”?
R. Deus
condena tanto a riqueza adquirida por meios injustos, como a pobreza gerada
pela preguiça.
5. De acordo com a lição, a
quem um governante temente a Deus dará mais atenção em seu governo?
R. Ao
pobre e ao humilde.
NOTAS
BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS
CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos; Comentarista: Pr. Elienai Cabral; CPAD;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino – Confissão de Fé; p. 1239;
-. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos; Comentarista: Pr. Elienai Cabral; CPAD;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino – Confissão de Fé; p. 1239;
-. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
Autorizo
a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito,
tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria,
igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto.