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27 de agosto de 2012

LIÇÃO 10 - A perda dos bens terrenos


Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa

LIÇÃO 10
A perda dos bens terrenos

2 de setembro de 2012

TEXTO ÁUREO

“Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.21). - Quanto mais ganhos materiais, mais a pessoa se encontra cercada por coisas que a esvaziam. O homem não pode levar nada consigo quando partir desta vida. Desta forma, todo o seu trabalho é inútil. Deus deu ao homem suas bênçãos de forma material, e é dever do homem gozar destas bênçãos e estar contente com elas em moderação.
VERDADE PRÁTICA

Ainda que percamos todos os nossos bens, continuaremos a desfrutar de nosso bem maior: Cristo Jesus nosso Senhor.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jó 1.13-21


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·                     Descrever as perdas humanas de Jó.
·                     Elencar as perdas de ordem material, afetiva e espiritual de Jó.
·          Conscientizar-se que mesmo nas perdas, podemos desfrutar do amor divino.

Palavra Chave
Perda: 1. Carência, privação do que se possuía. 2. Extravio, sumiço. 3. Dano, prejuízo. 4. Ruína. 5. O objeto perdido. Ato ou efeito de deixar de possuir ou de ter algo.

COMENTÁRIO

introdução

Dando sequência ao estudo sobre os “dramas materiais” que podem acometer todos os homens, inclusive os servos de Deus, veremos hoje, com auxílio da vida de Jó, a perda dos bens terrenos. Conforme estudamos na lição 9, quando estudamos a angústia das dívidas, não podemos deixar de considerar que, nesta terra, todas as coisas pertencem a Deus, Ele é o criador de todas as coisas (Gn 1.1) e, portanto, por direito, tudo Lhe pertence (Sl 24.1). A vida hoje tem se tornado muito competitiva, exigindo do homem um preparo constante para manter-se apto ao mercado de trabalho e assim, conseguir sustento para si e para os seus. Nessa corrida, alguns destacam-se na ânsia em angariar riquezas. Não que isto seja pecado ou proibido pelas Escrituras. No entanto, alguns desavisados tem feito isso  motivado por uma teologia nefasta que apregoa o materialismo como uma regra para a vida do crente - Teologia da Prosperidade e da Confissão Positiva. Devemos amar a Deus sobre todas as coisas e, por isso, a perda dos bens terrenos não pode nos levar a nos distanciar ou a questionar o Senhor.

I. JÓ E A EXPERIÊNCIA DAS PERDAS HUMANAS

1. Seu gado e rebanho. Sem dúvidas, Jó é o personagem bíblico mais próspero e alguém que, alcançou testemunho do próprio Deus como homem Íntegro (honesto, imparcial), reto (que segue sempre a mesma direção, direito, justo nas palavras, nos atos e nos pensamentos), temente a Deus (levava Deus a sério) e desviava-se do mal (um caráter acima de qualquer suspeita).  (אִיּוֹב), cujo nome significa voltado sempre para Deus, natural de Uz, cuja localização exata não se sabe com certeza absoluta. Lamentações 4.21 diz: “Regozija-te e alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Uz”. Este versículo indica que a terra de Uz ficou em Edom (a terra de Esaú). Edom, que foi depois chamado Iduméia, ficou para o sudoeste e sudeste do Mar Morto. Então parece que a terra de Uz ficou nesta região. Possuía ele sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas, tendo também muitos servos; de modo que este homem era o maior de todos os do Oriente (Jó 1.3).  A Bíblia descreve Jó como um homem rico, influente e respeitado em sua terra, também, um dedicado servo do Senhor. Não obstante isso, de repente, num só dia, ele viu todo seu gado e rebanho esvair-se. Os mensageiros, um a um, vieram trazer-lhe as inesperadas e funestas notícias (1.14-16).
2. Seus servos. Jó não teve tempo sequer de absorver o impacto da notícia, pois, "estando este ainda falando, veio outro"servo (v. 16), e trouxe-lhe a novidade de que o "Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu", restando apenas o informante. Não houve tempo para se recuperar. Enquanto era-lhe concluído o relato, outro servo veio, e disse que três tropas dos caldeus tomaram os seus camelos, e "aos servos feriram ao fio da espada", exceto o que escapou, "para trazer-te a nova" (v.17). De súbito, Jó se viu arruinado financeiramente, não lhe restara nada, nenhum bem com o que se sustentar.
3. Seus filhos. Mas eis que ainda quando o último falava, chegou novo servo, dizendo-lhe: "Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito, eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, que caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova". Em questão de minutos, Jó havia perdido tudo o que tinha na vida; não possuía bens, nem servos, nem filhos (não seria a morte dos filhos o julgamento de Deus sobre eles?). Era um homem arruinado e afligido. É difícil imaginar o que se passava em sua mente, ainda que façamos uma ideia. Cabe uma pergunta: Em lugar de Jó, como nos portaríamos? Somos acometidos diariamente por coisas que nos irritam, nos frustram. Somos submetidos a pequenas adversidades e, normalmente, as tratamos com impaciência, raiva, sem fé. Imagine que Jó tinha uma vida abastada, era um homem próspero e instantaneamente se tornou num miserável. Seríamos capazes de suportar um baque tão grande? Será que temos buscado e conhecido a Deus o suficiente para não odiá-lO, caso estivéssemos no lugar de Jó? Ou blasfemar e murmurar? Em minutos, ele teve de aprender o que o apóstolo Paulo também aprendeu, nos ensinou, e teimamos em não entender: "... também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios" (Rm 5.3-6). Jó rasga suas vestes, rapa sua cabeça e cumpridas barbas, símbolos de sua posição social superior, e lança-se em terra adorando a Deus.  Somente a fé e a comunhão com Deus dão ao aflito a esperança e a força para vencer as vicissitudes. É nessas ocasiões que a comunhão do crente com Deus faz toda a diferença!
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Jó passou pela experiência das perdas de todos os seus bens — gado, rebanho, funcionários e filhos — mas em tudo reconheceu a soberania e a grandeza de Deus.

II. A PERDA DOS BENS

1. De ordem material.   O homem servirá o Senhor na pobreza tanto quanto na prosperidade? (1.9-11). Satanás disse que Jó servia o Senhor porque estava cercado pela proteção divina e não podia tocar nele. Satanás só pode afligir os santos com a permissão de Deus. Graças a Deus por isso. Satanás afirmou que se deixa-se tocar em tudo quanto ele possuía, certamente ele blasfemava Deus na sua face. Deus deu a sua permissão para tocar em tudo quanto que Jó teve, só não contra Jó mesmo (sua pessoa ou vida). Satanás saiu correndo para fazer a sua maldade. Note que Jó não sofreu por causa de uma coisa que fez (2.3). A expressão “bens” representa propriamente as coisas materiais que nos servem para a satisfação de nossas necessidades e a Bíblia Sagrada faz questão de nos mostrar que elas são dádivas de Deus para nós. Para os israelitas, Deus prometia “abundância de bens” na Terra Prometida se houvesse fidelidade a Ele e à Sua lei (Dt.28:11), tendo, também, a rainha de Sabá entendido que Salomão tinha abundância de bens que lhe havia sido dada pelo próprio Deus (I Rs.10:7,10). Neemias, também, reconheceu que Deus cumpriu a Sua promessa ao povo de Israel, dando-lhes abundância de bens, embora tal atitude não tenha sido correspondida pelo povo (Ne.9:35). O próprio Satanás reconheceu que Deus é quem deu os bens a Jó (Jó 1:10), a provar, pois, que Deus é o dono de todas as coisas e dá a quem quer, quando quer e como quer. No entanto, e aqui reside o grande perigo, o homem, no pecado, entende que pode viver sem Deus e, por isso, acaba por achar que tudo quanto possui é fruto de seu próprio esforço, é resultado de suas próprias forças e, diante dos bens terrenos, esquece-se d’Aquele que é a fonte de tudo quanto foi adquirido, esquece-se do Deus que dá aos homens todos os bens terrenos. É neste ponto, quando há a desconsideração de que Deus é o dono de tudo e que é o principal responsável por aquilo que adquirimos por força do nosso trabalho que surge o “materialismo”, que é a redução de tudo ao “material”, que é a exclusão de Deus de nossas mentes, de nossa apreciação da realidade[a]. Por intermédio de uma vida imediatista, muitos crentes arrazoados num entendimento materialista, em momentos de perdas significativas, têm dificuldades de confiar em Deus.
2. De ordem afetiva. Depois de ser atingido por uma doença pavorosa e deformadora, de ser abandonado em sua fé pela própria esposa, depois de passar semanas assentado sobre cinzas, no lixo, Jó finalmente se pronuncia: “Disse Jó: Pereça o dia em que nasci e a noite em que se disse: Foi concebido um homem! Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz. Reclamem-no as trevas e a sombra da morte; habitem sobre ele as nuvens; espante-o tudo o que pode enegrecer o dia” (Jó 3.2-5). Finalmente temos a oportunidade de conhecer melhor este personagem que parece ser um super-crente, inabalável na sua fé. Podemos vê-lo não como um crente que não se abala, mas como um homem de carne e osso, que se desespera com sua trágica situação. É como uma represa que se rompe. Seus sentimentos começam a jorrar. Seu sofrimento é insuportável. Isso faz desaparecer toda a alegria vivida antes. Diante da menor dificuldade, sentimo-nos impotentes, paralisados como se nosso cérebro e músculos estivessem adormecidos. A vida, nestas circunstâncias, perde o seu sabor e todas as atividades para as quais somos chamados em nosso cotidiano tornam-se fardos muito pesados em relação à nossa fragilidade. Os melhores amigos nascem nos períodos de sequidão e angústia (17.17).  Autoridades do Oriente chegavam à casa do infortúnio. Ouvia-se os murmúrios das carpideiras, que se revezavam em seus turnos. Os cancioneiros entoavam suas elegias, e os sábios do Oriente procuravam entender a tragédia humana. A dor e angústia apertavam seu corpo, como se a estivessem comprimindo em um pequeno vaso de cerâmica. Ele em nenhum momento blasfemou ou se queixou de sua sorte (Jó 1.22). Junto aos sábios do Oriente, ouvia-o dizer: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21). Todos ouviam, admirados, a fé e perseverança de Jó em Deus. Diferente dos tolos adoradores de ídolos do Oriente, Jó confiava no Deus Invisível, Espírito eterno e imutável em seu ser.
3. De ordem espiritual. O materialismo é uma realidade na vida de muitos crentes que se deixaram levar pelas falácias da Teologia da Prosperidade e da Confissão Positiva. A mente e o coração, essencialmente, mergulhados numa perspectiva materialista de vida, não podem dar lugar a essência e a verdade do Evangelho de Cristo, que diz: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24). Tomar a cruz, através do sofrimento de Cristo, é o convite feito por Jesus a todos os discípulos que são dignos dEle (Mt 10.38). Quando nos sentirmos fracos, Deus mesmo virá no momento mais escuro da nossa vida para nos ensinar que não dependemos das circunstâncias para viver. Ele irá mostrar que se encontra no controle de todas as situações. O sofrimento, muitas vezes, é o anúncio de milagres que estão para chegar. Portanto, quando estivermos atravessando provação ou tribulação vamos lembrar que Deus pode usar essas experiências para nosso bem. Ao final da provação, poderemos dizer como Jó: “Eu sei que meu Redentor vive e, por fim, se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O bom caminho para superarmos as perdas de ordem material, afetiva e espiritual é lançar sobre o Senhor todas as ansiedades, pois Ele cuida de nós.

III. MESMO NA PERDA PODEMOS DESFRUTAR O AMOR DE DEUS

1. Sua graça. Paulo fez uma afirmação difícil de entender, e mais difícil ainda de aplicar na nossa vida: "Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte" (2Co 12.10). Ele disse: "E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim." (2Co 12.7-8). Atrás dessas palavras enigmáticas encontramos algumas lições importantes e edificantes. Quando Deus recusou tirar o espinho da vida de Paulo, ele ofereceu esta explicação: "A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2Co 12.9). A graça contradiz o merecer. Se Paulo, no passado, se julgou autossuficiente, ele não continuou assim (Fp 3.4-11). Nas tribulações, ele aprendeu depender da graça do Senhor. Quando sentimos que temos tudo sob controle por causa da nossa própria capacidade, facilmente esquecemos de Deus. Nas horas de maior fraqueza, quando sentimos incapazes de resolver os nossos problemas sozinhos, tendemos a voltar para Deus e nos entregar à poderosa mão dele. Nossa inteligência não nos basta. Nossos recursos financeiros não nos bastam. Nossos amigos não conseguem preencher as nossas necessidades. A graça de Deus nos basta, e o poder dele se manifesta através da nossa fraqueza. É exatamente isso que Paulo entendeu: "De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo" (2Co 12.9).
2. Seu amor. Graça é “O favor imerecido que Deus concede ao homem”. Embora tal definição seja verdadeira, é incompleta. Graça é um atributo de Deus, um componente do caráter divino, demonstrada por Ele através da bondade para com o ser humano pecador que não merece o Seu favor. Muitas vezes, Deus permite que passemos por grandes provações. Mas, ao final, quando olhamos para trás, percebemos que aqueles dias sombrios foram tempo de grande aprendizado e de comunhão com o Senhor. Aprendemos de forma prática que as adversidades da vida podem ser um sinal do amor do Pai por seus filhos.
3. Deus intervém na história. De acordo com as Escrituras Deus criou e preserva a sua criação (Gn 1; 2; Ne 9.6; At 17.28; Ef 1.11). Por isso, Ele tem todo o direito de governar sobre a criação e de intervir na história da humanidade. Devemos entender, no entanto, que este governo e intervenção está baseada, sobretudo, em seu infinito amor, que deseja o melhor para nós. Muitos servos de Deus tiveram experiências que provam claramente a intervenção de Deus em suas vidas, tais como: Adão, ao ser expulso do Jardim do Éden (Gn 3.23); Caim, que foi amaldiçoado por Deus, por matar seu irmão (Gn 4.10-12); Enoque, ao ser trasladado por Deus (Gn 5.24); Jacó, que teve o seu nome mudado, quando lutou com o anjo no Vau de Jaboque (Gn 32.22-28); Daniel, quando Deus o livrou da cova dos leões (Dn 6); e tantos outros servos de Deus que estão registrados nas Escrituras, como reis, sacerdotes, profetas, apóstolos, etc. "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam" (Is 46.9,10). Em Hebreus 1.3 nos diz que Cristo está "sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder". Segundo a Teologia Sistemática de Wayne Grudem: " A palavra grega traduzida como sustentar é pherõ, "carregar, suportar. É usada no Novo Testamento em: (Lc 5.18 levar um paralítico até Jesus). (Jo 2.8 levar vinho ao encarregado do banquete). (2Tm 4.13 levar uma capa e livros a Paulo)". Encerra a ideia de controle, Jesus está carregando, isto é: Controlando, intervindo na criação. Afinal, ele é o Deus que intervém na história.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Ainda que percamos os mais preciosos bens, podemos desfrutar da graça e do amor de Deus. Ele intervém em nossa história!


