29 de agosto de 2010
TEXTO ÁUREO
"E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos" (Lc 24.44).
- A perícope apresenta o ápice da fé cristã [a ressurreição corpórea de Cristo. Paulo declara que se Cristo não ressuscitou, não há perdão, nem livramento do pecado. Negar a ressurreição de Cristo é negar totalmente a fé cristã.] e é esclarecedora quanto ao corpo ressurreto de Jesus: a sua aparência é tangível, tem carne e ossos e pode alimentar-se (Lc 24.39). Seu corpo ressurreto não é como um espírito, como que de fumaça. Jesus tem um corpo glorificado, espiritual (Fp 3.20,21), e de igual modo os santos no céu (1 Co 15.40,44). O Texto de Ouro mostra como os discípulos eram incapazes de compreender as profecias e relacioná-las com todos os acontecimentos envolvendo a Jesus. Nessa aparição, Jesus abre-lhes o entendimento e mostra-lhes à luz de seu cumprimento, tudo o que dele estava profetizado. “...tudo o que de mim estava escrito na Lei(Torah) de Moisés, e nos Profetas(N’vi’im), e nos Salmos(Ke’tuvim), em outras palavras, toda a Tanack (Escrituras Judaicas).
O Senhor Jesus é o centro das Escrituras Sagradas e está presente em seu conteúdo, história e instituições, de maneira direta e indireta.
Atos 3.18-26
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Identificar as figuras proféticas que apontavam para Cristo.
- Explicar as profecias diretas sobre o nascimento de Jesus.
- Reconhecer que as obras de Jesus foram e são proféticas.
PALAVRA-CHAVE
CUMPRIMENTO:-Ato ou efeito de cumprir algo.
O NT constantemente se apresenta como sendo o cumprimento de profecias e promessas feitas por Deus nas Escrituras Hebraicas. Dos quatro evangelistas, Mateus especificamente se preocupa em apontar esses acontecimentos (Mt 5.15,17; 3.3; 4.14; 8.17; 11.10; 12.17; 13.14,35; 21.4; 22.43; 26.31 e 27.9). Seu objetivo é mostrar que Jesus deve ser reconhecido como o Messias porque cumpriu aquilo que Deus disse por intermédio dos profetas. No texto da Leitura Bíblica em Classe, o apóstolo Pedro prega o cumprimento das profecias e defende com propriedade a tese de que Jesus é o cumprimento de tudo o que já fora predito pelos profetas. Pedro traz à lembrança dos líderes judeus a promessa sobre Gn 12.1-3 e aplica-a a todo homem, incluindo os gentios. Ele mostra que Jesus é o profeta que Deus levantaria conforme a profecia de Moisés. O conteúdo profético que discorre sobre o aparecimento de Jesus não se restringe só ao que foi dito ou escrito pelos profetas, mas está expresso em todo o conteúdo veterotestamentário, como poderemos constatar na lição de hoje.
I. FIGURAS PROFÉTICAS
1. As prefigurações. [Representar antecipadamente (o que está por vir)]. No texto de Êx 12.3-20 temos a descrição da festa da Páscoa e da festa que a segue, dos Pães Asmos. Curiosamente, pelo fato de a Páscoa assinalar um novo começo para Israel, o mês em que ela ocorreu (março/abril em nosso calendário) tornou-se o primeiro dos meses de um ano novo para a nação. Seu propósito foi relembrar ao povo que sua própria existência como povo de Deus resultou do seu livramento do Egito, mediante os poderosos atos redentores de Deus. O cordeiro da Páscoa e seu sangue prefiguram Jesus Cristo e seu sangue derramado, como o ‘Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo’ (Jo 1.29,36; Is 53.7; At 8.32-35; 1 Co 5.7; Ap 13.8). A festa da Páscoa devia ser observada anualmente. A participação regular da Ceia do Senhor para o cristão do NT é a continuação da mensagem profética da Páscoa (1Co 11.24,25). A refeição da Páscoa assinalava o início da Festa dos Pães Asmos, que prefigurava a importância da fé no Cordeiro sacrificial e a obediência a Ele. O cordeiro sacrificado diariamente apontava para Cristo que padeceu durante a comemoração dessa grande festa judaica (Lc 22.15), pois "Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós" (1 Co 5.7) [‘Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.’ Is 53.7]. Jesus é o Cordeiro provido por Deus para ser sacrificado em lugar dos pecadores (cf. Êx 12.3-17; Is 53.7). Pela sua morte, recebemos plena provisão para a remoção da culpa e do poder do pecado e abriu o caminho para Deus a todos neste mundo. Assim como a Páscoa, os sofrimentos de Davi, descritos no Salmo 22, prefiguram os vitupérios e flagelos de Jesus. Conhecido como o salmo da cruz [por retratar com exatidão o cruel sofrimento de Cristo na cruz], prefigura o sofrimento de Jesus Cristo durante sua crucificação, e prenuncia sua imediata vindicação três dias depois. Até os gestos usados pelos inimigos de Jesus foram preditos no AT (‘E os que passavam blasfemavam dele, meneando a cabeça’ Mt 27.39).
1. Israel. Em Os 11.1 (eu o amei; e do Egito chamei a meu filho.), Deus refere-se à ocasião em que os israelitas foram tirados do Egito para que viessem a tornar-se uma nação independente. Ele chama Israel de ‘filho’ (Êx 4.22), mas este não demorou a tornar-se inconstante e desobediente (v. 2). Mateus 2.14,15 aplica este versículo a Jesus, que foi levado ao Egito por José e Maria, e chamado de volta à Palestina depois da morte de Herodes. ‘Então dirás a Faraó: Assim diz o SENHOR: Israel é meu filho, meu primogênito.’ (Ex 4.22). Primogênito aqui, indica um tipo especial de amor de Deus, e, de comunhão com Ele. Deus reivindicou Israel como seu filho seu primogênito. Posteriormente, num sentido mais restrito de filiação, Deus reivindicou a dinastia davídica como seu filho (2 Sm 7.14; Sl 2.7), e mais adiante, também em sentido ainda mais restrito, Ele proclamou Jesus como seu Filho, seu Primogênito (Lc 1.35; 3.22; Hb 1.5-13).
2. O tabernáculo. No cap. 25 de Êxodo, Deus mesmo instrui a respeito do Tabernáculo. A Bíblia nos dá o significado histórico, espiritual e tipológico do Tabernáculo:
a. O Tabernáculo era um santuário (v. 8), um lugar separado para o Senhor habitar entre o seu povo e encontrar-se com os seus (v. 22; 29.45,46; Nm 5.3; Ez 43.7,9). A glória do Senhor estava sobre o Tabernáculo de dia e de noite. Quando a glória do Senhor seguia adiante, Israel tinha que avançar junto. Deus guiou os israelitas dessa maneira enquanto estiveram no deserto (40.36-38; Nm 9.15,16);
b. Era chamado o ‘Tabernáculo do Testemunho’ (38.21), porque continha os dez mandamentos. Os dez mandamentos lembravam sempre ao povo, da santidade de Deus e das suas leis sobre o viver do seu povo escolhido. Nosso relacionamento com Deus nunca poderá ser separado da nossa obediência à sua lei;
c. O Tabernáculo era o lugar onde Deus concedia o perdão dos pecados mediante um sacrifício vicário (29.10-14). Esses sacrifícios tipificavam o perfeito sacrifício de Cristo na cruz pelos pecados da raça humana (Hb 8.1,2; 9.11-14);
d. O Tabernáculo falava do céu, i.e., do Tabernáculo celestial onde Cristo, nosso sumo sacerdote eterno, vive eternamente para interceder por nós (Hb 9.11,12,24-28);
e. O Tabernáculo falava da redenção final quando, então, haverá um novo céu e uma nova terra, i.e., o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles (Ap 21.3). A arca era uma peça do Tabernáculo em formato de baú, contendo os dez mandamentos (cf. vv. 16,22), um vaso de maná (16.33,34) e a vara florescida de Arão (Nm 17.10; Hb 9.4). Tinha por cobertura uma tampa chamada propiciatório (v. 21). Fixados em cada extremidade do propiciatório e formando uma só peça com ele, havia dois querubins alados, de ouro batido (ver v. 18 nota). A arca foi posta no Lugar Santíssimo do Tabernáculo (26.34) e representava o trono de Deus. Diante dela o sumo sacerdote se colocava, uma vez por ano, no Dia da Expiação, para aspergir sangue sobre o propiciatório, como expiação pelos pecados involuntários do povo, cometidos durante o ano anterior. No interior da Arca havia duas tábuas de pedra, nas quais foram gravados os dez mandamentos ou Decálogo, que Moisés recebeu de Deus, no monte (31.18). Sobre a tampa da Arca, o propiciatório, o sumo sacerdote aspergia o sangue derramado do sacrifício, a fim de fazer expiação pelos pecados. Esse ato simbolizava a misericórdia de Deus, que levava ao perdão (Lv 16.14,15; 17.11; Rm 3.25). Assim, o propiciatório e o sangue sobre ele prefiguravam o perdão divino, acessível aos pecadores através do sacrifício expiador de Cristo (Rm 3.21-25; Hb 7.26; 4.14-16). Sobre o propiciatório, dois querubins de ouro em ambas as extremidades do propiciatório e simbolizavam seres celestiais que assistem junto ao trono de Deus no céu (Hb 8.5; Ap 4.6,8). Simbolizavam a presença de Deus e a sua soberania entre o seu povo na terra (1 Sm 4.4; 2 Sm 6.2; 2 Rs 19.15). A presença deles sobre a arca testificava da verdade que Deus permaneceria entre o seu povo, somente enquanto houvesse provisão expiatória pelo sangue e o povo se dispusesse a cumprir os mandamentos de Deus. No átrio, a mesa... o pão da proposição. O pão colocado sobre essa mesa representava a presença do Senhor como o sustentador de Israel na sua vida em geral (cf. Lv 24.5-9; Is 63.9). Aponta para Cristo, o Pão da Vida (16.4; Mt 26.26-29; 1 Co 10.16); O castiçal, um candelabro que continha sete lâmpadas a óleo para alumiar o Tabernáculo. As lâmpadas acesas representavam a luz de Deus, a sua presença no meio do arraial (Jr 25.10; Ap 21.22-26). Representava a presença de Deus no meio do povo. Deus mandou Moisés construir o tabernáculo, porque almejava habitar no meio dos filhos de Israel: "E me farão um santuário, e habitarei no meio deles" (Êx 25.8). No tabernáculo (Êxodo caps. 25 - 40) está a figura de Cristo: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1.14). Não somente isso, mas cada peça e utensílio do tabernáculo apontam igualmente para Cristo e sua obra salvífica (Hb 9.8-10).
3. O sacerdócio. O NT mostra a revelação Messiânica em outro personagem de Gênesis, Melquisedeque, como figura de Cristo (Gn 14.18-20). Melquisedeque (que significa rei de justiça ) era tanto rei de Salém (a Jerusalém primitiva), como sacerdote do Deus Altíssimo. Ele servia ao único Deus verdadeiro, assim como Abrão. Melquisedeque era cananeu e, portanto, como Jó, é um exemplo de um não-israelita, servo de Deus. Melquisedeque é um tipo ou figura da realeza e sacerdócio eternos de Jesus Cristo (Sl 110.4; ver Hb 7.1,3). Hebreus 7.1 apresenta-o como uma prefiguração de Jesus Cristo, que é tanto sacerdote como rei (v. 3). O sacerdócio de Cristo é ‘segundo a ordem de Melquisedeque’ (Hb 6.20), o que significa que Cristo é anterior a Abraão, a Levi e aos sacerdotes levíticos e maior que todos eles. Por ser o sacerdócio levítico imperfeito (Hb 10.4) e exercido por homens pecadores (vv. 27,28), foi substituído pelo sacerdote perfeito, o Filho de Deus. Cristo é um sacerdote perfeito porque é totalmente justo. Precisou morrer uma só vez como sacrifício pelos nossos pecados. Permanece como nosso sacerdote eterno diante de Deus no céu, e vive para sempre (vv. 24-28). Por isso, Ele pode salvar completamente e para sempre todos aqueles que por Ele se chegam a Deus (Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.-Hb 7.25). “Cristo vive no céu, na presença do Pai (8.1), intercedendo por todos os seus seguidores, individualmente, de acordo com a vontade do Pai (cf. Rm 8.33,34; 1 Tm 2.5; 1 Jo 2.1). (1) Pelo ministério da intercessão de Cristo, experimentamos o amor e a presença de Deus e achamos misericórdia e graça para sermos ajudados em qualquer tipo de necessidade (4.16), tentação (Lc 22.32), fraqueza (4.15; 5.2), pecado (1 Jo 1.9; 2.1) e provação (Rm 8.31-39). (2) A oração de Cristo como sumo sacerdote em favor do seu povo (Jo 17), bem como sua vontade de derramar o Espírito Santo sobre todos os crentes (At 2.33), nos ajudam a compreender o alcance do seu ministério de intercessão (ver Jo 17.1 nota). (3) Mediante a intercessão de Cristo, aquele que se chega a Deus (i.e., se chega continuamente a Deus, pois o particípio no grego está no tempo presente e salienta a ação contínua), pode receber graça para ser salvo "perfeitamente". A intercessão de Cristo, como nosso sumo sacerdote, é essencial para a nossa salvação. Sem ela, e sem sua graça, misericórdia e ajuda que nos são outorgadas através daquela intercessão, nos afastaríamos de Deus, voltando a ser escravos do pecado e ao domínio de Satanás, e incorrendo em justa condenação. Nossa única esperança é aproximar-nos de Deus por meio de Cristo, pela fé (1Pe 1.5). (4) Note que Cristo não permanece como advogado e intercessor dos que se recusam a confessar e abandonar o pecado e que se apartam da comunhão com Deus (cf. 1 Jo 1.5-7,9; 3.10). Sua intercessão para salvar ‘perfeitamente’ é somente para aqueles que ‘por Ele se chegam a Deus’ (7.25). Não há segurança nem garantia para quem deliberadamente peca e deixa de se chegar a Deus por Ele (10.21-31; 3.6). (5) Posto que Cristo é nosso único mediador e intercessor no céu, qualquer tentativa de ter anjos ou santos falecidos como mediadores e de oferecer orações ao Pai através deles, é tanto inútil quanto antibíblico” (Bíblia de Estudo Pentecostal, nota de roda-pé em Hb 7.25). “Eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá.” (Jr 31.31-34). Esta é a única declaração explícita que se refere ao concerto novo no AT. Hb 8.8-12 reescreve esse texto revelando que essas palavras de Jeremias cumpriram-se no novo concerto instituído por Jesus Cristo em favor de todos que se arrependem de seus pecados e crêem nEle. Encontramos ainda no NT, o ensino de que as palavras de Jeremias terão pleno cumprimento somente nos últimos dias desta era, quando uma boa parte da nação de Israel se voltar ao Senhor Jesus como seu verdadeiro Messias e Salvador (Rm 11.25-27; Ez 36.24-28; Zc 12.10 13.1). Já no Antigo Testamento, a palavra profética anunciava a mudança no sistema sacerdotal (Jr 31.31-34; Hb 8.8-12) e a substituição do sacerdócio aarônico pela ordem sacerdotal de Melquisedeque (Sl 110.4; Hb 7.11,17).
Israel, o Tabernáculo e o Sacerdócio são instituições proféticas que identificam o Messias nas profecias para o seu povo.
III. PROFECIAS DIRETAS ACERCA DO NASCIMENTO DE JESUS
2. O descendente dos patriarcas de Israel. A bênção outorgada a Judá (vv. 8-12) indica que os direitos da primogenitura lhe foram concedidos, e, portanto, as bênçãos prometidas a Abraão (12.1-3). A suma dessa promessa é que todas as nações seriam abençoadas através de Judá pela semente da mulher. A Judá foi dito que seus descendentes governariam seus irmãos, até que venha Siló (Gn 49.8-10). Esta promessa foi parcialmente cumprida no fato da linhagem real de Israel ter sido a do rei Davi, um descendente de Judá. Siló provavelmente significa ‘aquele a quem pertence’ (Ez 21.27) e, em sentido pleno, refere-se ao Messias vindouro, Jesus Cristo, que veio através da tribo de Judá (Ap 5.5). Jacó profetizou que todos os povos lhe seriam sujeitos (v. 10; Ap 19.15), e que Ele traria grandes bênçãos espirituais (vv. 11,12). Os profetas disseram que o Salvador seria um descendente de Davi (Jr 23.5,6) e essa palavra também se cumpriu (Mt 22.42; Lc 1.32; Jo 7.42; Rm 1.3; Ap 22.16).
3. Nascido de uma virgem. ‘Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.’ (Is 7.14). Virgem (hb. almah), tem o significado de virgem ou mulher jovem em idade de casar. A aplicação imediata desse sinal seria a uma nubente que fora virgem até à ocasião do seu casamento. Antes do seu filho ter idade suficiente para distinguir entre o certo e o errado, os reis da Síria e de Israel seriam destruídos (v. 16). O pleno cumprimento desta profecia ocorreu quando Jesus Cristo nasceu da virgem Maria (Mt 1.23). Maria era virgem e permaneceu virgem até a ocasião do nascimento de Jesus (Mt 1.18,25). A concepção do seu Filho deu-se mediante um milagre do Espírito Santo, e não pela ação de homem algum (ver Mt 1.16,23; Lc 1.35). Essa é a doutrina cristã do nascimento virginal de Jesus. Os relatos de Mateus e Lucas concordam em declarar inequivocamente que Jesus nasceu de uma mãe virgem, sem haver o ato sexual, e que Ele foi concebido pelo Espírito Santo (v. 18; Lc 1.34,35). O Espírito Santo viria sobre ela, e o Filho seria concebido mediante uma intervenção divina milagrosa. Por causa da sua concepção milagrosa, Jesus será o Santo , ou seja: Ele não terá qualquer mácula do pecado. Essa doutrina vem sendo atacada pelos teólogos liberais. A palavra virgem é a tradução do grego parthenos, e do hebraico almah, designa uma virgem em idade de casamento, e nunca é usada no AT para qualquer outra condição da mulher, exceto a da virgindade (cf. Gn 24.43; Ct 1.3; 6.8; Is 7.14). É de toda importância o nascimento virginal de Jesus. Para que o nosso Redentor pudesse expiar os nossos pecados e assim nos salvar, Ele teria que ser numa só pessoa, tanto Deus como homem impecável (Hb 7.25,26). O nascimento virginal de Jesus satisfaz essas duas exigências. Por isso, Jesus Cristo nos é revelado como uma só Pessoa divina, com duas naturezas: divina e humana, mas impecável.
4. O local de nascimento de Jesus. Miquéias profetiza que um governante surgiria de Belém para cumprir as promessas de Deus ao seu povo (Mq 5.2). Este texto refere-se a Jesus, o Messias (Mt 2.1,3-6), cuja origem é ‘desde os dias da eternidade’ (Jo 1.1; Cl 1.17; Ap 1.8). Não obstante, Ele nasceria como ser humano, para em tudo fazer-se semelhante a nós (v. 3; ver Jo 1.14; Fp 2.7-8). Lucas estabelece meticulsamente as circunstancias históricas que envolvem o nascimento de Jesus, relacionando-as com acontecimentos do império Romano. César Augusto foi imperador de
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
O perfil do nascimento do Redentor foi revelado por Deus através do desdobramento profético nas Escrituras.
IV. PROFECIAS SOBRE AS OBRAS DE JESUS
- (1) Moisés foi ungido pelo Espírito (Nm 11.17); o Espírito do Senhor estava sobre Jesus na pregação do evangelho (Lc 4.18,19);
- (2) Deus usou Moisés para introduzir a antiga aliança; Jesus introduziu a nova aliança;
- (3) Moisés conduziu Israel, tirando-o do Egito para o Sinai, e estabeleceu o pacto de seu relacionamento com Deus; Cristo redimiu seu povo do pecado e da escravidão de Satanás, e estabeleceu um novo e vivo pacto com Deus, por meio do qual seu povo pudesse entrar na sua própria presença;
- (4) Moisés, nas leis do AT, referiu-se ao sacrifício de cordeiros para prover em figura a redenção; o próprio Cristo tornou-se o Cordeiro de Deus para prover salvação a todos quantos o aceitarem;
- (5) Moisés conduziu o povo à lei, mostrando-lhe a sua obrigação em cumprir seus estatutos para ter a bênção divina; Cristo chamava o povo a si mesmo e ao Espírito Santo, como a maneira de Deus cumprir a sua vontade, e dos fiéis receberem a bênção divina e a vida eterna (Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, nota At 3.29).
2. Sua vida e ministério. O profeta Isaías anunciou que o Messias haveria de habitar em Naftali, nos confins de Zebulon (Is 9.1-4); Isaías fala de um Libertador vindouro que, um dia, guiaria o povo de Deus à alegria, à paz, à retidão e à justiça.
O NT aplica-a à Jesus Cristo, o Filho de Deus. Essa profecia revela várias verdades importantes sobre o ministério do Messias: Ministraria principalmente na Galiléia (Mt 4.13,14); Traria a luz da salvação e da esperança (Mt 4.15,16); Aumentaria o número do povo de Deus, sobretudo pela admissão dos gentios à família da fé (At 15.13-18). O profeta Zacarias predisse a sua entrada triunfal em Jerusalém, montado num jumento (Zc 9.9). Um motivo ainda maior para o regozijo é a vinda do Rei, não em esplendor, mas em humildade (Fp 2.5-8), montado sobre um jumento. A profecia de Zacarias prevê a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 21.1-5). Ao entrar dessa maneira na cidade santa, Jesus declarou ser Ele o Messias e o Salvador, pronto a submeter-se à cruz. A palavra profética anuncia também a sua traição; seria traído por um amigo (Sl 41.9) LEVANTOU CONTRA MIM O SEU CALCANHAR. Jesus citou este versículo e o aplicou a Judas Iscariotes que, sendo um amigo de confiança, traiu o Salvador (Mt 26.14-16,20-25; Jo 13.18; Lc 22.3).
3. Seu sofrimento, morte e ressurreição (vv. 18,26). O Antigo Testamento anunciou com abundância de detalhes a paixão de Cristo, principalmente o capítulo 53 de Isaías. O Servo Sofredor é reputado como ‘ferido de Deus’ em Is 53.4, e a Lei diz “O que for pendurado no madeiro é maldito de Deus” (Dt 21.23). Quando tornou-se realidade, os espectadores pensavam que Cristo estava sofrendo somente o que merecia, mas a sua experiência de dor e angustia era por seu povo (1Pe 2.24). Cristo sofreu a maldição do pecado, aceitando a punição que os nossos pecados mereceram, provendo perdão e liberdade. Esse extremo de seu sofrimento mostra que a sua compaixão é real e não teórica. Somente aquele que tinha sido tentado de todas as maneiras possíveis, como nós, podia ser o misericordioso sumo-sacerdote (Hb 2.17,18). Em obediência e submissão completa ao Pai, o Servo Sofredor em seu julgamento e morte é comparado ao cordeiro levado ao matadouro e à ovelha muda diante de seus tosquiadores: Ele "não abriu a sua boca" (v.7), sendo morto como resultado de uma injustiça. Em At 8.32, Filipe discorre sobre esta passagem explicando-a ao eunuco etíope, levando-o a converter-se a Cristo. Ele morreu como um sacrifício propiciatório, que satisfaz o julgamento divino contra os pecadores, produzindo perdão e justificação e trazendo a reconciliação de partes que estavam alienadas entre si. A expiação realiza-se por ressarcir os danos, apagando os delitos e oferecendo satisfação pelas injustiças cometidas. A continuação do versículo (“E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte;”) profetiza o seu sepultamento decente e honrado na tumba de José de Arimatéia, o que verdadeiramente aconteceu, fato esse ratificado pelos quatro evangelhos que citam a José de Arimatéia como quem assumiu o papel de líder no sepultamento de Jesus, mostrando, assim, a autenticidade da profecia bíblica.
As profecias do Antigo Testamento anunciam com detalhes o sofrimento, a morte e a ressurreição do Senhor Jesus.
(I. CONCLUSÃO)
Jesus é o começo e o fim do Antigo Testamento. Ele é o tema central dos livros sagrados do AT. Há muito mais nas Escrituras acerca do Messias aguardado por Israel que se cumpriram plenamente na pessoa de Jesus. Neste pequeno espaço, juntamos profecias importantíssimas do Antigo Testamento, sobre o Messias, com a intenção de podermos mostrar como estas profecias se realizaram no Senhor Jesus Cristo e na Igreja do Novo Testamento. Não obstante a distancia temporal que separa a igreja de hoje das profecias do Antigo Testamento quando proferidas pelos santos profetas, em nada perderam sua atualidade. Elas nos ajudam a entendermos melhor e mais profundamente a nossa fé. Aos descrentes elas atuam como provas da existência de Deus e de Sua participação na vida das pessoas. Tudo o que estudamos na presente lição prova de maneira consistente e robusta que é impossível a alguém manipular tais circunstâncias, a fim de forçar o cumprimento das profecias bíblicas.
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- Lições Bíblicas 3º Trim. Livro do Mestre, versão eletrônica, CPAD (http://www.cpad.com.br);
- Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;
- SOARES, Ezequias. O Ministério Profético na Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD, 2010, p.143-162;
- Gower, Ralph, Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos, CPAD, 2002, p.145;
- HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro. 12.ed. CPAD, 2009;
- HORTON, S. M. Teologia Sistemática. CPAD, 2009, pp.323-324.
No decurso de toda a presente era, e até à volta de Cristo, Deus enviará tempos do refrigério (i.e., o derramamento do Espírito Santo) a todos aqueles que se arrependerem e se converterem. Não obstante os turbulentos dias que atravessamos, acompanhada da apostasia da fé (2 Tm 3.1; 2 Ts 2.3), Deus ainda promete enviar um reavivamento e tempos de refrigério aos que permanecerem fiéis. Jesus é o cumprimento das promessas do AT e como tal foi pregado pelos apóstolos e pelos crentes primitivos. A presença de Cristo, a bênção espiritual, milagres e derramamento do Espírito Santo virão sobre os remanescentes que fielmente o buscarem e vencerem o mundo, a carne e o domínio de Satanás (cf. 26.18). É crendo, vivendo e anunciando esse cumprimento profético, que o crente deve perseverar até o fim. Os tempos da restauração de tudo é uma referência ao tempo da volta de Cristo para debelar a iniqüidade e estabelecer o reino de Deus na terra, livre de todo o pecado. No fim, todas as coisas cuja restauração foi prometida no AT serão restauradas (cf. Zc 12-14; Lc 1.32,33). Cristo redimirá ou renovará, a totalidade da Natureza (Rm 8.18-23) e reinará pessoalmente na terra (ver Ap 20.21). Note que não serão os seres humanos da terra, mas Cristo, com os seus exércitos celestiais, que realizará o triunfo de Deus e do seu reino (Ap 19.11 21). Moisés, nas leis do AT, referiu-se ao sacrifício de cordeiros para prover em figura a redenção; o próprio Cristo tornou-se o Cordeiro de Deus para prover salvação a todos quantos o aceitarem.
N’Ele, que me leva a refletir: ‘Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.’ (Rm 10.4),
Francisco A Barbosa
EXERCÍCIOS
1. De que se trata a profecia de Mt 2.23?
R. Do Messias que seria chamado o Nazareno.
2. Que figura encontramos no Tabernáculo?
R. A figura de Cristo.
3. Quem Deus mobilizou para fazer cumprir a profecia em Belém da Judéia?
R. O imperador romano César Augusto.
4. Que lugar no Antigo Testamento fala a respeito da ressurreição de Cristo?
R. Em Salmos 16.10.
5. O que Jesus é em si mesmo em relação ao Antigo Testamento?
R. É o começo e o fim do Antigo Testamento, o centro das Escrituras.
Boa aula!