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25 de outubro de 2009

Lição 5 - Davi e sua Equipe de Liderados

TEXTO ÁUREO
"E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em aperto, e todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens" (1 Sm 22.2). [Foi nessa ocasião que Davi compôs o salmo 57]

VERDADE PRÁTICA
O trabalho em equipe é um princípio básico da liderança eficaz, inclusive na causa do Senhor. Se quisermos ser bem-sucedidos na obra de Deus não devemos esquecer esse princípio. – a cooperação, em lugar da contenda arraigada na inveja, produz o sucesso e provê proteção contra os cobiçosos – “se alguém quiser prevalecer contra um,os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade” Ec 4.12

OBJETIVOS
- Compreender que o trabalho em equipe é o princípio básico da liderança eficaz, inclusive na causa do Senhor.
- Conscientizar-se de que equipes eficientes e fortes são reflexos de uma liderança competente e idônea.
- Reconhecer que o modelo bíblico de liderança agradável a Deus é aquele centralizado no caráter.

Palavra Chave: Líder:- Indivíduo que, devido à sua própria personalidade empreendedora, dirige um grupo social, com a participação espontânea dos seus membros.

INTRODUÇÃO

Os liderados, à semelhança dos reflexos de um espelho, refletem a qualidade da liderança de seus líderes ou dirigentes. Equipes sadias, eficientes e fortes são reflexos de uma liderança competente e idônea, assim como um corpo saudável reflete a harmonia de seus membros.
Não se pode minimizar a importância do trabalho em equipe, pois desde os primórdios da história bíblica vemos líderes, juntamente com seus liderados, realizando os propósitos de Deus (Ex 18.13-27). Davi demonstra ser um homem de grande capacidade para liderar Israel. Sendo povo de Deus, devemos aprender com ele esses princípios para bem nos conduzirmos na vida e na Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.

I. LIDERANÇA BÍBLICA E LIDERANÇA SECULAR
1. Líder, liderança e equipe, Poder e Autoridade.
Os especialistas no assunto definem o líder natural como alguém que, devido à sua própria personalidade empreendedora, dirige um grupo social, com a participação espontânea dos seus membros. Como bem declarou o Pregador em Eclesiastes 1.9: "nada há novo debaixo do sol". E em relação a Davi, esta verdade não poderia ser mais bem aplicada, pois na liderança de seus homens no deserto de Judá, os mesmos princípios básicos do trabalho em equipe adotados hoje pelos modernos administradores, já eram praticados naqueles tempos pelo segundo rei de Israel. Liderança é a habilidade (capacidade adquirida) de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo o bem comum.
Liderança (capacidade de influenciar os outros) é uma habilidade que pode ser aprendida e desenvolvida; se liderar é influenciar os outros, como desenvolver essa influencia? Como levar as pessoas a fazer o que desejamos? Como receber suas idéias, confiança, criatividade e excelência, que são por definição, dons voluntários?
O sociólogo Max Weber afirma que há uma diferença entre poder e autoridade. Em seu livro The Theory of Social and Economic Organization, ele define poder como a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não fazer; Autoridade é a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influencia pessoal.
Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas, transformando-o numa equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe. Assim, o líder diferencia-se do chefe, que é aquela pessoa encarregada por uma tarefa ou atividade de uma organização e que, para tal, comanda um grupo de pessoas, tendo autoridade de mandar e exigir obediência.
Julgamos que Davi tenha nascido com a habilidade de liderar (1Sm 16.18) e com o passar dos anos, aperfeiçoou essa capacidade, para ele era fácil levar as pessoas a fazerem de boa vontade os trabalhos necessários. O líder escolhido por Deus, apesar de humilhado, rejeitado e perseguido no deserto, fez com que um grande grupo de seguidores se achegasse a ele. Quais características essas pessoas viram em Davi?
... conheço um... sabe tocar, é forte, valente, homem de guerra, sisudo em palavras, de boa aparência; e o Senhor é com ele... - Honestidade, confiabilidade, bom exemplo, cuidado, compromisso, bom ouvinte, respeito, encorajador, entusiasta e amável. Quantas dessas virtudes temos evidenciado em nossa vida cristã? Tudo na vida gira em torno dos relacionamentos - com Deus, conosco, com os outros; liderar é construir relacionamentos em quanto desempenha uma função.
É incrível a nossa capacidade de deixar passar despercebido aquilo que é o útil e nos atermos ao supérfluo, quantas vezes nós temos observado a Cristo como modelo de liderança? “Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos”. MT 20.28 - Quem quiser ser líder, deve primeiro ser servidor. Se eu desejo liderar, a exemplo de Cristo, devo primeiro servir. Entenda o que quer dizer "O Bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas".(Reflexão:- esxercer influencia sobre os outros, que é a verdadeira liderança, requer doação pessoal).

2. A atualidade da liderança davídica. É evidente que as circunstâncias na qual Davi desenvolveu sua liderança eram muito diferentes da nossa. Todavia, o modelo utilizado por ele em nada fica a desejar se comparado às modernas tendências em liderança da nossa sociedade globalizada. Davi tinha sido um homem talentoso, carismático, criativo e com um alto poder de decisão (1 Sm 16.18), não obstante isso, foi perseguido e refugiou-se na caverna de Adulão; quando ouviram isso seus irmãos e toda a casa de seu pai, desceram ali para ter com ele. Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens. (1 Sm 22: 1-3)
Davi encontrou um esconderijo isolado e seguro, longe o suficiente de Gate e não muito perto de Saul. Essa caverna foi transformada no Quartel General de Davi. Nesse QG há vagas o suficiente para todos os que, como Davi, são perseguidos, aqueles que estão em perigo, em dívida, ou não são a favor de Saul, sua própria família agora é desterrada e se abriga nesse QG, uma vez que Davi é visto como inimigo de Saul, eles também não estão seguros.
Como líder, Davi nunca menosprezou aqueles que o Senhor lhe enviava.
Como líder, Davi tinha a habilidade necessária para treinar homens que não possuíam nenhuma capacidade. Transformado estes rejeitados numa tropa de elite apta ao combate.
De covardes, Davi os fez valentes e poderosos (2Sm 23.8).
De aflitos, Davi os fez soldados valorosos. Um Exercito de Deus (1Cr 12.22).
De endividados, Davi os fez mais valiosos do que ouro. O menor valia por 10 homens e o maior por 1ooo. (1Cr 12.14).
Como líder, Davi não tinha medo ou receio de colocar ao seu lado homens que teriam seus potenciais maximizados no decorrer do treinamento. Muitos destes Valentes seriam melhores do que Davi na arte da guerra (1Sm 23.8-17).
Como líder, Davi tinha admiração e respeito pela vida e serviço fiel dos seus liderados. (2Sm 23.17).
Os valentes ouvem o suspiro por água do seu líder e agem imediatamente numa missão arriscada.
Não era uma ordem de Davi, nem um pedido, era apenas um desejo pela água da fonte de Belém. Todavia, estes homens antes desencorajados, agora desafiam a morte e rompem as barreiras e obstáculos por causa do desejo de servir ao ungido do Senhor.
Seus liderados o amavam, respeitavam, obedeciam e lhe devotavam total admiração.
A busca do ideal do líder também está presente no campo da filosofia. Platão, por exemplo, argumenta em sua obra A República que o regente precisa ser educado com a razão, descrevendo o seu ideal de "rei filósofo". Outros exemplos de filósofos que abordaram o tema são Confúcio e seu "rei sábio", bem como Tao e seu "líder servo".
Liderar não é uma tarefa simples. Pelo contrário. Liderança exige paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso, pois a organização é um ser vivo, dotado de colaboradores dos mais diferentes tipos (veja a lista dos valentes de Davi em 1Cr 11.10-47).
A liderança envolve outras pessoas, o que contribuirá na definição do status do líder, envolve uma distribuição desigual de poder entre os líderes e os demais membros do grupo, é a capacidade de usar diferentes formas de poder para influenciar de vários modos os seguidores.
No caso de Davi e sua legião de rejeitados, a lealdade destes homens não era interesseira, não estavam atrás de promoção, nem eram bajuladores ou hipócritas, Davi nunca procurou a fidelidade destes homens, todavia extraiu deles lealdade e serviço por meio da sua devoção para com eles.
Sua liderança evidenciava-se em atos como quando publicamente honrou o sacrifício dos valentes presenteando a Deus com a água que eles trouxeram em oferta a Davi.
Como líder, Davi era a inspiração de seus liderados. Ele era alguém que resplandecia a luz do Senhor. Ele era a lâmpada de Israel (2 Sm 21.17).
Como líder, Davi sabia que o ministério exige a excelência daqueles que são vocacionados. E que passar pelos desertos das provações lapidaria seu caráter e forjaria sua alma no fogo do Espírito do Senhor. (1 Sm 23-24). Davi passa a ter consciência do sagrado.
Todo servo dedicado à obra do Mestre, que deseja ter um profundo relacionamento com seu Senhor, passa pelo deserto e refugia-se na caverna de Adulão.
Foi assim com Moises, Elias, Paulo e com o próprio Jesus, passaram pelo deserto. Davi não escolheu o deserto, mas foi forçado a se refugiar dos ataques de Saul na região do Negueve por aproximadamente 10 anos de sua vida. Passou por Zife; Maom; En-Gedi e Parã. Os anos de provações no deserto levaram Davi a ter uma percepção mais clara do sagrado e do profano, da santidade e da impureza, da beleza e do desespero, da obediência e do pecado; Davi foi capaz de ver a gloria de Deus onde ninguém mais podia ver, isto é, na vida de Saul, o ungido de Deus. (I Sm 24:10).
Adulão é refugio. Foi na caverna que Davi escondeu-se de Saul. É lugar de sair da superficialidade e buscar profundidade insondável. Precisamos nos refugiar em Adulão para conhecermos ao Senhor com intimidade. Adulão é lugar de transformar a exaltação em humilhação.
Davi fez de homens perdedores grandes campeões; de amargurados em cheios de graça e virtude; de endividados em pedras preciosas; de espírito abatidos em Valentes de Deus. O matador de gigantes era espelho para aqueles homens (Abisai, Sibecai, El-Hanã, Jônatas, todos estes mataram gigantes nas guerras pelo Rei e pelo Reino), ele sabia compartilhar com os que estavam ao seu lado as glorias recebidas em batalha: “Reinou, pois, Davi sobre todo o Israel; e Davi fazia direito e justiça a todo o seu povo.” (2 Sm 8.15).

II. A LIDERANÇA FUNDAMENTADA NO CARÁTER CRISTÃO

1. É uma liderança que agrada a Deus. O modelo bíblico de liderança é aquele centralizado no caráter, ao contrario do que ensinava Maquiavel que era preferível ao rei ser temido do que ser amado. Elementos do caráter cristão como o temor de Deus, a coragem, a virtude, o altruísmo, a honestidade, etc., são postos em relevo. As técnicas mudam, mas os princípios do caráter não. Uma equipe de trabalho com esses fundamentos será bem-sucedida. A sabedoria é um fator de sucesso na liderança, pois o "temor do SENHOR é o princípio da sabedoria" (Sl 111.10).
O sucesso da admirável liderança de Davi veio dos princípios bíblicos observados por ele. Basta, por exemplo, lermos algumas passagens bíblicas para chegarmos a essa conclusão. Como não nos dobrarmos diante do senso de justiça de Davi quando estipulou a lei da partilha (1 Sm 30.24)? Somente um homem com uma noção exata de valores aprovados por Deus podia tomar uma atitude assim.
2. Não é uma liderança à parte de Deus. O antecessor de Davi exerceu uma liderança à parte de Deus. Em vez de esperar com "paciência no Senhor" (Sl 40.1), assim como Davi, Saul era demasiadamente precipitado. Na realidade, a liderança de Saul refletia simplesmente o seu caráter (1 Sm 15.1-35), pois ele não conseguia enxergar-se como dependente da direção divina.
Um dos primeiros passos para que possamos entender a questão da liderança cristã é adotarmos a perspectiva correta sobre Deus, Sua Palavra e Sua Obra.
Davi se dispôs a lutar porque entendeu que Golias havia ofendido a Deus e isso ele não poderia tolerar... Davi tinha zelo por Deus e pelos ungidos de Deus, por isso nunca levantou-se contra o rei Saul. Davi esperou pela providencia de Deus para ascender ao trono de Israel e com muita resignação e paciência, esperou com paciência no Senhor. Os valentes de Davi outrora eram covardes, tímidos, espiritualmente fracos, mas como muita sabedoria, graça, unção e dedicação, Davi investiu todos os seus recursos nestes “desqualificados” aos olhos humanos, pois Davi tinha experiência pessoal de que Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; Para que nenhuma carne se glorie perante ele. 1 Co 1.27-29.

CONCLUSÃO

Sem dúvida Davi foi um líder talentoso, no entanto, muito mais do que talento, Davi amava a Deus e cuidava do seu caráter. Ele, em suas fraquezas, descuidos e tentações, cometeu pecados, como é claramente mostrado nas Escrituras, mas venceu pela sua fé e devoção a Deus. Ele era um servo do Senhor disposto a se retratar, a valorizar o outro e a liderar pelo seu exemplo. Pela providência divina e por seus princípios de liderança fundamentados no caráter íntegro, Davi formou uma equipe de trabalho vitoriosa

REFLEXÃO
"A excelência da Escola Dominical, só será uma realidade para os alunos quando a equipe que a administra se importar com a contínua melhoria da qualidade dos seus serviços, visando se adequar à gestão da qualidade total (o TQM, na sigla em inglês), dentro da realidade bíblica, ética e cultural".
Para refletir um pouco mais: O que fazer para tirar as pessoas de casa no único dia da semana que têm para descansar e estar com a família, e trazer essas pessoas para a EBD? A qualidade total da EBD é reflexo de professores comprometidos com o ensino, que se aperfeiçoam, que buscam a excelência, que têm algo a acrescentar à vida de seus alunos. Não vou deixar o conforto do meu lar para ouvir blá blá blá, contos e estórias, quero algo que motive, me transforme, que me leve a alçar vôos mais altos... é preciso uma liderança a exemplo de Davi, que influencie. A palavra convence; o exemplo arrasta! Aquele que estiver disposto a lecionar, tem que ter em mente que serve de paradigma àqueles que pretende ensinar. Na EBD não existe espaço para o jargão “faça o que eu digo, não faça o que eu faço", i. é., precisamos melhorar cada dia mais, buscar mais conhecimento, aprimorar os métodos, incentivar, ser exemplo. Há uma frase da Margaret Thatcher, ex-Primeira-Ministra da Grã-Bretanha, que diz: 'Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é.' Medite nisso.

APLICAÇÃO PESSOAL

Para compreendermos o pensamento de Jesus quando intercedia em sua oração sacerdotal que os discípulos fossem um (Jo 17.11), teremos que enxergar o trabalho em equipe. O que mais impede uma equipe de funcionar eficazmente e com eficiência é o individualismo e partidarismo, quando todos encararmos essa realidade, nossa vida cristã dará um salto em qualidade e produtividade.
Para que uma equipe obtenha êxitos, é preciso um líder motivador – liderar é motivar, é transformar pelo exemplo. Os endividados e descontentes uniram-se a Davi, que na verdade era um fugitivo. Rejeitados, sua sorte só melhoraria se ajudassem o filho de Jessé a tornar-se rei. O controle dele sobre esse grupo novamente demonstra a sua desenvoltura e habilidade para liderar, motivar e transformar os outros. É difícil construir um exército com bons soldados, mas é preciso ainda maior liderança para formar um batalhão com o tipo de homens que seguiam o futuro rei de Israel. Este grupo veio a ser o embrião de uma tropa de elite conhecido como “valentes de Davi” (2Sm 23.8); de homens em aperto, endividados, desesperançados, rejeitados, à valentes soldados componentes de um batalhão especial... Somente um homem vocacionado à liderança pode trabalhar dessa forma, influenciando, motivando e transformando vidas.
Deus age através da História e nós, somos os instrumentos de Deus. Muitas vezes os grandes desafios de Deus começam nas coisas mais simples de nossa vida: Todo o processo de luta de Davi com Golias e a sua vitória começou com a sua simples e justa obediência ao seu pai Jessé, indo levar alimento para os seus irmãos no campo de batalha.
Deus no seu processo revelador e salvador sempre se valeu de homens e mulheres. Há muitas coisas a serem feitas na Seara do Senhor; então, por que não podem ser realizadas através de mim?
Devemos ser obedientes a Deus, fazendo o que nos compete, usando dos recursos que Ele mesmo nos forneceu em nossa caminhada. Deus sempre conduz o Seu povo em triunfo, mesmo em meios aos mais escaldantes desertos da vida. Os cursos de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado do Senhor localiza-se no deserto, na caverna de Adulão! Os maiores Phds em Divindade sairam dessa escola. Matricule-se já!
N’Ele, Líder por excelencia,
Francisco A Barbosa [ton frère dans le sauveteur Jèsus Christ].
Professor de EBD na IEAD Ministério Belém, em São Caetano do Sul, SP


BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- FINNEY, C. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2001.
- Bíblia de Estudo DAKE, CPAD-Ed Atos
- Bíblia de Estudo Genebra, Ed Cultura Cristã – SBB

18 de outubro de 2009

Lição 4 - Davi e o Tempo de Deus em sua Vida

TEXTO ÁUREO
"E disse aos seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do SENHOR, estendendo eu a minha mão contra ele; pois é o ungido do SENHOR"
(1 Sm 24.6).

VERDADE PRÁTICA
Mesmo estando ungido a mando do Senhor para ser o rei, Davi soube esperar o tempo de Deus para ocupar o trono de Israel.


OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Compreender que Davi, mesmo na adversidade, soube esperar.
- Conscientizar-se de que precisamos esperar com paciência o tempo de Deus.
- Identificar o tempo de Deus

Palavras Chave:


-Tempo: Momento ou ocasião apropriada (ou disponível) para que uma coisa se realize;
-Paciência: Virtude que faz suportar com resignação a maldade, as injúrias, as importunações etc. Perseverança, constância. Nome de certo jogo de cartas. Perder a paciência, começar a não poder mais esperar, suportar ou procurar. Revestir-se de paciência, esperar com calma.
-Prudência: Qualidade de quem age com moderação, comedimento, buscando evitar tudo o que acredita ser fonte de erro.

INTRODUÇÃO
Uma das grandes lições na história de Davi é a sua paciência para esperar o momento certo de ascender ao trono de Israel. Paciência adquirida do trato com as ovelhas, paciência advinda da fé – inteira dependência; segurança das coisas esperadas – em Deus; paciência que era também fruto do imenso respeito que demonstrava por aquele que, embora desvinculado da vontade divina, havia sido ungido (consagrado; separado) para ser o primeiro rei de Israel.
Davi tinha tamanho respeito por um homem - que havia sido ungido à mando do Senhor - que isso quase lhe custou a vida por mais de uma vez, e quando teve a oportunidade de livrar-se do rei rejeitado, recusou-se fazê-lo. Isso demonstra a reverencia de Davi para com Deus e sua soberania sobre os assuntos da humanidade, assim, Davi sentiu que não tinha o direito de estender a mão contra o ungido do Senhor – ainda que Saul não gozasse mais dessa unção.
Nesse episódio, conteve o ânimo dos seus homens e jurou solenemente que jamais faria mal algum a seu senhor, tamanho o seu respeito por aquele que havia assumido o trono por desígnio divino, recusou-se a fazer justiça com as próprias mãos e confiou em YAWEH TSIDIKENU (O Senhor, Justiça Nossa), deixando a Ele o julgamento e a vingança.
Esse respeito ao rei ungido e o temor ao que o mandou ungir ficou patente quando somente o fato de cortar a roupa de Saul, causou-lhe remorso (v. 5), pois com efeito, as vestes são um substituto da pessoa; tocar na roupa é tocar na pessoa.
Mediante estes fatos, resta-nos uma pergunta: por que o Senhor proporcionou esta oportunidade a Davi para livrar-se do seu perseguidor, entregando Saul em suas mãos?
Deus vocacionou e ungiu Davi para governar seu povo. Mas, da unção até a ascensão ao trono, seu caráter precisava ser moldado mediante o exercício da paciência. Ele teve que aprender a esperar, e esperar o tempo de Deus. Davi estava sendo moldado, seu caráter tinha que ser forjado no cadinho da paciência; o futuro monarca deveria passar por essa ‘prova de fogo’ e dar testemunho do motivo pelo qual foi ungido por Samuel: temor ao Senhor. Davi se enquadrou perfeitamente no texto de Hc 2.4, ele tinha plena confiança n’Aquele que o vocacionou, demonstrou aquelas virtudes recomendadas por Paulo em Rm 12.9-21.
Ter fé é ter certeza, plena convicção, e como resultado viver em inteira dependência. Davi deu testemunho que confiava em Deus, esta esperança trouxe-lhe paciência para esperar o desenrolar dos fatos, ele sabia que o Senhor estava no controle e cumpriria seus desígnios. - "Quando estamos esperando, o plano de Deus e o seu tempo perfeito são dignos da nossa confiança". Charles Stanley – Revista EBD
Definições:
Os gregos antigos tinham duas palavras para o tempo: chronos e kairos. Enquanto o primeiro refere-se ao tempo cronológico, ou sequencial, esse último é um momento indeterminado no tempo em que algo especial acontece. Teologicamente descreve a forma qualitativa do tempo, o "tempo de Deus", enquanto chronos é de natureza quantitativa humana, o "tempo dos homens".
Em síntese podemos dizer que chronos, o tempo humano (medido), é descrito em anos, dias, horas e suas divisões. Enquanto o termo kairos, que descreve "o tempo de Deus", não pode ser medido, pois "para o Senhor um dia é como mil anos e mil anos como um dia." (2 Pe 3.8).
Cronos na mitologia grega é o arquétipo do tempo, o que devora os próprios filhos escondidos no interior de Gaia (a Terra). É em essência o viver do futuro, mas pelo medo de ser vencido pelo desconhecido presente. Kairos é uma antiga palavra grega que significa "o momento certo" ou "oportuno".
As Escrituras vêem o tempo como um presente e uma oportunidade a ser usada sob a direção do Espírito Santo. Remimos o tempo para realizar aquelas coisas que estão de acordo com os propósitos de Deus. Nos dias corridos em que vivemos, a visão de tempo é como um produto que pode ser eficaz ou ineficazmente usado, disputado, administrado, economizado, perdido ou até convertido em dinheiro. A sociedade é regida pelo tempo chronos na busca desenfreada, frenética e compulsiva pelo prazer e pelo ter.

Diegese sobre Кαιρόζ, Χρόνοζ, ώρα e ןץ

Há pouco tempo atrás, ao estudar a vida do patriarca Abraão, seus altos e baixos, detive-me em determinado trecho da narrativa bíblica, e meditava acerca do tempo de Deus. Aquele patriarca esperou vinte e cinco anos desde a promessa feita em Gn 12.4, para ver seu cumprimento. Segundo Ellisen, “a primeira promessa de uma semente levou 25 anos para ser cumprida; a segunda, levou aproximadamente 700 anos. A promessa de um rei levaria mais 400” [ELLISEN, Id. Ibid., 1993, p.71]. E a vinda daquele em quem seriam benditas todas as nações, mais 1400 anos. ‘Bom é o senhor para os que se atêm a Ele’ (Lm 3.25). Creio firmemente que em sua onisciência, o Deus Todo-Poderoso determina soberanamente o seu tempo para cumprir fielmente suas promessas. É certo também que há um plano divino, eterno, que inclui propósitos e atividades de todo ser humano neste mundo. Ele participa dos acontecimentos aqui na terra e intervém para salvar seus servos fiéis do mal, cumprindo seus propósitos redentores. Ele está no controle de todos os acontecimentos ao nosso redor.
Será que Deus está sujeito ao nosso tempo? Gn 1.14 descreve o seguinte: ‘E disse Deus: haja luminares na expansão do céu, para haver separação entre o dia e a noite; e sirvam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos’; o tempo – chronos - foi estabelecido pelo Criador, e como toda a criação, a Ele está sujeito. O Deus que criou todas essas coisas com suas respectivas funções, pode também interagir neles visando o cumprimento de seus propósitos. O que diremos então diante do milagre excepcional descrito em Josué 10.12-15? ‘Então, Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor deu os amorreus na mão dos filhos de Israel, e disse aos olhos dos filhos dos israelitas: sol, detém-te em Gibeão, e tu lua, no vale de Aijalom. E o sol deteve-se, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isso não está escrito no Livro do Reto? O sol, pois, se deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro. E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o Senhor, assim, a voz de um homem; porque o Senhor pelejava por Israel.’
Ainda poderia citar Isaias 38.8 onde o Senhor operou tremendo milagre a fim de sinalizar a Ezequias que Ele ouvira a oração e vira as lágrimas daquele rei e que o curaria: ‘eis que farei a sombra dos graus, que passou com o sol pelos graus do relógio de Acaz, volte dez graus atrás. Assim, recuou o sol dez graus pelos graus que já tinha andado.’
O tempo tal qual conhecemos, com seus dias, meses e anos, horas, minutos e segundos, está sob direção de Deus, é sujeito a Ele e é para Ele um instrumento para agir em nossa vida a fim de edificar-nos até a estatura de varão perfeito à medida de Cristo.
Tempo, do grego Кαιρόζ (kairós) significando medida de vida, proporção devida, um período fixo ou definido e às vezes um ‘tempo’ oportuno ou apropriado; Há ainda Χρόνοζ (Chronos) significando ‘espaço de tempo’, e ώρα (hõra) Significando qualquer hora, momento. No hebraico temos: ןץ (‘et) com sentido de período de tempo, tempo designado, tempo certo, estação. Esta palavra aparece também em outras línguas semíticas como o fenício, árabe e acadiano. Ocorre cerca de 290 vezes na Bíblia em todos os períodos: ‘Então, perguntou o rei aos sábios que entendiam dos tempos’ (Et 1.13); ‘...e tropeçarão no tempo em que eu os visitar, diz o Senhor’ (Jr 8.12); ‘Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo(ןץ-‘et) para todo intento e para toda obra’ (Ec 7.17); ‘et é usado para designar o tempo apropriado ou satisfatório para determinada atividade na vida; ‘tudo fiz formoso em seu tempo’ (Ec 3.11). Deus está no controle do tempo, muito embora, sua posição no terceiro céu, o paraíso de Deus revelado a Paulo em 2 Co 12, não sofra os efeitos do tempo, pois lá é eternidade, um eterno ‘agora’. Embora esteja numa dimensão não sujeita ao tempo terrestre, Ele o controla de tal maneira, que já desde o princípio, o tempo de todas as coisas estão determinados. [http://ogideao.blogspot.com/2008/12/diegese-sobre-e.html]

CONCLUSÃO
Davi esperou pacientemente no Senhor, e Ele ouviu a sua voz. Esperar o tempo de Deus é a garantia de não agirmos precipitadamente. É o segredo de quem quer fazer a vontade do Senhor. A Escritura diz que os nossos pensamentos não são os pensamentos de Deus, nem tampouco os nossos caminhos são os caminhos dEle (Is 55.8). O tempo do Eterno, evidentemente, não é o nosso tempo (Sl 90.4). Conhecedores desse fato, devemos confiar no Senhor e esperar nEle em todas as situações.

APLICAÇÃO PESSOAL
O tempo não é um inimigo, mas um amigo. Foi-nos encucado que devemos lutar contra o tempo, mas isso é loucura – e perda de tempo. Na busca pelo prazer, vivemos frenéticamente buscando aproveitar cada segundo, mas o resultado é dor e sofrimento, consequencia do pecado adâmico, mal interpretado pois, muitas vezes nos perguntamos: “porque Deus permite isso?”. Em sua soberania Ele pode sim intervir mas, respeita o livre-arbítrio e a escolha dos homens em auto-governar-se. Ele o permite, mesmo quando não consigo evitá-lo. Resta-nos então, encarar as dificuldades e percalços como aliadas na formação e aprimoramento do caráter e no preparo do futuro cidadão do céu.
Chronos serve para nos preparar. Quando compreendo e admito isso, consigo ver o tempo como algo que não é ruim, que serve para amadurecer-me e não pode tirar minha felicidade, porque esta está firmada em Deus – assim como encarava Davi.
No dizer de Paulo, o sofrimento tem uma finalidade bem definida. A demora no cumprimento das promessas também. Logo, o propósito de Deus na minha vida é usar o tempo para me ajustar ao ponto ideal, como afirma Davi, em Salmos 31.15: 'Os meus tempos estão nas tuas mãos...'
Quando o crente vive em inteira dependência de Deus, como define fé em Hb 11.1, entrega não apenas a condução do seu andar neste mundo, mas também deixa a sua mercê o tempo.
O que o crente deve fazer então, já que para tudo está determinado um tempo?
Entregar-se! Deixar que o Espírito Santo leve a efeito o plano de Deus em sua vida e ter cuidado para não se afastar da vontade de Deus perdendo a oportunidade quanto ao propósito divino para a sua vida: ‘tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu’ (Ec 3.1). Ao entregar-nos totalmente ao Senhor e ficarmos em sua dependência, nos enquadramos na Escritura de Ec 8.5 e 6 que diz: ‘Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o modo. Porque para todo o propósito há tempo e modo. Porquanto o mal do homem é grande sobre ele.’
Tudo devemos entregar ao Senhor, pois somos incapazes de guiar-nos sozinhos. E como o faríamos? Não sabemos discernir o que há de suceder e como haja de suceder! Só o Senhor poderá cumprir seus propósitos e no tempo exato, previamente determinado. Há tempo para tudo, e o seu tempo não é o nosso; somos imediatistas, Deus é paciente e sabe agir no tempo certo, quer seja ele Кαιρόζ (kairós); Χρόνοζ (Chronos); ώρα (hõra) ou ןץ (‘et).

N’Ele que é paciente e age no tempo certo,

Francisco A Barbosa [ton frère dans le sauveteur Jèsus Christ].
Professor de EBD na IEAD Ministério Belém, em São Caetano do Sul, SP

Bibliografia:
Bíblia de Estudo Dake – CPAD;
Bíblia de Jerusalém – Nova Edição, Revista e Ampliada – Paulus;
Dicionário Vine – CPAD
http://ogideao.blogspot.com/2008/12/diegese-sobre-e.html

12 de outubro de 2009

Lição 3 - Davi na Corte Real - Vivendo com Sabedoria


18 de outubro de 2009
Palavra Chave: Prudência: Qualidade de quem age com moderação, comedimento, buscando evitar tudo o que acredita ser fonte de erro.

Quando pensamos em Davi, logo nos vem a mente a idéia de que ele era pastor, matador de gigante, rei e antepassado de Jesus - um dos maiores homens do Antigo Testamento. Musico habilidoso, homem valente e vigoroso, homem de guerra, prudente em palavras de negócios, pessoa gentil, o Senhor era com ele (1 Sm 16.18). Este testemunho registrado em 16.18 não é mais daquele jovem de 13 anos, mas se refere a um tempo posterior, aqui ele já era um poderoso homem de guerra e prudente em negócios. Diferentes versões apresentam essas caracteristicas distintamente; Septuaginta: “rosto avermelhado, com belos olhos e gracioso na aparencia”; Peshitta: “ruivo, com belos olhos e muito formoso”; Berkeley: “rosto avermelhado, olhos cintilantes e aparencia formosa”. Com estes aspectos, Davi tornou-se o centro das atenções, tanto da tropa israelita como do povo em geral. Essa notoriedade trouxe novos desafios para o filho de Jessé, porém, o mais importante foi o seu proceder com sabedoria e discernimento na administração dos conflitos advindos dessa nova situação. O sucesso trouxe problemas, a admiração e o respeito do povo motivaram a inveja do rei agora possesso, que passa a buscar a morte do novo herói nacional e possivel futuro monarca.
A Igreja hoje também sofre com situações como essa, onde lideres apegados ao poder criam situações difíceis, acusações injustas, ameaças, obstáculos e prejuízos, decretando ‘morte’ a possíveis sucessores, enterrando talentos de pessoas realmente vocacionadas em detrimento outras apenas com aparencias, trazendo um dano terrível à Igreja. (para reflexão)

AS QUALIDADES E VIRTUDES DE DAVI
Em questão de tempo, é um longo caminho desde a designação profética de Davi como rei de Israel até sua ascensão ao trono; e ainda mais longo em termos de logística. Como um jovem rapaz, a quem nem mesmo a família considera como candidato a rei, ascende a essa posição, quando um rei paranóico já está nesse lugar, um rei que não hesita em matar seus concorrentes? A resposta a esta pergunta toma tempo e espaço nas Escrituras, mas os versos 14 a 23 nos dão uma amostra de como DEUS providencialmente faz aquilo que indica mediante Seu profeta.
Obviamente, Saul não faz idéia do que aconteceu, conforme registrado nos versos 1 a 13 deste capítulo. Se ele acreditar nas palavras de Samuel (pode ser também que não acredite, especialmente à medida que o tempo passe e ele continue como rei de Israel), será realmente afastado e substituído por um homem da escolha de DEUS. Ele não sabe que Samuel já designou e ungiu Davi como seu substituto, ou que o ESPÍRITO que DEUS lhe deu agora é dado a Davi. O que ele realmente sabe é que as coisas estão bem diferentes do que eram. Ele não vê mais Samuel (ver 15:35). Ele não sente a presença e o poder do Senhor, através do ESPÍRITO. O que ele experimenta mesmo é um fenômeno espiritual bem diferente. Um “espírito maligno da parte de DEUS”(vontade permissiva de Deus) se apossa de Saul, aterrorizando-o. Ele parece ter ataques quando o terror deste espírito está presente e épocas que são mais normais.
Como seria de se esperar, existem várias teorias sobre este “espírito maligno da parte de DEUS”. A aparição deste “espírito”, bem como o desaparecimento do ESPÍRITO SANTO, vêm da parte de DEUS. Ou seja, é o Senhor quem ordena que o ESPÍRITO SANTO deixe Saul. Será possível que o pedido de Davi para que DEUS não retire dele Seu ESPÍRITO (Sl. 51:11) seja, de certa forma, conseqüência daquilo que ele observa com seus próprios olhos enquanto está a serviço de Saul?
O espírito maligno também é da parte de DEUS. Isto não deveria ser nenhuma surpresa, uma vez que DEUS é soberano. Satanás não pode fazer nada a ninguém sem que DEUS permita (vontade permissiva) (ver, por exemplo, Jó 1 e 2). Para os servos de Saul, este “espírito maligno” não é novo ou incomum. Eles já o viram e o reconhecem, e sabem qual é o melhor tratamento para Saul. Todas estas coisas me levam a concluir que o espírito que oprime Saul seja demoníaco.
Os servos de Saul crêem que a música tenha efeito benéfico sobre Saul e recomendam que ele encontre um homem hábil no tocar da harpa para que, quando o espírito o atacar, o músico toque uma canção suave e acalme seu espírito atribulado. Saul aprova a idéia. Ele, acima de tudo, está aterrorizado pela opressão do espírito.
Subitamente um dos servos de Saul se lembra de alguém que se encaixa perfeitamente às suas necessidades. Em algum lugar ele viu e ouviu falar de Davi de Belém. Davi não é apenas um músico dotado que toca harpa com destreza, ele é também um valente, um homem de boa aparência e de bom senso. Mais importante, é um homem com que o Senhor está presente. As mesmas coisas que qualificam Davi como rei são aquelas que o qualificam para servir ao rei. As qualidades reais de Davi estão se tornando evidentes, até mesmo para aqueles que estão no palácio.
Saul convoca Davi com educação, no entanto, este é um convite que ninguém ousa recusar. O pedido é feito a Jessé, uma vez que Davi ainda vive sob seu teto. Pelas palavras de Saul a Jessé, fica claro que ele sabe que Davi é guardador de ovelhas (ver o verso 19). Jessé envia Davi ao rei junto com uma oferta de alimentos, onde ele começa a servir como seu criado. Conforme o caráter e as habilidades de Davi vão ficando mais evidentes para Saul, ele é promovido à posição de seu escudeiro, provavelmente o serviço mais íntimo e pessoal de qualquer um dos servos de Saul. Saul não só começa a respeitar as habilidades de Davi, ele também começa a amá-lo. Talvez Davi seja quase como um filho para ele.
Termina o período de experiência de Davi e ele toma posse do cargo, por assim dizer, junto ao rei. De forma adequada, Saul solicita a Jessé que permite que Davi permaneça a seu serviço. Assim é que, toda vez que Saul é atormentado pelo espírito maligno, Davi toca sua harpa e tranqüiliza o espírito atribulado do rei. O ESPÍRITO de DEUS em Davi faz com que o espírito maligno, durante algum tempo, se retire de Saul. Como Saul soletra alívio? D A V I.
O pecado do capítulo 15 é o fim para Saul; não é o fim do seu reinado, mas o fim da oportunidade para ele mudar e se arrepender. Mas, por que ungir Davi tanto tempo antes dele ser nomeado e coroado como rei? Primeiro, o ESPÍRITO que está sobre Saul para que desempenhe seus ofícios reais, pode agora ser removido e colocado sobre Davi. É no ESPÍRITO que Davi crescerá, amadurecerá e servirá a Saul, enquanto DEUS o prepara para o seu ofício. Como é irônico e inesperado que Davi sirva ao rei em preparação para servir como rei. Os caminhos de DEUS estão além da nossa capacidade de predizê-los.
Segundo, a unção de Davi acaba sendo um teste para os israelitas. Sua unção, diferentemente de Saul, é semipública. Seu pai e seus irmãos, assim como os homens proeminentes da cidade que comparecem ao banquete sacrificial, precisam saber que o novo rei que substituirá Saul está sendo designado. Na medida em que os homens compreendam que Davi é o próximo rei, sua reação é indicativa da alusão ao Rei de Israel e Seu Reino. Isto também determina seu lugar no reino de Davi.
É quase o mesmo hoje em dia. Quando o autor de I Samuel volta sua atenção de Saul para Davi, ele nos leva a refletir sobre um homem que é um protótipo de nosso Senhor JESUS CRISTO. Infelizmente, Saul se parece demais com Satanás. Saul recebe autoridade para governar segundo DEUS, no entanto, suas regras e seu governo se tornam mais importantes para ele do que o governo e as leis de DEUS. Por isso, ele é posto de lado. Davi é designado para ocupar seu lugar, para governar sobre o povo de DEUS com retidão. Satanás, como o Saul dos tempos antigos, foi rejeitado por DEUS. Na cruz do Calvário, nosso Senhor derrotou Satanás. Contudo, ele ainda está livre para se opor a DEUS, embora seu julgamento e sua punição sejam certos. Neste ínterim, JESUS CRISTO foi designado como o Rei de DEUS. Ele não apenas proclamou o reino de DEUS, Ele também o conquistou com Sua morte, sepultamento e ressurreição. Todos aqueles que se submetem a Ele como Rei entrarão em Seu reino e governarão com Ele por toda a eternidade.
A questão para você e para mim, hoje, é: “A quem serviremos?” Quem reinará sobre nós? A que reino iremos nos submeter? Por natureza, todos os homens são nascidos no reino de Satanás. Somente pelo novo nascimento, por confiar na obra de JESUS CRISTO na cruz do Calvário, é que os homens são transportados do reino das trevas para o reino da luz, do reino de Satanás para o reino de DEUS. Você já mudou os reis, meu amigo?
Samuel erra sobre quem será o rei de DEUS. Ele espera que o rei seja “alto, moreno e bonito”, por assim dizer. DEUS deixa claro a Samuel que a aparência externa não é Seu critério para a escolha do rei (I Sam. 16:7). Davi também tem boa aparência, mas esta não é a base para sua escolha por DEUS. Por desígnio divino, nosso Senhor JESUS CRISTO, o rei eterno de DEUS, também não devia ser reconhecido por Sua aparência: “Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do SENHOR? Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.” (Is. 53:1-3)
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em CRISTO JESUS, pois ele, subsistindo em forma de DEUS, não julgou como usurpação o ser igual a DEUS; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Fp. 2:5-8)
Pelo que entendo destes textos e de outros, o Senhor JESUS não era uma pessoa que chamava a atenção, fisicamente falando. Os homens não eram atraídos a Ele por Seus belos traços ou por Sua voz profunda, tipo locutor de rádio. Os homens eram atraídos a Ele quando reconheciam Seu coração igual a DEUS, Seu ser igual a DEUS. Foram Sua submissão e obediência ao Pai que O distinguiram, junto ao fato dEle ter cumprido perfeitamente todas as profecias relativas ao Messias. Ele é aquele apontado por DEUS para governar e, quando Ele voltar, todos os homens se ajoelharão diante Dele e O reconhecerão como o Rei de DEUS (Fp. 2:9-11). A exortação das Escrituras é para que O recebamos como Rei e que nos tornemos parte de Seu reino, ou aguardemos Sua ira sobre nós como Seus inimigos (Sl. 2:10-12).
Talvez esta seja uma boa ocasião para falarmos sobre música e sua relação com o reino espiritual. Você deve se recordar que em I Sm. 10 (versos 5-6, 10-13) os profetas com quem Saul se encontrou, e a quem se juntou como “um dos profetas” (pelo menos por alguns instantes) quando o ESPÍRITO desceu poderosamente sobre ele, estavam acompanhados de instrumentos musicais - tamborim, flauta e harpa (verso 5). De alguma forma, a descida do ESPÍRITO sobre Saul (e talvez sobre os outros profetas) está associada à música, ou até mesmo seja principiada por ela. No capítulo 16, as possessões demoníacas de Saul são acalmadas pelo toque da harpa de Davi. Em 2 Rs. 3:14-15 uma vez mais, Eliseu chama um menestrel a fim de profetizar no ESPÍRITO. Entendo que a música deva ter algum tipo de papel na ligação (ou desligamento) com o reino espiritual. Acho que devemos ter muito cuidado com o tipo de música que ouvimos. Sei que tem havido muita discussão sobre o “rock”, e não desejo ser muito loquaz neste assunto, mas sugiro que haja um tipo de música potencialmente benéfico e, provavelmente um tipo que possa invocar o espírito errado. Este texto deve nos dar uma pausa para pensar no tipo de música que ouvimos e sua influência sobre nós.
Nossa passagem fala sobre a escolha de Davi para desempenhar uma função dada por DEUS - não para sua salvação. Alguns poderiam ficar tentados a se desviar desta passagem achando que DEUS escolheu salvar Davi porque ele tinha um coração voltado para Ele. DEUS escolheu Davi para servir por causa de seu coração. Há uma diferença enorme entre DEUS escolher para um serviço e Sua eleição para salvação. Se DEUS escolhesse salvar os que tivessem coração puro, Ele não salvaria ninguém: “Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou do meu pecado?” (Pv. 20:9, ver Rm. 3:9-18). “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr. 17:9, ver também Rm. 3:9-18)
DEUS não salva os homens devido àquilo que vê em seus corações e gosta do que vê. DEUS salva homens que são vis pecadores em seus corações e tem misericórdia deles, colocando seus pecados sobre Seu Filho, JESUS CRISTO. Somente CRISTO é sem pecado e, por isso, capaz de morrer pelos pecados dos outros. Há apenas uma pessoa em toda a história da raça humana cujo coração foi livre de pecado, e essa pessoa é JESUS CRISTO. DEUS salva aqueles que confiam Nele para serem perdoados de seus pecados e para terem o presente da vida eterna.
Hoje em dia há muita discussão sobre liderança, e devo dizer que as qualidades e qualificações procuradas nos líderes contemporâneos não são aquelas que DEUS buscou em Davi. Os evangélicos escolhem seus líderes quase nas mesmas bases que a sociedade secular. Procuramos homens que tenham “recursos” (dinheiro e influência) e “uma boa cabeça prá negócios”. DEUS buscou um homem que tinha um coração voltado para Ele. Creio que esta característica seja o primeiro e principal pré-requisito para o tipo de liderança que DEUS quer. Vamos procurar ser o tipo de homens e mulheres que DEUS busca para o Seu serviço.

APLICAÇÃO PESSOAL
"O Davi humano também teve uma falha séria que o poderia ter condenado não fosse o Mestre agindo em sua vida. O Salmo 51 fala sobre o pecado que quase o destruiu e nos ensina mediante o seu exemplo como nos arrependermos dos nossos próprios erros.
A oração de Davi se inicia com três pedidos ao Senhor: Misericórdia (v.1). Nenhum de nós merece a graça de Deus, porém Ele cuida de nós com ternura e intensidade, mesmo quando o nosso coração está distante dEle. Nosso amor pelo Senhor pode falhar, mas não o seu amor por nós. Renovação (v.2). A "tinta" de nossa falha deixa uma marca indelével em nossa vida e na dos outros; porém, podemos confiar na compaixão do Senhor para apagar o nosso pecado do livro de sua memória. Purificação (v.2). Somente Deus pode lavar a mancha e a sujeira do pecado. Queremos nos sentir puros outra vez, de modo que desapareçam toda a impureza que adquirimos e o legado de suas lembranças"

5 de outubro de 2009

Lição 2 - Davi Enfrenta e Vence o Gigante



Texto Áureo: I Sm. 17.45 – Davi combate em nome de YAWEH, isto é, pela autoridade e poder de Deus.
Leitura Bíblica em Classe: I Sm. 17.43-49
Objetivo Geral: Mostrar que o desafio de Davi a Golias, o gigante filisteu, pode representar a luta espiritual que o crente trava com o mundo, a carne e o diabo.

I - INTRODUÇÃO:
O desafio lançado por Golias ao exército de Israel era comum naqueles dias, onde se digladiavam dois campeões e o vencedor ganhava a batalha para o seu exército. Neste evento bíblico, Davi foi o campeão israelita que deu a vitória a Israel, quando seu exército já estava com o moral quebrantado e acuado pelo desafio lançado pelo gigante filisteu. Davi tinha experiência com Deus, adquirida não nos bancos de uma Faculdade, porém, no Campo de Batalha, no “batalhar pela fé”. Quem não matar o leão e o urso, não matará Golias. É no campo de batalha, é no confronto direto com os inimigos, é na realização da Obra de Deus que a fé cresce e se fortalece. Ao final da lição destacaremos o papel da confiança e fé de Davi enquanto exemplo para todos os crentes no enfrentamento dos inimigos espirituais: não importa a nossa estrutura, mas a fé no nome do Deus a quem servimos. “Maior é o que está em nós do que o que está no mundo” (1 Jo 4.4).

Preâmbulo:
Golias (em hebraico, גָּלְיָת = “passagem, mudança, exílio, transmigração”) foi um personagem do Antigo Testamento que participou num episódio de batalha entre os Filisteus e o povo de Israel, que foi defrontado e morto por Davi. Existem na Bíblia referências a alguns personagens muito estranhos, muito misteriosos - os gigantes. Os nomes com que eram designados - Nefilins, Refaíns, Emins, Anaquins, Enaquins, Zanzumins, Zuzis, são todos adjetivos, significando: "poderosos", "fortes", "valentes", "guerreiros", etc., porém com um significado particular, próprio deles, os GIGANTES.
Encontramos outros relatos de homens de estatura extraordinária: havia Ogue, rei de Basã, um dos refains, cujo esquife tinha nove côvados (4 m) de comprimento e quatro côvados (1,8 m) de largura. (Dt 3.11). Além de Golias, havia outros homens de Refaim, de tamanho extraordinário, entre os quais estava Isbi-Benobe, cuja lança era de 300 siclos de cobre (3,4 kg) (2Sm 21.16); Safe ou Sipai (2Sm 21.18; 1Cr 20.4); Lami, irmão de Golias, "cuja haste de lança era como o cilindro dos tecelões" (1Cr 20.5); e um homem de tamanho extraordinário, cujos dedos das mãos e dos pés eram aos seis, no total de 24 (2Sa 21.20).
Os espias sem fé relataram aos israelitas que em Canaã viram "os nefilins, os filhos de Anaque, que são dos nefilins; de modo que ficamos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos olhos deles". (Nm 13.33). Estes homens de estatura extraordinária, chamados de filhos de Anaque (provavelmente significando "Pescoço-comprido [quer dizer, de estatura alta]"), não eram realmente nefilins, conforme relatado, mas eram apenas homens extraordinariamente altos, porque os nefilins, conforme relato de Genesis (Gn 6.4), pereceram no Dilúvio. Alem disso, a expressão "ficamos aos nossos próprios olhos como gafanhotos" é típica do hebraico, que usa muitas hipérboles, ou seja, expressões exageradíssimas. Não se deve achar que na régua, os baixinhos israelitas eram como gafanhotos perto de pessoas e considerando isso, antes de tudo, é preciso verificar o que a Bíblia REALMENTE diz. Há alguns que dizem que Jonas foi engolido por uma baleia. A Bíblia NUNCA disse isso. Ela diz "um grande peixe", e há peixes que poderiam ter feito aquilo, como o grande tubarão branco e outros. Uma baleia jamais poderia engolir um humano.
Davi, O VOCACIONADO PELO SENHOR - era um bom músico (louvor); forte e destemido (coragem); homem de guerra (não que tivesse experiência em batalhas, mas que estava talhado para tal, se preciso fosse - sabia lutar); sisudo em palavras (sabia falar bem); gentil aspecto (beleza interior); o Senhor é com ele; (tinha plena comunhão com Deus); era um bom filho (cuidava das ovelhas de seu pai; ajudava e honrava).
1 Sm 17.49-50 - Aparentemente, Davi levava desvantagem: Golias tinha seu escudeiro, tinha mais experiência de guerra, tinha armamento, era maior em estatura, tinha mais peso físico. Resta a pergunta: de onde vinha a coragem de Davi? Ele não teve medo de encontrar a morte porque tinha plena confiança n’Aquele que o vocacionou para ser rei (1 Sm.16), ele cria que Deus era poderoso para preservá-lo até o dia no qual ascenderia ao trono. Seu posicionamento como ‘homem segundo o coração de Deus’ era sua garantia de vitória, era a origem de sua coragem. Os homens sem fé viam um gigante; o homem segundo o coração de Deus via, apenas, um “incircunciso filisteu”. A fé faz a diferença!

1. A AFRONTA DO GIGANTE
Golias (hipérbole à parte) era um gigante da cidade de Gate, e um campeão dos filisteus. Segundo a Bíblia, possuía a altura de seis côvados e um palmo (3 metros e 36 centímetros). No combate que teve contra Davi, usava uma cota de malha que pesava 5000 ciclos (57 kg). Como Davi era um rapaz ainda, provavelmente só a cota de malha de Golias já atingia seu peso. Mas Davi ainda tinha que lutar com um gigante que carregava um grande escudo para proteção e uma lança, cuja ponta metálica pesava 600 ciclos (6, kg). Sua haste foi descrita na Bíblia como "cilindro dos tecelãos".
Pouco depois de Davi ter sido ungido por Samuel, os filisteus ajuntaram-se em Socó para uma guerra contra Israel, e então acamparam em Efes-Damim. Golias desafiava Israel em alta voz para apresentarem um homem que lutasse com ele em combate individual, o resultado determinaria qual o exército que se tornaria servo do outro. Seu desafio durou 40 dias. Mas no exército israelita não havia soldado com coragem suficiente de enfrentar Golias com seus quase 3 metros de altura, ainda mais sendo este um soldado mercenário treinado e muito bem armado.Quando Davi soube do que estava acontecendo ficou indignado e aceitou o desafio do filisteu. A tentativa de Saul em colocar sua armadura em Davi não teve êxito, porque como citado, era apenas um rapaz. Davi foi apenas com a funda e algumas pedras lisas que pegou em um rio próximo ao encontro de Golias.
Invocando o nome de seus deuses para o mal contra Davi, Golias riu-se dele, perguntando se era por acaso um cão para que viesse a ele com cordas, referindo-se à funda que Davi usava. Davi respondeu: “Tu vens a mim com espada, e com lança, e com dardo, mas eu chego a ti com o nome do Deus dos exércitos, o Deus das fileiras combatentes de Israel, de quem escarneceste.” As armas de Davi eram da parte de seu Deus e isso dava-lhe confiança da vitória. Apressando-se, Davi pegou uma pedra e atirou com a funda e ela penetrou a testa de Golias. Não deve ter lhe matado instantaneamente porque a Bíblia diz que quando Golias caiu com a face por terra, Davi apressou-se, pegou a espada de Golias e entregou-lhe a morte 'definitivamente' cortando sua cabeça.Quando viram seu campeão morto, os filisteus fugiram, mas foram perseguidos e dizimados até sua cidade.

2. A VITÓRIA DE DAVI
Davi ainda muito jovem, colocou-se como o campeão dos israelitas para enfrentar o blasfemo Gigante filisteu, homem acostumado às batalhas, vestido com toda sua armadura (I Sm. 17.5-7), tal disposição heróica e louca de Davi, causou espanto ao guerreiro filisteu. Golias tomou tal atitude como um insulto.
Sem perca de tempo, Davi confiante n’Aquele que o vocacionara para liderar a nação judaica, pela força do Ruach YAWEH, adestrado com sua arma, a funda, abateu o sanguinário Golias (1 Sm.17.49,50). Que irônico! Que vitória! Um jovem pastor e sua funda ganhando uma batalha para o seu exército! A missão estaria cumprida quando a cabeça do oponente estivesse separada do corpo sem vida (1 Sm. 17.50-24).
Vitorioso, o jovem Davi recebe do rei Saul a filha como esposa e passa a fazer parte da família real, e ironicamente, torna-se amigo leal do príncipe herdeiro, Jônatas.
Desta luta aparentemente desigual tiramos algumas lições:
1) enfrentar gigantes é uma experiência intimidadora - lemos com entusiasmo o relato bíblico sobre a vitória de Davi, mas, no dia-a-dia, lutar contra os gigantes não é uma tarefa fácil;
2) pelejar é uma experiência solitária - ninguém mais pode assumir o posto para o qual fomos chamados, cada um de nós precisa enfrentar os “Golias” que se apresentam contra nós;
3) confiar em Deus é uma necessidade - a menos que depositemos nossa fé em Deus, não conseguiremos ir muito longe, ficaremos aterrorizados pelo tamanho dos “gigantes” e
4) vencer traz conseqüências memoráveis - as vitórias do passado devem nos impulsionar para olhar com maior bravura para o futuro.

3. A LUTA ESPIRITUAL DO CRENTE
Alguma vez você já se sentiu tão impotente diante de um problema, que achou que seria esmagado por ele?
Já chegou a pensar que Deus não estava ao seu lado ao lutar contra um grande mal em sua vida?
Em algum momento se viu sem coragem para orar ou ler a Bíblia ao enfrentar obstáculos aparentemente intransponíveis?
Ao longo da jornada espiritual, muitas pessoas já se depararam com inúmeros gigantes: o medo, o desânimo, a solidão, a preocupação, a culpa, a tentação, a ira, o ressentimento, a dúvida, a procrastinação, o fracasso e a inveja. Muitas saíram machucadas nesses embates. Outras foram derrotadas e viram seus objetivos destruídos. Felizmente, outras foram capazes de se preparar adequadamente para a batalha e saíram vitoriosas.
Seja qual for o tipo de gigante que tenha de ser enfrentado, Davi nos dá o exemplo: Deus é maior que todos os gigantes.
O crente enfrenta incircuncisos com os quais precisa lutar e deve vencer. Na verdade, cada um de nós, na vocação para a qual fomos chamados, enfrentamos nossos próprios gigantes. Nesta lição em especial, destacam-se três gigantes: o mundo, a carne e o diabo (Ef. 2.1-3). Para derrubá-los e corta-lhes a cabeça, é preciso estar preparado, munido não com a armadura de Saul, mas com aquela provida por Deus (Ef. 6.10,11).
Tg 3.13-15; 1 Jo 2.12-17:
Nós estamos em guerra - sê-me somente filho valente e guerreia as guerras do SENHOR. (1 Sm.18.17).
Este embate é travado no teatro de operações em 3 frentes.
O maior inimigo do Cristão é CARNE. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. ( Gl.5:17 ).
O segundo inimigo do cristão é o mundo, o sistema mundano que está debaixo do poder do diabo: Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno. (1 João 5:19)
O terceiro inimigo do cristão é o diabo e suas hostes.
...porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. ( Ef.6:12).
Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo. ( Dn.7.25).
Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. (Ap 2.10). Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse. (Ap 13.7)
Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos.
Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta. (Ap 12.11 e 12).

CONCLUSÃO
O exército de Saul mostrou-se limitado ao que os olhos carnais podem enxergar. O desafio lançado pelos filisteus apavorou o povo de Deus. O destemido Davi mostrou-se um homem conhecedor do Deus a quem servia e do que Ele poderia fazer em prol do seu povo. Davi creu na providência de Deus e na Sua aliança com Israel, teve plena confiança e exerceu sua fé na inteira dependência de Deus. A exemplo de Davi, temos que confiar plenamente no senhor e ter essa fé que não enxerga limites. Para vencer o mundo, a carne e o diabo, é preciso adequar-se no modelo de homem segundo o coração de Deus (fé, amor e obediência).

Francisco A Barbosa

3 de outubro de 2009

Lição 1 - Davi e sua Vocação




Introdução
O nome Davi, do hebraico dāwid (דּוד), literalmente, “amado”, está associado à adoração, ao louvor, ao culto, ao canto, à poesia, à liturgia e à oração. No livro de Neemias (12.36) há duas peculiaridades a respeito de nosso personagem que desejo usar como eixo norteador de nossa análise.A primeira é o fato de o hagiógrafo associar o nome do rei aos instrumentos musicais, “instrumentos músicos de Davi” – expressão que no contexto remoto refere-se tanto aos instrumentos criados por Davi para adorar a Javé (1 Cr 23.5; 2 Cr 29.26) quanto ao mandado e os salmos de Davi referentes à adoração (2 Cr 29.25-30).A segunda descreve o rei como dāwid ’îsh hā ’Ĕlōîm (דּויד אישׁ האלהים), “Davi, homem de Deus”, expressão que no profetismo israelita identifica o sujeito como profeta, enviado especial de Deus ou alguém que está na presença do Senhor (Dt 33.1; Jz 13.6; 1 Sm 12.27; 2 Rs 1.10ss.). Estas duas características de Davi, músico e homem de Deus, resumem adequadamente o biografado, bem como a singular vocação do jovem Davi.Uma graciosa lição que aprendemos do texto de Neemias e da vida de Davi é que a vocação divina para o ministério cristão, às vezes, envolve mais de uma ocupação, algumas associadas à principal. Davi foi ungido rei, no entanto, a unção real deu-lhe muitas outras competências e habilidades para a poesia, música, engenharia, guerra, etc., tornando-o um líder completo.As relações sociais de Davi
Davi não era o primogênito, mas o caçula, o oitavo filho de Jessé. Se tomarmos como base que o rei Davi ascendeu ao trono de Judá em 1011 a.C., com cerca de trinta anos (2 Sm 5.4), e, que provavelmente nascera em 1041 a. C., pouco tempo depois de Saul sagrar-se rei, concluímos que Davi não possuía mais de 13 anos quando foi consagrado rei de Israel. Logo, a vocação ministerial não se limita à condição social e à idade do escolhido. É o Senhor quem escolhe. Ele é soberano em suas escolhas!Todavia, a menoridade de Davi ante seus irmãos colocava-o como o último na hierarquia familiar e tribal (1 Sm 16.5,11-13). O termo “menor” (ARC), ou o “mais moço” (RA), do hebraico qātōn (קטן), significa “ser pequeno”, mas também “ser insignificante”, ou “ser jovem insignificante”.
Essa condição independia do jovem Davi. Ele era o menor dentre seus irmãos, não apenas na hierarquia familiar, mas também nos direitos sociais e tribais que pertenciam primeiramente ao primogênito. O fato de o Senhor escolher a Davi dentre os seus irmãos, significa que Deus, embora respeite, pouco se preocupa com as condições sociais do escolhido. É o Senhor quem habilita e capacitada o eleito independente da classe social do sujeito. Deus não vê como o homem!O Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamente afirma que a raiz qtin “denota pequenez de quantidade ou qualidade”. Davi era o mais moço (1 Sm 17.14, 33) e, segundo a tradição do núcleo familiar (bayît ’āb), seus irmãos tinham a proeminência (veja 1 Sm 17.28, 29). Esta é a principal razão pela qual eles são chamados ao sacrifício e à mesa enquanto Davi permanece no pastorício (v.11; 17.15). Deus, porém, honrou a Davi diante de seu pai e de todos os seus irmãos (vv.12,13; 17.12,13). Se você é um servo ou serva de Deus, chamado ou escolhido pelo Senhor, saiba que suas condições sociais não são entraves para a realização da obra de Deus.Na magnífica história contada por Max Lucado, Hermie é uma lagarta comum que sempre está a se queixar de sua vulgaridade: não era colorido como as borboletas, não era forte como uma formiga, não possuía uma casa como um caracol, não era belo como uma joaninha. Hermie era tão comum que até mesmo entre os da sua espécie ele era o mais sem graça. Algumas lagartas tinham pintas, mas Hermie não; algumas lagartas possuíam listras, mas Hermie não. Diuturnamente Hermie reclamava em suas orações dizendo: “Deus, por que o Senhor me fez tão comum?” Um dia Deus respondeu as orações de Hermie dizendo: “Não se preocupe Hermie. Eu amo você. E eu ainda não terminei o trabalho em você!”Assim como Hermie, muitos vocacionados acham-se uma pessoa comum, no entanto, Deus ainda não concluiu a obra na vida do escolhido. Da chamada de Davi até sua ascensão, o jovem passou por muitas vicissitudes. Do poço até o trono do Egito, José sofreu muitas agruras. No final, enquanto dormia, Deus fez uma grande transformação na vida de Hermie. A pequena lagarta transformou-se numa bela e voante borboleta. Deus ergueu Hermie do chão, deu-lhe asas para voar e alçar os mais belos jardins.A unção de Davi
O versículo 11 de 1 Samuel 16 é o clímax dos versículos antecedentes: Davi é ungido “no meio dos seus irmãos”. Esta perícope também marca uma nova fase na vida de Davi: “desde aquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apoderou de Davi”.
Esta santa e magnífica unção é realizada após uma cerimônia ritual para escolher o ungido. À uma, os irmãos de Davi, a partir do primogênito, foram rejeitados. Eles eram belos, fortes, guerreiros, mas por alguma razão não agradavam a Deus. Naquele instante, Samuel manda buscar o garoto Davi; apenas treze anos, com um cajado e uma harpa nas mãos e os altos louvores no coração. Davi trazia o cheiro das ovelhas e a pele crestada pelo sol palestinense. Foi ali, na presença de todos que o garoto comum tornou-se o ungido, mas a obra do Senhor ainda não estava completa em Davi. A unção de Davi outorga-lhe a presença do RUACH YHWH. O menino transforma-se no ungido do Senhor e futuro rei teocrático de todo o Israel. É assim quando Deus nos tira de nosso lugar comum!O versículo 12 apresenta um movimento oposto na vida do rei Saul: “E o Espírito do Senhor se retirou de Saul”, o que corresponde à loucura, à imprudência e ao devaneio (1 Sm 18.10-12). De acordo com o hagiógrafo, o sucesso de Davi doravante é conseqüente à presença do Espírito Santo nele (Is 11.2), enquanto a loucura de Saul resulta da falta da presença do Espírito de Deus.
Recordemos que em Gênesis 41.8, a o sucesso de José equivale à presença do Espírito de Deus; o mesmo também se diz do Messias e seu reinado e ministério gloriosos (Is 11.2 ver Sl 45; 110; Is 9.1-7; 61.1-11). A força de Sansão também é atribuída à presença do Espírito de Deus (Jz 14.19; 15.14), assim como a fraqueza do juiz resulta da ausência do Espírito de Deus (Jz 16.20).
Ser ungido, portanto, significa ser o escolhido de Deus. Todo vocacionado é ungido por Deus para realizar os propósitos e desígnios divinos no mundo.
Postado por Esdras Costa Bentho em http://teologiaegraca.blogspot.com/2009/09/davi-e-sua-vocacao.html