CONCLUSÃO
O maior desejo de Jó era gozar da presença e do favor de DEUS. Agora tinha acontecido toda aquela desgraça e parecia que DEUS o tinha abandonado. Ele não entende a razão de tudo aquilo. Era isso que ele temia: perder o relacionamento com seu Deus. Mesmo assim, Jó não blasfemou contra DEUS; continuou orando ao Senhor e rogando a Ele por sua misericórdia e socorro. Podemos perder tudo nessa vida, e ao contrário daquela música que diz “Restitui! Eu quero de volta o que é meu”, apesar de todos os infortúnios, nós devemos continuar a crer no Evangelho de Cristo, a crer naquilo que está escrito nas Escrituras! Deus sempre pode extrair coisas boas das tragédias. No caso de Jó, sua experiência no árido deserto das dores e das tribulações proporcionou-lhe crescimento e uma nova visão de Deus. No capítulo final do livro, capítulo 42, nos versos 1 a 6, vemos que Jó alcança uma bela compreensão dos propósitos divinos. Ele levantou perguntas corajosas enquanto Deus permaneceu em silêncio. Mas calou-se, humildemente, quando Deus se pronunciou. Seu exemplo contribui para um notável amadureciemento de nossa fé.
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Recife, PE
Agosto de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere.


EXERCÍCIOS
1. Como a Bíblia descreve Jó?
R. A Bíblia descreve Jó como um homem íntegro e que cultivava uma vida de profundo temor a Deus.
2. Qual foi a reação de Jó ao saber da perda dos bens, dos funcionários e dos seus filhos?
R. Foi a de rasgar o manto, rapar a cabeça e sofrer a angústia natural de um pai que acabara de perder todos os filhos; do patrão que ficara sem os funcionários e do homem reduzido à extrema pobreza.
3. Contrariando toda a lógica humana, qual foi o ato de Jó, em relação a Deus, diante das calamidades?
R. Prostrar-se e adorar a Deus.
4. Por que alguns cristãos têm dificuldades de confiar em Deus nos momentos de perdas significativas?
R. Por intermédio de uma vida imediatista — querer tudo para o aqui e o agora, não admitindo derrotas ou subtrações, pois “somos feitos para vencer”.
5. Graça, amor e intervenção divina na história. O que isso significa para você?
R. Resposta pessoal

 NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
[a] http://www.portalebd.org.br/files/3T2012_L10_caramuru.pdf
[b] http://teologiaegraca.blogspot.com.br/2010/10/os-sofrimentos-da-mulher-de-jo.html

OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
- PEARCEY, N. Verdade Absoluta: Libertando o Cristianismo de seu cativeiro cultural. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.
- RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010
- BARNETT, T. Há um milagre em sua casa: A solução de Deus começa com o que você tem. 9.ed., RJ: CPAD, 2007.
- HORTON, S. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 1996.

Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.

Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).
Francisco de Assis Barbosa

19 de agosto de 2012

Lição 9 - A Angústia das Dívidas


Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa

LIÇÃO 9
A angústia das dívidas
26 de agosto de 2012

TEXTO ÁUREO

“Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem” (Sl 128.1,2). – As bênçãos descritas em todo o Salmo 128 estão baseadas num elemento de adoração muitas vezes ignorado: o temor do Senhor (v.1).

VERDADE PRÁTICA

Para ter uma vida financeira equilibrada e bem-sucedida, o crente deve administrar seus recursos com sabedoria, prudência e comedimento.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Timóteo 6.7-12.

7 - Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.
8 - Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.
9 - Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
10 - Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
11 - Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.
12 - Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Compreender quem é o dono do nosso dinheiro.
  • Discutir a respeito dos efeitos maléficos do consumismo e das dívidas.
  • Saber que é possível livrar-se das dívidas com sabedoria e planejamento.
Palavra Chave
Dívida: (latim debita, neutro plural de debitum, -i, dívida) s. f. 1. Coisa que se deve. 2. Dinheiro devido. 3. [Figurado]  Dever (que se cumpre ou por cumprir). 4. Ofensa (de que se espera tirar desforra). 5. Pecado. dívida ativa: a que nos é devida. dívida consolidada: a pública que vence juros sem prazo para reembolso do capital. dívida flutuante: a pública que tem vencimento determinado. dívida passiva: a que devemos. dívida pública: a do Estado.[a] Nesta lição: Quantia que se tem de pagar.

COMENTÁRIO

introdução

Vivemos numa sociedade extremamente consumista e não tem sido fácil lidar com o dinheiro, principalmente quando ele vem em doses homeopáticas e as despesas são enormes. Há uma grande pressão da sociedade consumista com um apelo visual que se dinamiza diariamente para atrair a atenção dos compradores, gerando em nós necessidades e até mesmo uma compulsão por coisas supérfluas e não essenciais. Uma verdade estampada em nossa leitura bíblica em classe é a de que um desejo inquieto de consumir sujeita as pessoas a um grande perigo espiritual. “Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão(v.11). No grego, o termo praotes significa uma disposição que é equilibrada, tranquila, balanceada em espírito, despretensiosa, que tem as paixões sob controle. O termo é melhor traduzido como “serenidade”, não como uma indicação de fraqueza, mas de poder e força sob controle. Não há termo melhor para descrever o homem ou a mulher crente, que sabe como administrar suas finanças para não incorrer na “bancarrota” das dívidas. Não é que o crente não possa contrair dívidas, aliás, não encontramos nenhuma diretiva condenando o ato de contrair dívidas, como se fosse um pecado. Na lei dada através de Moisés, que “é santa; e o mandamento, santo, justo e bom” (Rm 7.12), os empréstimos são normalmente regulados, o que não aconteceria se fossem pecado (Êx 22.25, Dt 24.6, 10-13), mas que o faça quando necessário e sob os auspícios da mansidão. O crente precisa ter alguns princípios elementares que devem reger a sua vida e hoje, temos a graça de compartilhar como utilizar nosso salário com sabedoria, a fim de honrarmos nossos compromissos, e glorificar ao Senhor em todas as áreas de nossa vida. Tenham todos uma abençoada e excelente aula!

I. QUEM É O DONO DO NOSSO DINHEIRO

1. Dê a Deus o que lhe pertence. É preciso ser responsável com o nosso salário. Como pessoas nascidas de novo para uma nova vida em Cristo, temos muitos deveres para com as nossas pátrias: a terrena e a celestial. Não é lícito para o crente sonegar o que lhes é devido. As Escrituras afirmam que reter mais do que é justo é pura perda! Somente sendo fiéis as janelas do céu se abrirão sobre nós, pois a bênção de Deus enriquece e com ela não traz desgosto. Na ânsia de consumirmos, acabamos por embutir em nosso orçamento aquilo que seria absolutamente dispensável e desnecessário. O crente deve possuir um estilo de vida simples. Muitas vezes gastamos muito em nossos próprios deleites, enquanto investimos tão pouco nas causas nobres do Reino de Deus.
2. Disciplina e orçamento financeiro. O crente deve envidar todos os esforços para não gastar mais do que ganha. Precisa ser criterioso no seu orçamento. Não podemos começar um projeto sem antes calcular o seu custo (Lc 14.28-30). Não podemos viver num padrão acima das nossas possibilidades. O mundo moderno tenta nos levar a comprar o que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para impressionar as pessoas que não conhecemos. "O dinheiro atende a tudo" (Ec 10.19). O “X” da questão é, quem manda em minha vida, eu ou o dinheiro? Há uma máxima que diz: "O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo patrão". Salomão registrou: "O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá" (Pv 11.25) e Jesus disse: "Onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração" (Mt 6.21). Precisamos resolver quem vai mandar, pois sempre investimos naquilo que valorizamos. Somos senhores ou servos do dinheiro? Não importa a soma que se ganhe, mas como se administra esse ganho! Diante de tudo isso, a melhor forma de utilizarmos nosso dinheiro é fazê-lo nosso servo, pois assim, não correremos o risco de permitir que ele tire nossa tranquilidade, liberdade e testemunho.
3. Cuidado com a cobiça. A palavra-chave para o crente é moderação. Quanto mais ganhos materiais, mais as pessoas se encontrarão cercadas por coisas que as esvaziam. O homem não pode levar nada consigo quando for levado desta vida, de maneira que, todo o seu incansável trabalho é inútil (Ec 5.11). Deus dá ao homem suas bênçãos de forma material e este tem a obrigação de gozar estas dádivas e estar satisfeito com elas em moderação, gratidão e prazer (Ec 5.18-20), sem nunca esquecer que nosso contentamento deve estar em Deus e não nas coisas materiais. O dinheiro e as coisas que ele pode nos dar não nos satisfazem (Pv 27.20). Tendo o que comer e vestir, diz Paulo, com isto devemos estar contentes.
“E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (Lucas 12:16-21). Assim falou Jesus à multidão reunida que tinha acabado de ouvi-lo reprovar um homem que não tinha visto nele mais do que um árbitro para uma contenda por dinheiro familiar. “Cuidado com a cobiça,” ele disse; e então contou a parábola acima para explicar o motivo. A Parábola do Rico Tolo é um espelho para a alma. O agricultor desta parábola não era algum homem pobre que conseguiu riqueza subitamente. Ele já era rico quando uma grande colheita fez os seus já grandes celeiros parecerem pequenos. Não há indicação de que nenhuma das riquezas do agricultor tivesse sido mal ganha. Por tudo o que sabemos, ele ganhou cada pedaço dela com trabalho duro e gerenciamento prudente. Esta história não é sobre fraude. É sobre tolice. O agricultor, que tinha sido tão hábil gerindo sua propriedade, tornou-se um simplório ao gerir a vida. Ele cometeu algumas tolices muito óbvias. Primeiro de tudo, ele cometeu o engano de pensar que era o proprietário de sua riqueza. “Minhas colheitas”, “meus bens”, “meus celeiros” e até “minha alma”, ele disse. Que arrogância! Que ingratidão! Como se ele, e somente ele, tivesse conseguido tudo isso. Não há nenhuma palavra pronunciada de agradecimento ao grande Deus que nos dá “do céu chuva e estações frutíferas, enchendo os vossos corações de fartura e de alegria” (Atos 14:17), para não falar de “vida, respiração e tudo o mais” (Atos 17:25). Em qualquer tempo em que pensarmos que merecemos as coisas que estamos usando, far-nos-ia bem verificar a relação da terra ou da casa em que estamos. Somos todos inquilinos aqui. A segunda tolice foi pensar consigo mesmo sobre que disposição ele deveria dar a suas bênçãos inesperadas (12:17). Ele deveria ter consultado Deus porque o mundo e toda a sua plenitude são dele (Salmo 50:12). Mas isso nunca lhe passou pela cabeça. Nem ele pensou nos celeiros vazios das pessoas pobres e lutadoras para quem suas sobras teriam significado livramento. Ele só pensou em si mesmo. Sua terceira tolice está em supor que o que ele pudesse colocar num celeiro fosse tudo o que ele precisava. Olhando sobre toda sua abundância, ele disse consigo mesmo: “Consegui fazer!” Ele pensava que estas coisas significavam conforto assegurado, felicidade e segurança. Admiramo-nos sobre em que mundo ele vivia. Como agricultor, praga, seca, inundação e roubo não lhe eram estranhos. É preciso cegueira incomum para imaginar que haja qualquer segurança em coisas materiais (Mateus 6:19). Mas é preciso estupidez ainda maior para imaginar que espíritos formados à imagem do Eterno possam jamais ficar satisfeitos e realizados com a mera matéria, mesmo que ela fosse eterna (Eclesiastes 5:10-11; 6:7). Fomos feitos para “o Deus vivo” (Salmo 42:2; Atos 17:26-28) e a vida provém do coração, não do banco (Provérbios 4:23). Finalmente, nosso agricultor “bem sucedido” esqueceu-se do tempo e da morte. Ele estava pensando em muitos anos, mas Deus disse que não seria nem mais um dia. Sua riqueza foi para um lado e ele foi para outro. Não há bolso numa mortalha. Salomão fala freqüentemente desta verdade em Eclesiastes. “Também aborreci todo o meu trabalho, com que me afadiguei debaixo do sol, visto que o seu ganho eu havia de deixar a quem viesse depois de mim. E quem pode dizer se será sábio ou estúpido?” (Eclesiastes 2:18-19). Não há tolice imperdoável maior do que planejar a vida sem considerar a morte, e construir a vida sobre coisas que a morte certamente tirará. A evidência de nossa mortalidade e incerteza da vida não é apenas premente, é irresistível. Nenhuma verdade sobre nós mesmos é tão evidente como o fato de que vamos morrer, e morrer em algum tempo imprevisível. E a única coisa que sobreviverá à morte é uma relação segura com Deus. Deveremos, portanto, derramar todas as nossas vidas e tesouros para ele, amontoados, comprimidos, transbordando. Diz-se que Alexandre o Grande pediu para ser enterrado com suas mãos colocadas de tal modo que todos poderiam ver que elas estavam vazias. É também relatado que, quando a cripta do Imperador Carlos Magno foi aberta, ele foi encontrado sentado em seu trono, uma figura agora só ossos, apontando para um texto em uma Bíblia aberta: “Que aproveita ao homem, ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8:36). É uma pergunta muito boa.” [Extraído do artigo “Rico para com Deus”de autoria de Paul Earnhart, disponível em http://www.estudosdabiblia.net/2004116.htm].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Como servos de Deus precisamos ser fiéis na entrega dos dízimos e ofertas, fazendo uso do nosso dinheiro com sabedoria.

II. O CONSUMISMO E AS DÍVIDAS

1. Os males do consumo inconsciente. “Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a contentar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.” (Fp 4.11-13). O texto que Paulo escreve em Fp 4.11-13 é um guia para compreendermos a vontade de Deus para nossa vida financeira. Paulo ensina que o crente pode possuir riquezas, contudo, não deve confiar nelas. Com a mente em Cristo, Paulo afirma que a satisfação de suas necessidades materiais não era a medida nem o motivo de sua alegria. Usando um termo muito empregado pelos filósofos de sua época que a usavam para descrever uma pessoa que era auto-sufuciente em todas as circunstancias, ele repudia a ideia da auto-suficiência, afirmado que ele a tinha somente em Cristo, cuja paz e propósito ele desfruta apesar das circunstancias.
2. Adquirir o que se pode pagar. Somente o insensato compra o que não pode pagar (Pv 21.20). Paulo certamente não era um economista, mas seus conselhos nessa área são valiosíssimos! Ele diz em Romanos 13.8: “A ninguém fiqueis devendo nada, exceto o amor…”. Devemos ser muito cuidadosos para não nos envolvermos com dívidas, pois contraí-las sem saldá-las integralmente, no tempo devido, é comprometer o nosso nome, comprometer o nosso testemunho de cristão e a honra do Evangelho. Não é novidade para ninguém os abusos praticados pelo mercado financeiro, onde os juros são extorsivos, assim, nosso cuidado deve ser redobrado para não cairmos na teia de compromissos financeiros impagáveis. Lembremos que o cartão de crédito deve ser usado com parcimônia e inteligência afinal, comprar com ele quase sempre, é comprar o que não se precisa com o dinheiro que não se tem.
3. Aja com integridade, fuja da corrupção. Certa vez, João Batista exortou os soldados a se contentarem com seus soldos e que não aceitassem suborno (Lc 3.14). A honestidade e integridade de uma pessoa é avaliada pela sua capacidade de cumprir com suas obrigações, assim, as obrigações financeiras exigem muita atenção, pois o seu cumprimento é testemunho de nossa integridade e de nossa nova cidadania. O crente deve primar por cumprir estas obrigações, e é lamentável ouvir o número de casos em que o testemunho de crentes, que aparentam ter boa maturidade, tem sido comprometido por dívidas não pagas. Isso é fruto do descontentamento e ganância. Paulo diz em Filipenses 4.11: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho”. Nós temos contraído muitas aflições para nossa vida não por causa da fome, ou da miséria que aflige multidões mundo afora, mas por causa do consumismo desenfreado que nos é imposto pela sociedade. Talvez algum leitor deste comentário esteja passando por uma situação como essa: “aquele ímpio anda de carro nove e melhor do que o meu”. O conselho de João, o Batista, é que estejamos contentes com o que temos e não aceitemos pechas, pois, sem Cristo, o ímpio não poderá receber a mesma recompensa que nós nem participará da mesma eternidade.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Comprar mais do que se pode pagar, comprometendo as finanças, é tolice.

III. É POSSÍVEL LIVRAR-SE DAS DÍVIDAS

1. Cuidado com seu cartão de crédito e com o cheque especial. Quem nunca "estourou" o limite no final do mês e não conseguiu cobrir todo o cartão de crédito e o cheque especial? É uma mal a que estamos sujeitos. O consumo mal planejado e a utilização do crédito de maneira descontrolada são fatores de desestabilização para a vida financeira de qualquer pessoa. É preciso aprender a consumir de maneira inteligente e utilizar o crédito de maneira consciente. São muitas as armadilhas postas para agarrar o incauto consumidor compulsivo. O cartão de crédito é, sem dúvida, o mais perigoso: estimula a comprar por impulso; quando somente o valor mínimo da fatura é pago, o juro que corre sobre a dívida é abusivo e torna a dívida, em pouco tempo, impagável. Sobre este saldo devedor em aberto são cobrados os encargos mensais e os juros remuneratórios costumam variar de 7% a 15% ao mês. Aqui começa a insônia do antes “feliz consumidor” que vê sua dívida se multiplicar com os juros sobre juros aumentando a dívida mês a mês de forma a torná-la impagável. Não devemos condenar o uso do cartão, mas sim, usá-lo com inteligência; usá-lo a nosso favor. O cartão é excelente para pagar contas mensais planejadas, como a despesa com gasolina, farmácia e supermercado. Bem utilizado, ele facilita nossa rotina, além do fator “segurança”, já que evita o uso do "dinheiro vivo". Não seja levado, ou guiado, por impulsos, pois Deus já nos concedeu um espírito de moderação e autocontrole: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação” (2 Tm 1.7).
2. Vivendo de modo simples, porém tranquilo e santo.[...] não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;” (Rm 12.16). Este texto de Romanos aconselha aos crentes a estarem satisfeitos, tendo as coisas essenciais desta vida, como alimento, vestuário e teto. Certamente haverá necessidades financeiras específicas, e nesse caso, devemos confiar na providência divina (Sl 50.15), enquanto continuamos a trabalhar (2Ts 3.7,8), a ajudar os necessitados (2Co 8.2,3), e servir a Deus com contribuições generosas (2Co 8.3; 9.6,7). Também sugere que os crentes não devem ambicionar riquezas (vv. 9-11), já que no pensamento paulino, os ricos caem em muitas tentações. O Salmista também discorre sobre o ‘estar contentado’: ”SENHOR, o meu coração não se elevou, nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes assuntos, nem em coisas muito elevadas para mim. Decerto, fiz calar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, tal é a minha alma para comigo. Espere Israel no SENHOR, desde agora e para sempre” (Sl 131.1-3). O ensino do Novo testamento quanto ao acúmulo de riquezas é desencorajador. No original, riqueza é mamom (מָמוֹן), que significa literalmente ‘dinheiro’, um termo aramaico usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade. O termo é pejorativo e faz referência a riquezas considerado-a como um objeto de culto e seu exercício ganancioso; à riqueza como um mal, mais ou menos personificado. Pessoas ávidas por dinheiro são aqueles que cultuam Mamom. Em Mt 6.19,24 apresentam-se à pessoa duas opções: um relacionamento com Deus ou com as riquezas. É por isso que muitos cristãos, apesar das aparências, não se enquadram no modelo apresentado pela Palavra de Deus. A avidez por acumular riquezas é tão envolvente que rapidamente passa a controlar a mente e a vida da pessoa, substituindo paulatinamente a glória de Deus (Lc 6.13). Para o mundo secular, sucesso e consumo são termos que definem o que se considera hoje uma vida próspera, pois o homem natural ignora que o “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.10). Para os judeus contemporâneos de Jesus, o pensamento predominante era de que as riquezas constituíam um sinal do favor especial de Deus, e que a pobreza era um sinal de falta de fé e do desagrado de Deus; Jesus muitas vezes foi escarnecido por ser pobre! (Lc 16.14). Esse pensamento é rejeitado pelo Mestre nas seguintes passagens: Lc 6.20; 16.13 e 18.24,25. No pensamento cristão, as riquezas são empecilho tanto à salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22). Jesus advertiu-nos: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.”. Ato contínuo, o Senhor contou aos seus discípulos a parábola do rico insensato que julgava ter segurança por causa de suas muitas posses (Lc 12.16-21). Cristo não condenou a posse de riquezas materiais, mas fez questão de realçar a loucura de viver em função daquilo que perecerá.
3. Confie em Deus. Na condição de filhos, Deus nos concede todas as bênçãos espirituais de que necessitamos (Ef 1.3; Fp 4.19; Tg 1.17) bem como as bênçãos materiais. Deus abençoa a todos sem distinção de raça, cor, credo, condição financeira, condição física ou educação. (Lc 9.23). “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.” (Am 5.12-14). Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres, freqüentemente os que têm abastança material tiram proveito dos que nada têm, explorando-os para que os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2, 9,10; Is 3.14,15; Jr 2.34; Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres e necessitados. Ao revelar a sua Lei aos israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do meio do povo (ver Dt 15.7-11). Declarou-lhes, em seguida, o seu alvo global: “Somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu DEUS, te dará por herança, para a possuíres” (Dt 15.4). O crente tem o dever de preocupar-se com o social, especialmente com os domésticos na fé (Gl 6.10) [Paulo de fato diz para ajudar “a todos.” Quando ele diz “especialmente” ou “principalmente” é com ênfase, mas não exclusividade]. Boa parte do ministério de JESUS foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser JESUS (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31). Quantos de nós que, embora ricos espiritualmente, carecemos de bens materiais para a sobrevivência! Quantos irmãos nossos, co-herdeiros com Cristo, vivem em palafitas, ou estão desempregados? A estes não devemos fechar o coração, mas ajudá-los com alegria. É interessante e importante a palavra de Paulo quanto a este respeito em 1Tm 5.8: “se alguém não cuidar dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”. A prosperidade legitima-se com a generosidade.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Com a ajuda de Deus, oração e sabedoria, podemos nos livrar das dívidas.

CONCLUSÃO
Deus deseja abençoar-nos, mas precisamos agir com sabedoria e sermos íntegros financeiramente. As bênçãos descritas em todo o Salmo 128 estão baseadas num elemento de adoração muitas vezes ignorado: o temor do Senhor (v.1). O crente precisa ser disciplinado na administração das suas finanças a fim de honrar os seus compromissos pois é conhecedor que sua infidelidade não prejudicará apenas a si, mas traz desonra ao Evangelho. O ato de comprar parece simples e prazeroso, e a mídia é cansativa para nos provar que isso é verdade, mas não é. Exige responsabilidade, planejamento e reflexão.
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Campina Grande, PB
Agosto de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere.


EXERCÍCIOS
1. Em relação à porção do Senhor, o que não nos pertence?
R. A décima parte do nosso salário.
2. Segundo a lição, o que é preciso fazer para ser bem-sucedido financeiramente?
R. É preciso ter disciplina e orçamento financeiro.
3. O que devemos fazer antes da adquirir algum bem?
R. Fazer as contas e pesquisar preço.
4. O que Paulo ensina sobre as riquezas?
R. Ele ensina que “os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (1 Tm 6.9).
5. Você crê que com planejamento, responsabilidade, oração e confiança no Senhor suas crises financeiras podem ser controladas?
R. Resposta pessoal.


NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
 -. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas; Comentarista: Eliezer de Lira e Silva; CPAD; [Disponível no site: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2012/2012-03-09.htm].
- [a] http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=d%C3%ADvida;
- BARNHILL, J. A. Antes que as Dívidas nos Separem: Respostas e cura para os conflitos financeiros em seu casamento. - 1.ed., RJ: CPAD, 2003.
- Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed., RJ: CPAD, 2005.
- LIMA, E. R. Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo. 1.ed., RJ: CPAD, 2002;
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA. Estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA (BEP - CPAD);
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. HUDSON, K. Criando os Filhos no Caminho de Deus: Um guia bíblico para pais cristãos. 1.ed., RJ: CPAD, 1997.

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Francisco de Assis Barbosa